A parte boa dessa aquisição é que os preços são 30% menores que os de mercado, mas "com ágio de 20% a 25% sobre o lance mínimo", estima Mário Westphalen, diretor de patrimônio do Santander Banespa.
A oportunidade, porém, poderá trazer dor de cabeça se o imóvel estiver ocupado ou tiver pendência judicial, os maiores riscos envolvidos na transação.
Celso Petrucci, diretor-executivo do Secovi-SP (sindicato da habitação), afirma que essas questões precisam constar, com clareza, do edital do leilão.
Mas Amauri Bellini, presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação, sugere consultas extras a certidões de registro do imóvel e cíveis para saber se sua posse está em discussão judicial (veja dicas no quadro à esquerda).
E poderá retardar a mudança por um período de seis meses até dois anos e meio, calcula João Teodoro da Silva, presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis.
Financiamento mais fácil
No caso do professor Larry Busther Salesi, 56, a espera foi abaixo da média -cinco meses. "Foi mais fácil porque era um inquilino que estava inadimplente com o aluguel", conta. "Paguei 40% menos em um apartamento igual ao que eu alugava no mesmo prédio."
O comprador não precisa pagar à vista. Pode parcelar a dívida, geralmente sem ter de comprovar renda, mas em prazos menores do que os dos financiamentos tradicionais.
Nos leilões do Bradesco, paga-se "sem juros em até 12 vezes", pontua Ricardo Dias, diretor de patrimônio. Na parceria Lopes-Unibanco, que leiloa imóveis zero-quilômetro ou dados como moeda de troca na aquisição de novos, o parcelamento, sem comprovar renda, atinge cinco anos, com juros de 12% ao ano.
"Oferecemos também financiamento pelo SFH [Sistema Financeiro da Habitação] em até 15 anos, mas com comprovação de renda", diz Gustavo Mota, diretor de crédito imobiliário do Unibanco.
EDSON VALENTE
da Folha de S.Paulo - 30/07/06