Jardim Itaú, que está irregular, poderá sofrer intervenção com nova lei de ocupação do solo. A Prefeitura pretende regularizar o Jardim Itaú como bairro residencial e delimitar as áreas em que pode haver implantação de comércio. Atualmente, o loteamento está irregular e não há especificação do que é permitido no local. A regulamentação consta na Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo, que está em processo de discussão e revisão. A proposta foi apresentada anteontem na Zona Oeste, na primeira audiência pública sobre a legislação. O bairro possui 550 lotes e tem cerca de 50% de ocupação. A infraestrutura está parcialmente funcionando —há cobertura apenas dos serviços de iluminação e rede de água. A rede de esgoto atinge aproximadamente 60% do local e o asfalto existe em 50% do bairro, segundo a Secretaria de Planejamento. A presidente da associação de moradores do bairro, Claudia Perencim, disse que o local precisa de vias onde possam haver comércios, mas que é preciso organizar para que não fiquem espalhados pelo bairro. A moradora do bairro, Laila Mara Mozzocato, aprovou a ideia "Aqui é muito tranquilo, já morei na cidade e não quero a confusão que tem lá, aqui", afirmou. O presidente do Conselho Municipal de Urbanismo (Comur), Fernando Freire, afirmou ser necessário que o Comur se reúna para analisar as questões. "Munido de mais informações, o Comur poderá ter uma posição de consenso." ZONEAMENTO. Além do Jardim Itaú, a revisão da lei prevê também uma troca na destinação de áreas para habitação social. Pela proposta, as áreas destinadas ficariam ao norte da Zona Oeste —local em que a Prefeitura quer fazer a expansão urbana. (MCF) Plano terá item sobre vazios A Secretaria Municipal do Planejamento estuda incluir um tópico sobre os vazios urbanos no Plano Diretor. A ideia, debatida ontem, prevê incentivo aos proprietários para que ocupem áreas inutilizadas e evitem o desperdício dos espaços, que têm sido utilizados como depósitos de resíduos sólidos. Os grandes espaços de terra ociosos estão nas Zonas Norte e Oeste. O secretário de Planejamento, Fernando Piccolo, informou que o tópico será inserido na discussão do Plano Diretor e será debatido até o texto final. (MA) Ativistas tiram a roupa para protestar contra aluguéis altos em Berlim Um imóvel é demolido a cada 10 horas em São Paulo Parque vira ponto de consumo de drogas em Ribeirão Espaço desperdiçado Unir útil ao agradável Moradores cobram a revitalização da Lagoa do Saibro Ribeirão tem três regiões isoladas com acesso único Veja Mais
27 de outubro de 2010
25 de outubro de 2010
Ambiente e urbanismo Ribeirão tem 4,6 milhões de metros quadrados que podem ser usados como praças, mas não são. Ribeirão Preto tem 4,6 milhões de metros quadrados de áreas verdes que poderiam ser transformados em praças, mas que não são usados para este fim. A área é equivalente a mais de 800 campos de futebol. A estimativa é da Divisão de Praças e Parques da Secretaria de Infraestrutura de Ribeirão Preto. Para que tais espaços se tornem áreas de lazer, é preciso que passem por pelo menos parte do processo de urbanização, com a colocação de bancos, passeio, gramado, arborização ou iluminação. Ao todo, Ribeirão já possui 200 praças com toda essa estrutura. De acordo com Carlos Henrique Alonso Toldo, chefe da divisão, na cidade também existem os espaços semi-urbanizados, que têm apenas alguns pontos determinantes, como iluminação e árvores. “Com a inauguração de vários parques da Prefeitura neste ano, o número de áreas verdes não urbanizadas está em queda, mesmo que seja possível encontrar as que ainda não são”, afirmou. Em uma volta pela cidade é possível ver praças e áreas verdes de aspectos completamente distintos. Um exemplo de praça em boas condições na cidade é a Omilton Visconde, inaugurada em 2008 e que fica na Avenida João Fiúsa. Ali, as estruturas físicas estão presentes: bancos e postes de iluminação transformam o local em opção de lazer até durante a noite. A psicóloga Mariliz Vasconcellos, 36 anos, usa o espaço para caminhar frequentemente. Ela veio de São Paulo há dois meses e já elegeu a praça como seu local preferido para se exercitar. “O espaço é bom, mas quando não tem funcionário é um problema. Já vi alguns meninos tentando matar os peixes, por exemplo”, disse. Segundo a ambientalista Simone Kandratravicius, é importante implantar as praças nos lugares apropriados. “Elas são importantíssimas para a população, assim como os parques, que colaboram com a regulação do clima. Além de dar conforto, serviriam