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Notícias

Guia de negócios - Preço.

Na prática, o valor de um imóvel é expresso basicamente pela multiplicação de sua área útil pelo preço do metro quadrado definido pelo mercado imobiliário para a região onde ele está situado. Com mais precisão, chega-se à composição do valor de um imóvel novo pelo custo do terreno e da obra, pela área que ocupa, por sua destinação e por suas qualidades, em que se incluem a localização, a construção, o acabamento e as benfeitorias. A tudo isso se soma, claro, o ganho de quem o construiu e vendeu.Em geral, o "custo" da área útil (a quantidade de metros quadrados apenas da unidade habitacional, sem contar as áreas comuns, como elevadores, hall social e lazer) é a informação que interessa na hora da compra. Isso apesar de, obviamente, o custo de todos aqueles equipamentos estar incluído "no pacote". Mesmo porque não é possível adquirir um apartamento sem que se leve de quebra para casa também a área comum. Valor venal e de mercado Todo imóvel tem um valor venal (valor de venda), definido por tabelas de avaliação das prefeituras elaboradas por engenheiros. É fácil saber o valor venal atribuído a um imóvel: basta olhar, por exemplo, na folha de rosto do carnê do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano, em uns municípios; Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana, em outros). O valor venal serve de base para o cálculo desse imposto municipal e, no momento da transferência de propriedade, para o cálculo do imposto de transmissão e das taxas e dos ganhos dos cartórios.O valor venal deveria refletir aquelas características que levam inicialmente à composição do preço, mas em geral não é isso que acontece: o que prevalece na compra e venda de um imóvel é o valor de mercado, que reflete diretamente a realidade --o jogo dinâmico da oferta e da procura, a especulação imobiliária. Valorização e depreciação Passa o tempo, e a casa, o apartamento ou o terreno que eram muito valorizados podem perder o valor por uma série de motivos: o mau uso, a falta de conservação ou o fato de o próprio lugar que ocupam ter sofrido degradação socioeconômica e não mais atrair o interesse das pessoas. É a depreciação.Ao contrário, outro lugar pode ter sido revitalizado, ou de novos empreendimentos, investimentos privados ou públicos, ou por melhoramentos urbanísticos e arquitetônicos. É a valorização. É um ciclo eterno. O que compõe o preço Localização: uma mesma rua pode ter pontos com características bem diversas e até opostas. Construção: o tipo de material empregado na obra e no acabamento ajuda a compor o preço. Idade: imóveis mais antigos costumam sofrer uma depreciação maior do que os novos, da mesma maneira que ocorre com os automóveis. Benfeitorias: reformas e ampliações projetadas por bons arquitetos que utilizem material de qualidade elevam naturalmente o valor do imóvel, ao contrário, por exemplo, de uma divisória feita sem bom planejamento e com sobras de outras reformas. Movimento do mercado: uma área que era cheia de atrativos, tanto econômicos quanto sociais, pode decair aos poucos, por causa da falta de investimentos em melhorias, por não despertar mais o interesse do público, porque a população não se renovou, porque a qualidade dos estabelecimentos que serviam o bairro se deteriorou etc. O movimento de mercado contrário --oferta de qualidade e procura em alta-- e o empenho de grupos ou da comunidade local pode provocar a vitalização ou revitalização de uma localidade.A flutuação de preços é típica do mercado imobiliário. Quem trabalha com imóveis, é analista ou investidor no setor vê essa realidade dia a dia. Um bom indicador é o sobe-e-desce do preço médio do metro quadrado residencial e comercial, que ainda não recuperou os valores dos primeiros sete anos da última década. Fonte: Guia Folha imóveis

30 de novembro de -0001

Guia de negócios - Negociação.

