João Cláudio Robusti*

O CUB (Custo Unitário Básico) da construção paulista registrou em 2004 um aumento nominal de 9,01%. No mesmo período, o custo da cesta de insumos da construção, cujos preços são utilizados para apurar o CUB, subiu 12,92%, ficando ligeiramente acima da variação do IGP-M no ano, de 12,41%.
Desses materiais, mais uma vez os oligopolizados, fabricados por poucas empresas, apresentaram expressivos aumentos de preços. Dois insumos derivados de uma commoditie, o cobre, lideraram a lista: o tubo de cobre e o fio termoplástico, que registraram elevações de 62,91% e 54,17%, respectivamente. Em terceiro lugar figura outra commoditie: o vergalhão de aço, com alta de 42,2% no ano.
A elevação de preços desses dois insumos metálicos não se limitou a 2004. Nos últimos quatro anos, para um IGP-M acumulado de 69,03%, o preço do vergalhão de aço subiu 196,4% e do tubo de cobre, 104,4%. Os fabricantes alegam que, num mundo globalizado, o preço das commodities precisa acompanhar as cotações internacionais.
Historicamente, os preços dos materiais produzidos por setores oligopolizados invariavelmente pressionam os custos da construção. O fato foi reafirmado por um levantamento da Fundação Getúlio Vargas, divulgado na semana passada.
O estudo mostra uma série histórica do INCC (Índice Nacional da Construção Civil), de julho de 1996 a dezembro de 2004. No período, o INCC apresentou uma variação de 108,6%. O subgrupo que sofreu o maior aumento foi o de materiais de construção (114,8%). Em contraposição, ficou abaixo do INCC o subgrupo de custos com a mão-de-obra (101,7%).
*Presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Construção