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Consórcio avança e já soma 25% dos financiamentos.

MATHEUS URENHA EFEITO CASCATA Em fase aquecida, o mercado imobiliário de RP movimenta também o setor de consórcios Os consórcios já representam 25% dos imóveis vendidos por financiamento no país, segundo o boletim econômico da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC) divulgado este mês. O setor registrou um crescimento de 18% em 2007 em relação ao ano anterior e a expectativa para este ano é ainda maior, de 20%. “O crescimento vem se mantendo nesse patamar há cerca de três anos. Hoje já temos uma carteira de 565 mil clientes na ativa em consórcios de imóveis no Brasil. Em 2006 fechamos com 470 mil pagantes”, afirma o presidente regional da ABAC- SP, Luiz Fernando Savian.Uma mudança gradativa de postura do brasileiro, que está planejando de forma melhor os gastos, e a diferença nas taxas praticadas pelas modalidades do mercado são os fatores que justificam esse aumento na opinião do presidente. Mas o sistema só é vantajoso para quem não tem urgência em adquirir o imóvel. Foi essa diferença nas taxas que levou o vendedor de veículos Denis Alberto Higino a adquirir um consórcio de 120 meses, em 2004, quando decidiu se casar. “Na época fiz uma pesquisa de preços e o valor da prestação de um consórcio ficava bem mais baixa do que de um financiamento. Pago uma taxa de 0,41% de juros ao mês, incluindo a taxa de administração e o seguro de vida. Compensa muito”, conta. No décimo mês ele foi sorteado e trinta dias já estava com a chave de seu imóvel em mãos. Como a carta de crédito era de R$ 30 mil, na época Higino vendeu o carro para comprar o apartamento de três dormitórios, no Jardim Irajá, escolhido por ele e pela mulher. “Isso pesou para que eu tivesse uma visão positiva do sistema de consórcio. Mas mesmo se não tivesse sido sorteado, optaria pelo consórcio pela vantagem financeira”, comenta. De fato o custo final do consórcio fica cerca de cinco vezes mais baixo do que as outras modalidades de financiamento. A variação média de juros ao mês, já contabilizando a taxa de administração, o fundo de reserva e seguro de vida, varia de 0,17% a 0,20%, na maioria das administradoras, segundo Savian.Nos financiamentos tradicionais esse juro pode chegar a 2% ao mês. “Essa é a grande razão da descoberta dos consórcios por parte da população”, opina. Outro ponto, na sua opinião que leva a adesão é a possibilidade da cota representar 100% do valor do imóvel. “Contemplada, a pessoa terá o dinheiro em mãos para comprar à vista ampliando a possibilidade de negociar descontos no valor”, analisa. O prazo médio de contemplação gira em torno de 60 meses, mas a pessoa pode antecipar através de um lance, um investimento de 40% sobre o valor do consórcio. “Muitas pessoas utilizam o FGTS para esse lance”, comenta Oliveira.Carta de créditoO valor médio da carta de crédito passou de R$ 55,4 mil em janeiro de 2007 para os R$ 70 mil atuais. No Estado de São Paulo, a ABAC estima que gire em torno de R$ 80 mil por conta do custo do imóveis. E em Ribeirão Preto esse valor é ainda mais alto, por conta do boom no mercado imobiliário. “Em Ribeirão a demanda significativa é para carta de crédito de R$ 100 mil, por conta dos valores praticados na cidade”, comenta Ricardo Oliveira, gerente comercial de uma administradora de consórcio com mais de 20 anos no mercado. Brasileiros estão aprendendo a planejarPara o presidente regional da ABAC-SP, Luiz Fernando Savian. o lançamento de novas modalidades de financiamentos não vai interferir na expectativa de crescimento, por conta da mudança de postura do brasileiro e da diferença de juros que ainda é muito alto. “São clientes com perfis diferentes. Quem opta pelo financiamento é aquele que não fez uma programação de compra, um planejamento e precisa adquirir de imediato o imóvel. O consórcio é uma poupança planejada para aquisição da casa própria. Nosso papel é impor uma disciplina para o grupo de consorciados”, explica Savian.PosturaReflete também uma mudança de postura. Uma pesquisa do Datafolha encomendada pela ABAC mostra que 50% da população economicamente ativa pretende comprar um imóvel nos próximos 3 anos. “Na pesquisa constatamos que destes que pretendem comprar, 70% querem adquirir à vista através de uma poupança”, informa.“Houve uma mudança de postura. Aquela frase de que se compra de acordo com as prestações que cabem no bolso está perdendo espaço”, completa.

