|

Notícias

Veja soluções para atenuar barulho que vem do andar de cima

Você se considera discreto, mas o morador do lado ou do apartamento de baixo sabe a que horas você foi dormir, quando acordou ou usou o banheiro? E, pior, o vizinho reclama do barulho? É possível que ele tenha razão. É que os novos prédios estão recebendo lajes e paredes cada vez mais finas: estas últimas, em média, de 5 cm a 7 cm. Há cerca de meio século, quem vivia em prédios tinha mais privacidade, garantida por tijolos maciços (10 cm a 12 cm) contra a audição alheia. "O problema é que um apartamento vem pronto, e fica difícil exigir isolamento adequado", diz Sofia Luri Kubo, arquiteta sócia da Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura). Ela diz que é comum o vizinho de cima incomodar o de baixo. Eduardo Molina, 30, sócio da empresa de revestimentos acústicos DBSom, lembra que esse problema é quase insolúvel e que a saída "é debelar o ruído na fonte, e não depois de propagado". "Às vezes, um forro de gesso ajuda, mas dificilmente resolve o problema por completo", conta Kubo. "O teto rebaixado de gesso reduz no máximo 50% do barulho", confirma Paulino Lyrio, 44, diretor da empresa de isolamento termoacústico Acoustic Line. "Isso porque o ruído corre pelas paredes", conclui Carlos Roberto de Luca, 58, gerente técnico da fábrica de gesso acartonado Placo. Cara de estúdio de som Para minimizar o barulho de passos e batidas, a construtora InPar aplica em suas obras um forro de gesso com colchão de ar. "Não resolve completamente. Precisaria de um colchão de espuma, que é mais caro e complicado de instalar. O piso elevado também sofre resistência do cliente, que julga o produto frágil", comenta o engenheiro Nelson Faversani Júnior, 38, coordenador de obras da empresa. Segundo Molina, da DBSom, na maioria das vezes, o cliente quer resolver o problema, mas não permite alterações que deixem a casa com cara de estúdio de som. O piso flutuante é uma boa opção, segundo De Luca. A manta (ou flocos de borracha) pode ser colocada sobre o contrapiso ou sob ele, em contato com a laje. Com o intuito de diminuir o barulho na cabeça do morador de baixo, a Eucatex lançou o isolante LDF, próprio para piso laminado. Trata-se de uma placa de madeira à base de eucalipto soft, diferente dos produtos à base de polietileno encontrados no mercado. Segundo o fabricante, é instalado entre o piso e o contrapiso, o que permite a absorção de ruídos e corrige o nivelamento.

11 de novembro de 2003

Acredite: o crime em que as armas são apenas uma boa conversa e muita malandragem ainda existe

Eles agem sem nenhuma ameaça nem atitude violenta. Convencem as pessoas a entregar o dinheiro, o cheque ou a senha do cartão magnético com lábia e criatividade. Contam histórias tão mirabolantes que, depois que vão embora, as vítimas chegam a sentir vergonha de prestar queixa à polícia. São os famosos 171, apelido que herdaram do artigo do Código Penal que define o crime de estelionato. Confira a seguir algumas versões do velho e famoso conto-do-vigário. Muitas variações já se tornaram folclóricas e outras, adaptadas aos novos tempos, mostram que o repertório dos vigaristas se renova a cada dia. Conto da pechincha – O malandro oferece à vítima, na rua, um equipamento eletrônico pela metade do preço. Pega o dinheiro e foge. Deixa a pessoa esperando ou entrega uma caixa com tijolos. Falso mecânico – O primeiro passo dos vigaristas é criar um problema no carro da vítima. Alguns colocam um saco de estopa no escapamento do veículo. Um deles se aproxima e avisa que há um problema. Surge um mecânico, na realidade o parceiro do estelionatário, que finge resolver o problema e cobra um alto preço pelo "serviço". Boa-noite, Cinderela – Costuma acontecer em bares e discotecas. O malandro seduz a vítima e vai até sua casa ou a um motel. Oferece um drinque com sonífero. Quando ela dorme, rouba o que estiver ao alcance. Golpe do telefone – O golpista liga para a vítima dizendo ser funcionário do banco. Como ele já possui algumas informações sobre a pessoa, tais como número da agência e data de aniversário, fica fácil convencê-la a digitar no telefone a senha do cartão magnético. Em seguida, usa essas informações para sacar seu dinheiro da conta. Golpe da sujeira – O estelionatário suja o ombro do paletó de um executivo sem que ele perceba. Um comparsa aborda a vítima, oferecendo-se para tirar a mancha. Na primeira oportunidade, rouba a carteira ou a pasta. Falso vendedor de passagens – Vestido como os funcionários das empresas rodoviárias, o golpista oferece passagens falsas com desconto, principalmente em feriados, quando elas se esgotam rapidamente. Consórcio sorteado – Os estelionatários anunciam nos jornais a venda de consórcios sorteados. Pedem documentos pessoais e cobram taxa antecipada. O veículo jamais é entregue. Falso bilhete premiado – Um dos mais antigos. O vigarista se faz passar por desinformado, que não sabe como trocar o prêmio de loteria. Vende o bilhete geralmente a mulheres idosas. Conto da aliança – A vítima encontra uma aliança no chão. O vigarista se aproxima e conta que achou a outra do par, oferecendo-a por um preço vantajoso. Na realidade são bijuterias baratas.

