|

Notícias

A liberdade de fazer barulho entre quatro paredes.

foto: JF PIMENTAVocê não consegue dormir por conta do barulho do bar em frente à sua casa? Sofre com o ‘toc-toc’ dos saltos da moradora do andar superior ou o vizinho reclama do som da bateria do seu filho? É hora de investir em acústica para garantir sua qualidade de vida. Ter a liberdade de tocar piano a qualquer momento, por vezes noite adentro, era o sonho da pianista e regente de coral Dagmar Penha Borges. “Queria retomar as minhas atividades como instrumentista e o trabalho vocal”, conta. Há dois anos isso se tornou realidade, quando ao comprar o apartamento ela transformou um dos quartos em estúdio. “Resolvi investir em mim mesma, criando um espaço em que pudesse tocar livremente, sem invadir a liberdade alheia”, explica.O espaço foi totalmente reformado num projeto de isolamento acústico. O piso foi levantado e recebeu manta de lã de vidro. A janela eliminada e paredes e teto receberam lã, uma segunda face em madeira e placas móveis de sonex. O investimento em torno de R$ 16 mil, que eliminou mais de 90% dos ruídos.“Consegui manter minha privacidade, a qualidade do som no ambiente, sem incomodar os vizinhos”, avalia.Soluções como essa resolvem um problema cada vez mais comum: o excesso de ruídos nas cidades e a falta de isolamento acústico. Revestimentos e materiais podem amenizar os ruídos:manta de lã de rocha ou vidro, sonex, gesso cartonado, paredes e vidros duplos, janelas e portas acústicas.O ideal é prever isso ainda no projeto construtivo, mas algumas soluções podem ser adotadas numa reforma.“Para detectar as necessidades do espaço é preciso um laudo técnico e um projeto específico. Através de softwares conseguimos saber o resultado efetivo que ele dará”, explica o engenheiro mecânico e segurança do trabalho, José Fernando Vieira.Som de cinemaEm alguns casos uma pequena intervenção pode melhorar as condições internas do ambiente. Num home-teather a colocação de sonex no teto ou em algumas faixas da parede pode tornar o som ideal. O metro quadrado do material pode variar de R$ 32 a R$ 200 a depender da espessura e da cor do sonex.“Para não comprometer a decoração a pessoa pode revestir o material com tecido de trama aberta”, fala o representante comercial, José Eduardo Gregio.Livre do barulhoO próprio engenheiro mecânico foi vítima do barulho de um bar na rua de seu edifício e acabou se mudando. Mas o problema poderia ter sido resolvido com a colocação de esquadrias com isolamento acústico, com vidros duplos, que são feitas sob medida. Mas o produto tem custo alto. Uma janela com 1,5 m por 1,2 m sai em média por R$ 4 mil.Sem eficiênciaSegundo engenheiros as soluções caseiras, como colocação de placa de cortiça ou isopor, que algumas pessoa adotam não são eficientes no isolamento acústico. “A chamada casca de ovo não serve como isolante acústico. A cortiça é um material orgânico de alto nível de deterioração. Já o isopor é apenas isolante térmico”, explica Vieira. FALTA LEGISLAÇÃOTecnologia da construção aumenta ruídoPara Luiz Alberto Navarro, engenheiro e consultor em acústica ainda não existe uma preocupação efetiva com isolamento de ruídos nos projetos imobiliários.É cada vez mais comum condomínios residenciais com paredes geminadas, que não tiveram este tratamento.“A Justiça tem acionado às construtoras e incorporadoras por danos causados pela falta de isolamento adequado, embora não haja legislação específica no Brasil”, afirma Navarro.Ele comenta que com a evolução da tecnologia de construção houve um aumento dos problemas de ruídos. “Antigamente era preciso uma laje de 30 cm para um sobrado. Hoje com uma de 6 cm, já se consegue erguer um prédio em cima dela”, diz.O engenheiro comenta que devido a poluição sonora e ruídos urbanos, a tendência é que as pessoas passem a verificar o isolamento acústico dos apartamento para ‘barulhos normais’ na compra do imóvel. “Já que a pessoa vai investir para amenizar os ruídos de fundo, ela pode acionar a Prefeitura por ter liberado a obra nestas condições”, fala.VALESKA MATEUS

14 de janeiro de 2007

A chuva agrava o problema dos vazios urbanos.

