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Informações privilegiadas.

Para o funcionamento ordeiro e eficiente do mercado de capitais é fundamental que informação privilegiada não prejudique investidores que a ela não tiveram acesso. Por razões óbvias, a credibilidade do mercado de títulos e valores mobiliários fica afetada quando alguém ganha nas costas de outro investidor que não teve conhecimento da informação não disponível no mercado. No exterior, até mais do que no Brasil, este fato acontece. O caso Enron - nos Estados Unidos – fortemente noticiado e comentado, é ilustrativo dessa delicada situação.Mas não é apenas no mercado de capitais que ocorreram e ocorrem ainda informações privilegiadas. No mercado de imóveis – tanto urbanos quanto rurais – igualmente se sabe da existência de informações privilegiadas. Para alguns privilegiados.Não há decisão estratégica certa com informação errada. E a probabilidade de a decisão estratégica não ser a correta é também muito grande se a decisão for tomada sem informação alguma. Aquele que toma a decisão, então, não está nem bem informado e nem simplesmente informado. Ele não tem informação alguma.No passado, amigos do rei tinham – notamente nas áreas federal e estadual – informações privilegiadas sobre investimentos em obras públicas. Que, executadas, valorizavam muito propriedades, tanto rurais quanto urbanas. Quando se tratava de traçado de rodovias, as informações eram valiosíssimas. Elas antecipavam investimentos. E aquisições. Hoje informações privilegiadas partidas do setor estatal funcionam em escala menor. Embora ainda existam. É que o Estado não tem tido recursos para investir. Mas ainda induz o desenvolvimento. Daí podem surgir informações com alto valor estratégico. É por isto que a máfia diz: “de vez em quando, agüente um idiota. Ele pode lhe dar alguma informação de valor. Mas nunca discuta com ele”. Atualmente, a grande informação é do setor privado, sobretudo de seus investimentos. E referem-se muito mais a imóveis localizados dentro do perímetro urbano do que os pertencentes à zona rural. Imagine você o seguinte: lança-se um loteamento. Todos os lotes representam investimentos semelhantes a boi magro. Agora, alguém sabe que um grande empresário do ensino – ou do setor de saúde – pretende construir prédio para abrigar uma universidade. Ou construir um prédio destinado a receber um hospital. Identifique aí a oportunidade de investir uma quantia de dinheiro. E – imediatamente após o início a construção das obras dos prédios que abrigarão a universidade ou o hospital – quanto, já de pronto, valorizará o terreno. Para tanto, o de que você precisa é de ter informações em primeira mão. E confiáveis. A amizade, o relacionamento, neste caso, vale muito.A decisão de comprar o imóvel é estratégica, quando se trata de local. E tática quando se trata de iniciar a construção. O francês diz que chaque chose a son temp. Ou, traduzindo: cada coisa tem seu tempo. Nos manuais militares nos lemos o seguinte: “toda decisão certa tomada no tempo errado, é errada”.VICENTE GOLFETO Piramid Imóveis na cabeça dos Ribeirão-pretanos.

01 de julho de 2007

Informações privilegiadas.

