Inflação nos preços de imóvel na capital se deve à pequena oferta de imóveis (Foto: Divulgação)

Inflação nos preços de imóvel na capital se deve à pequena oferta de imóveis (Foto: Divulgação)

O preço dos novos contratos de aluguel na capital paulista teve em janeiro o menor acréscimo desde julho de 2007, de acordo com a pesquisa do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). No mês, o índice que mede o valor do metro quadrado nos contratos firmados subiu 0,2% em relação a dezembro de 2009.

A estabilidade surpreendeu o Secovi, por ocorrer num mês em que normalmente há mais procura por parte de estudantes e pessoas que aproveitam as férias para se mudar. Na avaliação de Francisco Virgílio Crestana, vice-presidente de locação da entidade, a alta dos preços no fim do ano conteve os novos aumentos em janeiro. “A aceleração observada no último trimestre de 2009 provavelmente colaborou para a pausa verificada neste início de ano”, diz.

A pesquisa também mostrou que, no acumulado em 12 meses, a variação média dos novos contratos de aluguel residencial na capital paulista foi de 8,83%. Acima do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) do mesmo período totalizou 4,59%.

Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, a inflação nos preços de imóvel na capital se deve à pequena oferta de imóveis. “Acreditamos que agora a nova lei do inquilinato vai aumentar o número de imóveis disponíveis para a locação”, diz.

A expectativa do Secovi também é que a nova lei, que entre outras coisas reduz o tempo para o despejo em caso de inadimplência, aumente a oferta de imóveis e contenha o avanço do aluguel no longo prazo. “As taxas baixas de juros também são outro atrativo para investidores no ramo imobiliário”, diz o consultor em Locação do Secovi, Cícero Yagi.

Segundo Emerson Castello Branco Simenes, da CBS Consultoria Financeira, a nova lei do inquilinato também deve melhorar as condições para quem procura aluguel. “Se o proprietário consegue tirar o mal inquilino num curto prazo, talvez esteja mais disposto a pedir menos garantias na hora do aluguel”, diz.