21 de abril de 2008

Economia aquecida faz preço de imóvel saltar mais de 70% em SP.

Os preços dos imóveis em São Paulo deram um salto nos últimos quatro anos, resultado de crédito mais barato e amplo e de um contexto econômico tranqüilo, sem inflação galopante.O bairro da Mooca, na zona leste da cidade, é um exemplo. Foi o que obteve maior valorização em preços de imóveis novos entre 2003 e 2007, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp).No período, a média do metro quadrado na região subiu 78,7% e saltou de R$ 1.782,75 para R$ 3.185,83. Veja nos gráficos abaixo a valorização dos imóveis em SP e o perfil dos compradores Os preços dos imóveis começaram a subir em determinados bairros paulistanos em razão da crescente procura."O aumento do crédito e o barateamento dos juros reduziram as prestações do financiamento. A classe média e a alta continuam elevando o preço dos imóveis pela procura", afirma o diretor-financeiro da construtora e incorporadora Camargo Corrêa, Paulo Mazalli. Além disso, segundo ele, a demanda das camadas populares por apartamentos e casas mais baratos está "explosiva".Na opinião do presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi), João Crestana, o fim da inflação elevada foi um grande marco para o mercado imobiliário, pois possibilitou a queda dos juros e fez com que a sociedade encarasse com mais coragem os financiamentos. "A inflação era o grande problema, porque imóvel precisa quase sempre de financiamento, e os juros elevados não permitem isso. A partir de 1994, o país também começou a recuperar os instrumentos legais que protegem a habitação, como a alienação fiduciária, e isso ajudou muito", diz.A alienação fiduciária permite que o vendedor ou financiador do imóvel detenha a propriedade até o momento de quitação total da dívida pelo mutuário. Essa nova lei trouxe maior segurança aos bancos, que passaram a emprestar mais dinheiro.Segundo o presidente do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci), João Teodoro, o sentimento geral do setor da construção civil é de otimismo."Todas as perspectivas estão se concretizando, com um volume significativo de vendas e procura aquecida", afirma.Segundo o proprietário da imobiliária Frema, José Roberto Federighi, quanto mais próximo for um bairro de comércio e serviços, além da arborização do local e tranqüilidade em termos de segurança, mais moradores ele deverá ter.É interessante notar que, de 2003 a 2007, entre as 10 áreas da cidade de São Paulo que mostraram maior aumento no preço do metro quadrado dos imóveis, apenas o Brooklin e a Vila Leopoldina não contam com estações de Metrô nas proximidades, embora existam linhas de trem que atendam a região.No caso de Mooca, Tatuapé e Jardim Anália Franco, todos são servidos pela linha 3 (vermelha) do Metrô. Santana é atendido pela linha 1 (azul), e Pompéia, Perdizes, Lapa e Vila Romana estão bem próximos à linha 2 (verde).Perto do CentroO sucesso de um bairro tem muita ligação com a sua vizinhança. Na opinião do gerente comercial da construtora Rossi Residencial, Klausner Monteiro, todos os imóveis recém-lançados na Mooca sempre vendem rápido, pois as pessoas gostam de morar na região principalmente devido à proximidade com o centro da cidade."Hoje, se você tiver a receita de boa localização, bom produto e preço atrativo, com certeza a vende será sempre veloz", afirma.Na Vila Leopoldina, localizada na zona oeste da cidade, o avanço nos preços também foi expressivo —foi o segundo bairro mais valorizado entre 2003 e 2007.No período, o valor médio do metro quadrado na região teve alta de 74% e passou de R$ 1.953,49 para R$ 3.398,50. Antes havia muitas indústrias e galpões de armazenagem, o que criou espaço amplo hoje para prédios de médio e alto padrão.Sua proximidade com bairros nobres como Alto da Lapa, Perdizes e Pinheiros, o rápido acesso para as marginais dos rios Pinheiros e Tietê e a facilidade de alcançar estradas como Castelo Branco, Raposo Tavares, Anhangüera e Régis Bittencourt favorecem o crescimento.Depois do shoppingO jardim Anália Franco, na zona leste, terceiro colocado entre os bairros mais valorizados, obteve aumento de 69% no preço do metro quadrado, que passou de R$ 2.140,20 em 2003 para R$ 3.613,73 no ano passado. Mas, nas ruas mais procuradas, o valor pode chegar a R$ 5.000.O bairro surgiu recentemente após a construção do shopping de mesmo nome na região em novembro de 1999. É considerada uma das áreas nobres da zona leste, com comércio e serviços. Ana Carolina LourençonEm São Paulo