Para o funcionamento ordeiro e eficiente do mercado de capitais é fundamental que informação privilegiada não prejudique investidores que a ela não tiveram acesso. Por razões óbvias, a credibilidade do mercado de títulos e valores mobiliários fica afetada quando alguém ganha nas costas de outro investidor que não teve conhecimento da informação não disponível no mercado. No exterior, até mais do que no Brasil, este fato acontece. O caso Enron - nos Estados Unidos – fortemente noticiado e comentado, é ilustrativo dessa delicada situação.Mas não é apenas no mercado de capitais que ocorreram e ocorrem ainda informações privilegiadas. No mercado de imóveis – tanto urbanos quanto rurais – igualmente se sabe da existência de informações privilegiadas. Para alguns privilegiados.Não há decisão estratégica certa com informação errada. E a probabilidade de a decisão estratégica não ser a correta é também muito grande se a decisão for tomada sem informação alguma. Aquele que toma a decisão, então, não está nem bem informado e nem simplesmente informado. Ele não tem informação alguma.No passado, amigos do rei tinham – notamente nas áreas federal e estadual – informações privilegiadas sobre investimentos em obras públicas. Que, executadas, valorizavam muito propriedades, tanto rurais quanto urbanas. Quando se tratava de traçado de rodovias, as informações eram valiosíssimas. Elas antecipavam investimentos. E aquisições. Hoje informações privilegiadas partidas do setor estatal funcionam em escala menor. Embora ainda existam. É que o Estado não tem tido recursos para investir. Mas ainda induz o desenvolvimento. Daí podem surgir informações com alto valor estratégico. É por isto que a máfia diz: “de vez em quando, agüente um idiota. Ele pode lhe dar alguma informação de valor. Mas nunca discuta com ele”. Atualmente, a grande informação é do setor privado, sobretudo de seus investimentos. E referem-se muito mais a imóveis localizados dentro do perímetro urbano do que os pertencentes à zona rural. Imagine você o seguinte: lança-se um loteamento. Todos os lotes representam investimentos semelhantes a boi magro. Agora, alguém sabe que um grande empresário do ensino – ou do setor de saúde – pretende construir prédio para abrigar uma universidade. Ou construir um prédio destinado a receber um hospital. Identifique aí a oportunidade de investir uma quantia de dinheiro. E – imediatamente após o início a construção das obras dos prédios que abrigarão a universidade ou o hospital – quanto, já de pronto, valorizará o terreno. Para tanto, o de que você precisa é de ter informações em primeira mão. E confiáveis. A amizade, o relacionamento, neste caso, vale muito.A decisão de comprar o imóvel é estratégica, quando se trata de local. E tática quando se trata de iniciar a construção. O francês diz que chaque chose a son temp. Ou, traduzindo: cada coisa tem seu tempo. Nos manuais militares nos lemos o seguinte: “toda decisão certa tomada no tempo errado, é errada”.Jornal A Cidade - 01/07/07 - VICENTE GOLFETO

01 de julho de 2007

Adormecidas, as plantas precisam de cuidados no frio.

