Não houve trégua para os novos inquilinos neste ano. Em todos os meses de 2003 foi registrada alta nos valores de contratos novos na cidade de São Paulo. O consolo é que, mesmo subindo constantemente, os índices continuam abaixo da inflação no período, aponta o Secovi-SP (sindicato das construtoras e imobiliárias).

A Pesquisa Mensal de Valores de Locação Residencial do Secovi-SP, divulgada nesta sexta-feira, sobre o comportamento do mercado de locação em outubro, revelou aumento médio de 0,3% nos valores dos aluguéis de casas e apartamentos em relação a setembro.

O acumulado nos últimos 12 meses foi de 5,5%, abaixo dos índices de inflação registrados pelo IPC da Fipe ou pelo IGP-M, que tiveram variação média de 15%.

Foram entrevistadas 155 empresas que atuam na capital paulista. O estudo constatou que a maior alta nos valores cobrados em novos aluguéis (de 1%) ocorreu entre as unidades de um e três dormitórios.

Houve certo equilíbrio em termos de movimentação do mercado para as empresas pesquisadas. De acordo com o levantamento, para 36% das imobiliárias houve queda no número de imóveis locados no período, enquanto que para 34% delas o total de contratos fechados aumentou.

Segundo o Secovi-SP, essa redução foi menos acentuada nas imobiliárias que operam com apartamentos, pois para 46% delas houve estabilidade. Para 36% daquelas que operam com casas, entretanto, houve queda.

Em relação à oferta, 48% das empresas informaram que o estoque permaneceu nos mesmos patamares do mês anterior, mas 42% apontaram alta.

Mais realista

"Já é possível afirmar que devemos fechar este ano com um movimento inferior ao de 2002. Devido, muito mais, a uma expectativa otimista do que realista, em razão dos bons resultados do ano passado, que não se repetiram neste. De qualquer forma, os próximos meses, historicamente, sempre se mostram mais interessantes para o mercado, visto que entre dezembro e fevereiro há um maior volume de contratos fechados", analisa o vice-presidente de Locação do Secovi-SP, Sergio Luiz Abrantes Lembi.