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Notícias

Verde e casas grandes.

Jardim Canadá foi feito com inspiração em comunidades no País da América do Norte e tem hoje 930 moradores. ANGELA PEPEO Jardim Canadá, bairro nobre da Zona Sul de Ribeirão, tem casas espaçosas, terrenos grandes (média de 700 metros quadrados) e arborizados e, como consequência, qualidade de vida diferenciada.Os terrenos da região têm em média 700 metros quadrados. O bairro foi projetado com áreas verdes interligando um quarteirão a outro no fundo das casas.De acordo com o engenheiro e morador Marcos Augusto Spinola de Castro, o bairro foi inspirado nos moldes habitacionais do Canadá, por isso a denominação. O loteamento é de 1970. Ruas do bairro levam nomes de cidades canadenses, como Vancouver, Quebec, Toronto e Ottawa.O Jardim Canadá é o décimo oitavo bairro abordado pela série "Bairros de Ribeirão", idealizada pela Gazeta como homenagem aos 150 anos da cidade, comemorados no dia 19 de junho.De acordo com José Anibal Laguna, diretor do Departamento de Urbanismo, o Jardim Canadá é um dos bairros mais avançados no quesito planejamento.Segundo Laguna, o processo de urbanização do bairro foi acelerado com a construção do RibeirãoShopping. O diretor diz que o projeto inicial do loteamento destinava uma área para comércio, mas nunca foi construído qualquer estabelecimento no local.A Asac (Associação Amigos do Canadá) defende a condição estritamente residencial do bairro. Uma parte do bairro, que fica entre a avenida José Adolfo Bianco Molina e a Carlos Consoni, tem a Asac como gestora. A outra é cuidada pela SAC 1A (Sociedade Amigos do Canadá).Ambas trabalham em conjunto para a segurança com monitoramento por câmeras, vigias e guaritas. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o cálculo da população do último censo de 2000 é de cerca de 930 moradores. São cerca de 258 casas.O proprietário do restaurante La Pyramide, João Roberto, conta que foi o primeiro morador e buscou a região porque considerava abundante em verde. Ele cultiva em casa as ervas que usa nos pratos de seu restaurante.A empresária Rosa de Fátima Jacob se mudou de São Paulo para o Jardim Canadá há 16 anos atrás de sossego. "Vim porque queria que meus três filhos soubessem o que é brincar na rua, jogar bets, crescer com liberdade. Quando chegamos não tinha iluminação pública", diz.Rosa conta que a família jantava e ia para a rua, na escuridão, para ver as estrelas. "A gente enxergava a Via Láctea", afirma.PARTICIPEA participação do leitor é fundamental para o sucesso de "Bairros de Ribeirão". Idéias, críticas, problemas, casos e histórias curiosas devem ser enviados para o e-mail abaixo ou para o telefone 2101-3012. redacao@gazetaderibeirao.com.brPERSONAGENSJacob João Jacob, representante comercial. Conta que a primeira reunião dos moradores foi debaixo de uma das árvores que ele plantou, em frente à sua casa, há 16 anos. Nadyr Baptista Racy, assistente social aposentada. "Todos são bem vindos à minha casa, são recebidos com pétalas de rosa e ensinamentos de Deus. Quem vem recebeu chamado".Silvio Contart, arquiteto. Para ele uma das qualidades do bairro é o desenho original. "O espaço de área verde entre os terrenos é importante. Famílias e vizinhos podem se reunir".Ademar Lacerda Ruiz, bancário aposentado, e a neta Sophia, 9. Ruiz diz que se sente tranqüilo em morar no Canadá e recebe as netas diariamente. "Tenho garantia de segurança".Fazenda vira Nova AliançaO Jardim Nova Aliança fica na Zona Sul e foi aprovado no ano de 2000. Em 2004 houve uma expansão da área, para o outro lado da rodovia Antônio Duarte Nogueira, e surgiu o Jardim Nova Aliança Sul.De acordo com informações do historiador José Antonio Lages, o local era uma fazenda com o nome dos bairros.O Jardim Nova Aliança e Sul estão ao lado do Residencial Flora Florida, Condomínio Residencial Moema, Jardim Califórnia, Condomínio Estação Primavera, Vila Ana Maria e Jardim João Rossi.A região, de acordo com o último censo, apresentou uma população de aproximadamente 11 mil habitantes em 3,3 mil domicílios. O último censo do IBGE foi em 2000, por isso, não há registro de contagem de moradores do Nova Aliança Sul. (Gazeta de Ribeirão)PERSONAGEMMarcos Augusto Spinola de Castro, engenheiro. Conta que ele, ao lado dos primeiros moradores da rua Hudson, plantou cerca de 200 árvores. "Essas grevíleas fazem sombra para o corredor de cooper nos finais de semana".Oração atrai visitantesO grupo de oração Nossa Senhora da Rosa Mística completa 20 anos de reuniões no bairro e atrai pessoas até das cidades vizinhas.A anfitriã dos encontros é a assistente social aposentada Nadyr Baptista Racy, que recebe cerca de cem pessoas todas as semanas em sua casa para rezar."Fui visitar uma tia em Juiz de Fora (MG) e na catedral de lá estava exposta uma santa que tinha chorado sangue. Recebi uma rosa e, depois de um tempo, soube que aquela era a Nossa Senhora da Rosa Mística", declara.Nadyr conta que, a partir de então, começaram a fazer reuniões em sua casa com um grupo de quatro amigos, em 1986, quando ela passava por um momento de transição e dificuldades."Um dia decidimos pensar em um nome, mas nada nos veio à cabeça. Quando uma das amigas foi embora, arrancou uma flor da roseira branca. A rosa tinha pétalas nas cores de Nossa Senhora da Rosa Mística, amarelo, vermelho e branco. Por isso, passamos a chamar o grupo com o nome da santa", diz.A aposentada conta ainda que um padre lhe presenteou com uma imagem italiana da Nossa Senhora e, a partir disso, ela fez um espaço no fundo de casa, como uma capela, onde se reúnem as pessoas do grupo."Aqui vem gente muito preparada para falar da bíblia, para dar palestras. Nosso objetivo com os encontros é evangelizar, catequisar, reunir os filhos de Deus. Sinto que a Nossa Senhora da Rosa Mística foi uma missão, um chamado e uma oportunidade que recebi", afirma. (Gazeta de Ribeirão).