O arquiteto Domingos Guimarães herdou do pai a paixão pelas plantas. Desde criança tem prazer em cuidar do jardim. “Ele tinha um orquidário, várias samambaias e avencas. Eu ficava mexendo junto com ele”, conta.Apesar de ter apenas conhecimento empírico, com a experiência aprendeu na prática a perceber as mudanças de comportamento das plantas no decorrer das estações. “Observo as transformações com a mudança da temperatura e da umidade do ar. No inverno, por mais cuidado que tenhamos, elas não ficam tão exuberantes”, comenta.Para Domingos, cuidar das plantas é quase uma terapia. “Às vezes chego à noite e vou cuidar do jardim”, diz. “Me relaxa”.Por conta dessa relação com as plantas, quando projetou sua casa o arquiteto priorizou a interação entre a área externa e interna. “Pensei na incidência de luz natural. A casa é muito iluminada para que eu possa ter diversas espécies no interior”, fala.Como mora num condomínio em Bonfim Paulista, onde a temperatura chega a ser dois graus a menos do que em Ribeirão Preto, algumas plantas são recolhidas na estação fria. “As plantas mais sensíveis, como as avencas ficam na sala”, explica.Por outro lado, ele comenta que no clima seco algumas plantas florescem, como os ipês. “Tenho orquídeas que dão flores apenas nessa época”, conta.Sono das plantasAssim como o ser humano, as plantas se recolhem no inverno. Entram num período de sono e seu metabolismo é reduzido, em função dos dias mais curtos. “No nosso inverno, além da menor incidência de luz a água também é mais escassa”, explica o engenheiro agrônomo e entomologista Fabrício Sicardi.A falta de luz interfere na produção hormonal da planta. Antes do recolhimento as plantas estoquem os nutrientes que usarão durante o inverno. Por conta desta absorção é que as folhas amarelam e caem no final do outono. E retornam sua vitalidade com todo o vapor na primavera. “Quando acontece a explosão de folhagens e flores”, fala Sicardi.Adotar alguns cuidados no inverno vai fazer com que seu jardim ‘floresça’ mais forte e saudável na estação das flores.Sentem maisAs plantas tropicais são as que mais sentem durante o período do inverno. As folhas ficam queimadas e sem viço. “Elas precisam de muita umidade e temperaturas mais elevadas”, explica.RegaO estado de dormência interfere nas podas e regas. Como as plantas diminuem a atividade metabólica durante o inverno e a evaporação é baixa, elas não necessitam de tanta água. A rega deve ser diminuída em quase 50%. Senão, há o risco de encharcar o solo, propiciando a formação de fungos.Mas o engenheiro agrônomo ressalta que como a umidade é mais baixa, não se pode abandonar a atenção com a pulverização das partes aéreas, borrifando água nas folhas. “Como chove menos neste período, a borrifação remove a poeira. Além de deixar a folha mais viçosa e bela, vai facilitar a absorção de luz e produção de nutrientes”, informa.Em algumas plantas pode-se utilizar o adubo foliar durante a borrifação.AdubaçãoComo chove menos o solo tende a reter mais adubo no inverno, como no caso do solo argiloso. Já o arenoso vai precisar de maior freqüência de adubação, já que a água consegue lavar mais facilmente os nutrientes. “O ideal é adubar a cada 15 dias, independente do tipo de solo”, lembra.Poda e transplanteQuem segue a sabedoria popular de que os meses sem a letra ‘r’ são os melhores para a poda, segundo Sicardi, usa um critério valioso. O recolhimento típico do inverno, torna o período propicio para podar e transplantar a maioria das espécies.“Ela sentirá menos. Quando podamos manipulamos a atividade hormonal da planta”, diz.A poda prepara a planta para a renovação na primavera. “A circulação do hormônio vai permitir que as gemas brotem e nasçam novos galhos. Com isso ela terá mais folhas, aumentando a absorção de água e nutrientes. As flores serão saudáveis e as sementes terão melhores condições de germinação. Sem poda desperdiçamos a chance dela desenvolver novos ramos”, explica o engenheiro.Se mesmo com esse zelo a planta não estiver em sua plena forma em setembro, significa que a sua revitalização natural foi afetada. É hora de buscar um especialista. “Pode ser sinônimo de alguma doença ou desequilíbrio de nutrientes”, conclui Sicardi.Os ‘oídios’ atacam no invernoO oídio é causado por um fungo chamado ‘Sphaerotheca fugilinea’. Ele ataca várias culturas e plantas ornamentais. “Ele precisa de baixa temperatura e baixa umidade para se desenvolver”, explica o engenheiro agrônomo Fabrício Sicardi.Surgem pequenas manchas brancas circulares nas folhas, que vão crescendo e que se parecem com um pó. Mas existe uma fórmula simples para combatê-lo: uma mistura de 5% de leite de vaca cru e 95% de água. “É só pulverizar sobre a planta”, ensina Sicardi. Jornal A Cidade -01/07/07

01 de julho de 2007

Alugar terraço de prédio para antena de telefonia rende R$ 5 mil.

Com a Lei Cidade Limpa, que obrigou muitos prédios paulistanos a retirarem outdoors de suas fachadas, a locação de espaços para antenas de telefonia celular é uma opção para obter renda extra para o condomínio. No entanto, o processo deve se adequar à legislação. Colocar antenas requer alvará da prefeitura, o que nem sempre é observado pelas instaladoras. A fiscalização de equipamentos é feita pelas subprefeituras. Se houver irregularidade, o prejuízo não será do condomínio, mas da operadora, que terá 30 dias para regularizar a antena. Caso contrário, pagará uma multa de R$ 6.000. Com o aluguel, é possível engordar o orçamento condominial mensal em aproximadamente R$ 5.000, segundo apurou a Folha. O advogado Antonio Baptista Gonçalves, 30, pesquisador da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), observa que o valor pago pela locação para antenas de telefonia celular depende principalmente da localização e da altura do prédio. Um passo essencial para a aprovação da locação é a unanimidade dos moradores, lembra a professora de administração de condomínios da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) Rosely Schwartz, 49. "Segundo o Código Civil, é necessário convocar 100% dos condôminos a uma assembléia geral. Todos devem aprovar a decisão", sentencia. Em um prédio localizado no bairro de Santa Cecília (centro), a síndica Isa Borba, 60, gerencia a locação para duas antenas e diz aumentar a receita condominial em mais de R$ 6.000 por mês. Dinheiro para reformas O dinheiro é utilizado para reformas, como a impermeabilização da área comum. "Quero pintar as fachadas", afirma. Para Gonçalves, o lado positivo do aluguel é baratear o custo do condomínio usando um espaço geralmente sem função. "No prédio onde eu moro, a rescisão dos contratos de dois outdoors diminuiu a receita, embora o valor recebido com eles fosse muito menor do que o ganho com a antena", explica. Na estimativa de Hubert Gebara, 70, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), "a perda de receita dos condomínios com a Lei Cidade Limpa pode chegar a 20%". A porcentagem se baseia na carteira do Grupo Hubert, que administra 350 condomínios na cidade de São Paulo. Folha S. Paulo - 24/06/07 - ÓSCAR CURROS Piramid Imóveis na cabeça dos Ribeirão-pretanos.