de lazer para a população”, afirmou. Um exemplo de praça que não atrai a população fica na Rua Egídyo Três. Mato alto, lixo no chão e árvores secas mostram a falta de cuidado com o espaço. O resultado é que se torna raro encontrar um visitante na área. Oito praças são cuidadas Oito praças de Ribeirão Preto fazem parte do Programa Verde Cidade, instituído por meio de um decreto em 1998, segundo levantamento feito pela Divisão de Praças e Parques da Secretaria de Infraestrutura de Ribeirão Preto. A proposta também se estende a parques, jardins, rotatórias e canteiros centrais. A ideia é contribuir para que o município tenha os canteiros e praças em boas condições e estabelece o direito da Prefeitura em manter parcerias com empresas e associações para a manutenção das áreas verdes da cidade. Segundo o chefe da divisão, Carlos Toldo, a maioria está em área nobre da cidade e as parcerias não podem ser feitas por pessoas físicas. “Muitos canteiros da cidade contam com esse trabalho de empresas. Quem participa pode instalar placas de publicidade.” (MA) O NÚMERO 200 Praças em Ribeirão contam com toda a estrutura necessária. Unir útil ao agradável Moradores cobram a revitalização da Lagoa do Saibro Ribeirão tem três regiões isoladas com acesso único EUA enfrentam nova crise no mercado de imóveis Prefeitura pede mais 2 mil casas para a CEF Índice usado em reajuste de aluguéis diminui para 0,89% na segunda prévia do mês Depois do boom de lançamentos populares, construtoras voltam a apostar em imóveis de quatro quartos Veja Mais
25 de outubro de 2010
A cada dia, 2,5 imóveis são demolidos, em média, na cidade de São Paulo. É a ponta mais visível - e, para muitos urbanistas, perversa - do boom do mercado imobiliário, que lança quase 600 prédios por ano na capital paulista. Com a escassez de espaços urbanos, principalmente terrenos vagos em áreas nobres, a solução é destruir - segundo levantamento exclusivo feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, a cidade perdeu em três anos exatas 2.692 casas. A pesquisa foi feita com base em todos os deferimentos de alvarás de execução de demolição publicados no Diário Oficial da Cidade de São Paulo de 1.º de janeiro de 2008 até quarta-feira passada. Neste ano, já foram demolidos 664 imóveis. No ano passado, foram 933, e em 2008, 1.095. Traduzindo os números, isso significa que uma casa acabou sendo derrubada a cada dez horas para dar lugar a prédios, espigões ou condomínios residenciais e comerciais. Exemplos desse cenário não faltam, principalmente em bairros que até a década passada eram predominantemente ocupados por casas - como Vila Mariana, Ipiranga e Vila Olímpia, na zona sul; Pinheiros e Pompeia, na zona oeste; Tucuruvi, na zona norte; e Mooca e Vila Prudente, na zona leste. Para as empresas especializadas em demolições, trata-se de um mercado exemplar, que cresce quase 80% ao ano. Mas para urbanistas, a transformação faz os endereços perderem um pedaço importante da própria memória. "Há um empobrecimento histórico de São Paulo, a unidade da vizinhança fica extremamente prejudicada", diz o arquiteto e historiador Benedito Lima de Toledo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo - 24 de outubro de 2010 Parque vira ponto de consumo de drogas em Ribeirão Espaço desperdiçado Unir útil ao agradável Moradores cobram a revitalização da Lagoa do Saibro Ribeirão tem três regiões isoladas com acesso único EUA enfrentam nova crise no mercado de imóveis Prefeitura pede mais 2 mil casas para a CEF Veja Mais
25 de outubro de 2010
Apesar dos protestos, cidade ainda é uma das capitais europeias onde moradia é mais barata. Em protesto contra o aumento dos aluguéis, um grupo de ativistas de Berlim tem realizado manifestações em que seus participantes invadem imóveis anunciados para locação e ficam totalmente nus, surpreendendo corretores e clientes. Os manifestantes, após chegarem aos imóveis, tiram as roupas subitamente e começam a dançar, usando máscaras de animais e exibindo mensagens - tanto em cartazes quanto pintadas em seus corpos - contra a especulação imobiliária. Em comparação com outras cidades europeias, os aluguéis de Berlim são relativamente baratos. Nos últimos anos, entretanto, os preços têm subido em bairros que antes eram os preferidos de estudantes e artistas alternativos. Muitos deles se viram obrigados a se mudar para outras áreas. Hedonismo Os ativistas dizem integrar a Internacional Hedonista, um grupo criado em 2006 durante o encontro do G8 em Heiligendamm, na Alemanha, e que se especializou