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Notícias

Cuidados na hora de comprar imóvel na planta ou em construção

O imóvel ainda vai ser construído, mas as prestações iniciais são bem menores do que as das unidades prontas. Você faz as contas e verifica que dá para pagar, basta apertar um pouco o orçamento. Além disso, não é preciso comprovar renda. Parece muito fácil. Mas é preciso prestar atenção às demais condições contratuais para evitar que um negócio que à primeira vista é vantajoso transforme-se num problema futuro. O grande conselho é não se precipitar na compra e tomar alguns cuidados antes de assinar o contrato. A prevenção ainda é a melhor forma de evitar problemas posteriores. O comprador deve solicitar uma minuta do documento para lê-la atentamente. Recomenda-se também consultar um advogado, visto que esse profissional está preparado para ler nas entrelinhas e a enxergar problemas que poderiam passar despercebidos ao leigo. O Procon recomenda que o comprador, antes de assinar o contrato, verifique com atenção os seguintes itens: o índice de correção das parcelas, o mês de correção, a previsão de cobrança de resíduo nos contratos com reajuste anual (que não pode ser acrescido de juros), o mês e o ano em que o imóvel vai ser entregue. Caso haja financiamento bancário, o comprador também deve verificar se o imóvel vai ser hipotecado. No caso de multa por atraso no pagamento das prestações, o máximo que pode ser cobrado é 2%.

18 de julho de 2003

Documentos que o comprador de imóvel usado deve exigir

1. Cópia da Escritura e do registro do imóvel junto ao cartório de registro de imóveis; 2. Certidão Negativa de Débitos Condominiais (em caso de apartamento). Caso não estejam quitados, os débitos recairão sobre o novo proprietário; 3. Certidão de propriedade com negativa de ônus com vintenária (situação do imóvel durante os vinte últimos anos); 4. Certidões pessoais do vendedor em distribuidores civis, justiça federal, cartório de protesto e executivos fiscais devem ser verificados na cidade na qual se localiza o imóvel e na qual resida o vendedor, caso sejam diferentes; 5. Certidão Negativa de IPTU e o carnê com as parcelas quitadas. Mas fique de olho no prazo: todas as certidões têm validade de trinta dias; 6. Certidão de Propriedade, com averbação da construção, em se tratando de casa. Senão, o novo proprietário corre o risco de estar comprando apenas o terreno e não a construção.

18 de julho de 2003

Aposte no potencial dos imóveis antigos

Antes de riscar aquele apartamento antigo, em estado de conservação duvidoso, de seus planos de compra, confira essa reportagem. Espaços amplos, pés-direitos generosos e detalhes charmosos de um imóvel podem estar ofuscados por vazamentos, rachaduras, revestimentos danificados e pela má distribuição dos ambientes. Às vezes, o estado de deterioração é tão avançado que a desvalorização pode atingir até 50% do valor de mercado da unidade. Ou seja, você pode adquirir um imóvel de cerca de 100 m² pelo preço equivalente ao de uma unidade popular, normalmente com tamanhos entre 40 m² e 50 m². Mas antes de sair por aí achando que comprar um apartamento antigo é sempre um negócio da China, faça uma avaliação criteriosa para descobrir as causas da desvalorização. O primeiro ponto a ser analisado é a localização. Um apartamento pode até preencher suas exigências, mas se estiver numa área muito degradada, não será um bom negócio. Cerqueira César, Pinheiros e Higienópolis são bairros recomendáveis. Além de bem localizados, esses bairros apresentam empreendimentos de alto padrão e também prédios com 60 anos ou mais. No caso de Higienópolis, boa parte das oportunidades está nos prédios de no máximo cinco andares, sem elevador. A Avenida São Luís também pode ser incluída na lista, como um oásis de prédios antigos com bom potencial, em meio ao Centro. Outro aspecto muito importante é a vizinhança. Procure conhecer por alto os hábitos de seus futuros vizinhos e analise se o ambiente do local é compatível com seu modo de vida. Além disso, fique atento a dois aspectos: utilização e idade das unidades. O uso comercial, por exemplo, aumenta o tráfego de visitantes e pode interferir na segurança dos outros moradores. Quanto ao tempo da construção, a vida útil de um imóvel é de 60 anos, depois disso a desvalorização é muito grande em razão da possível deterioração das estruturas. Para evitar surpresas, ao visitar o imóvel, examine, com ajuda de um especialista, as instalações hidráulicas e elétricas do apartamento e do prédio. Quando o encanamento e a fiação estão em mau estado apenas na unidade, uma boa reforma pode resolver. Mas se o problema for geral, em todo o edifício, existe o risco de interdição do prédio e até de acidentes graves. Procure saber também se há propostas de melhorias no condomínio. A etapa final para detectar o potencial da unidade para se tornar seu novo lar é o acabamento externo e a distribuição interna dos ambientes. Rachaduras muito extensas e profundas na vertical são a deixa para identificar um imóvel condenado. “Quando uma parede aparenta que vai cair, cai mesmo”, diz o decorador Ricardo Cintra, da Oficina de Projetos. No mais, de acordo com Cintra, tudo tem jeito. Um piso de tacos já opaco pode ganhar brilho e beleza com raspagem e uma aplicação de ácido para clarear as marcas da deterioração. Já os azulejos e pisos podem ser sobrepostos por texturas e novos revestimentos sem nenhum quebra-quebra. Veja a seguir as fotos do antes e depois e alguns detalhes da reforma que transformou um apartamento antigo e sem graça na Avenida Paulista, num charmoso e bem aproveitado misto de casa e escritório.

