O País das Maravilhas de Alice, em um determinado momento a personagem se depara com um exército de cartas de baralho. O que faria para burlar aquela numerosa "equipe de segurança"? Eis que surge a chave para a questão: bastaria soprá-las, eram apenas cartas.

No "país dos condomínios", um exército de câmeras de monitoramento e seguranças armados poderá ter a mesma efetividade que o das cartas de Alice se não houver um item primordial para que todo o esquema funcione: o correto posicionamento da guarita.

"Não basta usar equipamentos de última geração. É necessário, ainda na planta, que o arquiteto e um especialista em segurança trabalhem juntos para planejar um empreendimento mais seguro", diz o consultor David Fernandes, diretor da Previne Security.

Mesmo porque, uma vez pronta a guarita, não basta um sopro para mudá-la de lugar --é necessário empreender muita mão-de-obra e recursos financeiros.

Na análise do projeto de uma guarita ideal, alguns itens são essenciais, ressalta Chen Gilad, diretor de planejamento da Haganá Segurança. Ela deve ter blindagem, com acesso feito por duas portas.

Quando blindada, sua localização deve ser a mais próxima possível da rua, para que a área de identificação fique na parte externa do prédio, antecedendo as eclusas --que devem ter intertravamento, sistema que não permite que as duas portas abram ao mesmo tempo.

Dentro dela, o ar-condicionado com exaustor é crucial para o bom ambiente de trabalho. "Não recomendamos o banheiro dentro da guarita, porque, idealmente, um funcionário deverá substituir o outro quando este precisar ir ao banheiro", explica Gilad. "Mas, quando a equipe é pequena, o banheiro torna-se um mal necessário", completa.

Por último, e não menos importante, ficam os homens responsáveis pela segurança e o equipamento a ser utilizado.

Áreas de acesso
"Os funcionários devem ser de uma empresa idônea, filiada aos sindicatos de segurança, com os tributos em dia. De preferência, a segurança e o monitoramento devem ser feitos pela mesma empresa", lembra o diretor da Haganá.

"E é sempre bom ter em mente que o sistema de monitoramento digital deve ser primeiro utilizado para ver quem quer entrar, ou seja, cobrir todas as áreas de acesso. Para quem já entrou, a história é outra", reforça.