em protestos inusitados. A inspiração para as manifestações vem do chamado "coletivo jeudi noir" ("quinta-feira negra", em francês), um grupo parisiense que, desde 2006, invade apartamentos de aluguéis altos na capital francesa, realizando festas-surpresa dentro deles. Os "hedonistas" berlinenses costumam divulgar os vídeos de seus protestos pela internet. Postadas inicialmente no site Youtube, as imagens tiveram de ser removidas por conta da nudez e agora estão disponíveis através de um . Com isso, os ativistas esperam que outras pessoas se juntem ao movimento. Enquanto algumas imobiliárias planejam chamar a polícia, Andreas Stücke, presidente da Haus und Grund, associação alemã dos proprietários privados de imóveis, acha que as manifestações não vão surtir efeito e que são um modismo passageiro. "Quem se diverte se despindo nessas ocasiões pode fazê-lo. Esse tipo de protesto pode chamar a atenção agora, mas logo vai ser esquecido", diz. "Berlim tem um mercado reconhecido no mundo inteiro como barato." Capital mais barata Apesar do aumento do aluguel dos apartamentos em certos bairros berlinenses, a cidade continua sendo a capital da Europa Ocidental onde a moradia é mais barata. "É absurdo se falar em aluguéis caros em Berlim", afirma David Eberhard, da associação de empresas imobiliárias da cidade. A capital leva vantagem mesmo em comparação com outras cidades alemãs. Segundo Eberhard, o berlinense gasta em média 12,3% de sua renda em aluguel, enquanto quem mora em Munique paga 17,6%. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. Um imóvel é demolido a cada 10 horas em São Paulo Parque vira ponto de consumo de drogas em Ribeirão Espaço desperdiçado Unir útil ao agradável Moradores cobram a revitalização da Lagoa do Saibro Ribeirão tem três regiões isoladas com acesso único EUA enfrentam nova crise no mercado de imóveis Veja Mais
25 de outubro de 2010
Projeto está parado na prefeitura há quatro anos. Falta de limpeza no local deixa a população irritada. Cartão postal do Jardim Interlagos e ponto de recarga do Aquífero Guarani, a Lagoa do Saibro tornou-se depósito de entulhos e sujeira. Desde 2006, a prefeitura esboça a transformação da lagoa em parque de preservação ambiental, mas o projeto esbarrou em questões judiciais e não saiu do papel. Hoje, o local ainda é usado pelos moradores para lazer. É comum ver crianças nadando, pescadores e pessoas fazendo piquenique às margens da lagoa. Porém, eles são obrigados a conviver com papéis, plásticos, sofás e até quadros de motocicletas jogados pelo local. "Há alguns anos, esse lugar era cercado, o que inibia as pessoas, mas tiraram a cerca e a prefeitura não faz a limpeza periódica", diz Ricardo de Almeida e Silva, presidente da Associação de Moradores do Jardim Interlagos. Amparo Bello Potel mora em frente à lagoa e teme pela sua segurança. "À noite é muito perigoso, a iluminação é precária e, em época de chuva, o mato fica com mais de um metro de altura." Nos últimos meses, a empresa responsável pela construção de um condomínio de prédios ao lado do local se propôs a fazer o parque. Em reunião com a prefeitura e a associação, um projeto foi apresentado e aguarda aprovação. A prefeitura foi procurada, mas não informou como está o processo do parque. Jornal a Cidade - 11/10/10 Ribeirão tem três regiões isoladas com acesso único EUA enfrentam nova crise no mercado de imóveis Prefeitura pede mais 2 mil casas para a CEF Índice usado em reajuste de aluguéis diminui para 0,89% na segunda prévia do mês Depois do boom de lançamentos populares, construtoras voltam a apostar em imóveis de quatro quartos Venda de imóveis novos despenca 48% em São Paulo Sem rever TAC, crescimento de aeroporto está comprometido Veja Mais
24 de outubro de 2010
Praticidade e conforto Edifícios, principalmente comerciais, investem em áreas de serviços diversificados no térreo. A partir dos recentes lançamentos de construtoras, é possível notar uma nova tendência em edifícios comerciais: ter uma área de serviços e comércio no térreo dos prédios. Apesar de ainda tímida na parte de edifícios residenciais, a tendência começa a aparecer de forma bastante constante nesse tipo de produto também. A estratégia está funcionando. No mais recente lançamento da construtora Habiart Barc, onde o foco é vender as salas destinadas a escritórios, os 16 boxes voltados para comerciantes foram os primeiros a serem vendidos. Para a diretora de planejamento da Habiart Barc, Teresa Cristina Madureira de Souza, este era um potencial não explorado. “Em