18 de abril de 2008

Vistoria mensal é item obrigatório no relatório de inspeção em elevadores.

Um item obrigatório que consta no RIA (Relatório de Inspeção Anual) são as vistorias mensais dos elevadores. Há duas opções de contrato: de conservação ou manutenção simples --a cerca de R$ 300 mensais por elevador-- e de manutenção preventiva ou integral --custa, em média, R$ 750 mensais por elevador. Apenas na última a troca de peças está inclusa. E ambas podem ter desvantagens. "Empresas não idôneas podem trocar peças antes do necessário, no primeiro caso, ou esperar um defeito grave para fazê-lo, no segundo", alerta o engenheiro mecânico Heraldo Melo, 55, diretor da consultoria em elevadores Hertech. Em São Paulo, é obrigatório contratar empresa cadastrada no Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis). Como responsável civil e criminal pelo conforto e pela segurança de condôminos e visitantes, o síndico deve estar atento a alguns sinais. Uma boa visita deve durar cerca de duas horas, por elevador, segundo o presidente do Seciesp (sindicato de empresas de elevadores de São Paulo), Fábio Aranha, 41. "O técnico vai à casa de máquinas, verifica barulhos, anda por cima da cabine para ver se há problemas nos trincos de segurança e nas guias [trilhos]", descreve o consultor Melo. O síndico ou o zelador deve verificar se o técnico assinou, anotando data e número de sua matrícula na empresa, o check-list --a ser afixado na porta interna do quadro de comando, que fica na casa de máquinas. Moradores devem informar ao síndico anormalidades, como vibração e ruído estranhos e desnível da cabine em relação ao pavimento nas paradas. Ele não pode ser superior a 10 mm pela norma técnica de elevadores (NBR NM 207) para os fabricados desde 1999. Outros indícios que devem ser comunicados são paradas em andar diferente do solicitado e defeitos nos botões de abrir e fechar e no sensor da porta, alerta o tenente do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo Marcos Palumbo, 33. Problemas nas portas da cabine e do pavimento correspondem a 65% dos chamados atendidos pela empresa ThyssenKrupp. A norma técnica exige que ambas sejam automáticas --em elevadores fabricados antes de 1999, elas são do tipo eixo vertical, abertas pelo passageiro. Vandalismo Esbarrões com carrinhos de bebê ou de compras podem tirar a porta da cabine dos trilhos. "E quando o ajuste do contato não está bem-feito, o equipamento é programado para não partir", explica Paulo Duarte, 36, gerente da ThyssenKrupp em São Paulo. Brincadeiras como pular no elevador podem fazê-lo parar, porque o sistema de segurança detecta excesso de vibração e trava o equipamento. Vandalismo e uso inadequado --como abertura brusca de portas e acionamento de botoeiras sem necessidade-- são coibidos com instalação de câmeras, sugere Abdon de Souza Filho, 42, da administradora de condomínios Prop Starter. "Já a porta da casa de máquinas deve ficar trancada", lembra o gerente regional da Atlas Schindler, Osvaldo Gazola.

13 de abril de 2008

Vistoria mensal é item obrigatório no relatório de inspeção em elevadores.