21 de maio de 2006

Casarões vazios enchem bairros nobres.

À primeira vista, uma casa de luxo em um bairro valorizado de São Paulo parece ser um objeto de desejo muito procurado. Mas um passeio por ruas de regiões como Morumbi, Pacaembu e Alto da Boa Vista revela uma seqüência de placas de "Vende-se" ou "Aluga-se" nas fachadas de casarões.Alguns deles estão de portas fechadas há dez anos, muitas vezes porque a falta de segurança os torna desinteressantes aos olhos de quem tem boa soma para investir."A classe alta prefere condomínios fechados", afirma o consultor Bernd Rieger. "A opção pela casa de rua é bem menor", faz coro Feliciano Giachetta, 51, sócio da FGi Negócios Imobiliários.Um indicativo dessa tendência é o grande número de lançamentos de apartamentos de alto padrão, sobretudo de quatro quartos.Dados da Amaral d Avila Engenharia de Avaliações indicam que, em 2004, 20,2% dos apartamentos lançados foram de quatro dormitórios, porcentagem que cresceu para 29,9% em 2005, ano em que as unidades de quatro quartos vendidas somaram 28% do total --dado do Secovi-SP (sindicato da habitação)-, contra os 21,8% de 2004.Grandes casas não são preteridas só por condomínios, observa José Viana Neto, presidente do Creci-SP (conselho de corretores). "Muitas pessoas saem de São Paulo para o litoral norte, Alphaville ou condomínios de cidades como Sorocaba e Indaiatuba."Em outros casos, o que afasta compradores endinheirados é a própria configuração do imóvel. "Quem tem dinheiro quer algo personalizado", opina Celso Amaral, 46, sócio da Amaral dAvila. "A funcionalidade das casas mais velhas não é mais a mesma."Aluguel salgadoAs expectativas de preço discrepantes entre as partes também inviabilizam negócios. "Há diferença entre o que o proprietário acha que vale, o que o comprador quer pagar e o valor de mercado", enumera José Roberto Corrêa, 54, diretor da imobiliária Camargo Dias. Há corretores que supervalorizam o bem para negociar com o dono e emplacar o telefone na fachada. "Falta precificação real."O valor inflacionado também gera expectativa de aluguel superestimada, lembra Roberto Capuano, 62, diretor da imobiliária que leva seu nome. "Criou-se uma cultura de pedir pelo aluguel 1% do valor do imóvel. Na prática, isso é inviável." Uma mansão avaliada em R$ 5 milhões, por exemplo, teria aluguel de R$ 50 mil.Alguns casarões já somem da paisagem por causa da verticalização e atraem incorporadores em Higienópolis, Vila Mariana e Ipiranga.

