A cidade de São Paulo deverá ter cinco shoppings centers ligados ao metrô até o final do corrente ano de 2008. Além dos três estabelecimentos já existentes (dois na estação Tatuapé e um na Santa Cruz), Itaquera já teve seu shopping inaugurado no ano passado de 2007. E o Tucuruvi terá o seu, já neste ano. O metrô leva o consumidor, transforma-se no ventre de onde nasce a procura. A construção dos shoppings representa a oferta, produzindo um casamento perfeito.
Já havíamos falado de assunto similar. Mas as cidades de nossa região não têm metrô. Nelas prepondera o ônibus, que é o coletivo. Seus pontos são minas de procura. As atividades econômicas vizinhas são a oferta. Evidente que há atividades comerciais e de serviços compatíveis com pontos de ônibus. Uma loja que vende produtos populares o é. Uma joalheria, não.
Comercialmente, pode-se entender como artéria boa, rua interessante, aquela pela qual passa bastante gente. A pessoa – o transeunte – pode ser, com apelo, estimulada, transformada em consumidor. Já um posto de gasolina tem, como foco, artéria pela qual transitam muitos veículos. E, preferencialmente, que esteja este posto localizado à direita do motorista. O que facilita o acesso. Mas, posto de gasolina é uma exceção. O mesmo vale para ruas que, embora tradicionalmente não fossem as preferidas pelos pedestres, passaram – por terem recebido um atrativo qualquer – a ser.

Atração
Imagine uma artéria que receba uma faculdade. Ou, melhor, um centro universitário. Ou, ainda, um hospital. De repente, passou a atrair pessoas que são consumidores em potencial. Basta ver a quantidade de pequenos estabelecimentos comerciais que gravitam em torno de escolas, de centros de saúde, de repartições públicas muito movimentadas.
Pois bem, no momento em que o investidor optar por aplicar seu capital em imóvel com o objetivo de auferir uma renda sob a forma de aluguel, não é nada mau tomar o cuidado de verificar quais os investimentos que deverão acontecer nas imediações. Porque é com ímãs – em Urbanismo chamados de âncoras – que são atraídos consumidores. São exemplos pontos de ônibus, estações de metrô, hospitais, escolas, repartições públicas. É assim que se gesta a consolidação de um imóvel como ponto de comércio ou de empresa de serviços. Haverá mais facilidade para se locar o imóvel. E, se ele for não apenas para se obter renda sob a forma de aluguel mas se efetivamente for utilizado em transação – ser vendido – produzirá lucro ao seu proprietário. A procura será mais elevada e o seu valor terá um plus que significará maior preço.
Assim, nos novos bairros mistos que estão surgindo – por bairro misto entenda-se aquele que tem, juntos, residências e empresas – procure identificar os pontas de ônibus. E outros fatores de atração de pessoas. Seu investimento terá um retorno maior. E mais garantido. Estes são ingredientes que permitem uma valorização maior do imóvel não residencial.

Vicente Golfeto