Impermeabilizar o imóvel durante a construção sai mais barato do que consertar os danos causados pelas chuvas. Com as constantes chuvas, as casas estão sujeitas a serem afetadas pela infiltração de água. A infiltração pode acontecer em qualquer local não impermeabilizado. Se o problema não for combatido, pode prejudicar a estrutura da construção e oferecer riscos aos moradores. Para o proprietário, tomar medidas contra infiltrações durante a construção do imóvel sai mais em conta do que reparar o dano depois.

Segundo o engenheiro civil Carlos Henrique Reis, para fazer a impermeabilização durante a construção o preço fica em torno de 2% do custo da obra. Para reparar os danos, esse custo subiria para 8% do valor da obra. O engenheiro afirma ainda que é preciso ter atenção na escolha do produto e da mão-de-obra.

No mercado existe uma grande variedade de produtos impermeabilizantes. A diferença entre eles está no preço, na facilidade de aplicação, na inovação e na durabilidade. Segundo Wiliam Anderson Teixeira, subgerente de vendas da Guidugli, loja de materiais de construção, o preço da argamassa mais procurada está em torno de R$ 27,50.

As tintas impermeabilizantes têm preços entre R$ 31 e R$ 78. Contudo, mesmo aplicando o material adequado e de boa procedência, ainda não há garantia de que o problema esteja resolvido por completo.

Outra questão importante é a qualificação da mão-de-obra. De acordo com Reis, é preciso que o pedreiro saiba aplicar o material para que a impermeabilização seja feita com sucesso. "Costumamos dizer que a mão-de-obra é 80% do serviço", afirma o engenheiro.

O engenheiro diz ainda que qualquer tipo de impermeabilização é temporária e que a durabilidade é determinada pela qualidade e pela aplicação do produto.

No caso da assistente social Sueli Menegucci Praes, de Bonfim Paulista, já foram feitos quatro reparos em sua casa, mas a infiltração na parede voltou a acontecer. "É difícil arrumar um pedreiro aqui. Eu já chamei cinco vezes e não conseguem resolver o problema", afirma Sueli.

Cada conserto custou R$ 50 por dia de mão-de-obra e durou apenas algumas horas cada. Outro problema que a assistente social teve foi na calha de sua casa, que causou mais infiltração nas paredes da casa.

O custo para consertar a calha foi de R$ 800 para quatro calheiros que fizeram o serviço em dois dias.

Mesmo depois dos reparos, a última infiltração estragou a fiação elétrica, afetou armários e roupas. "A calha passa do outro lado da parede do quarto, e a água que desce afetou toda a parede e o armário de madeira. As roupas que estavam no armário estão mofadas e não dá mais para usar", diz.

As casas mais antigas, como a de Sueli, que foi construída há 40 anos, têm mais chances de serem afetadas pela água. Segundo Reis, isso ocorre porque os materiais usados hoje são melhores do que os de antigamente.

A legislação garante que todo serviço de reparo tem garantia de cinco anos. Caso o problema volte a
acontecer nesse período, o responsável pelo concerto é obrigado a reparar o problema sem cobrar o serviço novamente. De acordo com Moacir Nogueira, da Lacre Impermeabilizações, para ser garantido pela lei o serviço deve ser executado por pessoal especializado.

"A lei só protege quem tenha feito contrato e nota fiscal. Nos casos de contratação de pedreiros não especializados, que não tenham sido treinados pelos fabricantes dos produtos, ou de aplicação do proprietário do local danificado, a garantia não existe", afirma Nogueira.

ADRIANA SORÓKIN
Especial para a Gazeta de Ribeirão - 03/02/07