01 de julho de 2007

Crescimento desordenado.

  foto: MATHEUS URENHADiferente da zona Sul, que cresce de maneira organizada e planejada, atraindo cada vez mais empreendimentos, na zona Leste a infra-estrutura não acompanha o seu crescimento natural. Um único acesso, falta de áreas de lazer, iluminação inadequada em uma das principais avenidas e um parque que ainda não saiu do papel são alguns dos problemas citados por moradores e construtores que possuem empreendimentos na região.“Sentimos que houve um grande interesse do Poder Público de criar a infra-estrutura na zona sul, o que levou a iniciativa privada a investir naquela região”, afirma o síndico do condomínio Vila d’ Itália, no Jardim Interlagos, Olavo Guimarães.Na opinião de Paulo César Barbosa, síndico do Condomínio Portal dos Pinheiros, a zona Leste está crescendo sem nenhum planejamento.“A infra-estrutura não está acompanhando esse crescimento”, diz.Único acesso“Só há uma saída do bairro, que é o pontilhão da Vila Abranches. A dificuldade do acesso é um grande entrave para o desenvolvimento da zona Leste”, reclama Guimarães.Segundo ele, foi feito um abaixo-assinado pedindo a construção de um viaduto ligando as avenidas Henri Nestlé e Guadalajara, na Lagoinha.“Essa obra é prioritária. O acesso é insuficiente para o volume de carros que trafega pelo local. Nos horários de pico, levo de 20 a 40 minutos para atravessar. Isso desvaloriza nosso bairro”, comenta.O projeto do viaduto, apesar de estar previsto no plano viário do município não foi incluído no contrato de concessão da Autovias.“Até 2017, quando encerra o contrato, a única travessia da Anhangüera prevista é o prolongamento da avenida Brasil”, fala. Na opinião dele, isso secciona a zona Leste da cidade como um todo.“Houve descaso da administração pública”, afirma.O chefe da divisão de sistema viário do departamento de Urbanismo, da Secretaria de Planejamento e Gestão Ambiental, José Luiz de Almeida, explica que na época da concessão a Prefeitura Municipal não foi consultada. “O acesso é de fato precário, a obra é de grande prioridade. Já solicitamos à Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo que avalie junto à Artesp a viabilidade dela, para que seja realizada pela concessionária”, justifica.No entendimento do município, a obra do prolongamento da avenida Brasil possui o mesmo grau de importância, o que não justificaria fazer a transposição.“Estamos aguardando a posição da Secretaria de Transportes”, completa.Parque ainda não saiu do papelO Parque Ecológico Guarani foi aprovado pela Prefeitura Municipal em setembro de 2006, Lei 10.921, mas até agora não saiu do papel. A sua implantação ainda não foi iniciada. Enquanto isso, não há áreas de lazer nesta zona da cidade. “São quase 25 mil metros quadrados de área institucional. Verdadeiros vazios urbanos que estão sujeitos à invasão. A aprovação de loteamentos reserva áreas institucionais, que são abandonadas pelo poder público. A zona Leste é vítima desse mal”, comenta Barufi.“É uma área extensa que está abandonada e sendo degradada. Além de trazer insegurança à noite, pois fica com mato alto por grandes períodos e não há iluminação”, comenta o síndico Guimarães.“Falta definição legal para a ocupação”Para o presidente da Associação de Moradores do Parque dos Lagos, Domingos Barufi, que também faz parte do Projeto Piloto do Aqüífero Guarani, dois problemas são cruciais para o desenvolvimento da zona Leste.O afloramento do aqüífero como obstáculo ao crescimento da cidade pela zona Leste e a falta de acessos.“Somos favorável ao desenvolvimento sustentável, à ocupação urbana, inevitável, sobre o afloramento do aqüífero”, informa.Para ele faltam as definições legais para ocupação da área da zona leste em relação a exploração do aqüífero, com a inclusão do uso urbano.“Esses problemas impedem o desenvolvimento da zona Leste”, conclui.O Secretário Municipal de Planejamento, Wilson Luiz, acredita que existam mecanismos capazes de provocar o reabastecimento do aqüífero, mesmo com a impermeabilização de parte dos lotes e vias públicas. “Precisamos aguardar o resultado do estudo do aqüífero, pelo Comitê de Bacias do Pardo. Ele deve ser concluído daqui a alguns meses”, afirma Laguna. Valeska Mateus

