Quando o assunto é o mercado imobiliário de Ribeirão Preto, muito se fala da Zona Sul da cidade. A área nobre é, hoje, o principal vetor de crescimento do município, seguida de perto pela Zona Leste. Esses locais abrigam os lançamentos de alto padrão das grandes construtoras e atraem a atenção do público, tanto para os residenciais quanto para os comerciais. Entretanto, há um outro espaço urbano que vem se destacando nesse cenário nos últimos anos: o centro. A área, antes considerada ultrapassada e, de certa forma, desprestigiada, ganhou novos ares de modernidade e saltou aos olhos dos investidores.

Assim, a procura por imóveis na região cresceu consideravelmente. Seguindo a lei de equilíbrio entre oferta e procura, o preço do m² logo foi elevado. Segundo João Paulo Fortes Guimarães, diretor comercial da imobiliária Fortes Guimarães, a valorização, em alguns casos, chegou a marca de 30% nos últimos 12 meses. “A relação dos preços varia muito, de acordo com a localização, a idade e as características do empreendimento. Existem opções para todos os bolsos. O cliente pode encontrar desde um apartamento sem garagem no centro antigo com o m² valendo R$ 1.000,00, até um apartamento de um dormitório próximo ao Shopping Santa Úrsula a R$ 4.000,00 o m²”, explica. Já na parte comercial, os imóveis são negociados a R$ 10.000,00 o m² ou mais.

Para o diretor, vários fatores contribuíram para essa tendência. A região passa por um processo de revitalização que prevê diversas melhorias em infraestrutura e qualidade de vida, o que gera uma grande expectativa em torno do local. “Além disso, temos que falar do excelente custo-benefício. Ao subir, o preço das construções eleva também o valor dos edifícios já prontos do centro. Mesmo assim, essa quantia ainda está bem distante do preço empregado na região da avenida João Fiusa, por exemplo”, comenta João Paulo.

Há, ainda, o fator de praticidade, já que na área é possível ir a pé a diversos pontos de comércio, serviços e entretenimento. Segundo Adair Porfírio, diretor da Piramid Imóveis, esse é um forte motivo para a valorização. “O morador fica perto de tudo, de todo tipo de comércio, inclusive um shopping center, sem a necessidade de qualquer meio de transporte, como ônibus ou carro. Justamente por isso, o local normalmente é preferido por pessoas mais idosas, que não dirigem ou não possuem veículo. Para finalizar, as plantas do centro costumam ter uma área útil bem maior”, revela Adair. Entre os pontos em maior evidência, o diretor ressalta o calçadão, por causa do interesse por imóveis comerciais. Quanto aos residenciais, o foco fica na rua Campos Salles e adjacências, incluindo o entorno do Shopping Santa Úrsula. Da mesma forma que as vendas estão aquecidas, as locações também cresceram. Só para se ter uma ideia, um imóvel para alugar fica vago, em média, três meses. Segundo Adair, na região central, essa estatística cai para um mês.

Sérgio Valente, diretor da Santa Maria Imobiliária, também constatou o potencial elevado desse setor do município e acredita que o fortalecimento tende a continuar nos próximos anos. “Com certeza, todos ganham com essa situação. O centro está gerando ótimos negócios, tanto para venda quanto para locação de imóveis comerciais e residenciais. Ainda existem muitos prédios mais antigos, mas, aos poucos, as coisas estão mudando para melhor. Os sobrados e imóveis térreos, por exemplo, são facilmente reformados e dão um ar de contemporaneidade ao visual do centro. Ainda vamos ouvir falar muito bem dessa região”, conclui.

A opinião do consumidor
Recentemente, o empresário David Spósito Júnior alugou um imóvel no centro para instalar sua empresa. Segundo ele, a tarefa foi árdua. “Hoje está muito difícil encontrar um imóvel para locação em condições perfeitas para uso, situado em uma região de fácil acesso e com preço justo”, afirma. Depois de muita procura, encontrou um espaço amplo e arejado, adequado para desempenhar suas funções. Serão necessários apenas alguns reparos e modificações para que o local seja inaugurado. O endereço definido pelo empresário foi o centro da cidade. “Pensei em inserir a minha empresa em uma área de movimentação. Ao lado, encontro comércios, restaurantes e bancos, o que ajuda a aumentar o fluxo de carros e de pessoas, contribuindo para a visualização constante da minha marca. Além disso, o centro passa por uma valorização extremamente atrativa. Tenho certeza que meus clientes vão gostar da minha escolha”, finaliza David.

Revista Revide - 22/12/11

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