18 de julho de 2003

Quando recorrer aos cemitérios de azulejos?

Apareceu um vazamento no seu banheiro, ou a cozinha está com parte dos azulejos rachados, e você não pensa em trocar todo o revestimento, mas também não tem sobra do azulejo, que já não é mais fabricado. Antes de começar a se preocupar, procure os cemitérios de azulejos e pisos. Nestes locais, é possível encontrar os mais variados tipos de revestimentos cerâmicos fora de linha. Pode ser que o modelo que você procura esteja lá, o que vai evitar grandes gastos na reforma. Essa, aliás, é a principal vantagem desse tipo de serviço: repor o que falta, sem gastar muito. Apesar da enormidade de opções em azulejos e pisos, os cemitérios concentram seu estoque nas peças com cerca de 25 anos para cá, já que nessa fase se exige uma reforma nas casas. Azulejos antigos (de 40 anos em diante) são mais difíceis de encontrar. Isso porque as casas dessas épocas já foram reformadas e o material jogado fora. Também porque só na década de 60 se iniciou a produção do azulejo brasileiro. Antes, havia apenas os europeus, considerados antiguidades e por isso caríssimos. Por estas razões, e ainda porque boa parte dos azulejos antigos para área interna era somente branca, a procura é muito pequena. Além da reposição, os cemitérios dos azulejos são também muito procurados por quem deseja diferenciar sua obra. Usá-los na criação de detalhes em bordas de piscinas, fontes, em volta de janelas, em mesas de alvenaria, em rodapés ou barrados (faixas na parede) dá um charme especial ao conjunto. E é viável economicamente. Já utilizar azulejos e pisos dos cemitérios em toda a obra não é recomendável, pois pode encarecer muito a construção. Para quem deseja vender seus azulejos e pisos, essas lojas oferecem outra vantagem: retiram o material sem cobrar nada pelo serviço e, ainda, pagam pelo que conseguem retirar intacto. Porém, é bom saber que os cemitérios só compram (e retiram) o que lhes interessa.