Estamos em plena estação das águas. A primavera sempre anuncia mas o verão é marcado por chuvas copiosas. As enchentes são a marca registrada das cidades brasileiras, uma prova cabal de que os planos de governo ficaram, historicamente, apenas no papel. Não há planejamento urbano que se preze que não comece por disciplina na ocupação do solo.Além das enchentes, as chuvas trazem outro problema: aumenta o mato sobre os terrenos urbanos, sejam de particulares, sejam do poder público. Felizmente, a porcentagem de terrenos nas mãos de particulares é maior do que aqueles que pertencem ao setor estatal. Dos três níveis. Boa parte destes é do município que os recebe, em sua maioria, por força de legislação de parcelamento do solo. Cerca de 40% - em alguns municípios - chegando até a 45% em outros, do total da área loteada, são obrigatoriamente doados ao poder local, municipal. Em torno de 20%, em média, para ruas. Mais ou menos 20% para áreas verdes e 5% para fins ditos institucionais.Duas são as conseqüências imediatas desta lei. A primeira é que o município fica sendo dono de uma área, embora descontínua, que somada o transforma normalmente no maior latifundiário urbano. A segunda é que se cria um problema terrível: estas áreas ficam abandonadas. No tempo de chuva, o mato predomina e marca a paisagem urbana.Este fato, por si só, já tiraria do governo das cidades a autoridade para, nos termos da lei, penalizar com multa, não raro pesadas, os proprietários de imóveis que não mandaram roçar o mato dos terrenos. Primeiro o município – para ter autoridade – deveria cuidar do seu estoque de terrenos, dando o exemplo. Segundo, ajudaria a melhorar a paisagem urbana também.City, Ribeirânia – para ficarmos apenas em dois exemplos – são alguns dos bairros de Ribeirão Preto em que esta realidade é uma impressionante constante. Quando são terrenos destinados legalmente para receber praça, o poder público poderia chamar à participação a iniciativa privada, dividindo com ela o bônus e até o ônus de construir e preservar o próprio, no caso uma praça pública. Já se o terreno tiver sido doado para fins institucionais – construção de escolas estaduais ou municipais, de unidades para munícipes que procuram socorro à saúde – o poder municipal poderia constituir o que seria um banco de terras. Este banco representaria um ativo econômico facilmente transformável em ativo financeiro – que pode ser vendido ou ser objeto de transação, desde que aprovada pelo Legislativo, nos termos de lei – abatendo o montante da dívida pública que não é pequena. Outra saída seria – se possível – torná-lo ativo para órgãos como o Instituto de Previdência do Município, atualmente às voltas com problema que coloca em risco a saúde da já combalida parte financeira da Prefeitura.Ribeirão Preto tem vazios urbanos. De resto, como toda cidade que se preze. A arte da administração consiste exatamente em transformar o que entendemos ser um problema em uma solução. E solução imediata, a vista, para problemas que se tem arrastado, que aparecem a prazo. Provérbio oriental diz que “toda dificuldade é uma dádiva de Deus”. Está aí uma que pode ser. O que não pode perdurar é as cidades continuarem tendo espaços vazios, com terra transformada em pó em tempo de seca. E com terra transformada em barro ou mato – ou, o que pior, os dois – em tempo de chuva de verão.De sobra, de lambujem, o poder municipal ganharia autoridade para poder exigir dos munícipes um cuidado especial com suas propriedades urbanas ainda não construídas.VICENTE GOLFETO

14 de janeiro de 2007

Detalhamento previne contra a omissão.