14 de maio de 2006

Seguro garante proteção do patrimônio.

Valeska Mateus foto: F.L.PITONO comerciante Hélio Francisco de Oli-veira se mudou para Ribeirão Pre-to há doze anos e alugou um imóvel. Na época, mesmo não sendo obrigatório no contrato de locação, ele decidiu contratar um seguro residencial. “Morando em Ribeirão teria mais oportunidades de lazer e ficaria mais tempo fora de casa. Ter um seguro representava tranqüilidade e segurança”, afirma Oliveira. Há dois meses ele levou um susto. Ao chegar em casa com sua família, após a missa do sábado, encontrou a porta arrombada. Os assaltantes haviam levado Dvd, Home Theather, TVs e outros eletroeletrônicos. Um prejuízo estimado em R$ 5 mil. Acionou o seguro e em menos de um mês, tudo estava novamente no lugar. “Não teria condições de repor todos as peças de uma só vez, se não fosse o seguro”, conclui o comerciante.ParcelaOliveira faz parte de uma pequena parcela da população que faz seguro residencial. “A estimativa é de que menos de 15% das moradias brasileiras possuem seguro”, afirma Marcelo Goldman, diretor da AGF Seguros. No caso de automóveis, 35% da frota do país estão segurados. “Todo mundo pensa em seguro do carro, mas nunca no da residência”, comenta Goldman.A freqüência de sinistros em moradias é muito menor do que em automóveis. O diretor da seguradora calcula que a cada 100 seguros de carros, 10 a 15 clientes vão utilizar o serviço por alguma razão. Nas residências este índice cai para menos de 5%. Mas quando ocorrem, os danos e o prejuízo são geralmente muito maiores. “Um incêndio em uma residência, por exemplo, pode acabar com uma economia e um patrimônio acumulados em uma vida”, analisa Goldman.MERCADOApólice acoplada permite economia de 20%Para atrair mais adeptos ao seguro residencial e aumentar a carta de clientes, as seguradoras estão facilitando o pagamento deste serviço. Algumas empresas estão oferecendo um seguro unificado de auto e residência. Assim, a pessoa pode contratar o residencial dentro da apólice do seguro do carro. A vantagem deste produto é pagar uma única taxa de emissão de apólice e ter a possibilidade de parcelamento. Isto gera, em média, uma economia de 20% no seguro residencial.Marcelo Goldman comenta que através desta opção as empresas pretendem criar no consumidor o hábito de contratar o seguro residencial, mostrando que o custo é baixo. Unificação“Na nossa empresa temos 120 mil seguros residenciais no país, com esta unificação esperamos aumentar em 30% este número”, conclui. O valor de um seguro residencial gira em torno de 0,1% a 0,8% do valor do imóvel. Citando um exemplo, no caso de um apartamento avaliado em R$ 100.000, a pessoa pagaria, em média, R$ 120 ao ano.Segundo Goldman, esse mercado cresce cerca de 30% a 40% ao ano, reflexo do aumento da violência e de acidentes climáticos, como vendaval e raios. “Mas ainda há muito a ser explorado”.

