A venda de material de construção caiu 21,4% em fevereiro deste ano na comparação com o mesmo período de 2008. No bimestre, a queda foi de 18,5%, segundo dados da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção).

Com os dados do primeiro bimestre, o setor solicitou ajuda ao governo com corte de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). No acumulado dos últimos 12 meses houve crescimento de 7,4%.

"A crise financeira internacional, que já se estende por seis meses, e a demora do governo em divulgar medidas de estímulo ao setor agravaram os resultados. É necessário o anúncio imediato dessas providências para reverter esse quadro", afirmou Melvyn Fox, presidente da Abramat.

A queda nas vendas no mercado interno em fevereiro em relação ao mês anterior foi de 8,5%. Para a Abramat, essa diminuição do faturamento se explica em parte pela diferença no número de dias úteis entre os meses. Para Fox a comparação aponta para um fraco desempenho já associado a reflexos da crise econômica sobre o mercado brasileiro.

Todas as categorias de materiais de construção apresentaram resultados negativos. As vendas que mais encolheram foram de materiais de base com queda de 11,6% na comparação entre fevereiro e janeiro de 2009, e 24% em relação a fevereiro de 2008.

O resultado acumulado no primeiro bimestre apresentou queda de 20,3% comparados ao mesmo período do ano passado. Já nos últimos 12 meses, crescimento de 12,1%.

Os materiais de acabamento foram os menos afetados. O faturamento das vendas internas diminuiu 2,3% em relação ao mês anterior e 15,7% se comparado a fevereiro de 2008. No resultado acumulado no primeiro bimestre de 2009, houve queda de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O acumulado dos últimos 12 meses acompanhou a tendência com retração de 1,9%.

O número total de funcionários da indústria de materiais manteve-se estável em relação ao mês de janeiro deste ano. Nos últimos 12 meses houve crescimento de 4,5% no número de funcionários contratados na indústria.

Mesmo com os números desfavoráveis no início do ano, as previsões da Abramat de resultados para 2009 continuam apontando para um crescimento de 5% em relação ao atingido em 2008. Isso levando em consideração a queda de 3,6% no PIB brasileiro divulgada recentemente pelo IBGE. Fox afirmou que essa previsão deve ser revista, de acordo com as medidas que forem tomadas para estímulo do setor.
 

Folha Online - 18/03/2009