24 de junho de 2007

Vale a pena vender um imóvel para quitar outro?

Procurou-nos uma senhora, moradora de Ribeirão Preto, com o seguinte caso. Ela obteve financiamento, junto a uma instituição bancária, no valor de R$ 50 mil para completar um total com o qual ela comprou uma casa para morar. Ela, aliás, morava numa casa cuja proprietária é sua irmã. E por ela pagava um aluguel simbólico. Já fazem três anos que está pagando o financiamento, em prestações mensais. Amortizou R$ 10.900,00 e ainda deve pouco mais de R$ 48 mil.Falei para ela que é mais ou menos isto mesmo. O saldo devedor está certo.A senhora avança. Tem um terreno. É o único imóvel seu, já que da casa que adquiriu, ela está efetuando mensalmente o pagamento. Portanto não é sua ainda. Mas ela diz que vale R$ 60 mil aproximadamente. Se ela vender o terreno por qualquer coisa como este montante – pouco mais, pouco menos – ela poderá, na pior das hipóteses, com um pouco mais de dinheiro, quitar o débito e receber a escritura da casa em definitivo. A pergunta é se valia a pena desfazer-se do terreno e, ao mesmo tempo, não ter mais que amortizar a sua dívida junto ao banco. Ela ficaria com um imóvel apenas, mas totalmente seu.Respondi-lhe que cada caso é um caso. Para ela, decidir – porque a decisão final deve ser dela, lembrei-lhe – interroguei: 1- se o terreno tinha liquidez fácil. Vale dizer: se ela quiser vendê-lo ela encontraria comprador com relativa facilidade. E, em caso positivo, quanto ela receberia, isto é, se realmente o comprador pagaria os R$ 60 mil que ela supunha valer o terreno. Porque uma coisa é o que o imóvel vale. E outra coisa – bem diferente – é o que o mercado oferece pelo mesmo. Este, o valor de mercado, o valor encontrado, é que é o verdadeiro valor do terreno. Depois, importa saber se o terreno encontra-se em bairro onde a valorização já atingiu o auge – isto é, agora o aumento do preço somente se dará, em termos reais, lentamente – ou se, sendo boi magro, aumentará com o crescimento do bairro ou do loteamento onde se localiza. Porque, se for terreno sujeito a mais valorização, a decisão deve ser uma. Em caso contrário, outra.Pesada a situação do lado do terreno, resta a análise do lado da casa e do financiamento. Como se dá a correção. E como ela incide sobre o chamado saldo devedor. Porque, uma coisa é a situação como se encontra. Outra é se a referida senhora tivesse feito a consulta antes de ter sacramentado o financiamento. Aí, certamente, o aconselhamento seria outro. Não teria sugerido financiamento mas a venda pura e simples do terreno. Com o dinheiro obtido, mais o de que ela dispunha, a casa teria sido comprada à vista. Sem maiores problemas. O conservador somente, em último caso, compra a prazo ou através de financiamento. E depois de muito bem analisado.VICENTE GOLFETO

24 de junho de 2007

A natureza nua, crua e preservada.

