Carla Monique Bigatto

O curso de alvenaria estrutural que aconteceu no Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) na última quinta-feira é o primeiro de uma série que tem como objetivo promover encontro entre os estudantes e profissionais atuantes do setor.
Promovida pelo Sinduscon em parceria com ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), a palestra tratou do processo construtivo com utilização de alvenaria estrutural armada e não armada, tecnologias que no Brasil são muito desenvolvidas. O auditório recebeu aproximadamente 20 profissionais interessados nas novas tendências da engenharia.
O responsável pelas explanações foi o engenheiro Arnaldo Augusto Wendler Filho, também professor da Faculdade de Engenharia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Para ele a interação entre universidade e profissional pode ser muito proveitosa.
“A palestra que apresento aqui tem o mesmo conteúdo das aulas”, diz Arnaldo, mas as dúvidas entre os alunos são diferentes. “Engenheiros formados têm dúvidas muito mais específicas, sobre particularidades do dia-a-dia, coisas que os estudantes nem imaginam. Esse relacionamento é muito importante”.
Conteúdo
A série de cursos faz parte de um projeto promovido pela Comunidade da Construção Civil de Ribeirão Preto, surgida há cerca de dois anos, e resultado da parceria entre Sinduscon e ABCP.
O diretor regional do Sinduscom, José Batista Ferreira, explica que o “conteúdo do curso buscou analisar as novas tecnologias da construção civil e abordar temas como as patologias da construção e soluções para que elas sejam evitadas”.
No próximo mês acontecerá outro curso com o mesmo tema para os profissionais que não puderam comparecer à primeira edição. “As inscrições já estão sendo feitas. Há muitos interessados, principalmente porque o curso é gratuito”, explica Batista.

Tecnologia brasileira
Alvenaria estrutural não utiliza vigas ou pilares

A alvenaria armada é uma tecnologia conhecida em todo o mundo, mas que tem no Brasil um dos maiores expoentes de qualidade e aplicação. O engenheiro Arnaldo Augusto Wendler Filho afirma que “há coisas feitas aqui no Brasil inéditas no mundo, como um edifício de 20 pavimentos utilizando exclusivamente o sistema de construção em alvenaria estrutural armada”.
A alvenaria estrutural é o método de construção que não utiliza vigas ou pilares como base de sustentação. “O projeto é sustentado pelas próprias paredes”, explica o engenheiro, também instrutor.
Engenheiros
Daniel Forni é engenheiro civil e trabalha com alvenaria armada. A empresa em que trabalha recebeu o convite do Sinduscon e o profissional achou que a oportunidade ampliaria seu conhecimento sobre o assunto.
Daniel diz que a palestra acrescentou importantes informações às que já tinha. “Acho importante ter contato com novas concepções de cálculo e projeto. Achei interessante rever essa visão ampla que a universidade passa, mas agora com a experiência adquirida com a rotina de trabalho”.
O engenheiro Rogério Bastos viajou de São Carlos especialmente para assistir à explanação. Ele, que trabalha na Divisão de Obras da Universidade de São Paulo sediada em São Carlos, não perde oportunidades que aumentem seu grau de conhecimento.
“Acho importante ser um profissional antenado, isso independente da profissão”, explica Bastos, que tem por hábito viajar para participar de palestras. “O tema abordado nesta palestra merecia até mais de um dia de dedicação”.

PESQUISA
São Carlos terá encontro sobre concreto pré-moldado

Com apoio do SindusCon-SP, o 1º Encontro Nacional de Pesquisa-Projeto-Produção em Concreto Pré-Moldado (CPM) acontecerá nos dias 3 e 4 de novembro, no Anfiteatro de Convenções Jorge Caron EESC, em São Carlos. O evento tem como objetivo promover a integração entre o setor produtivo e os meios acadêmicos.
Segundo os organizadores do evento, esta integração é importante para os dois setores. Por um lado, o setor produtivo toma conhecimento das pesquisas em desenvolvimento pelo setor acadêmico.
Por ouro lado, o setor acadêmico toma conhecimento das necessidades do setor produtivo. Desta forma, as pesquisas geradas pelo setor acadêmico estariam em melhores condições de serem transferidas pelo setor produtivo, com um grande benefício para a indústria nacional ou regional, conforme o caso.
O encontro será promovido pelo Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos da USP e pela Engenharia Civil da UFSCar.
O setor acadêmico será representado por pesquisadores de todo o país, incluindo professores, alunos de pós-graduação e alunos de graduação. O setor produtivo será representado pelos projetistas de estruturas, por fabricantes de equipamentos e produtos empregados em CPM e pelas empresas de produção de estruturas de CPM.
O encontro terá apoio de outras diferentes entidades. Mais informações devem ser obtidas no site www.set.eesc.usp.br/1enpppcpm/.