18 de julho de 2003

Pintura: entenda para que serve cada produto

Você vai pintar a casa e quando chega na loja para comprar as tintas fica confuso com tantas opções. Acrílica, esmalte, resina, verniz, fundo preparador... “O que significa tudo isso?”, você pensa com uma certa inquietação. Não é para menos, são tantos os nomes e as indicações que só mesmo um especialista para entender todas essas nomenclaturas. Para ajudá-lo a desvendar esse mistério e não fazer você desperdiçar dinheiro, relacionamos os principais produtos existentes no mercado: Massas Substância mole e pastosa preparada para aplainar e alisar as superfícies antes das demãos de tinta. Indicada para ambientes internos (massa-corrida) e externos (massa acrílica). Aplicadas de duas a três demãos com desempenadeiras de aço ou espátulas. Fundos São produtos químicos, que têm como função diminuir a absorção, uniformizando e selando a superfície. Proporcionam uma economia de tinta e aumentam a vida útil do acabamento. Têm secagem, em média, de quatro horas e devem ser aplicados em uma única demão. Suas variações: Líquido Selador para Alvenaria: à base de emulsão de PVA, é indicado para interiores. Tem aparência branca leitosa, mas, após a aplicação, fica transparente. Deve ser aplicado em reboco curado de 45 dias ou em cima de massa-corrida. Tem função de uniformizar a absorção da superfície, diminuindo as demãos de tinta. Aplicado com rolo de lã. Selador Acrílico: recomendado para interiores e exteriores, deve ser aplicado sobre reboco novo de secagem mínima de 15 dias. Tem aparência branca na lata e na aplicação. Uniformiza a absorção da superfície nova e se sobrepõe completamente à antiga pintura. Fundo Preparador de Paredes: único produto que acerta problemas nas superfícies, como descascamento, bolhas, caiação e pó. Aumenta a vida útil dos acabamentos e de superfícies de gessos e cal. Fixa partículas soltas, fazendo com que a tinta de acabamento tenha maior aderência e evitando a calcinação e a alcalinidade que costumam destruir a tinta. Seu líquido, aplicado com rolo de lã, é transparente na lata e na aplicação. Fundo Sintético Nivelador: usado para madeiras novas que nunca foram pintadas. Diminui a absorção da tinta e nivela a superfície. Aplicado com rolo de espuma ou pincel. Tintas É uma mistura química colorida, ou não, que após sua aplicação se converte em um revestimento decorativo, dando acabamento, resistência e durabilidade às superfícies, como alvenaria, madeira, metal e PVC. Evita a absorção da água da chuva e da sujeira, impedindo o desenvolvimento de mofo, no caso de alvenaria, de rachaduras, em madeiras, e de corrosão, nos metais. A seguir, você confere os tipos de tintas: Acrílica: tem grande poder de resistência e durabilidade, devido à emulsão acrílica de sua composição, por isso, é indicada para paredes externas, fachadas e muros. Seu acabamento é liso e sedoso, encontrando-se disponível na versão fosca, acetinada e semi-brilho. Seca em quatro horas e seu rendimento é de 40 a 50 metros quadrados por galão (de 3,6 litros). Pode durar de dois a dez anos, dependendo da qualidade do produto. Deve ser aplicada de duas a três demãos. Para um melhor acabamento deve ser aplicada com rolo de lã de pêlo baixo ou rolo para epóxi. Acrílica para pisos: tem os mesmos componentes da versão para alvenaria e mais alguns aditivos especiais que resistem à abrasão. A secagem é de 48 horas para o trânsito de pessoas e de 96 a 120 horas, para o de veículos. Resiste, em média, dois anos para abrasões leves. Seu rendimento é de 35 a 40 metros quadrados por galão. Devem ser aplicadas três demãos do produto com rolo de lã. Látex PVA: é mais porosa do que a tinta acrílica, por isso, menos resistente e durável. Indicada para ambientes internos e externos. Só é encontrada na versão fosca. Seca em quatro horas e seu rendimento é de 35 a 45 metros quadrados por galão. Tem vida útil de até cinco anos, para produtos de primeira linha. Deve ser aplicada de duas a três demãos com rolo de lã. Esmalte: é a evolução da tinta a óleo, mais resistente, mais durável e com maior brilho e secagem rápida. Indicada para madeiras (portas, cercas e portões) e metais, em ambientes internos e externos, seu acabamento é liso e sedoso. Nas versões: fosco, acetinado e alto brilho. Tem secagem de 18 a 24 horas e rendimento de 40 a 50 metros quadrados por galão. Sua durabilidade é de até dez anos. Devem ser aplicadas duas demãos do produto com rolo de espuma ou pincel de cerdas macias. Tinta a óleo: é a opção mais barata para madeiras e metais. Sua formulação tem uma quantidade maior de óleo do que a do esmalte. Só está disponível no acabamento brilhante. Sua secagem é de no mínimo 24 horas e sua vida útil, de até seis anos. Aplicado com rolo de espuma ou pincel de cerdas macias. Epóxi: produto bicomponente (tinta e catalizador) recomendado para áreas molhadas e superfícies metálicas. Sua aplicação deve ocorrer no máximo de 4 a 12 horas depois da mistura dos componentes. Tem rendimento de 35 metros quadrados por galão e durabilidade de dez anos. Sua secagem é de 50 horas. De odor forte e difícil aplicação, requer mão-de-obra especializada. Verniz Solução de resina, natural ou sintética, que propicia uma película transparente que protege e realça os veios da madeira. Pode durar até quatro anos em ambientes externos, dependendo do tipo do verniz, e longos anos em ambientes internos, se bem conservado. Seu rendimento é de 40 a 50 metros quadrados por galão e sua aplicação de três a quatro demãos, com rolo de espuma ou pincel de cerdas macias. Além de transparente, há vernizes que dão tonalidades à madeira, imitando mogno, imbuia, cedro, ipê, nogueira e cerejeira. Tem secagem de 18 a 24 horas. Consultoria: gerência de serviços das Tintas Coral..

