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Menos despesas e mais riscos.

Algumas pessoas ao comprar um imóvel optam por um contrato particular, sem registro em cartório. O chamado contrato de gaveta. Mas é preciso ficar atento a este tipo de acordo. Apesar de diminuir os custos com pagamento de taxas e impostos em relação à aquisição do imóvel, ele pode trazer sérias dores de cabeça no futuro. Em algumas situações a pessoa não se atenta de que está assinando um contrato deste tipo.Foi o que aconteceu com o publicitário Geraldo Aparecido Arantes. Há sete anos ele luta na Justiça para conseguir a escritura definitiva da sua casa. Ele afirma que na época nem imaginava que estava assinando um contrato de gaveta. “São tantos documentos que acabamos assinando sem verificar tudo, devido à empolgação em comprar o imóvel. Assim, acabamos caindo em ciladas como essa”, analisa Arantes. O contrato da compra da casa foi estabelecido entre ele e a imobiliária. Arantes conta que tentou comprar o imóvel direto com a proprietária, para se isentar da comissão do corretor, mas ela se recusou. Procurou então a imobiliária indicada por ela. O diretor definiu o contrato. Segundo o publicitário, após assinar os documentos, ele imaginou que só faltaria passar a escritura para o seu nome. “Paguei o imóvel à vista. No contrato constava a garantia da transferência do imóvel e o valor pago por ele”, relembra Arantes. Mas para sua surpresa, dois meses após a compra, descobriu que a proprietária não havia assinado a procuração para transferir a escritura, e decidiu procurá-la. “Ela me informou que como não havia recebido o valor pago, nem o outro imóvel garantido pela imobiliária, entraria na justiça com um processo de reintegração de posse”, conta o publicitário. Ele já ganhou a sentença em primeira instância, mas o processo ainda está em fase de recurso. “Até hoje não me sinto seguro para modificar e investir mais no imóvel”, desabafa Arantes. Hoje ele só compra um imóvel com assessoria de um advogado. “Jamais faria outro contrato deste tipo”, conclui Arantes.OPÇÃOAcordo ainda é muito praticado em RPNo contrato de gaveta, o imóvel continua em nome do antigo proprietário até o pagamento total. O advogado Nicholas Alan Steytler, especialista em direito imobiliário, comenta que ainda é comum a prática deste tipo de acordo. Segundo o advogado, nos contratos com sistema financeiro habitacional ele é mais utilizado, por envolver pessoas, geralmente, sem consultoria jurídica. “O contrato de gaveta geralmente é celebrado sem anuência da instituição financeira, o que o torna irregular”, ressalta Steytler. Caso o comprador não pague as parcelas o banco vai executar o antigo proprietário. “Muitos compradores aceitam este tipo de contrato para não pagar os impostos e as taxas de cartório”, comenta o advogado. No entanto, podem surgir problemas como quando o antigo dono se torna devedor. Neste caso o imóvel pode ser penhorado e posteriormente leiloado, já que oficialmente ainda está em nome dele. Jornal A Cidade - 11/06/2006

11 de junho de 2006

Ter e usar o crédito é bom, mas depende de vários itens.

Antônio Vicente Golfeto Vamos ver o Brasil sob o mando de Fernando Henrique Cardoso e os Estados Unidos sob o governo do presidente Bill Clinton. Os mandatos – dois de cada um – praticamente coincidiram no tempo. Eles foram contemporâneos de presidência.No Brasil o Estado estava endividado e o povo relativamente sem dívida. Só para atualizar os dados, atualmente Brasil e brasileiros estão devendo muito.Já nos Estados Unidos de Bill Clinton, o governo norte-americano tinha dívida pequena enquanto o norte-americano estava realmente endividado. A dívida, a utilização do sistema de crediário pelo consumidor ou das linhas de crédito para fazer investimentos pelo empresário, é marca do capitalismo dos Estados Unidos.Ter e usar o crédito não é ruim. É até bom do ângulo econômico e mesmo do ângulo financeiro. Claro que, dependendo do prazo de ressarcimento, da taxa de juros avençada, dentre outros itens. Recursos de terceirosA questão é se você se sente bem investindo com recursos de terceiros. Se você se sentir bem, ótimo. Estamos pensando no setor da construção civil, fundamental para o desenvolvimento econômico e o amortecimento de crises sociais no país, pelo potencial que tem na geração de empregos. O Banco do Brasil – linha BB material de construção – oferece financiamento de até 20 mil reais por cliente, sem necessidade de garantias ou de fiador. Material básicoO financiamento é destinado a quem pretende construir ou reformar o imóvel em área urbana, facilitando a aquisição de material básico e acabamento. O grande atrativo é a taxa de juros, menor – de 1,9% ao mês e isenção de IOF para empréstimos com prazos de até 12 meses – e, um pouco maior, de 2,9% ao mês em prazos de 13 a 24 meses, também com isenção de IOF.Vale a penaA questão, portanto, é a seguinte: se você quiser usar o financiamento oferecido pelo Banco Brasil, o que podemos dizer é que vale a pena. Agora, se você não gostar de ficar devendo – porque quem tem dívida não é livre – poupe mensalmente aquilo que você pagaria amortizando o financiamento. E, recebendo juro, inicie depois a reforma ou a construção. Agora, é evidente que o risco de você receber um montante financeiro de juros inferior ao aumento de preços de materiais de construção é grande.Mas investir é escolher. Inclusive o tempo.

