Residências comercializadas em SP em 2011 chegarão a 31 mil, soma mais baixa desde 2006, afirma sindicato.

Até novembro de 2011, foram negociadas 24,5 mil unidades, total 20,8% menor que o de igual período de 2010.

A venda de residências novas na capital paulista em 2011 foi a menor em cinco anos. Foram comercializadas cerca de 31 mil unidades, segundo estimativa do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). O número não era tão baixo desde 2006, quando foram negociados 28,3 mil imóveis.

De janeiro a novembro do ano passado, as vendas somaram 24,5 mil unidades, de acordo com levantamento da instituição que vai ser divulgado hoje. Esse total é 20,8% menor que o do mesmo período de 2010. O estudo considera imóveis com três anos no máximo.

A velocidade de venda também diminuiu. O percentual de residências comercializadas sobre o total oferecido caiu de 22,7%, em média, nos primeiros 11 meses de 2010 para 13,9% em 2011.

A perda de ritmo do mercado imobiliário residencial também é percebida na região metropolitana de São Paulo, em que foram vendidas, de janeiro a novembro de 2011, 45,1 mil unidades -22,3% menos que no mesmo período do ano anterior.

"O resultado de 2011 refletiu a desaceleração da economia do país e a demora do governo federal em liberar as novas regras para o programa Minha Casa, Minha Vida, segmento em que as vendas são mais fortes", diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

A regulamentação, que foi publicada em agosto, aumentou o valor máximo dos imóveis incluídos no programa em São Paulo, no Rio e no Distrito Federal para R$ 170 mil.

"Além disso, a recuperação dos preços [dos imóveis] entre 2009 e 2011 também contribuiu para a redução do ritmo das vendas."

Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do SindusCon-SP (sindicato da construção), afirma que "é muito natural" que o mercado imobiliário cresça a um ritmo menor. "A expansão dos últimos anos era insustentável. Estamos passando por uma acomodação", diz ele.

Zaidan destaca que consumidores e construtoras estão se planejando melhor.

"O setor imobiliário crescerá menos em 2012, mas ainda acima do PIB (Produto Interno Bruto) do país", diz Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos.

LANÇAMENTOS

Os dados do Secovi-SP mostram que, em relação aos lançamentos de imóveis residenciais na capital paulista, a quantidade entre janeiro e novembro de 2011 foi praticamente a mesma observada em igual período de 2010, com ligeiro aumento de 1,3% (para 30,6 mil unidades).

A previsão é que o número fique entre 36 mil e 38 mil no fechamento de 2011, incluindo o mês de dezembro -em 2010, foram 38,2 mil-, e em 38 mil em 2012.

Preço não deve cair, afirmam especialistas

A queda nas vendas de residências novas em São Paulo não deve se traduzir em redução de preços, na avaliação de sindicatos, imobiliárias e consultores ouvidos pela Folha.

De acordo com os especialistas, haverá uma estabilização dos valores, que passarão a acompanhar os índices de inflação.

Mas uma desvalorização é improvável, principalmente em razão da escassez e dos altos custos de terrenos na cidade.

"Além disso, as incorporadoras estão cada vez mais atentas ao potencial de venda ao decidir por um lançamento, controlando a oferta", afirma Eduardo Zaidan, do SindusCon.

Fátima Rodrigues, diretora-geral de vendas da imobiliária Coelho da Fonseca, diz que 2012 começa em São Paulo com um estoque de imóveis novos maior que o do início de 2011, em razão do grande número de lançamentos no bimestre passado.

"Mas esses imóveis que entram têm um preço mais elevado; portanto, não puxam valores para baixo", diz Rodrigues.

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