18 de julho de 2003

O risco de derrubar uma 'paredinha' só.

Reformas - mesmo em imóveis antigos - exigem cálculos de especialistas A dona da casa chama o pedreiro de confiança da família, percorre o corredor apontando um canto e outro onde quer um retoque de massa e chega ao quarto, onde faz a pergunta: - Dá para derrubar aquela paredinha de nada, ali? - É... a senhora querendo, a gente dá um jeito. Mas quem já se apertou em exames de física e matemática sabe que as ciências exatas quase nunca admitem esses 'jeitinhos' de improviso. Reformar não é uma atividade qualquer, menor e que possa ser feita de qualquer maneira ou sob critérios empíricos, os especialistas advertem. As relações de forças que mantêm uma estrutura de pé são conseqüência do equilíbrio entre paredes, vigas, pilares e lajes definido pelo projeto. Esses elementos podem ser alterados, mas mudar não é apenas sinônimo de retirar. São necessários cálculos que indiquem como redistribuir o peso da construção. Uma regra que vale para casas e prédios, independentemente de seu uso e tamanho, e especialmente se o edifício for antigo: "Para mexer em um prédio o cuidado tem de ser maior", diz o engenheiro Flávio de Lima. Seja qual for o andar, é preciso ter cautela. Nem sempre uma parede é só uma divisória de cômodos. Em muitos casos, elas também têm função estrutural, contribuem para manter o prédio de pé. Se por ali houver uma pilastra aí então é que o risco se torna maior e o perigo de alguma coisa sair errada aumenta. Projetados para suportar o peso das lajes e dar apoio às vigas, esses elementos só podem ser retirados depois de um estudo. "Para retirar um pilar tem de ser feito todo um cálculo específico." Num prédio, os primeiros andares suportam o peso dos superiores, mas é um engano imaginar que isso torna as obras mais simples quando se aproxima dos últimos pavimentos. "Mesmo no último andar é perigoso por causa da caixa d'água." Aumentos - E pelo relato dos profissionais não são poucas as vezes em que os clientes pedem para que sejam retiradas paredes para aumentar o espaço de um cômodo. Em busca do que pareça a eles o ambiente ideal são cometidos alguns atentados à segurança. A decoradora e paisagista Patrícia Pretola Martins conseguiu dissuadir uma de suas clientes da intenção de aumentar a garagem. Para que no espaço reservado para um carro ela pudesse estacionar dois, teve a idéia de quebrar uma parede e modificar a divisão do sobrado antigo. Mas na parede passava uma coluna e a operação não poderia ser feita de qualquer maneira. "Estruturalmente não tinha como fazer", disse Patrícia. Diante da negativa, a cliente chegou a argumentar que a casa era antiga, o que serviu apenas para reforçar a convicção da decoradora. "Pior ainda, porque você não sabe como foi construído." Há um mito de que as edificações mais antigas eram feitas de uma forma que permite mudanças sem grandes traumas. Seriam mais fortes e resistentes que as atuais. Um engano, segundo o engenheiro José Alves. Novas ou antigas, as regras são as mesmas. É preciso saber como se divide o peso da estrutura e como cada elemento trabalha para manter o equilíbrio. As leis da física valem sempre. É preciso antes de mais nada ver o manual de instruções. No caso dos prédios e das casas: a planta. Não é proibido fazer as alterações. "Se for mexer tem de ir com bastante cautela e pegar a planta o prédio", diz Patrícia. As informações contidas no projeto e a atenção de um profissional especializado podem indicar o caminho para se chegar ao resultado esperado. O problema é que a responsabilidade pela transformação e o tempo para as contas e para a execução dos serviços não custam tão pouco quanto deseja quem queria um banheiro maior. Também não se deve achar que, em vez de tirar uma parede, fazer uma nova é simples. Teoricamente isso parece mais fácil, afinal, em vez de reduzidos, os apoios serão aumentados. Mas entre a teoria e a prática há muita matemática. Segundo Alves, essa é outra operação arriscada. É preciso saber se fundações, pilares e vigas agüentam o peso adicional. Pior ainda se a idéia for aumentar o imóvel construindo mais um pavimento. Os cálculos têm de ser refeitos e além disso, adverte Alves, a união do material novo com o antigo nem sempre é tranqüila. Fonte: O Estado de S.Paulo

