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Notícias

Caixa amplia programa para acelerar concessão de recursos p/ habitação.

FABIANA FUTEMAA Caixa Econômica Federal ampliou hoje o leque de beneficiários da linha Producard --destinada ao setor de produção para aquisição de bens e insumos. A partir de agora, essa linha --disponível por meio de cartão magnético-- também poderá ser utilizada para atividades ligadas ao comércio, à indústria e à prestação de serviços.No entanto, para essas outras atividades, a linha só poderá ser usada no financiamento da aquisição de materiais de construção e armários sob medida.Essa é mais uma medida da Caixa para acelerar a concessão de recursos para a habitação. O orçamento do banco para a contratação de financiamentos habitacionais neste ano chega a R$ 10,9 bilhões. Até junho, entretanto, a Caixa havia conseguido liberar apenas Só R$ 2,9 bilhões para a habitação. Os R$ 8 bilhões restantes precisam ser consumidos até dezembro, caso contrário serão devolvidos para os caixas de onde saíram, como o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).Para acelerar a concessão de crédito imobiliário, a Caixa adotou uma série de medidas para facilitar a aprovação dos pedidos de empréstimo feitos pelos mutuários. As entrevistas feitas aos interessados no financiamento foram simplificadas e a resposta sobre o pedido pode ser obtida imediatamente. Outra facilidade foi a possibilidade de aprovação do crédito condicionado à adequação da proposta. Ou seja, um cliente que teve seu pedido de crédito recusado pode adequar sua proposta e assim ter uma segunda chance para conseguir o financiamento.Para divulgar as facilidades da "contratação de crédito", a Caixa escalou o jogador Raí para estrelar uma campanha publicitária, que está sendo veiculada na TV.ProducardMesmo com as mudanças no Producard, as empresas enquadradas nos ramos da produção só poderão usar os recursos da linha para a compra de insumos e de investimentos. Segundo a Caixa, o Producard foi lançado há seis meses para atender necessidades de investimento e aquisição de insumos de produtores rurais, profissionais autônomos e empresas com faturamento anual de até R$ 7 milhões, cujo ramo de atividade seja vinculado à produção e participantes de entidades de classe.A linha permite aos profissionais vinculados à atividade produtiva efetuar compras com cartão magnético em toda rede comercial conveniada com a Caixa. O valor da compra é creditado diretamente em conta corrente do estabelecimento comercial. O empréstimo tem taxas de juros mensais que variam de 2,26% a 3,25% mais TR (Taxa Referencial), conforme o prazo, valor e tipo de operação.O limite máximo de crédito para pessoa física é de R$ 50 mil e para pessoa jurídica é de R$ 100 mil. O valor mínimo é de R$ 500. O prazo de carência para a utilização do crédito varia entre dois e seis meses. Para a amortização do saldo devedor o cliente tem até 36 meses --contados a partir do mês posterior ao período de utilização.

20 de agosto de 2005

Sem perder as características.

