Chuvas fortes trazem uma enxurrada de problemas para quem mora em áreas alagadiças. Para deixar a água do lado de fora, é preciso adotar táticas como comportas que vedam o portão e reservatórios para reter o líquido.

Para segurar a correnteza da rua, vale fechar o portão com uma comporta -chapa metálica de pelo menos 1 m de altura, fixada na parede e soldada no portão, com borrachas que vedam o encontro do portão com o piso.

Feita em serralherias, custa a partir de R$ 220 (o m2). Em áreas onde a água vem com força, adota-se como trava uma barra em diagonal na chapa.

Nas ruas mais baixas do bairro de Quitaúna, em Osasco (Grande São Paulo), onde mora o aposentado Vitor Ferraz, 66, as casas têm comportas, inclusive a dele. Ele relembra os tempos da rua de terra: "Antigamente não alagava".

A cena também é típica no Tremembé (zona norte de São Paulo), com a cheia do córrego do horto florestal. Lá, em um abrigo de idosos, a solução adotada pela gerente administrativa Maria
Auricélia Pressi, 37, foi tubulação ligada à calha, que leva água para fora do jardim. "Não foi suficiente. Fizemos comportas e reservatórios com bombas. A bomba era elétrica, mas, quando a eletricidade caía, a casa enchia." A solução foi adotar bomba a gasolina.

"A dica é fazer uma "piscininha" para reservar a água da chuva e a da rua", confirma Erica Yoshioka, 59, professora do departamento de tecnologia da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Quando comportas barram a entrada da água, ela pode subir pela saída de esgoto da casa e chegar ao ralo. Para que isso não ocorra, essa saída deve ter uma válvula de contenção que, ativada pela pressão da água, fecha-se. Nessa hora, não se deve usar torneiras, chuveiros ou vasos sanitários, pois o esgoto não encontrará seu fluxo de saída natural.