Os dormentes de madeira da antiga estrada de ferro de São José do Rio Preto formam a escada, os pilares, as esquadrias e os batentes da casa do engenheiro de produção mecânica Fausto de Paula Eduardo. “Eles estavam sendo vendidos para fazendeiros para produção de cercas. Comprei na época muito barato”, relembra Jack, como gosta de ser chamado. O cedrinho e a castanheira usados no piso foram tábuas recolhidas de obras de amigos e da própria construção, que seriam descartadas. “Porque queimar ou transformar em cerca quando podem ser utilizados na arquitetura, preservando perenemente o material?”, questiona.Todas as peças conservam as marcas naturais do tempo. No pilar da sala, as fendas esculpiram desenhos na madeira.“Um trabalho lindo que as mãos não conseguiriam realizar”, diz.Há seis anos, quando começou a construir a casa em um condomínio de Ribeirão Preto, Jack queria unir sustentabilidade, baixo custo e resgatar um pouco da sua história. A madeira reaproveitada confere um clima bucólico ao imóvel.“Passei a infância numa fazenda, sempre convivi com a natureza”, conta.Esse conceito de sustentabilidade no uso da madeira, tão forte na vida do engenheiro, é uma tendência na arquitetura. Para Jack, uma questão de respeito à natureza e sobrevivência humana.“Já pensou se tivesse que usar toda essa madeira de uma única espécie ainda viva... Que direito temos de destruir uma mata de ipê para construirmos nossa casa?”, indaga.Formas naturaisO uso da madeira está em alta na decoração. Mas à sua nobreza foi incorporado o conceito de sustentabilidade. De reflorestamento, de demolição, extraída de áreas de manejo sustentável e na forma desprezada pela própria natureza, a madeira ‘ecologicamente correta’ ganha espaço na arquitetura, valorizando os ambientes, seja na própria estrutura, mobiliário ou em peças de design.Para o arquiteto paulistano Francisco Cálio, os clientes, assim como os profissionais, estão mais preocupados com a preservação do meio ambiente. “Existe uma tendência mundial do uso desse material na forma mais natural, sem aplicação de produtos químicos”, analisa.Preocupação marcante nos seus trabalhos, Cálio explorou esse conceito no Lounge da Casa Cor – SP. A escada e o piso são de madeira de demolição. Os móveis asiáticos foram feitos a partir de madeira de reflorestamento e lavados com jato de areia. Um dos destaques é a mesa produzida com uma raiz, da designer Mônica Cintra. “Madeira que a natureza despreza e os índios usam como lenha, estão sendo transformadas em obras de arte por artistas brasileiros”, comenta.Troncos que ganham forma de chaises, raízes e cascas de árvores tombadas que se transformam em mesas de centro.Nessas peças, as falhas e manchas que normalmente tornariam a madeira imprópria são incorporadas ao design. “Os artistas estão interferindo de forma muito criativa, produzindo peças elegantes e de conceito contemporâneo”, ressalta o arquiteto Luiz César Antunes.No ambiente assinado por ele na mostra Habitare Polo AD, o piso é de madeira reaproveitada de obras. Na parede, duas esculturas de galhos, do artista ribeirão-pretano Marcelo Maimoni.Mas os arquitetos ressaltam que no Brasil ainda existe uma questão cultural a ser trabalhada.Madeira certificada A indústria moveleira já está empenhada em utilizar apenas madeira certificadas, que foram extraídas em áreas de manejo sustentável. Nessa produção, outro destaque é a diversidade de espécies utilizadas.“Por conta desta disponibilidade de produtos no mercado, você consegue se engajar no movimento de preservação das nossas matas, que já foram dizimadas de maneira tão predatória. Cabe ao arquiteto contribuir com seu trabalho”, conclui Antunes.Cascas e troncos viram peças de designUma raiz, um tronco de árvore ou mesmo cascas que seriam descartadas pela própria natureza ganham nova vida e viram peças de design nas mãos de Mônica Cintra.“A raiz é muito interessante, possibilita a criação de formas bonitas”, comenta a designer.Partindo do conceito de que toda madeira é uma matéria-prima especial e pode ser explorada para adequar-se a uma função, Mônica cria peças de mobiliário com o que considera resíduos florestais.As fendas e os contornos são valorizados pela designer num trabalho artesanal. A forma dos móveis sai dos troncos que ela seleciona para esculpir.“Tento respeitar a forma natural”, diz.Cedro, Peroba e Canela estão entre os tipos que utiliza. A matéria-prima passa por um tratamento para retirar os podres e o cupim, típicos da deterioração natural.“Meu trabalho é enxergar a beleza e as possibilidades contidas em cada raiz”, define. Jornal A Cidade - 23/06/07

24 de junho de 2007

Boom da construção.