Carla Monique Bigatto foto: Fotos F.L. Piton/A CIDADEConservar viva a história da cidade. Baseadas nessa afirmação, tendências da arquitetura reconstroem o passado e criam novas tendências através da restauração – ou restauro – de imóveis antigos. Em Ribeirão Preto a técnica ajuda a transformar antigas residências em novos espaços comerciais que conservam vivas certas características de construção através de charmosas reformas.O projeto arquitetônico do restaurante Napoleon, no Boulevard leva a assinatura dos proprietários Márcia Santiago, arquiteta, e seu sócio e marido Carlos Trocca. O casal decidiu manter as características antigas do imóvel, de linhas horizontais, estilo Niemeyer. Por fora, a construção com muito cimento, vidro e tijolos, transmite a idéia de blocos geométricos superpostos, em voga nos anos 50.No interior Márcia apresentou uma proposta diferente, agregando sofisticação ao ambiente repleto de detalhes que remetem aos anos 60. A clarabóia, os pilares e a grande janela de vidro conservam as características marcantes do gênio brasileiro da arquitetura.As restaurações são normalmente caras. Isso porque a mão-de-obra deve ser especializada e os materiais devem ter as mesmas características dos utilizados nas construções antigas. Segundo a arquiteta Thaís Maistrello, “hoje em dia podemos contar com novas tecnologias em materiais, que criam efeitos parecidos com os utilizados antigamente”. Thais mostra as portas antigas, resgatadas de uma demolição, e empregadas em um de seus projetos: uma loja de móveis orientais.Paredes - Juliana Vallada, arquiteta de uma loja também restaurada, conta que a maior dificuldade da obra foi encontrada na demolição das paredes. “Essas construções antigas têm paredes muito grossas. Além de difíceis de quebrar, as plantas da casa se perderam com o tempo. Não sabíamos se atingiríamos algum ponto importante de sustentação”. Para Márcia Santiago, “o fator mais importante trazido pelas obras de restauro é que elas devolvem para a cidade espaços que poderiam ser perdidos com o tempo”.Reforma com a manutenção de ambientesA arquiteta Thaís Maistrello conservou boa parte do ambiente externo para ajudar na ambientação com estilo da Indonésia da loja de móveis. “No quintal, a balaustrada e o lavatório combinavam perfeitamente com a idéia que tínhamos”. Os dormentes no chão e nos batentes aumentaram a sensação de rusticidade. Já a jabuticabeira foi mantida a pedidos. “Durante a reforma, um antigo morador da casa contou que ele havia plantado a árvore e pediu para que não a derrubássemos”. Márcia sempre teve o sonho de ter um restaurante. Durante algum tempo procurou por um espaço especial, até encontrar o imóvel da Rua Marcondes Salgado, no Boulevard. “Senti que aquele era o espaço especial que eu procurava” conta. Márcia acredita que o ambiente agrade a clientela do restaurante, no entanto “isso não faz diferença. A arquitetura está acima de tudo isso”.Funcionalidade é característica obrigatóriaEmbora seja importante conservar as características principais, o ambiente precisa ter funcionalidade. Márcia Santiago afirma que toda a estética do prédio foi preservada, sendo reestruturadas apenas as partes necessárias para o bom andamento dos serviços gastronômicos. O restaurante da arquiteta inovou com a transformação de uma antiga garagem subterrânea em adega. “O espaço era ideal. O imóvel já tinha o abrigo semi-enterrado, e aproveitamos. Queremos agora trazer para Ribeirão uma cave que comporte nossos vinhos”, comenta a arquiteta, que decidiu mesclar a restauração da casa da década de 60, com a decoração apoiada em mobiliário contemporâneo.No caso da loja de móveis da Rua Altino Arantes, foram duas as principais mudanças no projeto do local. “A primeira foi no acesso. Tivemos que aumentar as portas para facilitar o entra e sai de móveis e de muitos clientes ao mesmo tempo”, explica Juliana Vallada. A arquiteta mostra a outra grande mudança, o galpão emendado à sala. “Aqui o projeto não quis camuflar a reforma, e sim criar um estilo novo. A sala original conta com paredes estruturais, ou seja, a parede sustenta a estrutura da casa. Já o espaço ao lado possui vigas no teto. Mas nem por isso, destoou do resto da casa”.   Publicação [07/08/2005]

20 de agosto de 2005

Despejo cai 12,83% em julho, na capital.

O número de ações de despejo por falta de pagamento diminuiu 12,83%, em julho, no Fórum da capital --passou de 2.050, em maio, para 1.787. O de ações de procedimento ordinário caiu 9,57%, de acordo com pesquisa da Hubert. Consignatórias e renovatórias tiveram queda de 13,33% e 66,04%, respectivamente

12 de agosto de 2005

Os financiamentos estão de volta.

