Preço de terrenos atrai empresas para a avenida, que promete ser novo corredor industrial e comercial de RP.


Especial para a
A avenida Eduardo Andréa Matarazzo, a Via Norte, está sendo considerada o mais novo corredor industrial e comercial de Ribeirão Preto. Empresas estão procurando áreas para construção devido ao baixo custo do metro quadrado e a acessibilidade a pontos comerciais como as avenidas Dom Pedro I e Francisco Junqueira, o distrito industrial e a rodovia Anhanguera.

Essa posição deve ser ainda mais consolidada com uma ampla obra do segmento educacional que ainda está em fase de terraplanagem. O terreno mede 35 mil metros quadrados e fica no trecho entre a rua Américo Batista e a rotatória Amim Calil.

O corretor de imóveis Ivanildo Martins Nogueira foi o responsável pela venda do terreno, mas não revela o nome do comprador e qual seria a característica da empresa, que deverá ser uma faculdade de tecnologia ainda sem previsão de inauguração. Ele não estranha essa expansão imobiliária na Via Norte por causa daa carência de terrenos comerciais em Ribeirão Preto e o preço convidativo para a instalação no local.

"A Via Norte hoje é um corredor promissor, onde o metro quadrado do terreno chegou a custar inicialmente R$ 100. Hoje, o preço não é mais esse, mas com essa onda de Zona Sul, muitos deixaram de olhar pra cá e agora quase não existem terrenos à venda", disse.

Nogueira argumenta que a chegada do distrito industrial vai facilitar os negócios de imóveis na Via Norte, mas o investimento público também terá que acompanhar esse crescimento. "Um dos principais problemas da Via Norte são os retornos. Na passagem da rua Américo Batista para a rua Pernambuco, que cruza a avenida, o trânsito é um caos. Além disso, as passagens nos cruzamentos são elevadas e já poderiam ter sido ajustadas", falou.

Os 7,2 quilômetros da avenida devem abrigar outras construções de grande investimento, mas a urbanização e estrutura são criticadas pelos novos proprietários de terrenos. É o caso do empresário Hugo Alexandre Veotti, da empresa JM Máquinas, que acaba de anunciar uma nova construção com investimento de R$ 3 milhões, voltada para atender centros automotivos em todo o país.

"Na verdade, eu estou investindo na Via Norte porque tive facilidades na negociação, mas se a avenida tivesse uma melhor urbanização e uma revitalização, seria bem mais atrativa", falou.

O terreno de 40 mil metros quadrados que será usado para a nova base da empresa fica próximo da avenida Thomaz Alberto Whately e foi adquirido pelo preço de R$ 50 o metro quadrado. A expectativa do proprietário é que a construção, que deverá ser imponente, esteja pronta dentro de um ano e meio.

Hoje, uma das fachadas que mais chamam a atenção é da empresa Center Vidros, que passou a trabalhar no atacado depois de se instalar no novo prédio. A construção reflete o movimento da Via Norte em vidros logo na entrada, para valorizar o segmento. De acordo com o proprietário José Masso, a compra do terreno já foi feita com a área valorizada, agora, com a expansão dos negócios no local, a valorização está sendo mais visível, gerando um potencial de geração de empregos importante.

A Via Norte será uma das principais ligações do centro da cidade com o distrito empresarial e isto vai atrair investimentos. Esta é a opinião do presidente da Associação de Desenvolvimento do Distrito Empresarial de Ribeirão Preto (Adderi), Paulo Senna. "No distrito serão 61 empresas na primeira etapa e mais 50 na segunda. Além disto, a internacionalização do aeroporto, a infra-estrutura e logística vão, sem dúvida, transformar a Via Norte num pólo respeitável de industrias.

PAULO SILVA