Ao se envolver com a compra ou a venda de um imóvel --o que a maioria das pessoas faz uma ou poucas vezes na vida--, é preciso não ser afoito. Em primeiro lugar, o comprador deve avaliar sua capacidade de honrar o pagamento. Não adianta dispor do dinheiro para dar como sinal, ou entrada, e não saber onde conseguir o restante. Sem dinheiro à disposição, procure antes de mais nada um financiamento bancário.A forma de compra escolhida --à vista ou a prestações-- vai influenciar no preço do imóvel. Assim, costuma-se negociar o preço, como quem está numa feira livre ou num mercado. Em compras à vista, quase sempre se consegue um desconto, mas há proprietários irredutíveis, com plena consciência do valor de seu bem e de outras oportunidades de venda que terão. Por outro lado, só ao conversar é que o comprador perceberá se o proprietário do imóvel precisa de dinheiro rapidamente e fará um bom abatimento no preço para obtê-lo. Se o comprador conseguir um financiamento bancário, o vendedor receberá o dinheiro do banco em cerca de 30 dias. O pagamento feito nesse prazo é considerado à vista, em razão do tempo necessário para ser emitida a documentação do imóvel, do proprietário e do vendedor e da quantia envolvida na venda de um apartamento. Contrato de compra e vendaAcertados o preço e as condições de pagamento --o que pode ser feito verbalmente ou por escrito, numa minuta de contrato--, escreve-se um compromisso, ou proposta, ou contrato de compra e venda --acordo entre as duas partes, comprador e vendedor, que ao ser assinado adquire força de lei, conforme determina o Código Civil. Esse documento serve para criar uma relação entre o vendedor e o comprador, especificar o negócio a ser realizado e lhes dar garantias, para que tudo transcorra sem surpresas desagradáveis. Portanto, ele contém várias informações obrigatórias, como: a natureza do negócio (compra e venda); o nome, o número dos documentos, a profissão e o estado civil do comprador e do vendedor; informações que indiquem precisamente o imóvel em questão (localização, metragem, matrícula e outras características, como garagem ou área privativa); a garantia de que o imóvel pertence àquele proprietário; o valor da parcela de entrada (o sinal ou arras) ou a forma de pagamento inicial escolhida, que garante ao comprador primazia na compra do imóvel, e a data em que esse valor será pago; um prazo razoável para a apresentação de toda a documentação; o valor da prestação ou das prestações posteriores e suas respectivas datas de pagamento, com eventuais correções acertadas entre as partes; em caso de financiamento do restante a ser pago, o prazo exeqüível para que toda a documentação seja providenciada e analisada pela instituição que concederá o empréstimo; o comprador perde a quantia ou o bem dado como sinal se desistir da compra; o vendedor paga ao comprador o sinal em dobro, ou determinado valor acertado, se desistir da venda; a entrega ao comprador de documento de quitação da compra do imóvel após os devidos pagamentos; a denominação do foro contratual (um tribunal de justiça) escolhido