O Comitê Municipal de Acompanhamento e Assessoramento das Ações de Controle da Dengue de Ribeirão Preto, reunido anteontem à tarde na Câmara Municipal, decidiu contatar a Associação das Administradoras de Imóveis e Condomínios do município em mais uma tentativa de envolver as imobiliárias locais no esforço de controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre amarela.
Criado por decreto do prefeito Gilberto Maggioni no ano passado, o comitê reúne os mais diferentes setores da sociedade (faculdades, órgãos públicos, lojas maçônicas etc). Nas reuniões, mensais, é feita uma análise da situação da dengue no município, discutindo medidas para o controle da doença. E uma das principais dificuldades, no momento, é o acesso aos milhares de imóveis fechados, disponíveis para locação ou venda.
Chefe da Divisão de Controle de Vetores do Centro de Zoonoses, Maria Luiza Santa Maria explica que ralos, vasos sanitários e calhas em imóveis fechados são importantes criadouros de larvas do Aedes aegypti. “Precisamos de um trabalho articulado com a associação das imobiliárias. A forma atual (do trabalho) não é satisfatória. Cada supervisor de equipe vai às ruas com um cartão telefônico. Deparando com um imóvel fechado, com placa de vende-se ou aluga-se, ele liga para a imobiliária e pede para que alguém vá abrir o imóvel. Às vezes somos atendidos, muitas vezes, não somos”, explica.
Quando o Comitê Municipal de Acompanhamento da Dengue foi criado, ano passado, a Associação das Administradoras de Imóveis e Condomínios foi convidada a participar - e aceitou. A entidade, porém, nunca enviou representante às reuniões mensais, e acabou desvinculada - o regimento do comitê manda indagar de um participante que falta seguidas vezes às reuniões se continua interessado em participar, e a associação informou que não queria mais integrar o grupo.
“Estamos entrando em contato para convidá-los a uma reunião conosco dos Vetores e mais representantes da Sucen, da Vigilância Sanitária e da DIR-XVIII. Queremos mostrar a gravidade do problema da falta de acesso das equipes do combate ao dengue aos imóveis sob responsabilidade das imobiliárias. Na epidemia de 2001, eles nos ajudaram muito. Precisamos voltar a trabalhar articulados”, destaca Maria Luiza.

Presidente diz que morador não pode “relaxar”
Na reunião de anteontem do Comitê Municipal de Acompanhamento e Assessoramento das Ações de Controle da Dengue foi feita uma apresentação da situação atual da doença na cidade. A avaliação foi feita por uma equipe da Funasa (Funda-ção Nacional de Saúde). O presidente do comitê, Helder Tamberllini, comenta que o quadro epidemiológico atual da dengue pode ser considerado satisfatório, já que a cidade registrou este ano 26 casos, contra 799 em 2004.
“Mas não podemos relaxar, uma vez que todas as condições para uma epidemia estão aí, temos o mosquito, o vírus e os criadouros”, destaca Tamberllini. Segundo ele, o principal problema no momento é a falta de acesso das equipes de campo aos imóveis sob responsabilidade de imobiliárias
Fazem parte do comitê representantes da USP (Universidade de São Paulo), Centro Universitário Barão de Mauá, Unaerp, Secretaria Municipal de Saúde, Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), Hospital das Clínicas, Polícia Militar, Associação Comercial e Industrial, Daerp, Fabarp (Federação das Associações de Bairro de Ribeirão Preto), Secretaria Municipal de Cidadania e Desenvolvimento Social, DRE (Divisão Regional de Ensino), Câmara Municipal, lojas maçônicas, Defesa Civil, Conselho Municipal de Saúde, DIR-XVIII (Direção Regional de Saúde), Secretaria Municipal dos Esportes, Secretaria Municipal de Infra-estrutura, entre outros órgãos/instituições.