Os preços dos imóveis residenciais na cidade de São Paulo desaceleraram em 2011 na comparação com 2010, após forte valorização nos anos anteriores.
A alta no valor médio do metro quadrado por área útil ficou abaixo da inflação no caso dos lançamentos com dois, três e quatro dormitórios (6,43%, 5,53% e 5,43%, respectivamente).
A exceção foi para unidades de um quarto, que tiveram elevação de 19%, superior aos 6,5% da inflação oficial (IPCA), por causa da forte demanda.
Apesar disso, houve diminuição do ritmo de alta -a elevação anual ficou abaixo da registrada em 2010, que tinha sido de 72% ante 2009.
"A tendência é de estabilização em 2012, com aumentos seguindo a inflação", afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), responsável pelo levantamento, feito com dados preliminares que podem ser revisados.
O vice-presidente de imobiliário do SindusCon-SP (sindicato da construção), Odair Senra, diz que os preços continuarão subindo em um patamar superior à inflação.
"O terreno é cada vez mais escasso e a demanda continua elevada."
Os apartamentos com um dormitório foram os que registraram o maior preço de metro quadrado por área útil, com média de R$ 8.621.
"Essas unidades são direcionadas para a classe média alta e costumam estar em bairros nobres."
ACOMODAÇÃO DE LANÇAMENTOS
O lançamento de imóveis residenciais na capital paulista caiu 1,38% em 2011 na comparação com o ano anterior. Foram 37, 7 mil unidades ante as 38,2 mil de 2010.
Na região metropolitana de São Paulo a queda foi mais acentuada. Foram lançadas 65,3 mil unidades -redução de 7,73% ante o ano anterior.
Apesar disso, foi o segundo melhor desde 1985, quando teve início a série histórica feita pela Embraesp.
Os especialistas atribuem a retração a uma desaceleração na economia. Além disso, afirmam que trata-se de uma "acomodação natural".
"O mercado não está esfriando, apenas se adequando a um novo patamar, que é elevado", diz o vice-presidente de imobiliário do SindusCon-SP, Odair Senra.