11 de junho de 2006

A “natureza” no interior de casa.

O bambu e o eucalipto fazem parte de uma arquitetura acima de tudo, conceitual. Esses materiais, além de aliar beleza e qualidade, estão ligados ao conceito de arquitetura ecologicamente correta. O bambu é um material natural e renovável. O eucalipto tem um rápido ciclo de crescimento. Segundo o arquiteto Marcus Cotrim, o uso do bambu em construções se originou na cultura popular. Foi ganhando status e glamour por conta do conceito de preservação da natureza. No Brasil, esses dois materiais estão presentes, principalmente, nas regiões litorâneas e vêm sendo utilizados há pouco mais de dez anos. “Há cerca de cinco anos ele vem ganhando mais espaço na arquitetura e na decoração, devido à questão da sustentabilidade”, avalia o arquiteto. Para Cotrim a consciência ambiental é uma das características das pessoas que têm esses materiais em casa. “É o glamour conquistado pelo conceito”. HiatoNa arquitetura japonesa, o bambu está presente nas decorações que assinalam felicidade. Apesar de no Brasil nem o bambu, nem o eucalipto estarem ligados à simbologia, para Cotrim eles funcionam como um hiato na vida urbana. “Chegar a um espaço com uso destes materiais promove uma quebra na rotina da vida na cidade. Remete a pessoa ao convívio com a natureza”, comenta. Este foi um dos motivos que levou a assistente social Sueli Aparecida de Aguiar a usá-los no projeto da sua residência. “Queria uma casa descontraída, com clima de praia, de fazenda só que dentro da cidade”, conta Sueli. Para ela o projeto ficou bonito e agradável. “Lembra uma pousada. Quando chego em casa, me desligo da correria do dia-a-dia. Me sinto relaxada”, avalia Sueli. Ligada aos conceitos ambientais, ela também acha importante dar a sua parcela de colaboração na preservação dos recursos naturais. O bambu e o eucalipto proporcionam um toque rústico e ao mesmo tempo moderno aos ambientes. Segundo o arquiteto podem ser mesclados com outros materiais. Na decoração devem ser usadas como peça única, de destaque.PaixãoO artesão José Eduardo Sales de Souza se apaixonou pelo bambu há oito anos. Engenheiro elétrico, ele trabalhou em várias indústrias e também foi comerciante. A paixão surgiu em 1998 quando viu uma matéria sobre o material numa revista de arquitetura. O interesse foi imediato. “Me senti atraído pelo material e pelo vasto uso dele na arquitetura e na decoração”, relembra. Resolveu pesquisar sobre o bambu. Pesquisou em livros, revistas, na Internet e também avaliou como era o mercado no Brasil e em Ribeirão Preto. “Na época havia uma deficiência no mercado de Ribeirão. Ninguém trabalhava de maneira artesanal com este material”, De lá pra cá não parou mais. “Existem cerca de mil espécies de bambu. O Brasil é rico em muitas delas”.USODe vigas, coberturas a detalhesSegundo o arquiteto Marcus Cotrim, de Ribeirão Preto, o bambu e o eucalipto têm um vasto uso na arquitetura e na decoração. Eles são usados na estrutura de prédios, (vigas, pilares e coberturas), em revestimentos e detalhes, em movelaria e em peças decorativas. Na Colômbia, por exemplo, ele é usado na parte estrutural de edifícios mais baixos.DurabilidadePara garantir a longevidade e durabilidade destes materiais é necessário um tratamento especial. A hora da colheita e o corte dessas plantas também determinam a qualidade. Por isso, todo cuidado é pouco na hora de adquirir esses implementos da decoração e da arquitetura.DicasO artesão José Eduardo Sales de Souza, engenheiro elétrico de formação e há oito anos apaixonado pelo bambu, tem boas dicas.Segundo ele, as diversas formas de queima do bambu, por exemplo, fazem as fibras abrirem e expulsarem o amido para a superfície. Assim ele é retirado com querosene ou óleo, evitando o caruncho. O tratamento adequado e a manutenção também ajudam a prevenir o aparecimento de fungos. Os bambus gigantes têm certa restrição quanto ao uso em locais expostos à chuva. Jornal A Cidade -12/06/2006

