Pagar a prestação de um imóvel na planta financiado pelo novo programa de apoio à produção da Caixa Econômica Federal e, ao mesmo tempo, bancar o aluguel, vai ficar menos doloroso para o bolso do mutuário.

Durante a construção, a prestação será composta pelos encargos (juros e a correção das parcelas pela Taxa Referencial, ou TR) do financiamento.
Hoje, o mutuário é obrigado a amortizar parte da dívida principal na fase de construção do imóvel, o que encarece a prestação e, muitas vezes, inviabiliza o negócio para quem não pode se livrar do ônus de uma locação.

Além disso, a Caixa afirma que dará uma "colher de chá" para os candidatos a mutuário que forem reprovados pelo sistema de avaliação de crédito ("credit score") do banco.

O programa prevê uma segunda chance para o interessado comprovar sua capacidade de pagamento quitando em dia as prestações da obra.
Mesmo assim, a parcela não será baixa: os encargos chegam a representar 5% do valor do imóvel. E o valor das prestações após a entrega das chaves tende a subir.

Essa nova linha de crédito usa os recursos e as regras do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço): os candidatos a mutuário devem ter renda máxima mensal de R$ 4.500 e pagar juros entre 6% e 10,16% ao ano mais TR por até 240 meses.

O Conselho Curador do FGTS reservou R$ 360 milhões para o programa em 2004. A expectativa é que os recursos sejam suficientes para erguer 8.000 unidades habitacionais neste ano.

A nova linha permitirá ao construtor financiar até 100% do custo da obra. Para ter direito ao crédito, a construtora terá de vender pelo menos 30% das unidades do empreendimento, provando à Caixa que ele é viável.

Elas terão cinco anos para pagar o financiamento, com carência de dois e amortização em até três. Os juros serão de 10,16% ao ano.