18 de julho de 2003

Aprenda a calcular o material para sua obra

Na hora de calcular a quantidade de material a ser utilizada na obra, seja construção ou reforma, arquitetos, engenheiros e técnicos são unânimes: é preciso prever bem as perdas – que ocorrem do transporte ao manuseio. O cálculo evita desperdício e a dor de cabeça de ter de voltar à loja para comprar mais e correr o risco de não encontrar o produto, em falta ou já fora de linha. A maioria dos especialistas aponta uma margem de segurança de 10%, mas nem todos os materiais aceitam esse índice. "É uma boa margem para tijolos, telhas e blocos de concreto", afirma o arquiteto Carlos Augusto Faggin, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da Universidade de São Paulo (USP). Mesmo para aqueles materiais em que a margem é aplicável, existem muitas situações que podem aumentar ou diminuir a quantidade necessária. Áreas com pisos e azulejos estampados, por exemplo, consomem mais peças, pois pedem mais recortes para compor os desenhos. Já as áreas de grande dimensão terão perda menor, pois haverá menos recortes. São detalhes que podem complicar a obra. Por isso, é bom consultar um arquiteto ou um engenheiro. "É preciso fazer um projeto e discuti-lo bem antes de fazer as compras", diz o engenheiro Nelson Ferraz, coordenador da Divisão Técnica de Gerenciamento de Empreendimentos do Instituto de Engenharia. Confira: Telhas de barro Como têm grande variação de tamanho, até de uma região para outra, o cálculo fica mais difícil. O professor Carlos Augusto Faggin, da FAU-USP, dá uma dica bastante prática: monte no chão 1m² com as telhas e veja quantas foram necessárias. Aplique a "folga" de 10% a mais, depois de calcular o total necessário para a área do telhado. Mas é preciso não se esquecer da inclinação do telhado: quanto maior a inclinação, maior será o número de telhas gastas. O engenheiro Jorge Saback Filho, gerente de Obras de Residências da Archiplanta, faz um alerta: o grande problema das telhas de barro é sua qualidade. Peças ruins terão perda maior e a margem de 10% pode não ser suficiente. Azulejos Calcule a área real, isto é, desconte portas e janelas. A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica (Anfacer) recomenda uma margem de 10% a mais no cálculo. Mas lembre-se de levar em consideração se as peças são lisas ou estampadas – estas têm perda maior, pois será preciso encaixar os desenhos. Os azulejos são usados em áreas que geralmente requerem manutenção, principalmente por causa das instalações hidráulicas. É bom já calcular uma pequena sobra para estoque de pelo menos uma caixa, para reparos futuros, pois encontrar a mesma tonalidade de cores é quase impossível, mesmo para as peças mais simples, e as cerâmicas saem facilmente de linha. Pisos Deve-se levar em conta o tamanho das placas e da área. "Quanto maior a dimensão da placa, maior é a perda", explica o professor Faggin, da FAU. Para peças de até 15 cm, ele recomenda uma margem de segurança de 5%; e para de 30 cm ou mais, de 10%. Em contrapartida, áreas maiores terão perda menor, pois haverá menos recortes. Como no caso dos azulejos, é melhor ampliar a margem de folga se as peças forem estampadas. Pisos postos em diagonal também têm mais recortes e, portanto, maior consumo, lembra Saback Filho, da Archiplanta. Para áreas com até 10m², o engenheiro aconselha 20% a mais para colocação reta e 35% para em diagonal. Áreas superiores devem ter margem de 10% e 20%, respectivamente. É aconselhável ter um estoque, para manutenção futura, de pelo menos uma caixa. O rodapé, se feito do corte do piso, deve ser calculado separadamente. Saiba