DÉBORA FANTINIPara não ter uma surpresa com cláusula inexistente ou abusiva, o recomendado é que todos os itens do serviço sejam detalhados no contrato --desde sua duração até a marca da tinta a ser usada em uma pintura.O condomínio pode exigir esses tipos de inclusão e, caso a empresa se negue a fazê-lo, deve buscar outra. "As idôneas acatam", afirma o advogado e ex-presidente da Aabic (associação de administradoras) José Roberto Graiche, 61.Segundo essa lógica, o primeiro passo para proteger o condomínio deve ser dado bem antes da leitura do documento: o de investigar a empresa.Depois que ela for escolhida, a minuta do contrato deverá ser submetida a um especialista antes da assinatura para que sejam identificadas omissões, dubiedades e abusos.A consultoria jurídica ao condomínio, aliás, deve ser item de contrato com a administradora. Sem ela, é preciso pagar cerca de um salário mínimo pela consulta de um advogado.Além de pedir a inclusão de cláusulas omitidas, é importante solicitar a adequação das abusivas. As empresas tentam impor dificuldades para rescisão, como multas elevadas e aviso prédio superior a 30 dias."Há minutas de contrato que estipulam multas de até 50% das parcelas restantes", diz o advogado Marcio Rachkorsky.Pelo Código de Defesa do Consumidor, a multa só é devida se o contrato é rescindido sem justa causa e sem aviso prévio e deve corresponder a um percentual de uma mensalidade, normalmente de 20%.Síndico na miraEm caso de problema na prestação de serviço no prédio, um dos que ficam na "mira de tiro" é o síndico. Rachkorsky lembra que ele pode ser co-responsabillizado em acidentes de trabalho envolvendo funcionários da empresa contratada."Um condômino também pode responsabilizá-lo por ter sido negligente ao fechar uma contratação", cita o advogado, lembrando que deve ser convocada assembléia para discutir assinaturas e rescisões.No caso do condomínio Residencial São Cristóvão, em Osasco, a multa rescisória do contrato com uma empresa de limpeza e jardinagem é de 100% das parcelas restantes, o que totaliza R$ 400 mil.Segundo a síndica, Marilena Junqueira, 41, o contrato foi assinado pelo ex-síndico e a rescisão foi motivada por insatisfação com os serviços prestados.Junqueira diz que agora só assina contratos com a seguinte cláusula: "Ambas as partes podem rescindir este contrato imediatamente, sem ônus, desde que a contratada seja avisada com 30 dias de antecedência". Ela é possível se há concordância entre as partes.

14 de janeiro de 2007

Omissão de itens e cláusulas abusivas comprometem serviços em condomínios.

DÉBORA FANTININa hora de assinar ou renovar um contrato de prestação de serviços, uma lupa não basta para o condomínio evitar surpresas com letras miúdas --ou ausentes. Se cláusulas prejudiciais podem estar escondidas, outras, benéficas, são omitidas e resultam em um serviço diferente do esperado.O consultor de condomínios Luiz Antonio Rodrigues, 37, alerta para promessas verbais que não são inseridas no contrato. "Numa troca de prumada, não costuma estar escrito em nenhuma cláusula que a empresa deverá deixar as paredes como estavam antes da obra", exemplifica.Reposição de peças estragadas é outro item dúbio em contratos de manutenção de elevadores, bombas e rede elétrica."Como não vem escrito que as peças novas serão cobradas à parte, o síndico subentende, equivocadamente, que elas estão incluídas. Depois, leva um susto com a cobrança", conta o administrador de condomínios Luis Armando de Lion, 30.Se o condomínio se sentir lesado, poderá recorrer à Justiça e buscar amparo no Código de Defesa do Consumidor."Cada vez mais, a tendência é reconhecer a relação de consumo quando o condomínio é o contratante", afirma a técnica do Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) Renata Reis, 33.Ela sugere que, para tanto, os contratos não sejam assinados pela administradora, que deve atuar apenas como consultora jurídica, mas pelo síndico.A técnica pondera ainda que, em alguns casos, o juiz pode entender que litígios envolvendo condomínios devam ser julgados com base no Código Civil e na Lei do Condomínio.Segundo o advogado Marcio Rachkorsky, 33, especialista em direito contratual e condominial, haverá uma boa chance de o condomínio ganhar a causa se o juiz entender que houve má-fé por parte da empresa. "Mas o processo poderá se estender por anos", ressalva.Documento mal redigidoAntes de procurar a Justiça, uma opção é buscar um entendimento por meio de uma câmara de mediação, como a da Secretaria de Estado de Justiça e da Defesa da Cidadania.No condomínio onde o professor E.M. é síndico, a saída tem sido tentar um acordo com a empresa contratada para modernizar o sistema de monitoramento, para reaver parte dos R$ 27 mil pagos por um serviço que deixou a desejar.A instalação de dez câmeras novas e a digitalização do sistema anterior levaram 12 meses, e a fiação e os conduítes usados não são os apropriados --o contrato não especificava o tipo dos produtos a serem usados.O síndico conta que, se o documento tivesse sido mais bem redigido, o condomínio poderia entrar com uma ação na Justiça contra a empresa."Agora, para processá-la, teríamos de manter o serviço intocado, mas, como o condomínio não pode ficar sem vigilância, tivemos de contratar outra empresa para fazer as adequações", explica. O novo serviço custou cerca de R$ 4.000.

14 de janeiro de 2007

Detalhamento previne contra a omissão.