11 de junho de 2006

Centro guarda história.

Centro é uma região que carrega, além da história do bairro, também parte fundamental do nascimento de Ribeirão Preto, quase 150 anos atrás. A região guarda a história da cidade, mostrada pelos prédios históricos ao redor, principalmente, da praça 15 de Novembro.Moradores antigos, a maioria em edifícios construídos a partir do fim da década de 60, dão uma espécie de identidade própria à região. Eles adotaram o local pela facilidade de acesso e por não precisarem fazer uso de meios de transporte.Por outro lado, o Centro congrega a diversidade social, cultural e racial, com os milhares de visitantes que passam diariamente por suas ruas, calçadas, praças e calçadões.Por tudo isso o Centro foi escolhido para fechar a série de 24 reportagens "Bairros de Ribeirão", proposta da Gazeta em homenagem ao aniversário de 150 anos da cidade, no próximo dia 19 de junho.Por ser a região central o bairro é referência para o resto da cidade e também, de acordo com a ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), local de convergência de moradores de municípios em raio de 100 quilômetros, que vêm em busca do variado comércio.De acordo com o superintendente da associação, Lino Strambi, existem cerca de 2,5 mil estabelecimentos comerciais no Centro. "O fato de ainda recebermos pessoas das cidades vizinhas torna Ribeirão um pólo comercial extremamente forte no cenário nacional", diz.Strambi afirma que em agosto de 2003 foi feita pesquisa que registrou que 500 mil pessoas passaram pelo calçadão naquele mês. No Natal do mesmo ano, quando foi feito o último registro, foram computadas cerca de 1 milhão de visitas no mês de dezembro.De acordo com o último censo (2000) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a região central abriga cerca de 17,4 mil habitantes em quase 7 mil domicílios.O Centro é delimitado por quatro das avenidas mais importantes da cidade: Jerônimo Gonçalves, Francisco Junqueira, Independência e Nove de Julho.O início de Ribeirão, de acordo com o professor Fernando Gelfuso, teria sido no Jardim das Palmeiras, Zona Leste. Ali, anos antes da fundação oficial - em 1856 - foi erguida a igreja de São Sebastião, santo padroeiro da cidade.De acordo com pesquisas do Arquivo Público e Histórico, na seqüência houve a demarcação definitiva do Patrimônio de São Sebastião. Uma capela foi construída próxima à praça XV, entre as ruas Barão do Amazonas, Cerqueira César, General Osório e Duque de Caxias.Após 1861 foi feita doação em dinheiro para a construção de uma nova igreja, onde foi denominado de Largo da Matriz e hoje está a fonte luminosa da praça 15.Gelfuso explica que o modelo de cidade como Ribeirão, que se desenvolveu em volta da igreja e da praça, é baseado nas organizações de cidades modernas estabelecidas após a Revolução Francesa (século 18).PERSONAGENSJoão Batista Faleiros, médico aposentado. Conta que já fez mais de mil partos e hoje faz da praça cenário de suas trovas e moradia. "Me inspiro no infinito azul dessa praça".Catharina Mabtum