11 de novembro de 2003

Como reconhecer um bom lugar

Há duas semanas, falamos sobre a origem do Feng Shui e seus princípios. Agora, chegou a hora de aplicá-lo. É só seguir os seguintes preceitos: • Evitar os lugares de Chi estagnado, fundo de relevos de forma ondulada. Se forem lugares úmidos ou se o local fica inundado. • Ao Norte do lugar da casa, deve-se plantar árvores formando uma cortina de plantas para amenizar o Chi desvitalizante. • A entrada principal deve estar ao Sul. • O relevo deve se apresentar com várias alturas, porque no terreno plano, a visão do horizonte e vazia. • Verificar se a terra é fértil e a vegetação exuberante. • Se a grama e as plantas são verdes há bom Chi. Evitar lugares com plantas doentes e sem flores. • Procurar saber se os moradores e vizinhos próximos tem boa saúde e prosperidade. Outros fatores: quando vamos alugar ou comprar uma casa, é interessante saber o histórico do imóvel e se o antigo ocupante: - Morreu ou sofreu injustiça. - Mudou para uma casa menor, mais barata, menos confortável. - Não progrediu social ou profissionalmente. - Se houve separação do casal. - Se faliu, se foi rebaixado de cargo, se perdeu o emprego. - Se era desonesto. - Se tinha atividades ilícitas, ou era mau caráter. - Se havia muita discussão ou desentendimento na família. - Se ocorreu alguma tragédia no local. Devemos ainda verificar outros fatores que caracterizam energias nocivas, como paredes com umidade ascendente, plantas raquíticas e amareladas, fissuras, fendas e rachaduras, árvores que crescem quase horizontalmente ou tortas, asfalto com rachaduras, formigas, abelhas, marimbondos que gostam de lugares com energia telúrica. Setores da casa Além da forma do cômodo, a mobília também canaliza o Chi e pode realçar a sorte e a vida dos moradores, estimulando o sucesso de uma pessoa. QUARTOS - é um dos três cômodos mais importante da casa, os outros são cozinha e sala. A posição da cama é importante porque é no quarto onde passamos a maior parte de nossa vida, onde descansamos e recuperamos nossa energia. A cabeceira da cama deve ser colocada para o Norte. Noites sem dormir podem ser causadas, quando a cabeceira da cama está posicionada atrás da porta, assim somente os pés podem ser vistos, você não tem controle de quem entra ou sai do quarto. A porta não deve abrir diretamente para a cama. A cama não deve estar localizada embaixo de uma viga. Uma viga acima da cabeceira pode causar dores de cabeça e desordens nervosas, no meio da cama resulta em desordens do estômago e intestinos; na parte de baixo da cama pode causar inchaço nos pés do morador ou limitar a mobilidade da pessoa. A posição ideal da cama é estar em diagonal para a porta. COZINHA - representa a riqueza, comida alimenta a saúde e a capacidade da pessoa, quanto melhor a comida, maior é o seu potencial de rendimento. A porta da cozinha não deve estar diretamente em frente a porta principal ou a porta do fundo, pois o bom Chi que circula desaparece rapidamente. A cozinha não deve estar em oposição à porta do banheiro, germes podem espalhar-se facilmente e pela mesma razão o encanamento do banheiro não deve correr abaixo do piso da cozinha. O fogão deve ser bem localizado, e representa as finanças da casa. Os queimadores não devem estar entupidos, pois podem obstruir os negócios. Quanto mais queimadores melhor, e todos devem ser usados senão a família pode não prosperar. SALA - é o lugar onde a família e os amigos encontram-se e relaxam. A porta de entrada deve se abrir diretamente para a sala, se o cômodo é pequeno, mas se for grande há o perigo de entrar ou escapar muito Chi. Um biombo, um móvel ou uma planta grande podem ser colocados perto da porta para controlar o fluxo de Chi, que entra ou sai do ambiente. Sala de jantar não, deve ser muito perto da porta de entrada ou os hóspedes comem e vão embora. BANHEIRO - o banheiro é o lugar onde a água, simbolicamente dinheiro, entra e sai, representa as finanças. Evite localizar um banheiro em frente a porta de entrada porque os residentes podem sofrer perdas financeiras, problemas de saúde e fracassos. Banheiros pintados de azul, verde e pêssego ajudam na harmonia conjugal e familiar. Se houve harmonia no lar, haverá ordem na nação. Se houver ordem na nação, haverá paz no mundo. (Provérbio chinês) Oreste Portaleoni é formado em Economia e ministra o curso "Prática da Cura Interior", que aborda terapias alternativas. Escreve para a Folha Online quinzenalmente às sextas.