para julgar problemas decorrentes desse negócio. Proteção do compradorA maioria dessas cláusulas costuma estar presente nos contratos-padrão apresentados por administradoras e imobiliárias e garantem a venda e a transferência de propriedade do imóvel.Contudo, podem acontecer problemas no meio do processo que impedem a concretização da compra. São comuns, por exemplo, erros na documentação, impedindo ou protelando a efetivação do negócio. Outra eventualidade é a instituição financeira do financiamento chegar à conclusão de que o comprador não atende a todas as exigências (renda mínima, por exemplo) e não dar o empréstimo. Por essas e outras razões que não dependem de sua vontade, o comprador deve exigir que conste do contrato ou do compromisso de compra e venda uma cláusula deste teor:"Será feita a devolução ao comprador da quantia paga como sinal [ou arras, ou entrada], referida na cláusula ________ , caso ocorram problemas alheios à sua vontade que impeçam o cumprimento do presente contrato."É também importante haver uma cláusula que obrigue o vendedor a entregar toda a documentação dele e do imóvel para que o financiamento seja concedido.Se a exigência não for atendida, o comprador deverá pensar até em não assinar o compromisso e desistir da compra, porque não terá proteção alguma contra eventualidades que o prejudiquem.Além desses cuidados, o comprador deve, antes de tudo, verificar um documento que comprove a propriedade do imóvel, como a escritura definitiva. Dessa forma, ele terá muito mais segurança ao assinar a proposta de compra e venda. DocumentaçãoSejam quais forem as formas de compra e pagamento escolhidas, será preciso providenciar uma batelada de documentos para comprovar que as pessoas envolvidas são idôneas e que o imóvel em questão está regularizado e não se encontra comprometido de forma alguma.Isso significa que vendedor e comprador não podem ter seu nome em protesto nem estar devendo a órgãos do governo, entre outras coisas.A quantidade de documentos que o vendedor deve providenciar é bem maior que a do comprador, o qual se limitará a apresentar documentos pessoais corriqueiros. Veja o que cada um deles deve providenciar para comprovar que não há impedimento à assinatura do contrato e à posterior transferência de propriedade do imóvel.Esses documentos são emitidos por cartórios, e cada um fica pronto de 3 a 15 dias após o pedido. Devem ser tirados na cidade em que se localizam o imóvel e a residência do vendedor. Todas as certidões têm validade de apenas 30 dias. Olho vivo!É extremamente importante ler com toda a atenção o contrato (ou compromisso ou promessa) de compra e venda, cláusula por cláusula, cotejando cada uma das informações com os documentos de ambas as partes e do imóvel e com a minuta do contrato, se houver. Verifique as datas e os prazos de pagamento. Se restar alguma dúvida ou desconfiança, não sinta vergonha: não assine o contrato!Recorra antes à ajuda de um corretor que o represente, de um advogado especialista ou de um órgão de defesa do consumidor, como o Procon.Fonte: Guia Folha Imóveis 

