Uma moradora do bairro Adelino Simioni, na zona Norte de Ribeirão Preto, que está com a casa tomada por cupins, tenta garantir na Justiça o direito à cobertura do seguro residencial que pagou por 25 anos, como mutuária da Cohab.

As parcelas do seguro são embutidas nas prestações das casas de todos os conjuntos habitacionais, mas nem sempre os mutuários sabem disso.

Benedita Bitencourt mora na casa do Simioni com um neto. Ela conta que os cupins começaram a atacar o imóvel há cerca de dez anos. De lá pra cá, ela teve que trocar duas vezes a porta do banheiro e já perdeu uma cômoda, uma cama e um armário. Na sala, o teto está escorado com tábuas há dois anos.

Nos últimos dias, no entanto, a situação piorou. Parte do teto da cozinha desabou, quando dona Benedita preparava o almoço.

"A madeira do teto ficou como uma folha de papel. Já levanto pela manhã olhando para ver se está tudo seguro", disse Benedita.

Apesar de ter pago todas as prestações, já que tem a casa há 28 anos, ela conta que só soube do direito ao seguro após ter sido informada pela associação de moradores do bairro. Ela diz que gostaria de usar o dinheiro do seguro para reformar sua casa e também custear o aluguel em um outro imóvel até que a finalização da obra.

Direito

Em abril do ano passado, a Fabarp (Federação das Associações de Bairro de Ribeirão Preto) iniciou uma campanha de esclarecimento junto aos moradores dos conjuntos habitacionais. Na época, 1.500 famílias, que dizem estar com casas danificadas, buscaram seus direitos.

A advogada Sandra Caetano Telles, que é assessora da Fabarp, diz que vários casos foram ganhos e que as menores indenizações giram em torno de R$ 30 mil. No caso de Benedita, falta a homologação na Justiça da perícia. "A ação não é contra a Cohab, mas, sim, contra a seguradora, no caso a SulAmérica. Todo mutuário paga o seguro, que representa 20% da prestação", diz.

Veja Mais