foto: MATHEUS URENHA
O pacote da habitação anunciado pelo Governo Federal no início de setembro trouxe a nova modalidade de financiamento imobiliário com taxas de juros prefixadas. Nos últimos trinta dias, várias instituições financeiras lançaram novos produtos no mercado.
Com juros diferenciados de acordo com o valor do imóvel, o tempo de financiamento e as opções de desconto em folha ou carnê. A Caixa Econômica Federal, maior instituição em crédito imobiliário no país, começou a operar com novas linhas esta semana.
Esta gama de opções pode ter levado muitos mutuários a ficarem em dúvida quanto a melhor opção para financiar a casa própria.
A economista Perla Pongeluppe Rebehy alerta que a escolha deve levar em conta a estabilidade profissional, a expectativa da economia e da inflação e se o mutuário deseja assumir risco.
No pagamento em débito automático ou desconto e folha, os juros são mais atrativos, mas há comprometimento da renda. As taxas praticadas são mais baixas, pois o risco de inadimplência para o banco é menor.
“A desvantagem aparece se a pessoa precisar atrasar alguma parcela, por conta de um imprevisto ou emergência, o que não será possível”, explica o economista Ricardo Feijó.
Para Perla, as principais vantagens da prestação fixa são a possibilidade de planejamento e o controle do financiamento. “A pessoa terá a certeza e a segurança dos valores constantes, podendo equilibrar isso dentro do orçamento”, avalia.
Quem opta pela taxa pós-fixada na verdade está apostando na estabilidade da economia e na possibilidade de queda da TR.
“A taxa Selic vem caindo e há expectativa de que a TR também caia. Caso isso se confirme, quem fechar contrato hoje com TR travada vai acabar pagando mais do que quem apostou na taxa pós-fixada”, alerta Perla.
A economista fez os cáculos de qual situação seria mais vantajoso com a realidade do mercado hoje, supondo um contrato de financiamento de R$ 100 mil.
Optando por juros pré-fixados de 11,9% ao ano e considerando a inflação, o mutuário pagaria R$ 132.661 pelo imóvel, ou seja, R$ 32.661 de juros pelo SAC – Sistema de Amortização Constante. Neste caso a parcela inicial seria de R$ 1.775. Em 10 anos a pessoa estaria pagando R$ 841.
Se a escolha fosse a modalidade pós-fixada, os juros estão na média de 10% ao ano mais 2,2% de TR. Assim a parcela começaria em R$ 1.812, mas o valor final dependeria da variação da TR. Caso ela se mantenha a prestação final seria de R$ 841.
MERCADO
Taxas bem diferenciadas
A Caixa Econômica Federal lançou esta semana a modalidade de empréstimo imobiliário com juros prefixados.
Para imóveis até R$ 130 mil as taxas praticadas serão de 11,9% ao ano, para desconto em folha ou débito em conta corrente. Os juros passam para 12,9% se o pagamento for através de carnê. Para imóveis acima de R$ 350 mil os juros variam de 13,5% a 14,5% ao ano
Já o Bradesco oferece a modalidade prefixada de financiamento, sem correção pela TR a opção do cliente escolher entre duas taxas, de 13,5% ao ano para financiamentos de até 10 anos e 14% ao ano para prazos entre 10 e 20 anos.
O Banco HSBC criou em setembro o Credimóvel, com isenção TR, mas só para clientes que pagarem em dia as mensalidades. A taxa praticada é de 1% ao mês e o prazo máximo de financiamento é de 10 anos, com parcelas decrescentes. Mas a linha só pode ser utilizada para imóveis com valor mínimo de R$ 200 mil.
VALESKA MATEUS