Algumas pessoas que se programam para construir a casa própria acabam se deparando com a dúvida de quanto vão gastar nesta empreitada. Um orçamento bem planejado pode evitar surpresas ou mesmo um estouro nas contas, que impeça até mesmo a conclusão da obra.
“A estimativa de orçamento prevê todos os custos, desde a limpeza do terreno aos revestimentos. Assim, o valor total fugirá muito pouco do previsto”, diz o engenheiro Antônio Botelho.
Um erro comum é só perceber adaptações necessárias quando já se está construindo. Como a necessidade de terraplanagem do terreno ou o custo para construção do muro. “A depender do tamanho do terreno, um muro pode sair até por R$ 10 mil”, alerta Botelho.
E não se engane que ter a estrutura da casa pronta significa estar próximo ao final de gastos. O grosso da obra são os revestimentos e acabamentos. “A parte bruta, estrutura e alvenaria, representa apenas algo em torno de 40% da obra”, revela o engenheiro.
Logo é imprescindível definir o padrão de revestimentos na concepção do projeto, desde os pisos até detalhes como louças e torneiras dos banheiros. A cotação do preço dos acabamentos escolhidos vai possibilitar uma previsão o mais próxima possível da realidade. “Pode-se usar uma cerâmica R$ 15 ou um mármore que custa até R$ 140 o m2”, cita.
O tempo de construção também é um fator determinante. A média fica entre 9 e 12 meses. “Adiantar vai significar pagamento extra de pedreiros. Já o adiamento, que às vezes ocorre por falta de capital, também pode onerar”, ressalta Botelho.
Um projeto estrutural pode evitar gastos desnecessários com superdimensionamento de estruturas. Outro grave problema é desperdício de materiais. O levantamento permite uma compra exata, com apenas uma folga de 10% para reparos.
A contratação de um engenheiro pode ser feita através da administração geral da obra, quando é cobrado um percentual sobre o valor total que será gasto, ou por uma remuneração mensal.

Vivendo a experiência
O empresário João Viviani teve um acréscimo de 20% no valor que pretendia investir para construir sua casa num condomínio em RP, por ter aumentado a área útil. “Ter uma dimensão clara do tamanho de casa você evita surpresas em relação ao investimento”, diz.
Na opinião dele, algum transtorno sempre acontece, mas contar com profissionais especializados para montagem do orçamento, ler revistas de construção para lhe dar uma noção de quanto se gasta e acompanhar a obra, mesmo que haja um responsável técnico são dicas úteis que diminuem o risco de imprevistos.

DICAS
Passo-a-passo: do alvará ao custo total

Primeiro passo na hora de construir é observar se o tipo de obra pode ser realizada na região escolhida, dentro da legislação Municipal.
Por isso, para conseguir o alvará de licença é preciso apresentar um projeto na Prefeitura, para aprovação do departamento de obras particulares.
“Ele tem de estar dentro das normas previstas, por exemplo, de recuos e altura”, explica o engenheiro Botelho.
Mas mesmo aqueles que sempre sonharam em dar uma de engenheiro, vão precisar contratar um profissional.
“O Conselho Regional de Arquitetura e Enge-nharia fiscaliza se a obra tem um responsável técnico. Caso não haja, a mesma pode ser embargada”, alerta.

Cálculos
Para se ter uma idéia de custo total o cálculo pode ser feito por metro quadrado de acordo com o padrão da casa. Incluindo materiais e supervisão de um engenheiro.
Este valor começa em torno de R$ 550,00 m2, para residências mais simples, podendo chegar a R$ 1300, 00 para padrão A.
Ou seja, uma casa com cerca de 150 m2 pode sair em torno de R$ 82,5 mil, com acabamento mais modestos, ou chegar a R$ 135 mil. Já uma de 350 m2, com revestimentos mais caros fica em média R$ 350 mil para se construir, sem contar, em ambas as opções, com o valor do terreno.

Jornal A Cidade -03/12/06
VALESKA MATEUS