11 de novembro de 2003

Radiestesia capta razões embutidas numa 'casa triste'

Todos nós já tivemos a sensação de alguns ambientes nos receberem com harmonia, e outros com uma "tristeza" embutida, ou seja, aquele lugar onde você se sente bem ou aquele lugar que não vê a hora de ir embora. Muitas explicações são dadas para esses acontecimentos, e uma delas tem a ver com as energias que ficam agindo nos ambientes, gerando bem estar ou não em seus moradores ou convidados. Estas energias podem se apresentar de diversas maneiras, o que iremos ver no decorrer dos artigos. Mas, de início, um grande ponto a ser observado é o bom astral de qualquer ambiente, que sofre influência direta de vibrações sutis, como o amor e a harmonia de seus moradores, envolvendo toda a atmosfera. Energia de brigas, desarmonia, discussões generalizadas e constantes, geram más vibrações, "poluindo" todo o ambiente, que fica propício ao desentendimento e, consequentemente, a muitas causas de doenças. Aromas, cores e técnicas de Feng Shui, Radiestesia, Radiônica e Numerologia atuam diretamente nas energias da nossa casa ou da nossa empresa. Casas saudáveis, moradores felizes Algumas casas geram harmonia e sorte, outras espantam a sorte e geram discórdia em seus ocupantes. Ou podemos também analisar aqueles lugares, que nenhum tipo de comércio consegue ser bem sucedido. Estas ocorrências fogem do acaso, mas têm explicações científica, que estão na Radiestesia. Essa técnica possibilita a detecção de energias negativas provenientes do subsolo, dando-nos a possibilidade de eliminar ou transmutar estas energias. A terra é envolta por energias, que formam uma espécie de teia, denominada de Malha Hartmann. Esta malha, quando detectada pela Radiestesia, orienta a melhor distribuição dos móveis, como camas, mesas de trabalho, locais de leitura, poltronas para assistir a televisão. Locais onde se costuma permanecer muito tempo não devem ficar sobre esses pontos considerados nocivos à saúde, chegando a tirar o sono e a debilitar as defesas do organismo. Outras energias negativas provenientes do subsolo, são fissuras subterrâneas, bolsas d'água, cavernas subterrâneas, lençóis d'água etc. A presença desses elementos, quando cruzam com os "nós" da linha Hartmann, multiplicam seus efeitos, tornando-se pontos patogênicos. O efeito destas energias já orientava as construções de povos antigos, como os chineses, que proibíam a construção de moradias nos pontos chamados "veias do dragão". No império romano, rebanhos de ovelhas ou vacas eram soltos no pasto e, nos lugares em que passassem a dormir constantemente, construíam-se os palácios. Por isso verifique as energias presentes onde sua casa está construída. Se ela ainda não estiver lá, fuja de terrenos recuperados de várzea ou de regiões muito minadas e de áreas próximas a redes de alta tensão ou de usinas elétricas. Dentro de casa, evite televisão dentro do quarto ou, no mínino, a dois metros de distância da cama, e dormir próximo a motores estacionários, como, por exemplo, de geladeiras e freezeres. Tente conhecer a história de sua casa, se houve mortes, doenças graves ou brigas violentas. Pinte todas as paredes, troque carpetes ou raspe o piso e passe verniz, para eliminar prováveis influências negativas. Oreste Portaleoni é especialista em terapias alternativas e ministra o curso "Prática da Cura Interior", que aborda Radiestesia, Radiônica e Cromoterapia.