Paterno, dona-de-casa. Acompanhou momentos de auge, incêndio e reconstrução do Pedro II, pois sempre morou ao redor do teatro.Osonia e Angela Biagi. As irmãs moram em uma das poucas casas que ainda restam no centro, em frente à Catedral. "Nos mudamos para cá há cerca de 60 anos".Alan Alex Andrade, mecânico-cênico. Mudou de carreira pelo amor ao teatro. "Estou dentro do Pedro II desde o restauro, há 12 anos. Minha vida mudou. Aqui tem magia".Ophélia e José da Silva, dona-de-casa e aposentado. Moram no centro para não usar carro. "O que mais gostamos é da vida em comunidade que podemos levar dentro de um prédio".Leila Teixeira Serio Miranda, aposentada. Foi primeira moradora do edifício Salles Pupo, nos anos 70, na General Osório. Tinha que contar com o porteiro para usar o elevador.Alcemir Milani, gerente da Boutique Dirceu. É conhecido no centro como “Neném”. Ali, mora e tem duas lojas. "Estou aqui há vinte anos e não quero sair".Lourdes Bertozzo Casquel, pensionista. A maior parte da vida morou no centro de Ribeirão. "Não sei morar em outro lugar, só aqui tenho o Pinguim e o Pedro II no quintal". Área tem prédios históricosO Centro reúne dezenas de prédios imponentes que são marcos da história e da arquitetura de Ribeirão. Um deles é o quarteirão paulista, fruto da produção do café na cidade no começo do século 20.Ele é formado pelo conjunto arquitetônico que engloba o Theatro Pedro II, o prédio do antigo Palace Hotel e o edifício Meira Júnior, onde funciona o Pingüim.Ainda, na região também está situado o edifício Diederichsen, primeiro da cidade, construído com cinco andares pelo imigrante alemão Antonio Diederichsen para fins comerciais.No centro também está o Palácio Rio Branco, sede da prefeitura, a catedral metropolitana, o mercado municipal, o museu de arte de Ribeirão, a biblioteca Altino Arantes e Padre Euclides, além de palacetes particulares.O Secretário do Planejamento, José Wilson Laguna, conta que todos esses prédios traduzem a diversidade da arquitetura de diferentes décadas ao longo da história da cidade. (Gazeta de Ribeirão)Calçadão alavanca comércioA construção do calçadão em Ribeirão Preto, na década de 90, foi o marco que alguns lojistas dizem ter sido importante para o comércio local.Lino Strambi, da ACI-RP e um dos primeiros lojistas da rua Barão do Amazonas, conta que a obra faz parte do que diz ser seu sonho. "A revitalização do centro e a transformação dele em um shopping a céu aberto", diz.Para o lojista e presidente da Sincovarp (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto), Pedro Além, o local é, além de de referência comercial, palco de comemorações e manifestações, O Secretário de Planejamento, Wilson Laguna, trabalhava na prefeitura quando o local foi construído e conta que na década anterior a construção foi feito um estudo para a tentativa da viabilidade da obra."A análise foi feita e constatou-se que não havia necessidade da construção de calçadão na década de 80. Mas, após dez anos, a obra viabilizou mais o comércio local e o incremento dele", diz. ANGELA PEPE