Um item obrigatório que consta no RIA (Relatório de Inspeção Anual) são as vistorias mensais dos elevadores. Há duas opções de contrato: de conservação ou manutenção simples --a cerca de R$ 300 mensais por elevador-- e de manutenção preventiva ou integral --custa, em média, R$ 750 mensais por elevador. Apenas na última a troca de peças está inclusa. E ambas podem ter desvantagens. "Empresas não idôneas podem trocar peças antes do necessário, no primeiro caso, ou esperar um defeito grave para fazê-lo, no segundo", alerta o engenheiro mecânico Heraldo Melo, 55, diretor da consultoria em elevadores Hertech. Em São Paulo, é obrigatório contratar empresa cadastrada no Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis). Como responsável civil e criminal pelo conforto e pela segurança de condôminos e visitantes, o síndico deve estar atento a alguns sinais. Uma boa visita deve durar cerca de duas horas, por elevador, segundo o presidente do Seciesp (sindicato de empresas de elevadores de São Paulo), Fábio Aranha, 41. "O técnico vai à casa de máquinas, verifica barulhos, anda por cima da cabine para ver se há problemas nos trincos de segurança e nas guias [trilhos]", descreve o consultor Melo. O síndico ou o zelador deve verificar se o técnico assinou, anotando data e número de sua matrícula na empresa, o check-list --a ser afixado na porta interna do quadro de comando, que fica na casa de máquinas. Moradores devem informar ao síndico anormalidades, como vibração e ruído estranhos e desnível da cabine em relação ao pavimento nas paradas. Ele não pode ser superior a 10 mm pela norma técnica de elevadores (NBR NM 207) para os fabricados desde 1999. Outros indícios que devem ser comunicados são paradas em andar diferente do solicitado e defeitos nos botões de abrir e fechar e no sensor da porta, alerta o tenente do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo Marcos Palumbo, 33. Problemas nas portas da cabine e do pavimento correspondem a 65% dos chamados atendidos pela empresa ThyssenKrupp. A norma técnica exige que ambas sejam automáticas --em elevadores fabricados antes de 1999, elas são do tipo eixo vertical, abertas pelo passageiro. Vandalismo Esbarrões com carrinhos de bebê ou de compras podem tirar a porta da cabine dos trilhos. "E quando o ajuste do contato não está bem-feito, o equipamento é programado para não partir", explica Paulo Duarte, 36, gerente da ThyssenKrupp em São Paulo. Brincadeiras como pular no elevador podem fazê-lo parar, porque o sistema de segurança detecta excesso de vibração e trava o equipamento. Vandalismo e uso inadequado --como abertura brusca de portas e acionamento de botoeiras sem necessidade-- são coibidos com instalação de câmeras, sugere Abdon de Souza Filho, 42, da administradora de condomínios Prop Starter. "Já a porta da casa de máquinas deve ficar trancada", lembra o gerente regional da Atlas Schindler, Osvaldo Gazola. DÉBORA FANTINIda Folha de S.Paulo 13/04/08

13 de abril de 2008

Mercado está aquecido na região.

MATHEUS URENHA BOM MOMENTO Em Sertãozinho já existem filas de interessados na locação de imóveis residenciais Quem procurasse um imóvel para alugar em Sertãozinho de 1998 a 2005 encontrava imobiliárias sem espaço na recepção para a fixação de novas fichas de anúncios. Sobravam opções. Alguns locatários chegaram a fazer promoções, oferecendo o primeiro mês gratuitamente. Hoje, quando um imóvel residencial vaga na cidade, não há tempo para divulgação – já tem uma fila de pessoas à espera dele. A recuperação do setor sucroalcooleiro após uma grave crise vivida entre 1997 e 2004 levou o mercado de locações do desânimo à ebulição. “Eu usaria superlativo absoluto sintético para definir o panorama atualmente: está aquecidíssimo”, afirma o corretor Aílton Pacífico de Queiroz, diretor da Imobiliária Lar.O consumo do etanol está estimulado no mercado interno e há perspectivas futuras de exportação. Além de quatro usinas e três destilarias, das 550 empresas existentes na cidade, 90% são fornecedoras do setor sucroalcooleiro – todas tiveram aumento de trabalho motivado pelo recente movimento de ampliações e construções de novas unidades no Brasil.Para atender a demanda, todas as empresas locais passaram a contratar mais. Em janeiro de 2002, o setor industrial empregava 7,8 mil trabalhadores, contingente que subiu no ano passado para 13 mil pessoas. O movimento crescente deu mostras de continuidade no primeiro mês de 2008, quando a indústria admitiu 1.541 funcionários contra 727 demissões. Sertãozinho buscou a maior parte dessa nova mão-de-obra especializada em outras cidades, o que provocou uma corrida por imóveis para locação. “O setor imobiliário é o primeiro que sente a crise, mas também é o primeiro que reage”, define Queiroz.Aumento de procuraA chegada de tanta gente em Sertãozinho fez aumentar a procura por aluguéis em 70% a 80% na cidade. As imobiliárias não conseguem captar os volumes que o mercado demanda. Algumas pessoas chegam a aguardar mais de um ano em filas de espera. “Tenho pilhas de cadastros aprovados. Se eu tivesse hoje 200 imóveis, não demoraria uma semana para alugar todos”, conta Queiroz.DA REPORTAGEM 12/04/08