14 de maio de 2006

Seguro garante proteção do patrimônio.

O comerciante Hélio Francisco de Oli-veira se mudou para Ribeirão Pre-to há doze anos e alugou um imóvel. Na época, mesmo não sendo obrigatório no contrato de locação, ele decidiu contratar um seguro residencial. “Morando em Ribeirão teria mais oportunidades de lazer e ficaria mais tempo fora de casa. Ter um seguro representava tranqüilidade e segurança”, afirma Oliveira. Há dois meses ele levou um susto. Ao chegar em casa com sua família, após a missa do sábado, encontrou a porta arrombada. Os assaltantes haviam levado Dvd, Home Theather, TVs e outros eletroeletrônicos. Um prejuízo estimado em R$ 5 mil. Acionou o seguro e em menos de um mês, tudo estava novamente no lugar. “Não teria condições de repor todos as peças de uma só vez, se não fosse o seguro”, conclui o comerciante.ParcelaOliveira faz parte de uma pequena parcela da população que faz seguro residencial. “A estimativa é de que menos de 15% das moradias brasileiras possuem seguro”, afirma Marcelo Goldman, diretor da AGF Seguros. No caso de automóveis, 35% da frota do país estão segurados. “Todo mundo pensa em seguro do carro, mas nunca no da residência”, comenta Goldman.A freqüência de sinistros em moradias é muito menor do que em automóveis. O diretor da seguradora calcula que a cada 100 seguros de carros, 10 a 15 clientes vão utilizar o serviço por alguma razão. Nas residências este índice cai para menos de 5%. Mas quando ocorrem, os danos e o prejuízo são geralmente muito maiores. “Um incêndio em uma residência, por exemplo, pode acabar com uma economia e um patrimônio acumulados em uma vida”, analisa Goldman.MERCADOApólice acoplada permite economia de 20%Para atrair mais adeptos ao seguro residencial e aumentar a carta de clientes, as seguradoras estão facilitando o pagamento deste serviço. Algumas empresas estão oferecendo um seguro unificado de auto e residência. Assim, a pessoa pode contratar o residencial dentro da apólice do seguro do carro. A vantagem deste produto é pagar uma única taxa de emissão de apólice e ter a possibilidade de parcelamento. Isto gera, em média, uma economia de 20% no seguro residencial.Marcelo Goldman comenta que através desta opção as empresas pretendem criar no consumidor o hábito de contratar o seguro residencial, mostrando que o custo é baixo. Unificação“Na nossa empresa temos 120 mil seguros residenciais no país, com esta unificação esperamos aumentar em 30% este número”, conclui. O valor de um seguro residencial gira em torno de 0,1% a 0,8% do valor do imóvel. Citando um exemplo, no caso de um apartamento avaliado em R$ 100.000, a pessoa pagaria, em média, R$ 120 ao ano.Segundo Goldman, esse mercado cresce cerca de 30% a 40% ao ano, reflexo do aumento da violência e de acidentes climáticos, como vendaval e raios. “Mas ainda há muito a ser explorado”. Jornal A Cidade - 14/05/2006

14 de maio de 2006

Novas regras reduzem a inadimplência.