que uma placa fará duas unidades de rodapé, pois o "miolo" vai apresentar "rebarbas" indesejáveis. Tijolo baiano ou de barro maciço O cálculo depende do tamanho do tijolo e da largura da parede. O melhor é seguir a instrução do fabricante ou fornecedor e aplicá-la sobre a área, lembrando-se do índice de 10% a mais como prevenção. Saback Filho, da Archiplanta, dá uma dica: "Devemos levar em conta toda a área da parede, ou seja, não dar desconto em portas, janelas e outros vãos.” No caso de uma parede de tijolos maciços que ficam à vista, um ponto importante são os cantos externos. "Alguns fabricantes já fornecem os tijolos cortados para serem colocados nesses cantos, diminuindo assim as perdas", explica o engenheiro. Bloco de concreto Tem tamanho variado, portanto ‚ melhor seguir a indicação do fabricante ou fornecedor. O arquiteto Faggin, professor da USP, aconselha aplicar a margem de 10% de sobra. Cimento Como tem "vida curta" – começa logo a empedrar –, o principal fator a ser considerado no cálculo da quantidade é o tempo. "Não se deve comprar cimento para muitos dias", explica Nelson Ferraz, coordenador da Divisão Técnica de Gerenciamento de Empreendimentos do Instituto de Engenharia. Segundo ele, é melhor comprar o suficiente para usar em 15 dias, já que nem sempre as condições de armazenamento na obra são as ideais. Argamassa Para assentamento de tijolos, a média é de 10 a 14 quilos por metro quadrado e depende do tipo de tijolo. Para uso em revestimento (que tem um tipo específico: o cimento e cola), é de 5 quilos por metro quadrado. Tinta O rendimento varia de marca para marca, do tipo utilizado (PVA, acrílica, elástica, etc...) e da quantidade de demãos que serão necessárias para a cobertura perfeita da superfície. O melhor a fazer é consultar as instruções do fabricante contidas no produto e calcular a área a ser pintada (altura x largura) descontando-se os vãos, como portas e janelas. Alguns fabricantes informam uma fórmula básica para descobrir quantos galões de tinta serão necessários. Adote a equação abaixo para tintas, fundos e massas, sem esquecer que o consumo por metro quadrado pode variar em função da porosidade da superfície e da técnica a ser empregada. Consumo de galões = metragem quadrada X número de demãos rendimento por galão informado pelo fabricante Para evitar desperdícios, o engenheiro Saback Filho aconselha deixar a pintura para a última etapa. "A pintura é o último passo de uma obra ou reforma, portanto deve ser iniciada apenas quando não há mais nenhum serviço a ser executado", diz. Isso evita a perda com retoques ou outras demãos se houver necessidade de fazer a mudança, por exemplo, de um ponto elétrico. O professor Faggin tem uma dica para quem for usar cores preparadas em misturadores: é preciso aplicar no cálculo a margem de 10% a mais para não correr o risco de o produto acabar antes do fim da pintura, pois será difícil obter novamente a mesma tonalidade. Esse problema não ocorre com as cores prontas. O que fazer com as sobras O material aproveitável pode ser dado a amigos, doado a instituições de caridade ou mesmo vendido a museus e cemitérios de peças. Para livrar-se do entulho, contrate empresas removedoras. O Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura de São Paulo, por exemplo, tem cadastro de firmas. É possível saber se uma determinada empresa está cadastrada pelo telefone (11) 3311-6411. Em outras cidades, procure informações na prefeitura local. No caso das tintas, se preferir guardá-las, faça-o em lugar coberto, seco e ventilado. Mantenha as latas bem fechadas, voltadas para cima e imobilizadas