Para não ter uma surpresa com cláusula inexistente ou abusiva, o recomendado é que todos os itens do serviço sejam detalhados no contrato --desde sua duração até a marca da tinta a ser usada em uma pintura.O condomínio pode exigir esses tipos de inclusão e, caso a empresa se negue a fazê-lo, deve buscar outra. "As idôneas acatam", afirma o advogado e ex-presidente da Aabic (associação de administradoras) José Roberto Graiche, 61.Segundo essa lógica, o primeiro passo para proteger o condomínio deve ser dado bem antes da leitura do documento: o de investigar a empresa.Depois que ela for escolhida, a minuta do contrato deverá ser submetida a um especialista antes da assinatura para que sejam identificadas omissões, dubiedades e abusos.A consultoria jurídica ao condomínio, aliás, deve ser item de contrato com a administradora. Sem ela, é preciso pagar cerca de um salário mínimo pela consulta de um advogado.Além de pedir a inclusão de cláusulas omitidas, é importante solicitar a adequação das abusivas. As empresas tentam impor dificuldades para rescisão, como multas elevadas e aviso prédio superior a 30 dias."Há minutas de contrato que estipulam multas de até 50% das parcelas restantes", diz o advogado Marcio Rachkorsky.Pelo Código de Defesa do Consumidor, a multa só é devida se o contrato é rescindido sem justa causa e sem aviso prévio e deve corresponder a um percentual de uma mensalidade, normalmente de 20%.Síndico na miraEm caso de problema na prestação de serviço no prédio, um dos que ficam na "mira de tiro" é o síndico. Rachkorsky lembra que ele pode ser co-responsabillizado em acidentes de trabalho envolvendo funcionários da empresa contratada."Um condômino também pode responsabilizá-lo por ter sido negligente ao fechar uma contratação", cita o advogado, lembrando que deve ser convocada assembléia para discutir assinaturas e rescisões.No caso do condomínio Residencial São Cristóvão, em Osasco, a multa rescisória do contrato com uma empresa de limpeza e jardinagem é de 100% das parcelas restantes, o que totaliza R$ 400 mil.Segundo a síndica, Marilena Junqueira, 41, o contrato foi assinado pelo ex-síndico e a rescisão foi motivada por insatisfação com os serviços prestados.Junqueira diz que agora só assina contratos com a seguinte cláusula: "Ambas as partes podem rescindir este contrato imediatamente, sem ônus, desde que a contratada seja avisada com 30 dias de antecedência". Ela é possível se há concordância entre as partes. DÉBORA FANTINIda Folha de S.Paulo -14/01/07

14 de janeiro de 2007

Lançamentos de imóveis não seguem ritmo das vendas em 2006.

Colocado na balança, o resultado do mercado imobiliário paulistano em 2006 caracteriza-se por um desequilíbrio: o número de imóveis novos vendidos foi 12% maior que o de unidades lançadas.O lado correspondente à demanda é o exibido com satisfação pelos que querem dar as boas notícias do setor. A comercialização de novos residenciais teve o melhor ritmo dos últimos 12 anos, de acordo com números divulgados pelo Secovi-SP (sindicato da habitação). O número de unidades vendidas cresceu 13,8% em relação a 2005.Mas os que preferem ver o lado vazio do copo também têm o que alardear: os incorporadores lançaram 2,9% menos em 2006, causando desarmonia entre oferta e procura, que pode se tornar preocupante se a quantidade de novos empreendimentos não subir em 2007."Já há uma escassez de unidades de dois dormitórios, que têm grande procura", afirma Luiz Paulo Pompéia, sócio da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).Os imóveis de três e de dois quartos lideraram o ranking de comercialização, com 33% e 32% de fatias de mercado, respectivamente.Os quatro-dormitórios abocanharam 27%, mas, na oferta de lançamentos, há troca de posições no pódio --o topo ficou com as unidades de quatro quartos (33%), seguidas pelas de dois (32%) e de três (30%).A disparidade entre oferta e demanda de novos imóveis, que fez com que parte das vendas desovasse estoques de unidades "zero-quilômetro" produzidas em anos anteriores, encontra explicações em movimentos conjunturais distintos.De um lado, houve "disponibilidade dobrada de crédito imobiliário, com redução e prefixação dos juros e aumento dos prazos de financiamento", caracteriza Alberto Du Plessis Filho, vice-presidente de Tecnologia e Relações de Mercado do Secovi-SP.Mais créditoAssim, o financiamento imobiliário com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) cresceu 89% em relação a 2005, de acordo com o Banco Central e a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) --foram financiadas, em 2006, 115 mil unidades, totalizando R$ 9,5 bilhões.Por outro lado, alguns fatores intimidaram as iniciativas dos incorporadores. "Houve engessamentos decorrentes do Plano Diretor e da nova Lei de Zoneamento", analisa Romeu Chap Chap, presidente do Secovi-SP. "Caso contrário, o mercado teria feito muito mais."Restrições impostas pela Lei de Zoneamento que passou a vigorar em 2005, como a diminuição da capacidade média de ocupação dos terrenos --era possível construir, em média, quatro vezes a área do lote pela legislação anterior, e esse coeficiente passou a ser dois--, elevaram os custos de construção.

