Imóveis novos são outro termômetro do mercado que indicam regiões mais ou menos valorizadas. Segundo uma amostra de apartamentos com dois quartos e área útil de até 70 metros quadrados nos últimos cinco anos, compilada pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), o preço do metro quadrado chega a dobrar na Zona Sul. A Zona Leste é a segunda região onde os preços mais aumentaram. Ela é seguida pelas zonas Oeste e Norte. 

Em Alto de Pinheiros, bairro da Zona Oeste, houve valorização de 50% nos preços de lançamentos nos últimos cinco anos. Qualidade de vida e infraestrutura aquecem o mercado (Foto: Hélvio Romero/AE)

Em Alto de Pinheiros, bairro da Zona Oeste, houve valorização de 50% nos preços de lançamentos nos últimos cinco anos. Qualidade de vida e infraestrutura aquecem o mercado (Foto: Hélvio Romero/AE)

Foram compilados dois bairros representativos de cada região da cidade, um central e outro mais periférico, exceto os da Zona Oeste, na qual foi escolhido o Butantã, situado no limite entre as duas regiões. Todos eles têm oferta mínima de três lançamentos em cada ano. O aumento de preço tende a ser semelhante no entorno dos bairros analisados. 

No Morumbi, que tem grande extensão e diversidade de lançamentos e tipos de imóveis, os preços dos imóveis novos chegaram a variar 108,26%. Na periferia da região, em Campo Limpo, aumentaram 46,32%. “O dinamismo do bairro impulsiona um movimento de preços mais acentuado. Muitos lançamentos e compras aquecem o mercado”, define Claudio Tavares de Alencar, professor do núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP. 

Na região periférica da Zona Leste, em Itaquera, o aumento atingiu 69,80%, enquanto em bairros mais centrais, como Vila Prudente, aumentaram 20,21%. Já no Butantã, na Zona Oeste, os preços variaram 50,50%.Na Zona Norte, o destaque é a Freguesia do Ó, cujos preços subiram 36%, enquanto em Tucuruvi e Santana aumentaram, em média, 17,78%. 

Luiz Pompéia, diretor da Embraesp, analisa que bairros como Vila Prudente, Santana e Butantã passam por uma mudança de perfil de classe média para média alta, o que explica o aumento dos preços, com a construção de produtos com maior qualidade.”Nesses bairros, apartamentos com três e quatro quartos podem ter aumentado mais”, explica. 

FATORES DE VALORIZAÇÃO - Pompéia ressalta que o preço não é o ponto fundamental do potencial de valorização. “O mais importante é a infraestrutura pública, como novas estações de Metrô e trem, avenidas e linhas de ônibus. No âmbito privado, shoppings centers, escolas, universidades e hipermercado são os fatores que mais pesam na valorização do imóvel.”

Por outro lado, obras que trazem trânsito, poluição, barulho ou perigo de desapropriação,como a extensão do ‘Minhocão’, desvalorizam a região.