11 de novembro de 2003

Arquitetos duelam contra as limitações das metrópoles

Pelo que se pode ver nos trabalhos expostos na Bienal, limitações inerentes a uma grande metrópole em termos de espaço, segurança e paisagem não parecem exercer o mesmo efeito restritivo sobre as idéias dos arquitetos. Pouca área, por exemplo, não é obstáculo para os expositores. "Como os lotes urbanos estão cada vez menores, verticalizar a construção possibilita um melhor aproveitamento da área", afirma o arquiteto Maxim Bucaretchi, 52, que mostra uma moradia com três pavimentos. Se não há lugar, é possível até instalar-se sobre outras residências ou espaços livres na cidade. Essa é a proposta da suspensa Casa K, concebida pelo escritório de arquitetura Ultradesign. Ela se parece com um contêiner e pode ser transportada a cada vez que o dono se mudar. O escritório André Vainer e Guilherme Paoliello Arquitetos também resolveu optar por três pavimentos para aproveitar bem um terreno no Pacaembu que tinha grandes recuos. "Aberturas extensas ampliam visualmente o interior da casa, porque agregam a paisagem externa", comenta o arquiteto André Vainer, 49. Pensando nisso, o arquiteto Beto Madureira concebeu, em um terreno elevado, uma casa que proporciona boa visão da cidade, acima da copa das árvores de uma área verde localizada em frente. A morada mostrada pela arquiteta Monica Drucker ganhou boa vista com a área social e de lazer projetada no primeiro andar, e não no térreo. Esse artifício também confere melhor iluminação ao ambiente e mais privacidade para os moradores, pois quem passa na rua só tem vista para a garagem. "No interior, o pé-direito duplo com mezanino favorece a integração dos familiares e a ventilação", completa Drucker. Segurança Para quem não quer se sentir exposto abrindo a casa para fora, uma solução é abri-la para o lado de dentro. Assim, o arquiteto Thiago Nieves explica o projeto que idealizou em dupla com o também arquiteto Luiz Alberto Fresl Backheuser para uma cliente que queria conjugar segurança e abertura. "A residência é fechada por fora, mas os ambientes se voltam para três pátios internos. E, se todas as portas de vidro forem abertas, ganha-se uma área de 125 m2." O fechamento dos pátios será feito com pérgulas (vigamentos vazados de madeira). A Casa K, que tem aberturas nas extremidades, aposta em um sistema de câmeras e em uma escada retrátil para evitar invasões. Sustentabilidade Racionalizar a habitação para consumir menos recursos da metrópole também é uma proposta bastante presente nos trabalhos. A Casa Autônoma, que deve ficar pronta no final do ano, em Brasília, reúne diversos sistemas sustentáveis, como aquecimento solar, produção de energia a partir do sol e do vento, tratamento da água usada e captação de chuva para reaproveitamento. O projeto de Aquiles Miyamoto, 40, e Gilson de Carvalho, 37, é outro que aposta em soluções sustentáveis: aquecedor solar e captação de água da chuva. As placas coletoras no telhado têm serpentinas de cobre pretas, que aquecem a água que será usada no chuveiro e nos lavatórios. "Isso reduz em 35% o consumo de energia", calcula Miyamoto. Na casa concebida pelos arquitetos Angelo Bucci, Marta Moreira, Fernando de Mello Franco e Milton Braga, outro engenho pode manter o clima interno com boa temperatura sem precisar gastar energia. "O espelho-d'água na laje ajuda no isolamento térmico e a evitar infiltrações, porque impede que ela sofra dilatação e retração súbitas quando há mudanças de temperatura", explica Bucci, 39.