13 de abril de 2008

Os cinco pecados ambientais.

O jornalista Adriano Quadrado, na edição de 28/10/2007 deste A Cidade, trata de matéria com título “Ribeirão comete cinco pecados ambientais”. O quarto pecado é a falta de árvores. Em Política, crime é mais do que pecado mas erro é mais que crime. Lembrando Talleyrand, ministro das relações exteriores antes, durante e depois da Revolução Francesa – portanto, inclusive de Napoleão Bonaparte – dizia que “na boa política, é preciso evitar os erros muito mais do que os crimes”.Logo, mais do que um crime, mais do que um pecado, a insuficiência de árvores no panorama urbano de Ribeirão Preto é um erro. E um erro que atinge, diretamente, a qualidade de vida da cidade, marcada por boas expectativas quanto ao futuro do ponto de vista do desenvolvimento econômico. Construída sobre a cratera de um extinto vulcão, Ribeirão Preto – literalmente – localiza-se sobre um buraco. O que faz com que seus habitantes suportem uma temperatura média bem acima, inclusive, daquela que se sente na maior parte das cidades da região. O plantio de árvores seria, portanto, uma boa atenuante para amenizar o calor que marca a cidade. Diz a matéria que “o tamanho do déficit verde de Ribeirão Preto equivale a 5,57 milhões de metros quadrados. A cidade precisaria mais de um campus da USP em áreas verdes ou 573 estádios de futebol. O município foi planejado para ter 17,4 m2 de áreas verde por habitante mas tem apenas 4,4 m2.”Não há possibilidade de se pretender que apenas a sociedade cuide e encaminhe a solução do problema. Porque a insuficiência de verde é um problema que representa o rompimento do equilíbrio ambiental. É necessário um trabalho conjunto dos setores público – notadamente o municipal – e privado. No passado, com a reserva florestal do que atualmente nós conhecemos como bosque Fábio Barreto, cuidou-se mais da questão. Inclusive de maneira pioneira. Atualmente, o valor da terra tem aumentado na razão direta do desenvolvimento imobiliário, que é parte da expansão econômica. E, por conseguinte, tem dificultado e até impedido a tomada de medidas de preservação das reservas residuais. Mas a valorização do hectare de terra na zona rural, na esteira da expansão do agronegócio, igualmente tem impedido medidas que tentem cortar no presente, agravamento de maiores problemas no futuro.O poder público municipal tem que declarar de utilidade pública, para fins de desapropriação, áreas que representam parte do residual de reservas florestais. Mas tem sobretudo que cuidar da grande quantidade de terras que já possui, conseqüência das áreas que os loteadores doam no momento em que o projeto de parcelamento do solo é apresentado e aprovado. Se estas áreas forem somadas, se receberem o plantio de árvores, sem dúvida que 5,57 milhões de metros quadrados – tamanho do déficit estimado – será reduzido sensivelmente.Mas o setor privado terá que ser chamado à colação. E ser incentivado a destinar, unilateralmente, mais verdes nos novos loteamentos. O incentivo não deve necessariamente partir do setor público. Deve partir da consciência ambiental do comprador de novos lotes. Eles formam a procura. E esta tem o poder de ser o útero de onde nasce a necessidade. Sendo a mãe da criação e a força do desenvolvimento econômico, a necessidade – âmago da procura – impõe o ajustamento da oferta.“O que é a cidade senão o seu povo”? pergunta William Shakespeare. O povo – no caso os adquirentes de lotes em novos lançamentos – deve impor a cidade nova, a Ribeirão Preto mentalizada no século 21 como a que também cuida de um dos mote destes tempos: a conciliação do desenvolvimento econômico com a preservação da qualidade de vida.  