30 de novembro de -0001

Arquitetura real.

Eles são jovens, inteligentes e cheios de fôlego. O entusiasmo com a arquitetura, principalmente pelo relativo começo de carreira, poderia atrair estes jovens profissionais para o viés da moda e das novidades e lançamentos em materiais. No entanto o que acontece é o inverso. Os arquitetos da oficina de arquitetura Oh! mostram que os antigos valores devem ser mantidos.Representantes da face contemporânea da arquitetura do interior de São Paulo estes jovens mostram que todas as escolhas das obras planejadas por eles têm fundamentação teórica e base funcional. Essas escolhas, normalmente rústicas, denotam um estilo reacionário pela falta de flexibilidade nas escolhas, mas pelo mesmo motivo remetem a subversão própria das novas tendências, mesmo que essas utilizem antigos valores. Para eles, rusticidade não é o termo adequado. Em suas palavras eles utilizam a arquitetura real.CorO termo ‘arquitetura real’ vem da utilização das características dos próprios materiais das obras como elementos de cor. O mesmo acontece com as texturas. O arquiteto Matheus José explica que sempre que possível utilizam “materiais aparentes como tijolos e cimento. Para compor preferimos utilizar essas texturas naturais e não revestimentos com outras cores”.Quando a obra requer cores, alguns fatores devem ser observados. Henrique Calbo, também arquiteto explica que em regiões de temperaturas elevadas, como Ribeirão Preto, os ambientes externos devem tentar amenizar a sensação de calor.“Quando há utilização de cor ou revestimento preferimos cores neutras como o branco, amarelo e palha que, além de amenizar e equilibrar ambiente, combinam mais com os materiais que costumamos usar”, explica Matheus.Um dos atuais projetos do escritório é a casa em estilo modernista de concreto branco associada a uma imensa chapa de cobre. Matheus explica que o cobre nesta obra terá outras funções além da cor. “Aqui teremos também o desgaste natural do material, que passará uma mutação inclusive na cor, já que o cobre quando sofre a ação do tempo vai ficando esverdeado”.Casa terraNo entanto, quando há necessidade de se empregar cores mais vibrantes em seus projetos, a equipe diz que deve haver fundamentação, equilíbrio e funcionalidade. O exemplo mais claro está na casa projetada no condomínio Quinta da Boa Vista.O cliente advertiu que havia presença abundante de poeira no terreno em que a construção seria feita. Mais que gosto por cores exóticas o futuro morador queria que o pó não ficasse aparente.A solução proposta pelos arquitetos foi a substituição da areia fina do reboco pela terra fina do próprio local. O material, sem precisar de qualquer revestimento, ganhou a tonalidade da terra planejada.A utilização dos materiais como valores agregados e elementos de cor trazem sempre identidade para as edificações. De acordo com a proposta do imóvel são escolhidos materiais e eventuais cores que terão a função tanto de amenizar quanto de destacar a edificação.“Isso varia de acordo com a proposta do imóvel. Um consultório médico normalmente é claro, passando a máxima impressão de limpeza. Mas temos o projeto da casa de campo de uma artista plástica que quis que a edificação destoasse completamente do ambiente para que seus amigos a avistassem de longe. Daí surgiu a construção da casa vermelha”, explica Matheus mostrando a maquete de uma construção pintada inteiramente de vermelho-sangue.Para ele as cores têm influência direta na sensibilidade das pessoas. Dessa maneira a escolha da pintura dos ambientes deve ser planejada. “Como opção em ambientes mais clássicos, costumamos empregar as cores análogas em todo o contexto da edificação. Ao mesmo tempo deve-se tomar muito cuidado para que o ambiente não fique monótono”, explica.O fato de as cores não representarem valores fixos do imóvel, ampliam a possibilidade de escolha e diminuem o trabalho em caso de arrependimento. Mas para outro integrante da Oh!, Paulo Beleti Filho, “nada é assim tão fixo. Se você não gosta de uma parede é só desmanchar. É simples assim”. Gang anti-grafiatoA fala comum entre arquitetos e designers é de que ‘tudo pode ser possível dentro de um projeto’. Não é bem assim.O arquiteto Matheus José explica que devem ser feitas importantes observações como o volume da edificação e sua relação com o espaço que ocupará. “Se não for agradável, pode-se utilizar elementos de cor, luz, sombra, e assim equilibrar o projeto. Nem sempre essas são as cores escolhidas pelo cliente, mas o bom senso deve prevalecer”.O importante é iniciar a criação e só a partir daí é possível encontrar a melhor solução para cada projeto. “Não existe receita. Independente de encomenda e gosto do cliente, todo o projeto, incluindo a cor, deve vir do lugar, da situação”, afirma Paulo Beleti.Mais que impor um padrão de construção ou decoração esses profissionais acreditam que o material por si próprio pode dar forma ao projeto. “Quando se coloca o material no ambiente, todo o contexto vai tomando forma. Não é necessário forçar, acontece naturalmente”, completa Fernanda. Nem tudo é permitidoMais que não empregar grafiato em suas instalações, os profissionais do escritório fogem de todo o tipo de textura padronizada. “Pode-se obter efeitos muito bons mesmo sem recorrer a esses recursos”, conta outra arquiteta do escritório, Fernanda Padula.O toque de cor vem normalmente da associação do reboco com outro material como a madeira. Segundo esses arquitetos, isso reduz o custo da obra e mantém uma característica mais natural à edificação.Atualmente o piso mais utilizado nas obras projetadas pelos profissionais da oficina de arquitetura é o cimento queimado. Mesmo assim o grupo considera difícil a tarefa de definir o que é moda mesmo dentre seus próprios projetos. A opinião unânime é que se deve sempre buscar o que é novo. Fugir do que é padrão. Publicação Jornal A Cidade - 16/10/05

30 de novembro de -0001

Arquitetura antroposófica.

