As vendas de imóveis usados e a locação de casas e apartamentos tiveram forte expansão em julho na capital paulista. As 454 imobiliárias consultadas pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) venderam 85,76% a mais e alugaram 40,6% mais imóveis que em junho, resultado que reverte o desconforto causado pelo desempenho desses dois mercados no primeiro semestre. As vendas recuaram 29,22% e a locação encolheu 12,23% no período de janeiro a junho.

Esse aumento do volume de negócios nos dois mercados em julho teve reflexos nos preços dos imóveis e dos aluguéis novos. Os imóveis usados ficaram 3,97% mais caros na média geral dos preços de casas e apartamentos vendidos em julho comparativamente a junho. O aluguel teve alta de 2,9%, considerada a média de todas as locações feitas nesse período pelas imobiliárias pesquisadas.

“Os resultados de venda e locação em julho são muito animadores, mas, como sempre acontece no mercado imobiliário, é preciso cautela”, adverte José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP. “A prudência recomenda esperar para ver qual será a tendência real dos dois mercados nos próximos meses, embora seja lógico esperar um crescimento, ainda que em ritmo menor, daqui para o final do ano”, acrescenta.

Os fatores de otimismo apontados pelo presidente do Creci-SP são os bônus de participação em resultados, o décimo-terceiro salário e os ganhos com aumentos salariais que vão engordar a renda de muitas famílias nos próximos meses.

As 454 imobiliárias consultadas pelo Creci-SP venderam em julho na capital 286 imóveis, o que fez o índice de vendas crescer 85,76% – de 0,3391 em junho para 0,6300 em julho. Elas alugaram 1.106 imóveis, o que fez o índice de locação avançar 40,6% – de 1,7326 em junho para 2,4361 em julho. Vários fatores explicam esse desempenho. “Em julho, os dados divulgados pelo IBGE mostravam a economia em ritmo vigoroso, com mercado de trabalho aquecido, aumento da renda real e crédito em expansão. E isso se refletiu nos negócios imobiliários da cidade”, explica Viana Neto. Já a locação tem um fator histórico adicional de incentivo, segundo ele. “Meses de férias, como julho e dezembro/janeiro, costumam ser de grande movimentação nas imobiliárias porque estudantes e famílias costumam aproveitar esses períodos para mudar de bairro”.

Vendas à vista – Mais da metade das vendas de imóveis em julho na capital (50,35%) foi feita à vista, segundo a pesquisa Creci-SP. As vendas por meio de crédito bancário somaram 45,8% do total. Os proprietários venderam de forma parcelada 3,85% de todas as casas e apartamentos negociados pelas 454 imobiliárias. Não foram registradas vendas por meio de consórcio.

Os imóveis mais vendidos em julho foram os de valor superior a R$ 200 mil, com 76,28% do total de negócios formalizados nas imobiliárias consultadas. A pesquisa registrou 18 tipos de imóveis com preços médios maiores do que em junho e 8 tipos com preços menores.

O preço que mais subiu foi o de apartamentos de padrão médio com mais de 15 anos de construção situados em bairros da Zona A, como Alto da Boa Vista, Campo Belo e Cidade Jardim, entre outros. O aumento foi de 52,21%, com o preço médio do metro quadrado passando de R$ 3.841,67 em junho para R$ 5.847,36 em julho.

A maior queda do preço médio dos usados foi a de casas de padrão médio com até 7 anos de construção localizadas em bairros da Zona E, como Brasilândia, Campo Limpo e M´Boi Mirim. O valor médio apurado pela pesquisa CreciSP em julho foi de R$1.936,45, uma redução de 43,05% em relação a junho.

Locação – As 454 imobiliárias consultadas pelo CreciSP em julho alugaram 1.106 imóveis, 40,6% a mais que em junho. O índice de locação avançou de 1,7326 em junho para 2,4361 em julho. Alugaram-se mais apartamentos (54,52% do total) do que casas (45,48%). A maioria dos novos contratos, somando 52,86%, foi de imóveis com aluguel mensal de até R$1.200,00.

A pesquisa CreciSP registrou 16 tipos de imóveis com aluguéis maiores em julho e 16, com aluguéis menores que no mês anterior. O aluguel que ficou mais caro foi o de apartamentos de 4 dormitórios situados em bairros da Zona B, como Aclimação, Paraíso e Pinheiros.

O aluguel subiu 83,62%, passando de R$3.630,77 em junho para R$ 6.666,67. A maior baixa foi a do aluguel de casas de 2 dormitórios em bairros da Zona C, como Aeroporto, Lapa e Mandaqui. O aluguel caiu de R$1.177,14 em junho para R$762,77 em julho.

O número de contratos formalizados com garantia do seguro de fiança e do depósito de três meses do valor do aluguel foi maior (51,61%) que o daqueles que tiveram o fiador como garantidor do pagamento em caso de inadimplência do inquilino (48,3%). Imóveis alugados sem garantia representaram 0,09% do total.

As imobiliárias receberam 649 imóveis de inquilinos que desistiram da locação por motivos diversos (86,29%) ou financeiros (13,71%), número que equivale a 58,68% do total de imóveis alugados em julho. As devoluções foram 11,59% inferiores as de junho. Já o índice de inadimplência teve alta de 12,78% ao passar de 3,99% do total de contratos em vigor em junho para 4,5% em julho.

Ações judiciais – O número de ações judiciais propostas nos fóruns da capital cresceu de 4.045 em junho para 4.711 em julho, aumento de 16,46%. As ações renovatórias de aluguel aumentaram de 60 para 83 (+ 38,33%); as de falta de pagamento passaram de 1.150 em junho para 1.459 em julho (+ 26,87%); as de rito ordinário evoluíram de 228 para 271 (+ 18,86%); e as de rito sumário aumentaram de 2.596 para 2.889 (+ 11,29%). Só as ações de pagamento em consignação diminuíram – de 11 em junho para 9 em julho, queda de 18,18%.

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