O Grupo Pão de Açúcar confirmou ontem a aquisição de 60% da rede atacadista Assai, com 14 lojas, e deixou claro que tem planos de expansão agressivos no novo formato. Até o próximo mês o grupo já converte dois pontos-de-venda, provavelmente das bandeiras Sendas e CompreBem, em Assai.

Em 2008, a empresa pretende abrir de 15 a 20 lojas de atacado. "Antes da sociedade com o Pão de Açúcar, a expectativa era abrir de três a quatro lojas por ano", disse o presidente do Assai, Rodolfo Nagai.

Em quatro anos, o Pão de Açúcar poderá levar os 40% restantes do Assai, rede que tem um faturamento anual de R$ 1,15 bilhão. Mas o Assai, pelo contrato assinado entre as duas empresas, também tem a possibilidade de recomprar a participação de 60% vendida.

A aquisição de 60% da rede atacadista custou para o Pão de Açúcar R$ 208 milhões, que serão pagos em dinheiro este ano. Do total, cerca de R$ 150 milhões foram provenientes de linha de crédito e serão amortizados em três anos. O restante virá do caixa da companhia.

Pelo acordo, a direção do Assai continuará à frente do negócio, juntamente com dois diretores indicados pelo Pão de Açúcar. "Achamos que a sociedade era a melhor opção para eles permanecerem mais alguns anos. Se comprássemos 100 % do negócios eles ficariam menos motivados em trabalhar conosco", disse o diretor-presidente do Pão de Açúcar, Cássio Casseb.

"Estávamos indo à guerra com menos armas do que nossos inimigos", disse Casseb. Ele explicou que esse fato ocorria porque a companhia estava fora dos três formatos considerados de maior crescimento no varejo brasileiro. "Não tínhamos uma central de compras, lojas de conveniência e nem lojas de atacado." Há duas semanas, o Pão de Açúcar anunciou parceria com uma central de compras, está expandindo o formato conveniência, com a bandeira Extra Fácil, e agora estréia no atacado.

O presidente do conselho de administração do grupo, Abilio Diniz, deu um exemplo da eficiência do Assai, o que justifica o negócio. Segundo ele, há alguns anos o Pão de Açúcar tinha uma loja em Francisco Morato (SP) onde faturava menos de R$ 1 milhão por mês."Passamos o ponto, o Assai comprou e fatura lá R$ 10 milhões." Diniz observou que no Brasil o atacarejo, misto de atacado e varejo, é um sucesso. "O modelo de supermercado é importante, mas há muita gente nele e começa a faltar consumidor."