11 de novembro de 2003

Loja ou flat?

Algumas informações úteis para quem quer investir em imóveis. É bom estar atento a uma mudança sensível que vem acontecendo no mercado de imóveis. Eles continuam sendo uma aplicação conservadora, do tipo que rende pouco a cada mês, na comparação com algumas alternativas oferecidas pelo mercado financeiro. Em compensação, o dinheiro investido num apartamento ou numa loja não corre o risco de virar pó diante das oscilações das bolsas. E, ao contrário do que ocorria na época da inflação, eles deixaram de ser vistos apenas como reserva de valor. Com a economia estável, a renda com o aluguel não sofre desvalorizações mensais e os contratos não precisam mais passar pelas desgastantes renegociações que infernizavam a vida dos proprietários e dos inquilinos antes do real. "A situação para quem quer investir em imóveis é a melhor em quarenta anos", diz o economista Cicero Yagi, que presta consultoria ao Sindicato das Empresas de Compra e Venda de Imóveis de São Paulo e à Universidade de São Paulo. "Os rendimentos com um imóvel alugado no decorrer de um ano são hoje duas vezes maiores que em 1993." Longo prazo — O preço dos imóveis caiu nos últimos anos e o dos aluguéis também. O valor das locações residenciais na cidade de São Paulo, por exemplo, teve redução de 13% em média entre o final de 1997 e dezembro do ano passado, conforme levantamento da Hubert Imóveis e Administração, uma firma de São Paulo que acompanha esse segmento. A previsão do mercado, no entanto, é que os preços fiquem estáveis daqui por diante. "Quem comprar um imóvel hoje encontrará dificuldade para alugá-lo por um valor elevado", diz Hubert Gebara, diretor da empresa. "Mas é preciso ter em mente que o imóvel é um investimento que dá retorno a longo prazo." O que comprar? — O proprietário de um imóvel de aluguel deve levar em conta que terá despesas de manutenção caso não consiga um locador disposto a ocupá-lo. Nesse caso, o bem acabará consumindo recursos em vez de gerá-los. Por essa razão, a escolha de um imóvel para aluguel deve obedecer a critérios diferentes dos que orientam a compra da casa própria. "Apartamentos de um ou dois quartos perto de uma universidade são sempre uma boa opção", explica o consultor Lincoln Marques, que trabalha para construtoras e dá aula em universidades de São Paulo e Belo Horizonte. "A possibilidade de ficar com o espaço desocupado é relativamente pequena." Os flats constituem também uma solução para contornar o problema da falta de inquilinos. Neles, os donos dos apartamentos podem reunir-se numa espécie de associação na qual a soma dos aluguéis recebidos no mês é rateada pelo número de integrantes do grupo. Inadimplência — Outro risco a ser considerado é o da inadimplência. A sugestão dos especialistas, além de selecionar bem os candidatos, é não concentrar todas as economias num só imóvel. "Para quem tem 120.000 reais, é mais negócio comprar três apartamentos de 40.000 reais do que investir todo o dinheiro num maior, de três dormitórios", diz José Roberto Graiche, presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo.

11 de novembro de 2003

Alguns cuidados simples podem tornar sua casa um ambiente mais seguro e confiável para o desenvolvimento de seu filho