EDSON VALENTEA queda-de-braço entre quem financiou um imóvel e não conseguiu terminar de pagá-lo e seus credores começa a esboçar uma trégua. Se os embates na Justiça eram freqüentes quando a inflação levava parcelas às alturas nas décadas de 80 e 90, nos últimos dois anos a inadimplência caiu.O divisor de águas foi a lei 10.931, de 2004. Ela estabeleceu novas regras para dar segurança aos bancos quanto à inadimplência, um grande obstáculo para ampliar a concessão de crédito.A principal é a do incontroverso. Essa regra determina que o principal da parcela --a parte que não corresponde a juros ou correção-- precisa ser pago pelo mutuário mesmo quando ele entra com ação na Justiça para discutir valores do financiamento.Um indicativo de que a relação entre compradores e bancos melhorou é a queda da inadimplência dos contratos. De acordo com a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), ela passou de um patamar de 30% nos contratos anteriores a 1998 para cerca de 8% nos acordos mais recentes, sobretudo os dos últimos dois anos."Os contratos novos são mais equilibrados", observa Carlos Eduardo Duarte Fleury, 47, superintendente-geral da associação. "O fator de correção, a TR [Taxa Referencial], é baixo, e as prestações têm um reajuste suportável. Com a inflação sob controle, já não há mais distorção na correção do saldo devedor e das prestações", explica.Assim, o atual panorama econômico, somado à regra do incontroverso, inibe quem perde a capacidade de pagamento a entrar com uma ação para "travar" a cobrança e não perder o imóvel."Como a ação judicial demora sete ou oito anos, o mutuário, em vez de pagar, entrava na Justiça para brigar", relata Edwin Britto, 56, secretário da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).Dessa maneira, "para os bancos, o risco de financiar era muito maior", crava Cristiana Moreira, 28, da Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados.PolêmicaApesar da determinação da lei, o incontroverso ainda gera controvérsia em alguns tribunais. "Há casos em que o juiz entende que a pessoa não deve pagar nada, como em contratos assinados antes da edição da lei", ilustra Fleury. "Mas são raros."A advogada especializada em direito imobiliário Mirelle Ottoni, 35, observa que "o mutuário pode até declarar na Justiça que paga o principal da dívida do financiamento, mesmo que não o faça, contando com a demora para a checagem dessa informação".Mas, se o banco registra o nome do inadimplente em órgãos de proteção ao crédito, o pagamento do incontroverso é fundamental para descadastrá-lo, alerta Marcelo Roitman, 30, da Pompeu, Kignel, Longo e Cipullo Advogados.

08 de maio de 2006

Novas regras reduzem a inadimplência.

A queda-de-braço entre quem financiou um imóvel e não conseguiu terminar de pagá-lo e seus credores começa a esboçar uma trégua. Se os embates na Justiça eram freqüentes quando a inflação levava parcelas às alturas nas décadas de 80 e 90, nos últimos dois anos a inadimplência caiu.O divisor de águas foi a lei 10.931, de 2004. Ela estabeleceu novas regras para dar segurança aos bancos quanto à inadimplência, um grande obstáculo para ampliar a concessão de crédito.A principal é a do incontroverso. Essa regra determina que o principal da parcela --a parte que não corresponde a juros ou correção-- precisa ser pago pelo mutuário mesmo quando ele entra com ação na Justiça para discutir valores do financiamento.Um indicativo de que a relação entre compradores e bancos melhorou é a queda da inadimplência dos contratos. De acordo com a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), ela passou de um patamar de 30% nos contratos anteriores a 1998 para cerca de 8% nos acordos mais recentes, sobretudo os dos últimos dois anos."Os contratos novos são mais equilibrados", observa Carlos Eduardo Duarte Fleury, 47, superintendente-geral da associação. "O fator de correção, a TR [Taxa Referencial], é baixo, e as prestações têm um reajuste suportável. Com a inflação sob controle, já não há mais distorção na correção do saldo devedor e das prestações", explica.Assim, o atual panorama econômico, somado à regra do incontroverso, inibe quem perde a capacidade de pagamento a entrar com uma ação para "travar" a cobrança e não perder o imóvel."Como a ação judicial demora sete ou oito anos, o mutuário, em vez de pagar, entrava na Justiça para brigar", relata Edwin Britto, 56, secretário da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).Dessa maneira, "para os bancos, o risco de financiar era muito maior", crava Cristiana Moreira, 28, da Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados.PolêmicaApesar da determinação da lei, o incontroverso ainda gera controvérsia em alguns tribunais. "Há casos em que o juiz entende que a pessoa não deve pagar nada, como em contratos assinados antes da edição da lei", ilustra Fleury. "Mas são raros."A advogada especializada em direito imobiliário Mirelle Ottoni, 35, observa que "o mutuário pode até declarar na Justiça que paga o principal da dívida do financiamento, mesmo que não o faça, contando com a demora para a checagem dessa informação".Mas, se o banco registra o nome do inadimplente em órgãos de proteção ao crédito, o pagamento do incontroverso é fundamental para descadastrá-lo, alerta Marcelo Roitman, 30, da Pompeu, Kignel, Longo e Cipullo Advogados. Folha de S. Paulo - 06/05/06