11 de junho de 2006

600 obras ilegais.

Dados da Secretaria de Planejamento indicam que várias construções começam sem autorização do município. GUILHERME CAMPOSPelo menos 600 obras, entre residências e prédios, principalmente comerciais, estão ilegais em Ribeirão Preto, apontam dados da Secretaria de Planejamento mostrados em audiência pública, na última quinta-feira, durante apresentação do código de obras que irá compor o Plano Diretor.Segundo os responsáveis pelo assunto, a ilegalidade se dá pela falta de documentação necessária para a realização das construções. A documentação deve ser obtida antes do início das obras.Na próxima terça-feira a última audiência pública para debater o Plano Diretor vai discutir as políticas sociais. Outras quatro audiências já debateram a lei de Uso e Ocupação de Solo, Mobiliário Urbano, Plano Viário e Código de Obras, durante as últimas duas semanas.O Plano Diretor é um documento que a prefeitura está preparando e deve enviar para a Câmara. O projeto precisa estar aprovado até 31 de outubro deste ano. Caso contrário, Ribeirão pode perder recursos e condição de fazer empréstimos, por exemplo.O Plano Diretor deve trazer as diretrizes para crescimento e desenvolvimento da cidade.Segundo um dos arquitetos do Departamento de Urbanismo da Secretaria de Planejamento e coordenador do processo de revisão do Código de Obras, já existente desde 1999, Nilton Bonagamba, na maioria das vezes o fato de as construções estarem ilegais não significa que elas estejam irregulares."Muitas delas estão dentro das normas técnicas urbanísticas. O problema é que elas não têm os documentos necessários para estar ali", disse.Segundo o arquiteto, um dos fatores que impedem essa liberação da documentação é a demora no processo. Ele afirmou que existem hoje ao menos 800 processos parados na secretaria a espera de aprovação. "Mesmo assim muitos dão início às obras. O problema é que quando o projeto na secretaria para aprovação falta a documentação necessária. Daí a demora na aprovação", disse.Além disso, como agravante, há também uma demora na aprovação dos projetos pelo corpo de bombeiros. Em média cada projeto leva três meses para ter o aval dos técnicos da corporação, que avalia situações de segurança contra incêndio, saídas de ventilação e outros fatores. ComurPara o presidente do Comur (Conselho Municipal Urbanismo), Fernando Freire, a desinformação é um dos fatores que levam à ilegalidade das edificações. "Muitos não sabem qual é a lista de documentos e a papelada necessária para ficar dentro da lei", disse.Segundo ele, o processo precisa ser descomplicado. "A burocracia é grande. Uma forma é a prefeitura deixar as informações às claras. A informatização dos processos é uma saída."Os técnicos responsáveis pela aprovação dos projetos no corpo de bombeiros foram procurados pela reportagem, mas não foram encontrados até o fechamento desta edição. Segundo o secretário do planejamento Wilson Laguna, a intenção da prefeitura é estabelecer uma estratégia com o corpo de bombeiros para que os projetos possam ser apressados. "Acredito que devemos estabelecer regras mínimas de segurança para que o processo de aprovação seja simplificado e menos demorado", disse.Laguna disse ainda que há a necessidade de que os próprios profissionais que realizam os projetos participem das revisões do código de obras para que esse fato, da ilegalidade das edificações, possa ser dificultado de existir."É uma via de mão de dupla. Precisamos da colaboração dos profissionais." Ele disse também que a secretaria vai trabalhar para que os projetos tenham maior agilidade na aprovação.‘Falta condição técnico ao departamento’O departamento de urbanismo da prefeitura está despreparado para receber projetos informatizados. Segundo os técnicos da secretaria, esse é um dos fatores responsáveis por atrasar a aprovação dos projetos.Para o arquiteto e coordenador do processo de revisão do código de obras do departamento de urbanismo da Secretaria de Planejamento, Nilton Bonagamba, essa é uma realidade não muito diferente de outros municípios. "A tecnologia da elaboração de projetos e plantas de edifícios e residências é grande, mas a nossa realidade não é essa. Isso tem de ser substituído conforme o tempo", disse.AcessibilidadeUma das diretrizes que compõe o código de obras é que todas as edificações devam estar adaptadas para pessoas com deficiência. Segundo o arquiteto da secretaria de planejamento José Antonio Lanchoti, essa é uma forma de impedir com que as novas obras deixem de se adequar às necessidades da população. "Isso é exigência do próprio governo federal", disse. Ele afirmou ainda que a prefeitura estuda um programa para adequar as edificações existentes no que diz respeito à acessibilidade. Para a fiscal tributária da Secretaria da Fazenda, Rita Castilho, um censo deveria ser feito para saber qual é a verdadeira demanda de pessoas com deficiência. "Tenho uma filha especial e sinto isso na pele. O censo deveria ser feito inclusive para adequar as escolas municipais à quantidade de alunos com necessidades deste tipo", disse.Uma determinação do Ministério Público local determinou que as 246 escolas municipais fossem adequadas. A prefeitura informou que realiza as obras de adequação, mas que terá de estudar caso a caso.

11 de junho de 2006

Morador é chave para segurança do prédio.

