Os empreendimentos compactos de até um dormitório aparecem com cada vez mais força na paisagem paulistana. Em 2011, 6.577 unidades desse tipo foram lançadas na capital, alta de 54% em relação a 2010, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). Frente a 2007, o aumento chega a 1.1131%.
Com alguns dos mais nobres bairros da cidade, a zona sul recebeu mais da metade dos novos em 2011 – ou 3.644 unidades. A microrregião do Brooklin, da Chácara Santo Antônio e de Santo Amaro, de acordo com definição da Embraesp, tiveram destaque especial no período, com 1.177 novos apartamentos – o maior resultado entre 28 microrregiões envolvendo a capital.
A incorporadora Even tem dois empreendimentos na área, totalizando 267 unidades compactas. “Como estamos muito próximos da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, imaginamos chamar executivos que queriam morar próximo do trabalho”, diz o diretor de incorporação da empresa, Ricardo Grimone. O lançamento New Age Michigan fica, por exemplo, a aproximadamente 1,2 quilômetro do corredor corporativo.
O desenvolvimento do bairro da zona sul, na área de abrangência da operação urbana Água Espraiada da Prefeitura, é um atrativo, na avaliação do economista chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Celso Petrucci. “O primeiro impacto para quem vai comprar um imóvel é o preço. Depois, a pessoa vê o apartamento. Se a região e o preço atraem, é mais fácil fechar negócio”, diz.
O renascimento imobiliário da área do Baixo Augusta, no centro, também se refletiu em lançamentos de até um dormitório. A Bela Vista recebeu sozinha 1.159 imóveis desse tipo, 77,73% das novas unidades na tradicional área da capital.
A região central, com 1.491 apartamentos, apareceu como a segunda mais atraente para o produto em 2011. Com menos expressão, a zona leste recebeu 1.021 apartamentos, a zona oeste, 341, e a zona norte, 80.
Apenas duas unidades compactas pertencem a um lançamento horizontal na zona sul: o Residencial do Bosque, no Jardim da Saúde. “É claramente um produto de empreendimentos verticais”, avalia o diretor da Embraesp, Luiz Paulo Pompeia.
Cliente. Embora esses imóveis tenham boa aceitação entre engravatados e o público single eles atraem uma fatia mais ampla. Segundo Pompéia, compõe esse nicho jovens de classe alta em busca da primeira moradia, novos casais, homossexuais solteiros, viúvos, divorciados e casais mais velhos sem filhos em casa. “Vão morar num lugar menor, com uma vida na rua movimentada.”
Os compradores de apartamentos de até um dormitório têm alto poder aquisitivo, e as moradias são relativamente mais caras. As unidades compactas tiveram o metro quadrado mais valorizado entre todos os padrões do mercado, avaliado em R$ 8.855,50. Com 46,29 m² em média, os custos de compra de uma unidade chegam a quase R$ 410 mil.
Justamente pelo elevado preço, os compactos têm também boa aceitação entre investidores. “Essa é a grande demanda deles. Hoje, há uma safra nova de poupadores que absorveu esses imóveis”, diz o diretor de novos negócios da imobiliária Abyara Brasil Brokers, Bruno Vivanco. Segundo ele, o aumento nos preços dos terrenos e o alto retorno financeiro por metro quadrado explicam o interesse desses agentes do mercado.
Cenário – Os apartamentos de um dormitório não foram, contudo, maioria da cidade. Embora em trajetória crescente, eles ainda ficam atrás dos lançamentos de dois dormitórios, com 17. 313 unidades, e de três dormitórios, com 11. 091 imóveis. Cada região tem também peculiaridades. Conheça abaixo alguns dos destaques paulistanos em 2011