A perfeição é feita de detalhes embora se saiba que a perfeição não seja um simples detalhe. Como a mulher vê o detalhe muito mais claramente do que o homem, segue-se que a opinião feminina no caso de escolha de imóvel – notadamente o residencial – é de extrema importância.
Quando se diz que “o homem vê mais a floresta do que a árvore enquanto a mulher vê mais a árvore do que a floresta” se está confirmando a observação introdutória. Na prática, é comum a mulher reclamar do namorado, do marido, do amante – seja de quem for – porque ele não viu o brinco, a cor do vestido, o sapato novo. Não viu mesmo. E é muito difícil ver. O homem vê o conjunto, o todo. Não vê com facilidade o detalhe. Aliás, pode até ver, mas não o nota. É como se não tivesse visto.
Assim, na aquisição de um imóvel usado – mais até do que num lançamento de imóvel novo, zero quilômetro – leve uma mulher para opinar. É preciso que se dê atenção a diversos fatores externos que podem indicar a incidência de problemas como segurança do bairro, acesso a transporte público – táxi, ônibus, lotação – serviços básicos (como agência de banco, supermercado, farmácia, quitanda, feira-livre, escola) e até o comportamento de vizinhos. Se há extravagâncias.
É evidente que fatores internos são observados igualmente e até com muito mais acuidade pela mulher. O homem analisa melhor o mercado, as oportunidades de ganho na transação, a liquidez do bem adquirido. Claro que tanto o homem pode ver melhor o detalhe como a mulher pode ser expert na análise ampla, no todo. Mas são exceções, casos singulares. A regra é esta.

Até de madrugada
Além destas cautelas, importa muito que o imóvel seja observado tanto durante o dia quanto de noite. Se possível, até de madrugada. De dia, como se comportam os que passam pelas imediações do imóvel? À noite e de madrugada: há funcionamento de estabelecimentos de prestação serviços ou comerciais que perturbam o sossego? Não raro, estes fatos desvalorizam o imóvel, caso ele seja realmente destinado a fins residenciais apenas.
Estamos dizendo que são necessárias estas precauções para não falarmos de outras, ligadas a questões jurídicas ou mesmo de isenção de ônus gravando a propriedade. São ônus, dentre outros, penhora, servidão. Mas aí as cautelas devem ser outras.
O espaço que os imóveis novos ganham na mídia é bem maior do que o de imóveis usados? Mais ou menos. Claro que por trás do anúncio de venda de imóveis novos há empresas da construção civil ou corretoras. O que nem sempre ocorre com imóveis usados. Mas se você analisar os anúncios do A Cidade e contar o espaço de um e de outro, pode se surpreender.



VICENTE GOLFETO