13 de abril de 2008

Belo e funcional, mesmo sendo compacto.

WEBER SIAN LEVE E FUNCIONAL Tons claros e mesinha projetada no projeto de Zelena Os apartamentos decorados encantam os clientes que visitam os empreendimentos e apresentam soluções inteligentes. Mostram que, mesmo em espaços compactos, é possível viver bem. Mas a decoração dos sonhos chega a custar 60% do valor do imóvel. Decorados para agradar a maioria das pessoas, os profissionais preparam o apartamento ao gosto do mercado e de acordo com as tendências atuais. Para a arquiteta Tânia Sobreira, ele permite à pessoa sentir até onde pode chegar com a decoração e como adequá-la às suas necessidades. “Fazemos uma decoração para mostrar ao cliente o verdadeiro potencial do apartamento, até onde ela pode levá-lo a explorar o imóvel. Assim ele terá a capacidade de sentir o espaço real”, comenta.Quando a pessoa entra num cômodo somente com as quatro paredes se tem a sensação é de um espaço reduzido. “No decorado ela tem noção de qual mobiliário poderá utilizar”, fala.SonhoPara os arquitetos a visita a um decorado pesa pelo menos 50% na decisão do cliente. “A gente tenta passar o sonho de aquisição mais importante da família, que é a casa própria. Você vende um sonho”, diz Tânia.“Facilita ao cliente o entendimento de que os espaços foram planejados para caber um mobiliário para uma vida confortável e decente”, declara a arquiteta Zelena Rivaben.InspiraçãoElas comentam, que o decorado inspira as pessoas que vão comprar o imóvel a seguir as idéias e soluções, acrescentando outras de acordo com seu estilo de vida. “Hoje não se faz projetos por m², mas por cm². Cada centímetro é importante no volume e no conjunto”, comenta Zelena.Numa decoração de um apartamento de 60 m2, assinada por ela, os móveis planejados, o espelho na pareda sala de jantar, a mesa de vidro e as cadeiras vazadas, além da mesinha de centro projetada pela arquiteta tornam o espaço funcional e leve. “Hoje é feito um layout com equipamentos de ponta, com os quais se ganha espaço. Com uma TV LCD você economiza 50 cm de bancada. Não há porque ter espaços mortos e sem aproveitamento”, declara.Espaço inteligenteE de fato o uso dos espelhos, aberturas amplas e vidro são soluções freqüentes nesses apartamentos e que garantem além de uma circulação perfeita, um belo efeito visual. “O vidro ocupa um espaço físico, mas preserva o espaço visual”, explica Tânia. Ela também cita que às vezes um lambri de maderia ou um outro revestimento de parede tornam o ambiente mais aconchegante e encantam o cliente. Já os móveis planejados auxiliam na personalização e na adequação das medidas. “Você faz de acordo com as medidas, desenhos e cores. Exercem a função a que se destinam e não comprometem o espaço”, diz.Em casa E não é só o mobiliário que encanta. Os detalhes estão presentes até em utensílios, como panelas e geladeiras funcionando. “A intenção é passar que há pessoas habitando o imóvel. O cliente deve se imaginar morando no apartamento, dentro da sua casa”, afirma Tânia.Mas toda essa perfeição na decoração, nem sempre se encaixa no orçamento de quem acabou de investir as economias num imóvel, já que ela pode chegar a 50% do seu valor. “Não é um sonho tão distante, pois pode ser realizado em etapas. Os ambientes podem ser decorados aos poucos. A pessoa já deu o primeiro passo e já viu o potencial que ele pode atingir”, conclui Tânia. Valeska Mateus

13 de abril de 2008

Moradores resistem à invasão comercial.