Michael Mösch* “É uma característica da alma humana expandir-se, alastrar-se, desabrochar-se em todas as direções. A maneira de se desabrochar, a maneira como ela deseja alastrar o seu ser no cosmo tem como resultado a forma arquitetônica.” (Rudolf Steiner). Historicamente, sempre existiu um relacionamento entre as artes plásticas e as fases do desenvolvimento da alma humana. Desse relacionamento, três momentos se destacam na História. Na Antiga Grécia, época da construção dos templos, deparamo-nos com um pensar imaginativo, um pensar mitológico. Uma observação de um fenômeno natural desencadeava imagens na alma. A matéria era vivenciada como uma ilusão; a imagem, resultado de uma observação, era vivenciada como uma realidade. A alma humana era repleta de imagens, sentia-se parte do mundo espiritual. Nessa época, foram construídos os templos gregos com proporções harmônicas, simplicidade geométrica e composições arquitetônicas exclusivamente ortogonais. As paredes que os compõem  são paralelas, os ângulos sempre retos. As colunas enfileiradas são paralelas entre si. Dos espaços maiores para os menores, podemos observar uma composição de retângulos e quadrados. Eram obras ricas, não só quanto à sua arquitetura e proporções de elementos, mas também quanto aos detalhes esculturais e pinturas de afrescos. O povo, no entanto, não tinha acesso ao templo, era um espaço exclusivo para os sacerdotes que, dentro dele, colocavam-se em condição de fazer contato com o mundo espiritual. Este espaço de pureza arquitetônica quase cristalina fez desabrochar, incentivou e apoiou um processo na alma humana que levou o Homem a um pensar cada vez mais lógico. Matéria substitui realidade; imagem é ilusão. É o primórdio da Lógica, da Filosofia e da Ciência com Platão e Aristóteles. O templo tinha a função de apoiar este processo de materialização no pensar, que desencadeou, mais tarde, o pensar intelectualizado e racional. A alma abriu-se para a realidade terrena e, com isto, separa-se de sua origem espiritual. Passados muitos séculos, após o mistério do Gólgota em torno do ano 900 ao 1.200, vemo-nos frente à época da construção das grandes catedrais. Primeiro as catedrais romanas, posteriormente as catedrais góticas. A alma humana evoluiu no sentido de separação do mundo espiritual. A partir daqui ela se relaciona separadamente com os dois mundos. A natureza é o acesso ao mundo material e a religião é o vínculo com o mundo espiritual. Dá-se a necessidade de se construir a “Casa de Deus” – a catedral, e é especificamente dentro destes espaços que o povo evoca o mundo espiritual. Quais as características arquitetônicas desta época? A planta baixa da catedral é de geometria ortogonal, com elementos em forma de círculos no espaço do altar. A nave da catedral, espaço para a permanência do povo, tem paredes paralelas, sendo marcantes as proporções no sentido vertical. Das dimensões de altura resulta a monumentalidade, propiciando a devoção ao mundo espiritual. A catedral marca a separação definitiva entre espírito e matéria. Dentro da catedral, a devoção; fora dela, o trabalho na terra, a matéria. O pensar conquista a ciência e torna-se cada vez mais intelectual. O próximo passo nos leva à atualidade: o pensar humano conquistou a lógica e com ela o pensar racional, e materializado, com controle praticamente absoluto das ciências naturais, resultando na separação, cada vez mais evidente, dos conteúdos relacionados ao mundo espiritual. A religião hoje, com um significado superficial, tornou-se um resíduo de algo que teve seu ápice na época das construções das catedrais. Restringe-se, na maioria das situações, a um veículo que pode proporcionar saúde, alegria e riqueza. Sua devoção decaiu, limitando-se à busca de satisfações materiais. Hoje, porém, uma pergunta se torna cada vez mais premente: como podemos conseguir acesso ao conteúdo que está por trás da matéria, da forma, da idéia, da vida, sem perder a conquista do pensar lógico e racional? O vínculo com o mundo espiritual não está perdido. Neste ponto é importante reconhecermos a grande conquista da alma humana no decorrer do tempo: o fortalecimento da individualidade. Quando na antiga Grécia, com o pensar mitológico, predominava algo que poderíamos chamar de consciência grupal, iniciava-se juntamente com a lógica no pensar, a consciência presente do ente único. Na época da construção das catedrais, esta consciência individual já tinha sido conquistada, mas o ato religioso, na devoção ao mundo espiritual, acontecia na união das preces, com o povo unido na catedral. Hoje, estamos sós, somos indivíduos e cabe a cada um a própria decisão de como relacionar-se com o mundo espiritual. Uma decisão individual importa que deva ser tomada em liberdade. Esta fase, no desenvolvimento da alma humana, nos leva à construção do espaço em forma de trapézio, que teve sua realização inédita com o projeto de Rudolf Steiner para o segundo Goetheanum em Dornach. Na época da Antiga Grécia, a alma humana precisou de um espaço que fortalecesse as tendências abstratas e cristalizantes no pensar. O Templo Grego despertou na alma o pensar lógico. A Catedral, por sua vez, foi um marco que identificou a separação do mundo espiritual, na religião, do mundo material, no pensar lógico e racional. O trapézio estabelece o limiar para o pensar vivo, para a consciência do ente individual, a consciência do eu. Aplicado como planta-baixa para uma forma de espaço, o trapézio pode ser considerado um marco na consagração do autoconhecimento, respeitando a liberdade da individualidade em questão. Esta é a função genuína da Arquitetura Antroposófica: proporcionar e incrementar à alma humana, que se encontra no auge da fase materialista, um novo despertar no mundo espiritual.  