08 de maio de 2006

Pool Imobiliário: união para empreendimentos.

foto: Matheus Urenha/A CIDADEO comerciante José Silveira (nome fictício) estava passando por uma obra no Jardim Califórnia, há cerca de seis anos, quando se interessou, e resolveu conversar com o mestre-de-obras. Nesse bate-papo descobriu uma forma de investimento em imóveis: o “Pool Imobiliário”. Silveira comenta que este tipo de construção compensa e, desde então, já integrou três grupos. “É rentável financeiramente, seguro, um investimento palpável. Além de ser prazeroso poder acompanhar, de perto, o desenvolvimento da obra. Ver o prédio crescer” analisa o investidor. Os apartamentos ele cedeu para os filhos morarem. No primeiro grupo que Silveira participou eram seis investidores, num edifico de nove andares. O tempo de construção foi de 12 meses. “Já ao final da obra o apartamento teve uma valorização de 30% em relação ao valor aplicado”, comenta. Perfil de investidoresDiferente de Silveira, em algumas situações os investidores são convidados a participar de um Pool por uma construtora, que já possui um projeto pronto. Outra prática é um proprietário de terreno agregar amigos e buscar uma construtora para executar a obra. Neste caso, o dono do terreno estabelece uma permuta, onde ele recebe algumas unidades. Há também grupos de investidores que são amigos e, com um capital em mãos, decidem investir num Pool.Integram estes grupos empresários, comerciantes que usam sobra de caixa e profissionais liberais, com bom desempenho na sua área de atuação.MERCADODos investidores, 20% repassam para familiaresOlavo Sérgio Devita Amaral, engenheiro e diretor de uma construtora especializada em Pool Imobiliário, afirma que 20% dos investidores repassam os imóveis para familiares, 30% a 40% deles investem num patrimônio e locam o imóvel, e os demais entram no Pool para giro de mercado, compra e venda.ViabilidadeO projeto é viável quando existe uma diferença satisfatória entre a planilha de custos apresentada e o valor praticado no mercado, deste tipo de imóvel. Por isso, a análise da planilha e o acompanhamento do orçamento são pontos fundamentais. Amaral afirma que geralmente essa rentabilidade líquida varia entre 15% e 40%. Uma das vantagens deste sistema é que o ritmo da construção é estabelecido pelos próprios investidores. Todas as decisões são tomadas pelo grupo, diante das propostas apresentadas pela construtora contratada. Essa assume a consultoria jurídica, contábil e imobiliária do empreendimento.AVALIAÇÃOCreci: construção através de elo é vantajosaO advogado e diretor regional do Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), Sinésio Donizetti Rodrigues, acredita que a construção através de um elo de pessoas é vantajoso “Acaba sendo um poupança forçada, um investimento a longo prazo e de baixo risco. Com um preço mais acessível ao grupo de investidores”, avalia. Rodrigues também comenta que o Pool movimenta o mercado imobiliário, tanto para moradia como para repasse. O advogado saliente que o investidor deve avaliar com cautela a empresa contratada para o serviço. Como observar cuidadosamente a idoneidade da construtora e as referências no mercado, além da análise minuciosa da planilha de custo proposta. Rodrigues aconselha deixar sempre alguém do grupo encarregado de supervisionar de perto a contratação. “No contrato devem constar cláusulas claras, que dêm garantias ao grupo”, conclui.Devita Amaral salienta que existem riscos neste tipo de investimento, quando a empresa não tem experiência e credibilidade no mercado. Uma forma de garantia é estabelecer no contrato a fração ideal do terreno por investidor. Assim não haverá problemas se houver uma interrupção das atividades da construtora. Assim também não há uma dependência em relação ao proprietário do terreno.ORIGEMConceito surgiu nos anos 80 como alternativa de mercadoSegundo Devita Amaral, este conceito surgiu em meados da década de 80: diante da intervenção do governo nos financiamentos imobiliários, o empresariado começou a investir em alternativas. Neste contexto surgiram os empreendimentos a preço de custo. “O construtor buscou alternativas para seus clientes, independentemente das ações governamentais”, diz. “Foi a solução encontrada para fugir do custo dos financiamentos e poder ter um administração autônoma”.PrazoNo Pool, o prazo da construção é definido de acordo com a potencialidade financeira do grupo, dependendo a disponibilidade mensal dos integrantes. “Diferente de empreendimentos com financiamento bancário, onde a velocidade é pré-determinada e o cronograma físico-financeiro tem de ser cumprido de forma rígida”, avalia o engenheiro. Os investimentos neste tipo de empreendimento estavam em plena ascensão quando surgiram os problemas da Encol, em 95. Por conta da perda de credibilidade no mercado financeiro, o número de investidores diminuiu, principalmente no interior, onde as pessoas têm uma postura mais conservadora. “Naquela época as pessoas queriam ver o imóvel pronto, para só assim comprá-lo”, afirma Amaral. Hoje o sistema de Pool está retomando seus patamares de investidores, atingidos antes da falência da Encol. Amaral afirma que os mercados de Ribeirão Preto e região têm potencial para este tipo de empreendimento.

