foto: WEBER SIAN
O mercado de locação de imóveis para estudantes em Ribeirão Preto se tornou um ponto de atração para investidores de outros estados.
O engenheiro Arlindo Zaroni mora em Passos (MG) e possui sete apartamentos de um e dois dormitórios em RP, todos alugados para estudantes. Ele possuía imóveis em São José do Rio Preto e há alguns anos decidiu vendê-los e concentrar os investimentos em Ribeirão.
“Enxerguei um mercado promissor e com facilidade de negociação”, explica.
Ele comenta que é um investimento garantido, apesar da rentabilidade não ser tão alta, já que o valor do aluguel é baixo.
“As cidades que são centros universitários são garantia de retorno. Os imóveis estão sempre alugados e nunca tive problemas com inadimplência de estudantes”, afirma.
Segundo o diretor de Imobiliária Elizeu Rocha, nos anos 80 grandes investidores compravam imóveis na cidade para especulação, para revender em um curto espaço de tempo. Mas houve uma mudança de foco.
“A valorização imobiliária de Ribeirão Preto sempre foi alta. Mas hoje as pessoas que moram em estados distantes estão explorando este potencial para o público estudantil”, comenta.
Segundo Rocha, isso vem se intensificando nos últimos seis anos, devido à característica da cidade como pólo regional de estudantes.
O seu escritório administra imóveis de investidores que moram até mesmo fora do país. Um público bem diversificado: são investidores de Goiás, Minas Gerais, Acre, Mato Grosso.
Rocha comenta que muitas dessas pessoas são profissionais autônomos ou que vivem em regiões com potencial genuinamente agrícola.
“Este aluguel passa a ser um complemento de renda da pessoa. Ela diversifica seus investimentos, comprando apartamentos de um e dois dormitórios, de rápida liquidez e grande demanda de locação”, avalia.
O ginecologista Francisco Mendes Filho descobriu essa característica de Ribeirão há muitos anos quando veio à cidade fazer um curso na sua área.
O primeiro apartamento ele comprou quando decidiu mandar os filhos estudarem na cidade e, mesmo depois que eles se mudaram, continuou investindo em imóveis do mesmo padrão.
“Senti que a cidade era uma atração para estudantes devido às universidades e à freqüência de cursos de especialização oferecidos pelas instituições”, conta.
Mendes Filho pretende adquirir outros apartamentos, quando tiver capital disponível, sempre com o foco no público estudantil.
“Além da valorização do patrimônio, é fácil vender caso seja necessário”, justifica.
Rocha comenta que é um investimento de retorno garantido, pois no início do ano chega a faltar imóveis para estudantes.
Quem investe comenta que a única dificuldade é quando o contrato termina no meio do semestre letivo, como em agosto, por exemplo. Neste caso o imóvel pode ficar uns dois meses parado.
“Mas não é comum, pois as imobiliárias têm uma lista de espera”, ressalta Zaroni.

Internet
A conquista destes investidores tem ocorrido com um trabalho de divulgação das imobiliárias, principalmente através dos sites.
“Mandamos material para alguns cursinhos de outros estados. É assim que esses clientes despertam o interesse por este tipo de investimento”, comenta o diretor de imobiliária.

Valor do investimento
Quanto custa em média esta opção de investimento?
Os apartamentos de um dormitório, bem localizado, custam a partir de R$ 60 mil. Já os de dois dormitórios ficam entre R$ 80 e R$ 100 mil. O retorno mensal vai variar entre R$ 350,00 e R$ 500,00 de aluguel.

FIQUE DE OLHO
Investindo certo: localização e consultoria

Para garantir o sucesso do investimento, alguns pontos são fundamentais. A localização deve ser o primeiro critério a ser observado na escolha do imóvel. Quanto mais próximo a uma universidade maior a demanda de locação.
“Os estudantes querem morar aonde possam ir a pé para a faculdade, muitos se mudam sem carro para Ribeirão”, explica o diretor de Imobiliária Elizeu Rocha.
Os bairros mais procurados são a Ribeirânia, Iguatemi, Monte Alegre, Ana Maria, Jardim Paulista, e Jardim Irajá.
O valor do condomínio também deve ser visto pelo investidor, pois isso acaba sendo o empecilho no momento da locação. A existência de garagem costuma ser uma exigência.
“Os prédios mais baixos, sem elevador têm uma taxa condominial em torno de R$ 80,00 e são bem aceitos”, comenta Rocha.
Segundo o investidor Arlindo Zaroni, para aplicar em imóveis em outro estado é essencial buscar a assessoria de uma imobiliária tradicional na cidade.
“Isso vai garantir que não haverá problemas, já que você vai entregar a administração do imóvel a terceiros”, diz.
O ginecologista Francisco Mendes Filho já trocou de imobiliária duas vezes porque perdeu a confiança. Para ele, que mora em Belém, por conta da distância uma relação de transparência com a imobiliária é essencial. “Se surgir problemas ou algum imóvel estiver desalugado o corretor precisa nos comunicar”, ressalta.

VALESKA MATHEUS