Carla Monique Bigatto

foto: Weber Sian/A CIDADE
Dados divulgados pela ABCIP (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança) indicam um aumento significativo do número de financiamentos de imóveis. O balanço do primeiro semestre de 2005 confirmou a tendência de retomada do financiamento imobiliário.
Segundo a associação, a movimentação do período atingiu R$ 2,038 bilhões, com crescimento de 54,9% em relação ao R$ 1,315 bilhão realizado no mesmo período do ano passado. O avanço também foi expressivo quando se comparam os segundos trimestres de 2004 e de 2005, atingindo 48,5%.
Para o gerente de mercado da CEF (Caixa Econômica Federal) de Ribeirão Preto, Celso Javorski, a alta se deve a obrigatoriedade de aplicação dos recursos captados através de poupança em financiamentos para a habitação. “A obrigatoriedade já existia, mas era velada. A partir da resolução do 3259 do Banco Central, todos os bancos tiveram de regularizar suas situações”, explica.
A conseqüência da resolução é o aumento de oferta de crédito principalmente para a classe média e alta. A comparação entre o crescimento dos créditos utilizados em construções (como condomínios de alto padrão) e aquisições unitárias revela aumento no valor médio dos imóveis.

Época é muito oportuna devido à oferta de crédito

O gerente de mercado da CEF, Celso Javorski, confirma: a época é boa para o financiamento. “Pela maior oferta de recursos, pode trazer mais benefícios para o cliente”, explica.
Os maiores benefícios trazidos pela boa safra são os prazos de pagamento, mais elásticos, maior capacidade de abrangência dos financiamentos (há casos em que até 90% do valor do imóvel é financiado) e o equilíbrio das taxas de juros, provenientes de concorrência entre as instituições financeiras.
A Caixa detém maior parte dos clientes de baixa renda. No caso de financiamentos de classe média, a concorrência é mais acirrada. “Mesmo com esse aumento dos financiamentos, a Caixa não registrou alta considerável. Agora são muitos bancos atrás do mesmo filão”, explica Javorski.
Celso ainda conta que há grandes diferenças entre o financiamento das classes baixa e média/alta. “A principal diferença é que não existe limite venal de financiamento para o segundo caso”.
Quem deseja comprar um imóvel por meio de financiamento deve estar atento e analisar as diversas alternativas disponíveis. Os bancos oferecem maior prazo de pagamento e taxas mais parecidas. Há também a possibilidade de efetuar a transação diretamente com a construtora.

Para construtora, vendas mantêm fluxo normal

Embora tenha havido alta considerável nos financiamentos, para Carlos Henrique Forte Guimarães, proprietário de construtora de imóveis em Ribeirão, não foi notado crescimento tão significativo na cidade.
“As vendas mantiveram fluxo normal, isso porque a maioria das construtoras hoje em dia trabalha com crédito pré-aprovado com determinados bancos”, explica o empresário.
Os financiamentos representam quase 80% das vendas em condomínios de padrão elevado. Isso fez com que as construtoras fortalecessem suas linhas de financiamento. Forte Guimarães diz que trabalha “com financiamento próprio e prazos mais longos, de até oito anos”.
Passo a passo
Quem deseja fazer um financiamento deve entrar em contato com o gerente de relacionamento de seu banco. Caso não tenha relacionamento com o banco, deve procurar qualquer gerente de pessoa física.
O cliente precisará apresentar apenas documentos pessoais e comprovantes de residência e renda. O limite do crédito é calculado a partir da renda do requerente de crédito. Dessa maneiras são obtidas também as cartas de crédito. Depois de emitidas, estas servem como moeda de compra para grande parte dos imóveis disponíveis no mercado.