prédios antigos existem agências de bancos no térreo. Hoje em dia tudo se faz online, e as agências ficaram mais enxutas. O comércio veio para tomar esse espaço”, disse. Segundo Teresa, hoje o metro quadrado das lojas é mais valorizado do que dos escritórios. “Imagine se em cada escritório trabalhar três pessoas, o comerciante já vai ter um público fixo enorme, isso sem contar a população do entorno”, disse. Ter uma área dessas no térreo fez diferença na hora da advogada Denise Pamplona Fernandes escolher onde seria seu novo escritório, no Fiúsa Center. “Ter agência bancária, papelaria e outros serviços no prédio agiliza o nosso trabalho”, disse. Segundo ela, não é somente em âmbito profissional que a área de serviços ajuda, mas também no pessoal. “Troco de roupa no próprio escritório e vou para a academia no térreo. Se tivesse que enfrentar trânsito, iria gastar tempo e me estressar, com certeza iria parar de frequentar a academia”, afirmou. SEGURANÇA. Apesar de já ter uma loja em um dos shoppings da cidade, o sócio-proprietário do Senhor Chopp, Caio Giovani Alcântara Cici, conta que abrir uma casa em um desses edifícios deu bom retorno. “Estamos em um local de grande fluxo de pessoas. Além disso, o edifício oferece mais segurança do que uma loja convencional. Ainda recebemos moradores das redondezas, e não só os profissionais”, afirmou Cici. (GR) Clientes ficam surpresos Não são somente os profissionais que aproveitam os serviços no térreo do edifício para economizar tempo. “Nossos clientes também ficam surpresos quando vêem o comércio aqui. Eles sempre comentam. Isso é bom para nós, e para os comerciantes também”, disse a advogada Denise Pamplona Fernandes. Para o sócio-proprietário do Senhor Chopp, Caio Giovani Alcântara Cici, não são somente comerciantes estabelecidos que podem ter sucesso nesses edifícios. “Acredito que empresas pequenas, e até que estão começando, podem se beneficiar disso. É uma questão de fazer pesquisa de mercado, mas o ponto é ótimo.” Segundo a diretora de planejamento da construtora Habiarte Barc, Teresa Cristina Madureira de Souza, os investidores também estão de olho nesse mercado. “Agora não querem somente as salas destinadas para escritórios, eles sabem que um box comercial pode dar um alto retorno”, disse. (GR) Moradores cobram a revitalização da Lagoa do Saibro Ribeirão tem três regiões isoladas com acesso único EUA enfrentam nova crise no mercado de imóveis Prefeitura pede mais 2 mil casas para a CEF Índice usado em reajuste de aluguéis diminui para 0,89% na segunda prévia do mês Depois do boom de lançamentos populares, construtoras voltam a apostar em imóveis de quatro quartos Venda de imóveis novos despenca 48% em São Paulo Veja Mais
24 de outubro de 2010
Setores imobiliário e bancário são atingidos pela indefinição, nas vésperas da eleição de representantes para o Congresso americano. WASHINGTON - Às vésperas da eleição que definirá a nova composição do Congresso americano, o caos se instalou nos setores imobiliário e bancário dos Estados Unidos. Por negligência, ações de despejo movidas às pressas e sem o rigor exigido pela lei acabaram suspensas pela Justiça, para o alívio de milhões de inadimplentes. Responsáveis pelos erros, os três principais bancos credores do país tiveram de congelar os processos e acumular prejuízos não esperados. O atraso na conta que os devedores terão de inevitavelmente pagar, avisam especialistas, acentua a incerteza no mercado e tarda a recuperação econômica do país. A raiz do problema está em números que não fecham nos setores que provocaram a crise de 2008. No primeiro trimestre deste ano, cerca de 5 milhões de tomadores de empréstimos imobiliários estavam inadimplentes por mais de 90 dias. Desse total, 2,5 milhões tinham sido despejados e a propriedade dos imóveis havia sido repassada aos bancos. Outros 7,5 milhões de imóveis registravam valores de mercado menores que as hipotecas – um indicador de que seus proprietários poderiam parar de pagar aos bancos em qualquer momento. Ao longo do ano, o ritmo de aumento dos estoques de casas assumidas pelos bancos foi menor que a capacidade de essas instituições cobrarem os inadimplentes. Além disso, o mercado estava desaquecido demais para que os bancos viessem a revender, em seguida, os imóveis tomados de inadimplentes. A cada mês, desde março do ano passado, 300 mil proprietários de imóveis nos EUA receberam a notícia de que seriam despejados e perderiam suas casas para os bancos credores, de acordo com a consultoria RealtyTrac. A maioria deles