Um bebê traz felicidade incomparável à família, mas dá trabalho. Os cuidados para que ele não se machuque são muitos. Os bebês são as principais vítimas de acidentes domésticos, que incluem queimadura no fogão, choque elétrico, queda do berço e, numa situação ainda mais perigosa, de janela sem rede de proteção. Curiosos por natureza, eles se dedicam nos primeiros anos ao reconhecimento do mundo a sua volta. Isso implica risco. Ao menor descuido, são capazes de enfiar o dedo numa tomada, comer sabão ou despencar da escada. Os perigos começam no momento em que aprendem a rolar sozinhos e insistem em levar à boca tudo o que encontram pela frente. A total falta de capacidade de discernimento na primeira infância exige dos pais atenção em tempo integral para garantir sua egurança. Existem diversos equipamentos que podem auxiliar nessa tarefa de tornar menos arriscados os primeiros anos de vida (veja quadro). Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, os acidentes mais comuns nos primeiros doze meses são afogamento, queimadura, intoxicação, choque elétrico, queda, sufocação, engasgo e ingestão de corpos estranhos. Mas é necessário também cuidado adicional para evitar que a superproteção iniba o desenvolvimento da criança. Isso pode acontecer no que se refere à criação de anticorpos para as doenças infantis e à capacidade motora. É preciso que ela se exercite andando sozinha, mesmo que o percurso inclua algumas quedas. Outra ginástica importante é a que reproduz o movimento de escalar coisas. Tudo isso envolve risco, claro, mas é necessário para que a fase dos tombos passe mais depressa. As quedas representam mais da metade dos atendimentos nas emergências pediátricas Até os 2 anos, elas acontecem principalmente em casa, do alto dos móveis A partir de 2 anos, o problema são os parquinhos e a escola. Quase 60% dos casos ocorrem no recreio Fonte: Hospital Albert Einstein (SP) Tudo é novidade (até 6 meses) Certifique-se sempre de que a água do banho não está muito quente Mantenha os alfinetes fora de alcance Jamais deixe o bebê sozinho na banheira, nem enquanto busca uma toalha Nunca o deixe em lugares de onde possa cair. É difícil saber em que momento ele irá movimentar-se Evite objetos que possam ser levados à boca. Brinquedos e chocalhos devem ser resistentes e não-desmontáveis Use colchão firme e cobertores leves Não deixe cordões nem prendedores de chupeta no berço A mobília e os brinquedos não podem ser pintados com tinta que contenha chumbo. Confira com o fabricante Bichos de pelúcia acumulam ácaros e provocam alergia respiratória. Tire-os do quarto de dormir A curiosidade (de 7 a 12 meses) Mantenha os objetos pequenos e afiados longe do bebê Produtos tóxicos e remédios devem ficar fora do alcance da criança Alfinetes, botões, agulhas e outros pequenos objetos precisam ser muito bem guardados Remova os objetos quebráveis que estiverem por perto Não deixe toalhas pendendo da mesa. Elas podem ser puxadas Mantenha os alimentos e líquidos quentes no centro da mesa A aventura (de 1 a 2 anos) Portões de segurança nas sacadas e nas escadas são indispensáveis para evitar quedas Grades nas janelas e telas, firmemente fixadas, previnem acidentes Portas que dão para a rua ou áreas perigosas devem ficar trancadas Tomadas de eletricidade precisam ser resguardadas com protetor Mantenha as substâncias venenosas sob chave. Intoxicações são comuns nessa idade Piscinas devem ficar cercadas ou cobertas. Evite deixar a criança no banheiro sozinha A cozinha é o lugar preferido das crianças. Cuidado com os cabos de panela quentes Fósforos, facas e outros objetos perigosos devem ser mantidos fora de alcance Evite brinquedos com pequenas partes removíveis que possam ser postas na boca ou no nariz A independência (de 2 a 3 anos) Comece a ensinar a seu filho quais são os perigos da rua e como e quando atravessá-la Não se esqueça de manter fora de alcance as substâncias venenosas e os fósforos Evite deixar que carreguem objetos pontiagudos e de vidro e líquidos quentes Guarde todas as ferramentas e equipamentos de jardinagem perigosos em local seguro A experiência (de 3 a 5 anos) Essa é a melhor idade para começar a ensinar como manusear ferramentas, fósforos e utensílios de cozinha Explorar terrenos baldios é excitante nessa fase. Supervisione as áreas em que as crianças brincam. Preste atenção em pregos e objetos cortantes É importante que os brinquedos sejam resistentes Guardar venenos e ferramentas pontiagudas em lugares seguros é importante Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria A escolha da babá confiável Imaginar que o bebê poderá ficar nas mãos de uma babá incompetente é um dos maiores pesadelos para os pais. Veja o que recomendam as agências que prestam serviços de recrutamento dessas profissionais Prefira as que possuem grau de escolaridade mais alto Indicação de pessoas de sua confiança é a melhor credencial Observe a babá por alguns dias antes de deixá-la sozinha Pergunte sobre o último trabalho e sua opinião a respeito das crianças. Ela se revelará Prefira empresas especializadas em agenciamento que garantam a qualidade da profissional Equipamentos que protegem o bebê PROTETOR DE CANTOS DE MESA Amortece o choque e pode evitar ferimentos (9 reais) FECHOS E CADEADOS Remédios, perfumes e produtos de limpeza devem ser mantidos sempre trancados. Fechos multiuso servem para lacrar armários e geladeiras (8 reais) PROTETOR DE TOMADAS Se elas estiverem a menos de 1,40 metro de altura, devem ser isoladas. Este protetor só pode ser arrancado com uma chave especial (6 reais) TAPETE ANTIDERRAPANTE Evita quedas no banheiro (29 reais) PROTETOR DE PORTAS Diminui o risco de o bebê ter os dedos presos (12 reais) LACRES Para portas de armários de remédios e da cozinha, evitam imprevistos (14 reais) ALARME PARA PORTA Vendido em lojas especializadas, avisa quando a porta se abre ou se fecha (35 reais) PROTETOR DE FOGÃO Cerca de 50% das crianças vítimas de queimadura são feridas com líquidos quentes, como água, leite e óleo. Um protetor de fogão as mantém longe do perigo (29 reais) Fotos: Getty images - Stock Photos - Marcelo Zocchio