30 de novembro de -0001

Casas saudáveis abrigam pessoas saudáveis.

No milenar Feng Shui (arte e ciência chinesa para criar ambientes harmônicos), aprendemos a importância da circulação do ar nos ambientes. Naquela época, não haviam de supor que teríamos que nos preocupar com o C.O.V. que são os componentes orgânicos voláteis, por exemplo, mas o princípio de manutenção da saúde já estava correto. A história toda tem muitos elementos que podemos citar: como o benzeno, a fumaça de cigarro, vapores de colas, tintas, o tetracloroetileno, a poeira, o monóxido de carbono e outros. Estes são os protagonistas de uma saga diária, que nos influenciam silenciosamente e geralmente não sabemos, mas pesquisas recentes sobre o assunto nos sinalizam a importância de saber mais sobre o tema.Muitas agências governamentais já estão limitando as quantidades dos C.O.V. pelo seu impacto nocivo à saúde e ao meio ambiente.Recentemente, o governo canadense apoiou um projeto chamado Lar Saudável do Futuro, onde se construiu uma casa com materiais que cumprem as exigências, não causando danos ao meio ou à saúde. Nos E.U.A., Roger Masters, da Universidade de Dartmouth, afirma que o ar que respiramos dentro de casa ou escritório pode provocar doenças e induzir a comportamentos desajustados.Esta afirmação baseia-se nos efeitos fisiológicos dos C.O.V., pois eles inibem a liberação de serotonina, dopamina (neurotransmissores que regulam nosso comportamento), causando alterações indesejáveis na saúde, bem como nos expondo à toxicidade.Hoje, o número de substâncias voláteis nocivas é tal qual o número de pessoas que sofrem com alergias. Dos contaminantes domésticos, temos o benzeno que está presente na fumaça de cigarro, portanto é uma ameaça à saúde fumar em ambientes fechados, pois estas substâncias não são dispersadas, além do tetracloroetileno, paradicloro, presentes em produtos de limpeza, bolinhas antitraças, os solventes presentes em tintas e colas, o monóxido de carbono expelido pelos escapamentos dos automóveis dentro da garagem, que é particularmente nocivo aos cardíacos, o clorofórmio dispersado em banhos quentes etc.Algumas substâncias são cancerígenas e quem mais sofre neste contexto são os bebês que absorvem cinco vezes mais poeira que os adultos e porque ficam mais no chão, próximos a tapetes, mais suscetíveis a acúmulo de fumaça ou vapores, poeira, lar dos ácaros, e o mofo em móveis e paredes.Com esta constatação, cabe a todos buscar solução em materiais que causem menos impacto à saúde e preocupar-se em quanto e quando se tem ar fresco circulando pelos ambientes.Um bom projeto de arquitetura e interiores deve preocupar-se com estes reais problemas, bem como a orientação de Feng Shui, pois somente sendo saudáveis é que podemos viver a vida em plenitude. O projeto deve dimensionar bem as janelas, bem como localizá-las de formas a criar a efetiva circulação de ar, buscar a insolação matutina nos quartos, materiais corretos buscando a qualidade de vida e conservação do meio ambiente.Algumas dicas práticas são úteis como preferir tintas à base de água, pisos de cerâmica, que são fáceis de limpar, madeiras sólidas de boa qualidade, vidro e metal, que são materiais práticos e não dispersam gases, móveis estofados com capas retiráveis para lavar, janelas amplas e de boa qualidade, os laminados plásticos, materiais que receberam acabamento na fábrica etc.Lembre-se que cuidar do seu lar ou local de trabalho com este enfoque é proteger a saúde e isto é tão importante como alimentar-se bem e ter rotina de exercícios físicos. O Feng Shui sabiamente há milênios já nos recomendava! Publicação Jornal a Cidade - dez/05 Maitê OrsiDesigner de interiores da All Design de Ribeirão Pretomaiteorsi@uol.com.br

