Antônio Vicente Golfeto

Digamos que você tenha decidido aplicar suas economias em imóveis. A maior rentabilidade de outras alternativas, como o mercado acionário e mesmo o leque existente no mercado financeiro, não lhe seduziu e você tenha preferido a maior segurança que os imóveis inegavelmente oferecem e não a maior liquidez e mesmo a maior rentabilidade de outras aplicações. Tudo bem. Preferência é preferência e cada investidor, ao fazer sua escolha, tem uma justificativa particular.
Cabe, mesmo assim, uma pergunta: o investimento é em que modalidade de imóvel? Vale dizer: a opção é por terreno de loteamento novo, configurando um boi magro ou você optou por terreno vizinho de construções já existentes de maneira que o loteamento já é parte de um bairro em fase última de construção? Neste caso, um boi já gordo. Ou meio gordo.
No primeiro caso, evidente que a escolha representa uma alternativa tal que com o tempo seu ganho será maior. Na medida em que o boi engorda, o retorno da aplicação aumenta. Com o terreno em loteamento recentemente lançado também.
Já no segundo você talvez tenha adquirido o terreno para construir uma residência ou um imóvel com destinação econômica, podendo abrir uma empresa comercial, de serviços ou industrial. Então, o imóvel será para se adicionar mais uma opção ao leque das alternativas já existentes de locação. Sua aceitação estará diretamente relacionada com a situação econômica do momento. Sim, porque há momentos em que a abertura de novas empresas cai em quantidade. E aí cresce a quantidade de imóveis vazios. Como ocorre atualmente. O gravame dos dias de hoje vem por conta de um outro fato: além de estar caindo a abertura de novas empresas, aumenta o total de baixas. Numa palavra: cai o saldo que, no entanto, ainda é positivo.
Mas, mesmo que for para construir uma casa para você nela morar, aí não custa ver o que há por perto: escolas para as crianças, proximidade de empresas de varejo e de serviços, linhas de transporte coletivo, nível de criminalidade etc.
De qualquer forma, o que vale é sempre o quadro. Mas a moldura também pode valorizá-lo. Ou desvalorizá-lo. E, não raro, a desvalorização vem como algo irremediável. Cuidado, pois, na escolha.