Uma questão de sorte
A ausência de taxas de juros (as parcelas são fixas) é apresentada como um grande atrativo dos consórcios. Mas isso não quer dizer que as despesa será sempre a mesma ao longo do prazo estabelecido no contrato de adesão.
— As empresas que oferecem consórcios trabalham com taxas de administração, fundos de reserva e seguros. Esse montante adicional pode chegar a 25% do valor do imóvel — alerta o economista Paulo César Dias, especialista em crédito imobiliário.
Mas Dias também aponta importantes vantagens da modalidade:
—Algumas empresas já oferecem a possibilidade de pagamento de parcelas menores enquanto o cliente não for contemplado. Ou seja, o valor do consórcio só aumenta quando ele se mudar para uma casa nova e ficar livre do aluguel. Outras vantagens são a opção de uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para fazer lances e a ausência de restrições em relação à localização do imóvel.
Riscos avaliados
De acordo com o professor de finanças Jorge Nilmar, para quem pensar em entrar num consórcio, fazer contas não é tudo. Ele diz que é preciso considerar os riscos, principalmente o de ser o último sorteado do grupo.
— Assim como haverá o primeiro, alguém terá de ser o último. O problema é que, ao assinar um contrato, ninguém se considera um azarado. E, em muitos casos, quem fica no bloco final de um grupo passa dez anos pagando não só o consórcio, mas também o aluguel — lembra Nilmar.
Segundo o especialista, para um consórcio valer a pena, é preciso ser sorteado no primeiro terço do prazo contratual: assim, o total pago a título de taxas de administração e seguros fica, em média, 15% menor do que o gasto pelos últimos contemplados.
Jornal Extra - 05/12/2007