30 de novembro de -0001

Barulho Tolerar ou não.

Barulho de reforma em unidades, desde que feito dentro do horário estabalecido pelo Regulamento Interno, deve ser tolerado, desde de que não se estenda por muito tempo. No caso de obras, o horário padrão, em geral, é das 8h às 17h, mas isso varia de acordo com o Regulamento Interno de cada condomínio - Existe um limite para o nível de ruído em geral provocado por uma unidade, mesmo durante o dia. Isso é garantido pelo Código Civil: "Art. 1.336. São deveres do condômino: (...)IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes." - Há também o exemplo clássico de moradores que praticam aulas de bateria, ou de outros instrumentos musicais, nas unidades. Pode-se solicitar que o morador coloque um revestimento acústico no quarto onde costuma treinar. - Tapetes têm sido utilizados para solucionar ou amenizar  problemas causados por máquinas de costura, saltos altos ou outras fontes que transmitam ruídos do chão do pavimento superior para o teto do andar de baixo. - Se o barulho incomoda a coletividade dos condôminos, o condomínio pode discutir providências, como advertências, multas e ações judiciais - O limite para tais medidas é o bom senso. Se o barulho, de qualquer natureza, for permanente e ocorrer por horas a fio, incomodando boa parte dos condôminos, podem ser tomadas algumas medidas - A convenção determina se o condomínio pode ou não aplicar a multa diretamente, antes de qualquer medida - O bom senso, no entanto, determina que o infrator deve ser advertido antes de tomar uma multa - Antes de qualquer coisa, deve-se tentar conversar com o vizinho barulhento. De preferência, o síndico ou o zelador devem procurá-lo amistosamente - Também é recomendável que as queixas sejam protocoladas e feitas por escrito, para que haja um registro das mesmas - O ideal é que as multas sejam referendadas em assembléia, e o condômino infrator tem o direito de defender-se e apelar das mesmas - Aos vizinhos intolerantes, que reclamam por qualquer tipo de barulho, o condomínio pode recomendar, caso sua queixa persista, que ele entre com uma ação judicial contra a unidade que o incomoda. Se a queixa for isolada, o condomínio não deve se envolver - No caso de infratores reincidentes, uma vez aplicadas as multas, o condomínio pode entrar com medida judicial para pedir a exclusão do condômino. Isso acontece apenas em casos extremos - A Lei do Condomínio (Lei 4.591 de 1964) discorre sobre a "Utilização da Edificação ou do Conjunto de Edificações": "Art. 21. A violação de qualquer dos deveres estipulados na convenção sujeitará o infrator à multa fixada na própria convenção ou no regimento interno, sem prejuízo da responsabilidade civil ou criminal que, no caso, couber. Parágrafo único. Compete ao síndico a iniciativa do processo e a cobrança da multa, por via executiva, em benefício do condomínio, e, em caso de omitir-se ele, a qualquer autônomo."

