Há três tipos – grosso modo – de imóveis: os destinados a moradia (residenciais), os com fins comerciais, (galpões para indústria, salões comerciais, salas para escritório, dentre outros, são alguns deles) e os mistos, isto é, os que abrigam residência e sala ou salão com fins econômicos.
Quando se lê os classificados dos jornais – de A Cidade, por exemplo – se nota a profusão destes imóveis. No cotejo com as duas outras modalidades – residenciais e para fins econômicos e empresariais – verifica-se, tanto no mercado de compra e venda como no de locação, que eles são em quantidade inegavelmente inferior. Mas são significativos. Eles representam de fato a gênese da empresa brasileira, que é familiar. A família mora numa casa e constrói salão anexo, não raro na frente com porta para a rua, iniciando um pequeno negócio.
A locação mista é conseqüência do imóvel híbrido, com dupla finalidade. E significa a correspondente imobiliária da versão econômica da empresa familiar. A família precede a empresa. E esta, como filha - que não raro vira matriz, de mater (no Latim mater é mãe) - depois também tem filhas. São as filiais. Só para analisar a cultura latina, diferente da anglo-saxônica, por exemplo. Filial de empresa em Inglês é branch, que é um galho, um ramo. Em vez de levar para a família - unidade da Sociologia - leva para a Botânica, parte da Biologia que estuda as plantas.
O apelo à locação mista pode ser o grande filão, a grande saída para quem deseja começar seu próprio negócio e precisa, mais do que nunca, levar em conta os custos, os gastos, tanto da família como do pequeno negócio. Pode-se: 1- negociar dois locativos com um único proprietário, o que oferece mais poder de barganha ao locatário; 2- reduzir, em conseqüência, os custos e os gastos do binômio família e empresa; 3- evitar ou reduzir gastos com transporte. O gap, a distância que normalmente existe entre residência e local de trabalho é eliminada com redução e até eliminação, neste particular, dos dispêndios com transporte.
Evidente que a proximidade física da família e da empresa pode até convidar à confusão de finanças das duas unidades. O que, como vimos recentemente, não é bom. Mas, tirando algumas preocupações, alguns cuidados a mais, para se iniciar um negócio é bom estudar esta alternativa: locação mista. De qualquer forma, é sempre bom comparar duas filosofias no que toca a planejamento e execução, filosofia esta que vale igualmente para empresas bem pequenas, iniciantes. São a japonesa e a brasileira. A japonesa é a seguinte: demora para planejar mas a execução é rápida. A brasileira é o contrário: o planejamento é rápido, mas a execução é demorada. Qual das duas você prefere?