07 de janeiro de 2007

Acerte contas do condomínio em 2007.

Ano novo é hora de rever gastos. Que tal pagar um taxa de condomínio mais baixa em 2007? Algumas medidas simples adotadas por moradores e síndicos podem reduzir às despesas.Segundo Sérgio Tadeu Gonçalves, diretor de uma administradora de condomínios a maior despesa é com mão-de-obra e encargos. O pagamento da folha dos funcionários representa entre 60% e 70% do gastos. “É essencial equacionar a escala de trabalho, ajustando-a de maneira a evitar horas extras. Elas carregam um alto percentual de adicionais”, fala.Gonçalves comenta que a figura do zelador está desaparecendo no quadro dos edifícios, mas caso exista ele deve desempenhar funções para diminuir ônus na folha, como cobrir a carga horária dos folguistas. “A adoção destas medidas pode reduzir em até 20% a folha”, diz.Uma reestruturação na jornada de trabalho dos funcionários do edifício Atlanta vai reduzir em 30% o valor da taxa de condomínio.“Contratamos um novo funcionário e montamos uma nova escala de trabalho”, cita o diretor da administradora, Weber Otávio Braga.Outro grande vilão nas contas, para o diretor, é o consumo de água. Este item responde pela segunda maior despesa condominial. O síndico deve incluir no prédio o benefício de cobrança por unidade de abastecimento. “A depender da ocupação do edifício chega a 50% a economia”, afirma.O vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi - SP, Hubert Gebara também aconselha a implantação deste sistema. Para ele a medição individual da água faz justiça porque cada um paga pelo que usou.“Além de reduzir o desperdício e a conta, zela pela preservação de um bem finito cada vez mais escasso”, ressalta.O consumo também deve ser sensibilizado com revisão periódica nas instalações hidráulicas dos apartamentos, como a checagem das válvulas de descarga.Energia elétrica x elevadoresO sobe e desce dos elevadores pesam excessivamente no condomínio. O sistema de inversor de freqüência auxilia para que os elevadores não sejam ativados ao mesmo tempo. A manutenção regular dos equipamentos para evitar desgaste das peças e a necessidade de reposição, é outra dica do diretor.O síndico Luís Carlos Souza Prado consegui uma economia de 40% na conta de energia elétrica do edifício com a modernização dos elevadores.Na reforma foram colocados sensores de presença nas cabines e indicador de andar, além da troca do sistema de controle, que era mecânico. As mudanças tornaram a conta mais leve.“O prédio tem três elevadores. Agora se a pessoa está no quinto andar e quer descer tem a opção de chamar o que está mais próximo, o que diminui o consumo de energia”, explica o síndico.Gonçalves alerta que a colocação de sensores nos andares e a instalação de lâmpadas econômicas nas garagens e subsolos amenizam gastos.Na hora de abastecer a despensa com material de limpeza o síndico deve ficar atento. “As compras devem ser feitas mensalmente, apenas nas quantidades necessárias e sempre com levantamento de preços em três locais diferentes”, sugere Gonçalves.E se é hora de fazer algum serviço ou reforma no prédio o diretor aconselha que se faça um orçamento separado de mão-de-obra e material.“Isso pode significar redução do custo. Às vezes é possível conseguir um preço melhor do material e outro local”, completa. Negociar a cobrança das tarifas bancárias pode ser um bom negócio. “Como o volume é grande é possível conseguir redução das tarifas de manutenção e emissão de boletos”, diz Braga.DE OLHOMoradores devem acompanhar as contasMesmo tendo síndico ou uma administradora de condomínios os moradores devem fiscalizar as contas e colaborar ativamente para a redução de custos.O comerciante Renato Barreto mora num edifício no Jardim Paulistano e verifica mês a mês o extrato da taxa condominial. Sempre que observa alguma alteração coloca em pauta na reunião de prestação de contas do edifício.“Já questionei o gasto com manutenção de extintores de incêndio, pois achei o valor abusivo. Sugeri que fizessem cotação com outras empresas na próxima vez”, conta.No semestre passado a taxa do prédio teve aumento de 15% e Barreto resolver checar o porque do acréscimo. “Gastava-se muito com energia elétrica. Com a colocação de sensor foto-célula o condomínio voltou ao valor anterior”, cita.Para ele é fundamental que os moradores acompanhem as contas, para que não haja gastos desnecessários, nem seja usado o fundo de reserva.“Geralmente fica na mão de administradoras que nem sempre têm grande interesse em reduzir custos. Tento sempre dar sugestões”, conclui Barreto.O diretor Weber Braga diz que este acompanhamento pode trazer resultados efetivos na redução da taxa. No boleto do condomínio estão discrimados todos os valores, inclusive a previsão para o próximo mês.“Os condôminos podem colaborar com experiências anteriores”, opina Braga.VALESKA MATEUS

