As dificuldades em comprovar renda e honrar com o compromisso, e a má conservação do imóvel --que indiretamente está ligada à impossibilidade de os proprietários reformarem as unidades-- foram os grandes dificultadores de novos negócios no mercado de locação residencial, em agosto.

A afirmação é de José Raimundo Souza, diretor da Barroso Imóveis, que atua na zona norte de São Paulo, em bairros como Água Fria, Mandaqui e Imirim. "Em setembro, o setor deve voltar ao ritmo normal de crescimento", aponta Souza.

Os problemas que emperraram o fechamento de novos contratos de locação no balcão da Barroso Imóveis são refletidos nos números da pesquisa mensal de agosto do Secovi-SP (sindicato de construtoras e imobiliárias) sobre esse mercado.

Oferta e procura

O levantamento mostra que, para 35% das 155 empresas que responderam à pesquisa do Secovi-SP, o volume de unidades locadas no período manteve-se estabilizado, enquanto que houve queda no volume de negociações para 37% delas.

De acordo com Souza, a procura foi grande mas não se refletiu em contratos fechados.

Em contrapartida, a queda da inadimplência é apontada como fator positivo. Na região, os sobrados de dois dormitórios, com aluguel de até R$ 600, são o produto mais procurado.

Já as unidades com valor acima de R$ 1.000 costumam ficar paradas por períodos entre seis meses e um ano.

Por outro lado, na zona leste a oferta foi maior que a procura e o fechamento de contratos seguiu esse movimento.

"Em agosto, tivemos um escoamento pouco melhor que em julho, que só não foi maior em razão das dificuldades com a aprovação cadastral dos pretendentes a inquilino e fiador", avalia Maria Antonieta Galatin Zaccara, da imobiliária Max Gran, que atua na Vila Zelina, Mooca e Vila Prudente.

Para ela, não há como resolver a questão, pois o rigor na análise do pretendente a inquilino evita que a inadimplência seja grande, apesar de diminuir o volume de locações.

As casas de dois dormitórios, com aluguel entre R$ 500 e R$ 550, são o tipo de imóvel com maior facilidade de locação, segundo a Max Gran. Em contrapartida, os apartamentos de três dormitórios, com valor entre R$ 500 e R$ 600, ficam mais tempo na prateleira.