Muito se tem falado dos benefícios diretos às famílias de baixa renda trazidos pelo programa habitacional do Governo do Estado de São Paulo. O que pouco se divulga é a engrenagem econômica de benefícios indiretos a toda a população dos municípios que recebem os conjuntos habitacionais.
Os reflexos são evidentes e estão confirmados no cotidiano de cada família contemplada com a casa própria e no ritmo de atividade de vários segmentos, com destaque para o comércio de material de construção e imobiliário. Aqueles que passam a morar em casa própria e deixam de pagar aluguel, o efeito imediato é o de esticar o orçamento da família. Com o orçamento esticado, sobra mais dinheiro para aquisição de itens considerados essenciais, bens duráveis e até os chamados supérfluos.
Essa movimentação econômica é sentida em vários setores da economia local nos municípios onde foram construídas unidades habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O levantamento nos possibilita verificar como era a vida dos mutuários antes de adquirir a casa própria e como ficou depois. Como era o movimento comercial que recebeu um dos nossos empreendimentos já entregues ou em andamento no Estado de São Paulo.
Não resta dúvida de que a moradia é o ponto de partida para uma nova vida, cheia de esperanças. A grande maioria dos mutuários paga uma prestação muito inferior ao aluguel. Essa realidade, por outro lado, gera um benefício imediato para toda a população da cidade. Quando a CDHU entrega um novo conjunto habitacional, baixam os aluguéis dos imóveis que ficam desocupados.
O ciclo da oferta e procura se realiza. Na cidade de Araraquara, apenas para citar como exemplo, quase 2 mil novas moradias foram entregues no curto espaço de dois anos (1996/98).
Duas mil famílias, portanto, deixaram imóveis vagos. Algumas imobiliárias afirmam que, diante deste quadro, praticamente pararam de trabalhar com locação de imóveis populares, pois foi preciso se adaptar à nova realidade.
Em Marília, o setor imobiliário também teve que se adequar, quando o governo do Estado entregou mais 880 unidades do Conjunto Paulo Lúcio Nogueira, inaugurado no 1º semestre de 98. Verificou-se um decréscimo no valor médio do aluguel em torno de 30%. Um apartamento de dois quartos e área em torno de 50 m2 era alugado, antes da entrega do conjunto, entre R$ 300 e R$ 350.
Posteriormente, esse mesmo imóvel pode ser encontrado por um valor mensal entre R$ 200 e R$ 250.
A partir dessas mudanças a reação vem em cadeia.O plano de habitação da CDHU gera milhares de empregos diretos e indiretos, além de movimentar ativamente o setor da construção civil, responsável por cerca de 9,5% do PIB nacional em termos de faturamento. É este segmento que também usufrui quase que imediatamente dos reflexos do programa “Sonho Meu”.
Assim que entram no novo imóvel, as famílias logo se organizam para trabalhar nas melhorias e ampliação das casas ou apartamentos. Isso se reflete na venda de materiais de construção. Com o passar do tempo, fica evidente o novo nível de vida dos mutuários da CDHU.
Os empreendimentos ganham melhorias também externas como arborização, grades e portões. Se sobra dinheiro da prestação que é mais barata que o antigo aluguel, o mutuário ganha poder aquisitivo e investe nas suas condições humanas e materiais de vida.
As lojas de varejo, o comércio local em todas as regiões do Estado onde foram entregues moradias, registram demanda sensível por eletroeletrônicos, móveis, bens duráveis e até supérfluos.
Os benefícios diretos e indiretos dessa política habitacional se espalham por todo o Estado. Um novo conjunto popular da CDHU representa mais uma fatia da população com acesso ao saneamento básico, que diminui os riscos de doenças entre crianças e adultos. A saúde preservada mantém a força para o trabalho e a disposição para o estudo. É uma ciranda social.

Silvio Albuquerque
Da assessoria de imprensa da CDHU