08 de maio de 2006

ANÁLISE: O habite-se custa, dá trabalho, mas valoriza o imóvel.

Em caso de imóvel residencial é importante. Mas na transação de imóvel não residencial, isto é, na aquisição de salas para escritório seja uma sala apenas ou um conjunto, de galpões para indústria ou mesmo salão para comércio, é muito mais importante. E valoriza o imóvel no momento da transação. Referimo-nos à existência de habite-se.Dá trabalho, nós sabemos. E mais do que dá trabalho: custa caro. Mas um imóvel não-residencial – mais ainda do que o imóvel simplesmente residencial – com habite-se vale mais. Muito mais. E dá menos dor-de-cabeça.Vejamos as hipóteses.Se você for comprar um imóvel, verifique se ele tem habite-se, documento fornecido pela Prefeitura Municipal da cidade onde o imóvel está localizado. Se não tem, tente obter do proprietário que lhe está vendendo o fornecimento do documento. Em caso contrário, reduza o preço da transação no equivalente ao gasto que você vai ter para a obtenção do mesmo. Agora, se você for vender, venda com habite-se. Seu imóvel valerá mais. Argumente isto ao comprador, que nem sempre se lembra deste detalhe. Aliás, foi em pormenores importantes como este – cremos – que Guimarães Rosa estava pensando quando afirmou que “Deus está no detalhe”.Imagine, agora, uma terceira hipótese. O imóvel objeto de negociações é para locação. Abrem-se então duas hipóteses.A primeira hipótese é que você vai ser o locador. É aconselhável que você, no momento do contrato ser assinado, ofereça o habite-se obtido junto ao município. Se for necessário algum ajustamento – digamos que o habite-se concedido seja para o funcionamento de uma loja de armarinho e o locatário pretende abrir uma loja de representação – o inquilino deverá ser alertado do que ele deve fazer. Mas sua parte estará completa.A segunda hipótese é que você é o locatário. Então, peça que o locador, através da imobiliária se for o caso, exiba o habite-se. E você fará as adaptações, se necessárias. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, não é mesmo?

08 de maio de 2006

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