Secretaria de Obras Públicas e Particulares registra aumento de reformas e edificação de imóveis em Ribeirão. GUILHERME TAVARES Ribeirão cresce em ritmo acelerado na construção e reforma de imóveis. Neste ano a cidade já registra índice 30% maior na média mensal de área construída. Em 2007, até maio, a cidade cresceu cerca de 495 mil metros quadrados, média mensal de 98.920 metros quadrados. Em 2006, durante todo o ano, Ribeirão cresceu 910 mil metros quadrados, média de 75.901 metros quadrados por mês.Segundo o assessor da Secretaria de Obras Públicas e Particulares, Antônio Gilberto Pinhata, o aumento reflete a boa fase da economia do país. "O Brasil vive um momento de crescimento na construção civil e Ribeirão Preto segue essa tendência", afirma. Ainda segundo o assessor, a região da cidade que mais cresce é a Zona Sul, principalmente nas imediações da Avenida João Fiúsa, área nobre da cidade, devido ao maior poder aquisitivo dos moradores. No setor industrial, o crescimento também tem sido notado devido ao Distrito Empresarial.O crescimento das construções revela-se mais forte nos edifícios com mais de quatro andares. No comparativo 2007 contra 2006, o aumento foi de 108% na metragem construída neste ano.De acordo com o arquiteto Carlos Trocca, essa é uma forte tendência na construção civil por causa do aumento da violência. "O coeficiente de segurança em condomínios verticais é maior, por isso há essa tendência de verticalização", afirma.As construções já existentes também passam por reformas e ampliações. Em 2006, na média mensal, foram 2.800 metros quadrados de ampliações e reformas nos imóveis já existentes, contra 4.200 metros quadrados em 2007, ou seja, aumento de 49%.Zeus Meira Júnior, sócio da empresa de construção Conceito Empreendimentos, acredita que o "boom" da construção seja uma realidade no setor porque Ribeirão é uma cidade de comércio e serviços que atende toda a região, por isso está crescendo para ampliar a capacidade de prestação dos mesmos. Ele ainda diz que, só em 2007, sua empresa aumentou 15% nas construções e que a tendência é melhorar. "A maioria das construções que fazemos são apartamentos de classe média, de três ou quatro pavimentos, para aluguel residencial", afirma.Além disso, o construtor acha que o setor têm tido facilidades em conseguir crédito para financiar as obras e a queda no preço dos materiais de construção também contribuem nas facilidades.O empresário José Victor Dias, proprietário da construtora J Dias, está um pouco receoso com o mercado. Dias acha que o mercado está aquecido e melhor que 2006, mas que ainda é preciso ter cautela para não aumentar demais as ofertas para os preços não despencarem. "Não podemos ir com muita sede ao pote, precisamos ser cuidadosos".O delegado regional do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), Sinésio Donizetti Nunes Rodrigues, confirma o momento positivo que o setor de imóveis passa e diz que o aumento na área construída reflete diretamente no setor de compra e locação de imóveis. "Os preços têm se mantido bons e ainda faltam imóveis para habitação". Ele ainda diz que a procura por imóveis com preços entre R$ 50 mil e R$ 100 mil ainda é muito grande e que faltam construções desse tipo para comercialização.Para acompanhar o crescimento da cidade, os serviços de infra-estrutura têm que acompanhar o ritmo das obras, principalmente os serviços de água e esgoto. O diretor superintendente do Daerp, Darvin José Alves, afirma que as áreas da cidade que mais estão recebendo investimentos nesse ano são as zonas leste e sul, principalmente o trecho da avenida João Fiúsa. Ele ainda afirma que mais dois novos poços serão perfurados até o início de julho para atender a demanda de abastecimento na região. Darvin diz ainda que não há riscos de sobrecarga na rede de água e esgoto.

23 de junho de 2007

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