Meu condomínio é seguro? A pergunta contagiou moradores de prédios depois dos casos de arrastão em São Paulo.Para respondê-la, um bom começo é prestar atenção a alguns sinais, elaborado pelo especialista em segurança Hugo Tisaka, diretor-executivo da NSA Brasil (National Security Academy).Essas perguntas dão uma pista sobre o grau de proteção do condomínio -o teste completo está no portal SindicoNet (www.sindico.com.br/folhasp/testedeseguranca)."Os projetos de segurança têm três subsistemas: equipamentos, infra-estrutura e procedimentos. Este é o mais barato, mas também é o mais crítico", formula Tisaka.Segundo ele, os preços variam muito, mas as opções nem sempre agradam. "O índice de recusa dos projetos nas assembléias dos condomínios chega a 80%, principalmente por questões de gosto." Muitos vetam sugestões como célula de confinamento e cachorros (usados em condomínios de casas).Mas não adianta apenas espalhar câmeras e portões pelo prédio. O treinamento de moradores, funcionários domésticos e profissionais do condomínio é crucial. Tanto que a NSA Brasil costuma fazer um "teste de intrusão". Nos seis meses posteriores à implantação do sistema, alguém tenta invadir o condomínio sem uso da força."Se o morador não obedece a algum procedimento de segurança, enfraquece o conjunto", explica Edgard de Souza Leite Neto, diretor de tecnologia e novos negócios da Fort Knox.Leite Neto recomenda colocar empresas especializadas na portaria. "Elas dão treinamento. Já os funcionários contratados pelo condomínio não serão necessariamente treinados."O prédio onde Miro Figueiredo é síndico, no Morumbi (zona oeste), implantou o sistema da Fort Knox. "Os porteiros tinham vícios e não aceitavam uma série de recomendações."Hoje, o condomínio é monitorado por áudio e vídeo em uma central da empresa; há uma senha para os condôminos indicarem aos funcionários se está tudo bem. "Os moradores estão bem mais tranqüilos.""Corrida armamentista"O auge da "corrida armamentista" para aumentar a proteção ocorreu em 2004, quando São Paulo registrou dez assaltos a condomínios por mês, em média. De lá para cá, o número de casos caiu, segundo Fernando Fornícola, diretor administrativo da Aabic (associação das administradoras). Em 2006, até agora, foram dois casos mensais, em média.Apesar disso, o gasto dos condomínios com segurança cresceu. Segundo a Aabic, representa 3,8% das despesas, contra uma quantia inexpressiva há cinco anos. Para Fornícola, as administradoras estão preparadas para dar cursos. A Aabic e o Secovi-SP (sindicato do setor) têm várias opções de treinamento de segurança para funcionários de condomínio.

04 de junho de 2006

Morador é chave para segurança do prédio.

Meu condomínio é seguro? A pergunta contagiou moradores de prédios depois dos casos de arrastão em São Paulo.Para respondê-la, um bom começo é prestar atenção a alguns sinais, elaborado pelo especialista em segurança Hugo Tisaka, diretor-executivo da NSA Brasil (National Security Academy).Essas perguntas dão uma pista sobre o grau de proteção do condomínio -o teste completo está no portal SindicoNet (www.sindico.com.br/folhasp/testedeseguranca)."Os projetos de segurança têm três subsistemas: equipamentos, infra-estrutura e procedimentos. Este é o mais barato, mas também é o mais crítico", formula Tisaka.Segundo ele, os preços variam muito, mas as opções nem sempre agradam. "O índice de recusa dos projetos nas assembléias dos condomínios chega a 80%, principalmente por questões de gosto." Muitos vetam sugestões como célula de confinamento e cachorros (usados em condomínios de casas).Mas não adianta apenas espalhar câmeras e portões pelo prédio. O treinamento de moradores, funcionários domésticos e profissionais do condomínio é crucial. Tanto que a NSA Brasil costuma fazer um "teste de intrusão". Nos seis meses posteriores à implantação do sistema, alguém tenta invadir o condomínio sem uso da força."Se o morador não obedece a algum procedimento de segurança, enfraquece o conjunto", explica Edgard de Souza Leite Neto, diretor de tecnologia e novos negócios da Fort Knox.Leite Neto recomenda colocar empresas especializadas na portaria. "Elas dão treinamento. Já os funcionários contratados pelo condomínio não serão necessariamente treinados."O prédio onde Miro Figueiredo é síndico, no Morumbi (zona oeste), implantou o sistema da Fort Knox. "Os porteiros tinham vícios e não aceitavam uma série de recomendações."Hoje, o condomínio é monitorado por áudio e vídeo em uma central da empresa; há uma senha para os condôminos indicarem aos funcionários se está tudo bem. "Os moradores estão bem mais tranqüilos.""Corrida armamentista"O auge da "corrida armamentista" para aumentar a proteção ocorreu em 2004, quando São Paulo registrou dez assaltos a condomínios por mês, em média. De lá para cá, o número de casos caiu, segundo Fernando Fornícola, diretor administrativo da Aabic (associação das administradoras). Em 2006, até agora, foram dois casos mensais, em média.Apesar disso, o gasto dos condomínios com segurança cresceu. Segundo a Aabic, representa 3,8% das despesas, contra uma quantia inexpressiva há cinco anos. Para Fornícola, as administradoras estão preparadas para dar cursos. A Aabic e o Secovi-SP (sindicato do setor) têm várias opções de treinamento de segurança para funcionários de condomínio. Folha de S.Paulo - 04/06/2006

