O agronegócio salvou a lavoura.
E o segmento exportador também. Isto não apenas no país como um todo. Na região, de maneira mais nítida, também.
Estes segmentos geraram mais renda do que emprego. Mas geraram ambos que, entretanto, não conseguiram neutralizar desempenho negativo de diversos segmentos, alguns dos quais são visíveis a olho nu. Referimo-nos a toda micro e pequena empresa e ao amplo setor da indústria da construção civil.
A crise da micro e pequena empresa pode ser visualizada andando pelas ruas das cidades. A janela por meio da qual se enxerga esta realidade é a quantidade de placas de aluga-se colocadas nas paredes dos imóveis não residenciais. São salas, salões, galpões, que antes eram ocupados normalmente por micro e pequenas empresas de todos os segmentos. Vale dizer: indústrias, estabelecimentos de varejo e prestadores de serviço. Fechados, deixaram de produzir, amputando tanto empregos como ocupações.
A outra vertente por onde enxerga-se a crise é a da construção civil. Neste amplo segmento da economia nós vemos a informalidade sem, entretanto, poder quantificá-la. Só estimá-la. Mas ela é grande.
Hoje vamos analisar Ribeirão Preto e região (aí incluídos também os números de Ribeirão Preto) no que toca ao número de plantas aprovadas para construção. É a fotografia da economia formal. Não foi captada a economia informal. Portanto, não foi captada o que muitos analistas chegam a chamar de boa parte do todo.
A economia formal da construção civil pode ser analisada de dois ângulos: a parte de obras públicas e a parte de obras particulares.
Só vamos, hoje, focalizar a segunda. E apenas de um ângulo: o referente ao número de plantas aprovadas nas prefeituras municipais para, autorizada, iniciar-se a construção.
Aprovação de plantas não é investimento. É expectativa de investimento. Mas demostram as plantas aprovadas pelo menos a intenção de construir.
E é exatamente aí que se nota, tanto em Ribeirão Preto como na região, o seguinte:
1-queda acentuada no número de plantas aprovadas desde 1998 quando tomamos este como o primeiro ano de análise;
2-este número quantifica as iniciativas mas não permite visualizar o volume de investimento que pode ser menos longinquamente mensurado quando se tem a área licenciada expressa em metros quadrados. Que será objeto de análise em outra oportunidade.
3- como o setor da construção civil é grande empregador de mão-de-obra, havendo até quem diga que é o primeiro empregador na região, segue-se que o declínio do setor permite identificar a causa primeira – ou uma das primeiras – do desemprego do fator trabalhado.