J.F.PIMENTA DONA AURORA “Me acostumei com o movimento e não me sinto ilhada. Não saio daqui enquanto eu viver”   Apesar da invasão do comércio em avenidas tradicionais de Ribeirão Preto como a Nove de Julho e a Independência, algumas residências resistem às mudanças. E mesmo com propostas financeiras atraentes, por conta da valorização imobiliária, seus moradores não abrem mão do prazer de viver nelas. “Não pretendo sair daqui enquanto eu viver, já tive boas propostas de compra e aluguel, mas não aceitei. Não compensa sair da minha casa confortável só pelo dinheiro”, afirma dona Aurora Ignácio Bitar, de 83 anos, 40 deles morando na avenida Nove de Julho. Ela acompanhou todas as transformações pelas quais passou a avenida, viu o comércio chegar e ocupar quase todos os espaços. “Os vizinhos eram amigos, foram saindo e saindo. Só eu que fiquei”, fala. É apenas disso que ela sente saudades: da companhia dos vizinhos. E não é apego sentimental que a impede de mudar. Questionada se sente ilhada entre lojas e estabelecimentos comerciais, logo responde: “O fato de ser comércio não me incomoda, me sinto muito bem aqui. Estou perto de tudo que preciso e até gosto do movimento, me acostumei com as mudanças. Sento na sala e fico vendo o movimento e as pessoas. Me sinto viva”, declara. Segundo dona Aurora, apesar de não ser como antes, a avenida continua tendo seu charme, “Sempre que volto de viagem fico feliz de entrar na Nove de Julho”, conta.Já a filha Denise Bitar, que também vive na residência com o marido, mesmo gostando da casa, só não se muda por respeito ao desejo da mãe. “O comércio invadiu tornando o trânsito ruim. Adorava morar aqui na adolescência, a avenida era o ponto de encontro da cidade. Possuía postes maravilhosos que davam encanto”, diz. “Aceitaria uma boa proposta financeira e me mudaria para um bairro mais residencial, mas optei morar com meu pais”, afirma.Rentabilidade“A maioria das residências é patrimônio de família. São poucas pessoas que têm a possibilidade de escolher em continuar morando nessas avenidas ou não por conta do valor do imóvel. Apesar da alta rentabilidade financeira, permanecem pelo desejo e a tradição de morar nessas avenidas”, comenta o diretor de imobiliária João Paulo Fortes Guimarães.Mas entre os poucos moradores dessas avenidas, alguns já se renderam às vantagens financeiras que a venda ou locação para fins comerciais pode render.Como o casal Berta Maria e Teodomiro Uchôa, que há 15 anos se mudaram do Alto da Boa Vista para a residência na Nove de Julho, no número 707, onde permanecem até hoje. “É uma casa de família, herança dos pais dela. Minha esposa nasceu e foi criada nela. Mas isso não se tornou um impedimento, ela não tem esse apego todo e é preciso tornar a vida mais prática”, comenta o diretor de imobiliária. A idéia de alugar o imóvel surgiu há dois anos, mas a decisão só foi tomada este ano. Segundo ele dois fatores pesaram: o movimento e o retorno financeiro com a locação do imóvel. O valor pedido de aluguel é R$ 6 mil. “Não é mais um lugar próprio para se morar, tem muito barulho e dificuldade para entrar e sair de casa por conta do trânsito. Além disso a casa de 350 m² se tornou grande para nós dois”, diz. Mas assim como Dona Aurora, ele vê algumas vantagens. Na opinião de Uchôa viver em áreas estritamente comerciais significa ter fácil acesso a todo tipo de serviço e produtos. “A gente acaba se acostumando, além da facilidade de ter tudo perto, nas mãos”, afirma.Tendência é de domínio pelo comércioUma das características da avenida é a presença de empresas que estão há mais de cinco anos no mesmo lugar. “Num curto período de tempo não haverá mais imóveis para locar”, ressalta.Para João Paulo Guimarães, diretor de imobiliária, a oportunidade comercial empurra as pessoas a se mudarem desses locais. “Foi o que aconteceu, principalmente, na Nove de Julho com a entrada de empresas grandes. Ele afirma que a liquidez é alta. “É um local desejado por muitos comerciantes, de diferentes ramos de atuação. Qualquer imóvel que se coloque para alugar ou vender, pelo preço real de mercado, se tem retorno”, afirma. Na Nove de Julho, por exemplo os aluguéis, segundo ele, começam a partir de R$ 4 mil, mas não há como precisar o limite.Em um ponto ele e outros entrevistados concordam: a tendência a curto e médio prazo é que os poucos imóveis que ainda sobrevivem como residências se transformem em comércio permanente.

07 de abril de 2008

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