em situação de desemprego ou de trabalho precário. Em setembro deste ano, 347,4 mil pessoas passaram por essa situação – 2,53% mais do que em agosto. Desse total, apenas 31,1 mil foram vendidas, a um preço médio de US$ 173,3 mil. "O processo de despejo é doloroso para toda a sociedade. Mas terá de continuar. Senão, teremos uma nova década perdida", afirmou Christopher Leinberger, especialista em mercado imobiliário do Brookings Institution. Robô A negligência dos bancos nos processos de despejo provocou uma avalanche de processos na Flórida, em Ohio, na Califórnia e em outros Estados americanos nos quais é obrigatório antes passar pela decisão de um juiz. No caso de uma hipoteca milionária de uma propriedade próxima a Santa Barbara, na Califórnia, faltou no processo o documento que obrigaria o credor a pagar o empréstimo. O erro mais frequente, entretanto, envolveu o "robo-signer", funcionário de instituições de crédito e de escritórios de advocacia que apenas assinam, sem conferir, os processos de despejo a serem encaminhados aos tribunais os processos de despejo. Na Flórida, uma gerente da firma de advocacia Stern, Cheryl Samons, costumava assinar cerca de mil ações por dia, segundo o jornal The New York Times. O escritório prestava serviço aos principais bancos credores. As denúncias levantaram dúvidas sobre a legitimidade das ações de despejo e a veracidade das informações apresentadas pelos bancos aos tribunais. No último dia 13, o JPMorgan Chase, o Bank of America e o GMAC Mortgage anunciaram o congelamento dos processos. Mas, no início desta semana, divulgaram a versão de que retomariam em breve os despejos. Na avaliação de especialistas ouvidos pelo Estado, em apenas um mês será possível aos bancos limpar seus balanços. Porém, esse atraso vai aumentar ainda mais a brecha entre os estoques de hipotecas não honradas e os processos de despejo. Ou seja, vão elevar os prejuízos. Há cerca de dez dias, Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Harvard, alertou para o risco de a "bagunça no crédito imobiliário provocar outra crise financeira" nos EUA. De fato, o mercado reagiu com nervosismo quando os principais bancos anunciaram o congelamento das ações de despejo, no dia 13. O preço das ações do Bank of America caiu 5,4%, e do JP Morgan, 2,7%. Na mesma data, vazou ao mercado um relatório do Bank of America sobre seu prejuízo de US$ 70 bilhões somente no setor de seguro hipotecário. Riscos O FMI, entretanto, avalia que não há grandes riscos de uma nova crise sistêmica no setor financeiro americano neste momento, como a verificada em setembro de 2008, com a quebra das instituições do setor de crédito imobiliário Fannie Mae e Freddy Mac. Segundo Marcello Estevão, da Divisão de Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), a injeção de recursos do Tesouro no setor gerou condições para as instituições financeiras enfrentarem novos riscos. Somente os nove maiores bancos do país receberam US$ 125 bilhões desde 2008. "O temor de falência dos grandes bancos já está de lado", afirmou Estevão. A dúvida está na capacidade de as instituições americanas atenderem a um aumento de demanda por crédito imobiliário em médio e longo prazos, segundo Estevão. No curto prazo, os bancos se mostram capitalizados, mas profundamente avessos ao risco. As empresas que emitem seguros de títulos de propriedade (uma espécie de cartório) igualmente estão reticentes. O Fannie Mae e o Freddy Mac, cuja falência drenou US$ 143 bilhões dos cofres públicos em 2008, agora necessitariam de mais US$ 363 bilhões de ajuda do governo para se recuperarem da queda nos preços dos imóveis, segundo a Agência Federal de Financiamento Habitacional. Um sinal de suave recuperação foi anunciado na terça-feira pelo Departamento de Comércio. A construção de moradias cresceu 0,3% em setembro, na comparação com agosto. Mas o indicador de longo prazo ainda está deprimido. A emissão de autorização para novas construções caiu 5,6%. Na estimativa do FMI, os EUA terão de esperar ao redor de cinco anos para as vendas imobiliárias crescerem como no período anterior à crise. Prefeitura pede mais 2 mil casas para a CEF Índice usado em reajuste de aluguéis diminui para 0,89% na segunda prévia do mês Depois do boom de lançamentos populares, construtoras voltam a apostar em imóveis de quatro quartos Venda de imóveis novos despenca 48% em São Paulo Sem rever TAC, crescimento de aeroporto está comprometido Justiça manda retirar muro de loteamento na zona Leste Habitação em dia Veja Mais
23 de outubro de 2010