07 de janeiro de 2007

A utopia necessária e o bom desenvolvimento.

Depois que caiu o muro de Berlim, start do processo de globalização acelerada, desapareceu a utopia comunista. Ou, como querem alguns, foi suspensa por algum tempo. Acabou a era das revoluções. Foram sepultadas as ideologias. Ficou mais claro que Economia é um híbrido de confiança com tecnologia.Mas as utopias precisam de continuar. E devem continuar mas na mente dos atuais defensores do meio ambiente. É aí que se pode ver que, muitas vezes, com as boas intenções se pode fazer a má gestão, o mau governo. O esquerdista de ontem é o defensor do meio ambiente de hoje. Mas há também a direita escondida. O presidente Tancredo Neves dizia: “não há nada mais demagógico do que um homem de direita fazendo discurso de esquerda”.A Ecologia deve subordinar-se à Antropologia. O homem deve ser dono de seu futuro e não subordinar sua saga, seu destino, ao meio em que se situa. Basta ler o texto sagrado, se quisermos partir para o espiritual. Ou fazermos adentrar em campo o bom senso, se quisermos nos ater ao império da razão.Alguns defensores do meio ambiente querem o contrário. São os sucessores das idéias marxistas. Precisam da utopia para viver. Sempre que possível, utopias financiadas com verbas públicas. Que ninguém é de ferro, não é mesmo? Difícil encontrar um adepto da utopia – seja ela qual for – no setor privado em que a luta pela existência é real, constante.O assunto vem a propósito da discussão a respeito da ocupação de toda zona leste de Ribeirão Preto, por onde entra a água de chuva que reabastece o aqüífero Guarani. É a recarga.O aqüífero Guarani localiza-se em quatro países: Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, os quatro fundadores do Mercosul. Portanto, não é nada pequeno. Mas o Brasil é o que tem sua maior parte. Ribeirão Preto, por sorte, situa-se sobre o aqüífero. Ou por falta de sorte porque agora, se forem seguidas as sugestões dos técnicos, toda zona leste não poderá mais ser loteada. Em outras palavras: a cidade pararia aí. E nem poderia voltar a ser construída depois. Ela teria que se desenvolver ou no sentido oeste ou no sentido norte-sul. No sentido norte há pouco o que se expandir. As construções praticamente já atingiram o rio Pardo. Bateram em Jardinópolis. Restaria a zona sul, a zona de maior valorização imobiliária. E restaria também a zona oeste. Desde, claro, que não se agrida o ambiente.“O presidente Tancredo Neves dizia: “não há nada mais demagógico do que um homem de direita fazendo discurso de esquerdaO que precisa ficar claro é o seguinte: precisamos de ter desenvolvimento sustentado, sem avariar a natureza. É preciso agradar sem agredir. Mesmo que isto custe uma parada ou reduzida no já fraco desenvolvimento urbano de Ribeirão Preto. Fraco perto do que foi o desenvolvimento do passado. Ribeirão Preto não é a mesma. Nem o Estado de São Paulo o é.O mundo precisa de utopias. Mais do que nunca.Ribeirão Preto precisa mais ainda. Que tal construirmos um cordão sanitário em torno da zona leste? Ribeirão Preto poderia ser considerada, a partir daí, candidata séria a se tornar capital ecológica do mundo. A água será o mais precioso bem do século XXI. O aqüífero Guarani seria preservado. Parem todos os loteamentos. Pare o desenvolvimento econômico da zona leste. Urgentemente.Ribeirão Preto precisa de parar.VICENTE GOLFETO

07 de janeiro de 2007

0
|
0