04 de junho de 2006

Mercado ignora a exclusividade.

Valeska Mateus foto: WEBER SIANSe você está à procura de um apartamento ou casa já deve ter se deparado com placas de várias imobiliárias num mesmo imóvel. A falta de exclusividade na comercialização é uma prática comum no mercado imobiliário de Ribeirão Preto. A economista Rosalinda Pimentel viveu esta experiência quando voltou a morar em Ribeirão Preto, há três anos. Deixou no Rio um imóvel à venda, sendo negociado por uma imobiliária da sua confiança. Para seu estranhamento, em Ribeirão encontrou várias placas, de imobiliárias diferentes, afixadas na fachada dos imóveis que visitou. Rosalinda comenta que acabou pagando mais caro pelo imóvel. “Percebi depois que existia uma diferença de valores e acréscimos quando várias imobiliárias negociam o mesmo imóvel”, relembra.Para ela a exclusividade é importante porque dá credibilidade ao imóvel. “É uma garantia de que a empresa é detentora de todos os documentos necessários. E de que haverá uma negociação conciliando o interesse de ambas as partes”, conclui Rosalinda.Mudança de posturaHá dois anos, o engenheiro eletrônico Ricardo Pinto Coelho colocou um imóvel à venda em várias imobiliárias. Hoje, tem uma postura diferente. “Sentia que o meu imóvel não era valorizado pelas qualidades, acabava caindo numa disputa exclusivamente de preço”, analisa Coelho. AproximaçãoEle afirma que isso não permitia a aproximação com a imobiliária e acabava comprometendo a venda. “Não era definida uma estratégia de venda, nem era feito um levantamento dos diferenciais competitivos do imóvel”, completa.Segundo Coelho o contrato de exclusividade de comercialização traz um resultado mais satisfatório e efetivo.VERSÃOSituação ocorre por ser questão cultural Para o diretor de imobiliária João Paulo Fortes Guimarães, a falta de exclusividade é uma questão cultural na cidade. “Tanto as imobiliárias quanto os proprietários mantêm a situação, mas ambos deveriam mudar de postura”, comenta. E afirma: a exclusividade é positiva, desde que o imóvel seja oferecido no valor real de mercado, sem estimativa exagerada por parte do proprietário. Segundo Roberto Alves Correia, diretor de outra imobiliária, os proprietários não aceitam a exclusividade por temer não conseguirem vender ou locar o imóvel. “O proprietário tem a falsa impressão de que se colocar em única empresa ela vai atingir um público menor e terá pouca divulgação”, afirma o diretor.CÓDIGO DE DEFESALei proíbe venda casadaO advogado especialista em Direito Imobiliário - Notarial e Registrário, Roberto de Almeida Guimarães, defende a exclusividade, desde que seja estabelecida de forma clara no contrato entre o proprietário e a imobiliária.Nesta cláusula deve constar, inclusive, o prazo de exclusividade na comercialização. O Código de Defesa do Consumidor, na Lei 8.078/ 90, veda a prática usual da venda casada. Relação jurídicaPara Guimarães o contrato de exclusividade na comercialização do imóvel estabelece uma relação jurídica mais saudável e contundente entre os pólos. “Uma única imobiliária vai arcar com todas as responsabilidades. Isso garante mais credibilidade ao imóvel para quem está locando ou comprando. A pessoa vai se sentir segura em relação à documentação”, esclarece.

04 de junho de 2006

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