30 de novembro de -0001

Cães em condominio

Cães menores são mais indicados para morar em apartamento, apesar de geralmente latirem mais do que os cães maiores. Raças de grande porte precisam de mais exercícios e exigem, em média, pelo menos dois passeios diários, além de não se adaptarem com tanta facilidade a espaços menores - Se você mora em um apartamento e quer ter um cão, é importante conversar com o criador antes de adquirir um animal. - O criador dará indicações sobre o temperamento de cada raça e dos pais do animal. Em geral, os filhotes herdam o temperamento dos pais. Se um animal vier de uma família de cães tranquilos, ele terá um temperamento mais calmo - Em geral, cães que convivem com crianças tendem a ser mais irrequietos - Mesmo assim, é possível educar seu cão desde pequeno, distraindo-o com brincadeiras ou carinho quando este começa a latir. Assim, ele não pegará esse hábito - Os cães, em geral, se habituam a ficar sozinhos quando seu dono trabalha. Mas algumas raças, como o Yorkshire, precisam de companhia em tempo quase integral. Se você trabalha durante o dia e não tem ninguém em casa para ficar com o cão, evite essa raça - Em geral, os uivos são produzidos pelos machos, quando sentem o cheiro de alguma fêmea no cio - Na quase totalidade dos casos, a jurisprudência tem decidido pela permanência dos cães com o seu dono. Apesar de algumas convenções proibirem animais de estimação, a Constituição garante o direito de todos terem um animal de estimação - Quando o cão é barulhento, no entanto, o dono está invadindo o espaço do vizinho. É preciso fazer algo para que isso pare de acontecer - Em geral, se o cão late excessivamente, há algo de errado com ele. É preciso averiguar o problema - Geralmente, as principais causas são o local em que ele está acomodado em casa, maus tratos, frio, solidão ou algum problema de saúde - Portanto, é preciso verificar se o local onde ele está acomodado é muito frio ou muito barulhento, se o cão sente muito a falta de uma companhia ou visitar um veterinário

30 de novembro de -0001

Festas em condominio.

No caso de festas em apartamento, uma queixa deve ser feita no momento em que ocorre, por meio do porteiro, caso o barulho esteja incomodando algum morador. Mesmo que o barulho não persista, é recomendável que se registre a queixa no dia seguinte no livro de ocorrências do condomínio - O síndico deve orientar os porteiros para que recomendem aos moradores queixosos o registro no livro de ocorrências - Caso o barulho persista, recomenda-se que, além de registrar a queixa, o síndico ou a administradora envie uma advertência ao condômino - Uma medida tomada com alguma freqüência é chamar a polícia. Apesar de extrema, a medida é eficiente para acabar com o barulho nas festas - Anote-se, no entanto, que a polícia não tem o direito de invadir uma unidade para terminar com a festa. Essa medida serve apenas para "intimidar" o infrator - A polícia pode adentrar as dependências do condomínio, desde que convidada pelo síndico ou pelo zelador - Em casos extremos, como quebra de vidraças ou garrafas, recomenda-se ao condomínio registrar um boletim de ocorrência contra o condômino infrator - Se houver reincidência, o ideal é que seja aplicada a multa prevista na convenção do edifício ou em assembléia - Até as 22h, no entanto, o barulho é permitido, tanto nas unidades como nas áreas comuns, como o salão de festas, desde que não exceda o limite da conveniência - O síndico ou o zelador não têm o direito de cortar a luz da unidade que está promovendo a festa, mesmo que os demais moradores estejam incomodados - No caso de festas no salão, a luz pode ser cortada, por se tratar de uma área comum. No entanto, trata-se de medida extrema, a ser tomada após as negociações terem se esgotado.

30 de novembro de -0001

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