18 de julho de 2003

Tudo o que você precisa saber para contratar um arquiteto

Na hora de reformar, construir ou decorar, pintam sempre algumas dúvidas. Será que vale a pena contratar um arquiteto ou eu mesmo posso planejar minha obra? Será que esse gasto é supérfluo? O que esse profissional pode realmente fazer para me ajudar? Segundo o presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Departamento de São Paulo (IAB), Gilberto Belleza, as pessoas só se dão conta de como é importante ter a orientação de um profissional especializado quando já estão executando a obra. “Contratando um arquiteto não se corre risco de bater a cabeça nos degraus da escada, ou ter um interruptor atrás da porta, ou ainda uma caixa d’água sem pressão”, exemplifica. Para Belleza, a reforma pode até seguir sem orientação especializada, mas, com certeza, não terá as melhores soluções, o que vai influenciar, e muito, no resultado final. Definir o projeto, distribuir corretamente os espaços, planejar a obra, a ventilação os materiais adequados, resolver questões hidráulicas, elétricas e estruturais são algumas das funções do arquiteto, que pode também atuar em arquitetura de interiores. Por que contratar um profissional? Você pode contratar os serviços de um arquiteto ou de um escritório de arquitetura por vários motivos. Uma das razões pode ser apenas uma consultoria: identificar qual a melhor opção de compra de um terreno ou de um imóvel numa determinada região; Outro motivo, bastante comum, é contratá-lo para desenvolver o projeto da casa onde você pretende morar. Existem profissionais, no entanto, que dão suporte do início ao fim da construção. Além de fazer o projeto, administram a obra, contratam operários, compram materiais. Há escritórios, porém, especializados apenas em planejar a decoração e o mobiliário da casa. Por isso, tenha bem claro qual profissional se encaixa melhor no seu caso. Faça a escolha certa! Não tome decisões apenas baseado em indicações de amigos. Antes de fechar qualquer negócio, conheça de perto o trabalho do arquiteto. Cheque seu currículo, seu portfólio, verifique seus principais projetos, visite as obras que ele está administrando, converse com outros clientes. Essas precauções ajudam a evitar aborrecimentos futuros. Enumere seus desejos Profissional e cliente devem manter sempre um ótimo diálogo. Se você realmente quer morar numa casa que atende às suas necessidades, então, não tenha receio de expor seus desejos e hábitos. Tente encontrar exemplos do que você quer em revistas de arquitetura ou de decoração. Essas informações vão ajudar o arquiteto a planejar a casa de seus sonhos. É bom lembrar, porém, que uma casa não pode ser uma colagem de vários ambientes vistos numa revistas nem a composição de várias fachadas. Quanto isso vai custar? O IAB tem uma tabela de referência de honorários. Alguns arquitetos, porém, costumam calcular o preço de seus projetos por metro quadrado. Quando o profissional também administra a obra, ele pode exigir uma porcentagem sobre os gastos referentes ao material de construção ou, então, combinar um preço fechado, que é calculado depois de se fazer uma estimativa de todo os gastos. Há ainda uma terceira alternativa: pagar apenas as horas técnicas do profissional (que podem variar de acordo com a experiência do arquiteto). Nesse caso, o cliente fica responsável pela compra do material de construção e pela contratação da mão-de-obra. Atenção no contrato É importante discriminar todos os serviços que serão prestados pelo profissional. Em geral, devem constar no contrato informações sobre o projeto, do que ele trata, suas etapas, os valores a serem cobrados pelos serviços, a forma de pagamentos e os prazos de entrega. Não deixe também de acertar os detalhes quanto à aprovação do projeto na prefeitura local. É o arquiteto quem dá entrada nessa documentação junto aos órgãos competentes, embora, na maioria das vezes, seja o cliente que assuma essas despesas. Pequenas reformas que não ocasionam aumento de área, como troca de revestimentos ou encanamento, não exigem aprovação da prefeitura. Etapas do projeto Depois de conversar bastante com o cliente, o arquiteto começa a desenvolver seus estudos. Numa primeira fase, apresenta um esboço geral, no qual constam apenas as informações básicas. Em seguida, prepara-se o anteprojeto, que é um pouco mais detalhado e contem o conceito estrutural. A partir daí, providencia-se o projeto legal, para aprovação nos órgãos públicos, e o pré-executivo, que já inclui todos os materiais de acabamento. Numa etapa final, o cliente recebe o projeto executivo, que chegará na obra em cópias heliográficas (pretas e azuis) ou plotagens de computador para orientar a construção. É muito importante manter as cópias desses desenhos, incluindo os projetos hidráulico e elétrico, pois você poderá precisar deles em futuras reformas ou possíveis reparos.

16 de julho de 2003

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