11 de novembro de 2003

Os adolescentes testam seus limites o tempo todo e vivem na corda bamba. Saiba como orientar seu filho

Rebeldes e impulsivos, os adolescentes testam seus limites e põem a vida em risco rotineiramente. Comportamentos típicos da idade, como a prática de esportes radicais, a descoberta do álcool, sexo, drogas e o gosto pela velocidade, às vezes deixam saldo trágico. Some-se a isso a criminalidade que impera nas grandes cidades, e está criado um cenário de preocupação para os pais. O que fazer? Segurá-los em casa? Adotar uma postura rígida e intolerante? Não adianta, dizem os especialistas. O problema é mais complexo que isso. Impor limites é tão importante quanto saber entender as atitudes típicas da idade. A única coisa que se deve perseguir obstinadamente é a abertura do diálogo para que, no momento em que o adolescente tente dar o vôo de independência, possa ter um referencial que o guie. A começar pelo sexo. Na adolescência, que vai dos 12 aos 20 anos, meninos e meninas se vêem às voltas com as primeiras descobertas sexuais. A explosão de hormônios é incontrolável. É nesse momento que a descoberta do sexo cria o perigo real de uma gravidez precoce. Nunca o acesso à informação esteve tão disponível, mas, só em 1999, 1 milhão de garotas até 19 anos deram à luz no Brasil. A vida vira um transtorno para uma adolescente que se vê grávida de uma relação sexual eventual e descuidada. Às cobranças da sociedade, soma-se a dificuldade real de criar uma criança sem a maturidade nem, na maioria das vezes, as condições financeiras para isso. A maternidade precoce ainda não é o pior tormento. Um comportamento displicente pode causar danos bem maiores. As campanhas sobre os riscos de contrair Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis não compensam a dificuldade dos pais em falar sobre sexo com os filhos. Esse é o terreno no qual germinam a ignorância e a falta de cuidados. E a conseqüência é um desastre. Segundo pesquisa recente da Faculdade de Saúde Pública da Universidade São Paulo, seis em cada dez universitárias não recorrem à camisinha. Os números confirmam a gravidade da situação: 43% dos casos de Aids notificados até 1998 pertenciam à faixa etária de 25 a 34 anos. Como o período de incubação do vírus HIV é de dez anos, chega-se à conclusão de que a contaminação ocorreu entre 15 e 24 anos. Elas não passavam de meninas. Os problemas da adolescência não são menores entre os rapazes. Do total de mortes da população masculina nessa idade, 68% se devem a causas violentas, como homicídios, suicídios e acidentes de trânsito. Nos últimos quatro anos, houve aumento de criminalidade entre adolescentes, especialmente entre garotos de classe média. Em 1996, os jovens eram protagonistas de 3% dos registros policiais. Atualmente o índice supera os 10%, segundo a Promotoria de Justiça do Rio de Janeiro. Os pais possuem motivos de sobra para se preocupar quando os filhos saem de casa para se divertir. As pesquisas comprovam que os adolescentes estão bebendo mais e mais cedo. Segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, cerca de 70% dos estudantes brasileiros de 10 a 18 anos já consumiram álcool. Destes, 20% bebem mais de seis vezes por mês. Diante dessa realidade, quando uma noitada com amigos pode acabar em tragédia, não há outra saída. A velha e boa conversa no sofá da sala pode ser a maior proteção que se dá a um filho. APRENDA A LIDAR COM ELES Álcool – Entre os alunos do ensino médio e