No pior cenário dos últimos cinco anos, um estudo exclusivo da Folha com base nas estatísticas da Aabic (associação de administradoras de condomínios) revela que os preços dos aluguéis subiram, em média, 2,4% (2,5%, apartamentos; 2,3%, casas) entre agosto de 1998 e agosto de 2003. Comparativamente, o IGP-M, principal indexador de contratos de locação, ficou em 92,52%.

Isso significa que os preços estão pela metade. A conta é simples. Se o valor do aluguel de um apartamento de um dormitório em Pinheiros (R$ 530), de cinco anos atrás, fosse corrigido pela inflação do período (92,52%), o resultado seria R$ 1.020. Mas a realidade do mercado hoje é outra. Nesse bairro da zona oeste de São Paulo, a média está em R$ 510. Conclusão: a queda real chega a 50%.

A superoferta é o principal motivo dessa queda. Em 1998, a média de imóveis disponíveis para locação era de 15.250. Em 2003, saltou para 34.714 -aumento de 128%. A troca do aluguel pela casa própria explica os números: em 1996, a CEF (Caixa Econômica Federal) financiou no Estado 14.800 imóveis com recursos do FGTS. Neste ano, até agosto, já foram assinados 25.010 contratos