fundamental, 65% já experimentaram álcool. Segundo pesquisa da Escola Paulista de Medicina em dez capitais, o álcool é a droga mais usada pelos estudantes. É a causa de 70% dos acidentes automobilísticos entre os jovens O que fazer – Chegar embriagado uma única vez em casa não é sinônimo de alcoolismo, mas é boa razão para uma conversa. Quanto mais cedo você começar a orientar seu filho, melhor. Não adianta gritar, agredir ou dramatizar. O diálogo é o melhor caminho, segundo os psicólogos Drogas – Mais de 700 toneladas de maconha são consumidas anualmente no país. Um levantamento entre estudantes de dez capitais, feito pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, revelou que o uso da maconha quadruplicou em dez anos O que fazer – Carinho e diálogo são as melhores armas para combater as drogas, segundo especialistas. Se o problema for mais sério, converse com um médico de sua confiança e peça orientação sobre clínicas e serviços especializados. Fique atento aos sinais de dependência, como transtornos físicos, perda da noção de higiene e dificuldade de concentração Automóvel – Quase 7 000 jovens de 15 a 24 anos morreram em acidentes de trânsito em 1998. Pesquisa da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo mostra que 40% das ocorrências envolvem adolescentes – principalmente nas madrugadas de sábado e domingo, quando o número aumenta 17% O que fazer – Avaliar o comportamento de seu filho antes de entregar-lhe a chave do carro é uma saída. Um indivíduo inconseqüente, caso em que se enquadra a maioria dos adolescentes, é também um motorista imprudente. Não arrisque. Ao deixá-lo solto no trânsito, tenha certeza de que ele assimilou os conceitos de direção segura Gravidez precoce – O índice é assustador. Mais de 1 milhão de adolescentes até 19 anos deram à luz em todo o país em 1999. O número de meninas entre 10 e 14 anos que se tornam mãe no Brasil aumentou cerca de 31% desde os primeiros anos da década de 90, segundo o Ministério da Saúde O que fazer – O melhor é tentar participar do mundo da adolescente, conhecendo suas amigas e assistindo aos programas de TV de que ela gosta. De nada vai adiantar proibi-la de sair ou namorar. Melhor ceder a um relacionamento um pouco mais liberal do que enfrentar as conseqüências da falta de diálogo ASSUNTOS DIFÍCEIS Arthur Cavaliere/Strana O diálogo com o filho adolescente é sempre complicado, especialmente quando o assunto é sexo. Transpor as barreiras, no entanto, pode significar o caminho de uma vida livre de contratempos, como gravidez ou doenças sexualmente transmissíveis. Segundo a psicanalista Tânia Leão Pedrozo, da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, cabe aos pais a iniciativa de aproximação. É deles a função de começar o diálogo, desde que de forma adequada. Suas recomendações: Saiba ouvir. É importante tocar em assuntos como sexo e violência Fale com franqueza, mas não seja permissivo nem perca os limites Fique atento ao que acontece com seu filho. Procure observar sinais que indiquem possíveis mudanças de comportamento e tente entender os motivos Saiba impor limites se ele chegar embriagado em casa, por exemplo. Ser pai ou mãe é saber exercer a autoridade Conduza conversas amigáveis e evite ser categórico demais O mais importante: não force a barra quando seu filho não estiver disposto a conversar. A relação tem de ser estimulada pelos pais, mas acima de tudo com naturalidade e vontade de ambas as partes

11 de novembro de 2003

0
|
0