Carla Monique Bigatto foto: Weber Sian/A CIDADEDados divulgados pela ABCIP (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança) indicam um aumento significativo do número de financiamentos de imóveis. O balanço do primeiro semestre de 2005 confirmou a tendência de retomada do financiamento imobiliário.Segundo a associação, a movimentação do período atingiu R$ 2,038 bilhões, com crescimento de 54,9% em relação ao R$ 1,315 bilhão realizado no mesmo período do ano passado. O avanço também foi expressivo quando se comparam os segundos trimestres de 2004 e de 2005, atingindo 48,5%.Para o gerente de mercado da CEF (Caixa Econômica Federal) de Ribeirão Preto, Celso Javorski, a alta se deve a obrigatoriedade de aplicação dos recursos captados através de poupança em financiamentos para a habitação. “A obrigatoriedade já existia, mas era velada. A partir da resolução do 3259 do Banco Central, todos os bancos tiveram de regularizar suas situações”, explica.A conseqüência da resolução é o aumento de oferta de crédito principalmente para a classe média e alta. A comparação entre o crescimento dos créditos utilizados em construções (como condomínios de alto padrão) e aquisições unitárias revela aumento no valor médio dos imóveis.Época é muito oportuna devido à oferta de créditoO gerente de mercado da CEF, Celso Javorski, confirma: a época é boa para o financiamento. “Pela maior oferta de recursos, pode trazer mais benefícios para o cliente”, explica.Os maiores benefícios trazidos pela boa safra são os prazos de pagamento, mais elásticos, maior capacidade de abrangência dos financiamentos (há casos em que até 90% do valor do imóvel é financiado) e o equilíbrio das taxas de juros, provenientes de concorrência entre as instituições financeiras.A Caixa detém maior parte dos clientes de baixa renda. No caso de financiamentos de classe média, a concorrência é mais acirrada. “Mesmo com esse aumento dos financiamentos, a Caixa não registrou alta considerável. Agora são muitos bancos atrás do mesmo filão”, explica Javorski.Celso ainda conta que há grandes diferenças entre o financiamento das classes baixa e média/alta. “A principal diferença é que não existe limite venal de financiamento para o segundo caso”.Quem deseja comprar um imóvel por meio de financiamento deve estar atento e analisar as diversas alternativas disponíveis. Os bancos oferecem maior prazo de pagamento e taxas mais parecidas. Há também a possibilidade de efetuar a transação diretamente com a construtora.Para construtora, vendas mantêm fluxo normalEmbora tenha havido alta considerável nos financiamentos, para Carlos Henrique Forte Guimarães, proprietário de construtora de imóveis em Ribeirão, não foi notado crescimento tão significativo na cidade. “As vendas mantiveram fluxo normal, isso porque a maioria das construtoras hoje em dia trabalha com crédito pré-aprovado com determinados bancos”, explica o empresário. Os financiamentos representam quase 80% das vendas em condomínios de padrão elevado. Isso fez com que as construtoras fortalecessem suas linhas de financiamento. Forte Guimarães diz que trabalha “com financiamento próprio e prazos mais longos, de até oito anos”.Passo a passoQuem deseja fazer um financiamento deve entrar em contato com o gerente de relacionamento de seu banco. Caso não tenha relacionamento com o banco, deve procurar qualquer gerente de pessoa física.O cliente precisará apresentar apenas documentos pessoais e comprovantes de residência e renda. O limite do crédito é calculado a partir da renda do requerente de crédito. Dessa maneiras são obtidas também as cartas de crédito. Depois de emitidas, estas servem como moeda de compra para grande parte dos imóveis disponíveis no mercado.

12 de agosto de 2005

Distrito deverá gerar 1.500 empregos diretos.

Os investimentos nas obras de construção das empresas a serem instaladas no distrito industrial de Ribeirão Preto podem superar a casa dos R$ 150 milhões. Depois de implantadas, as 52 empresas que já compraram terrenos no local devem gerar aproximadamente 1.500 empregos.Os cálculos incluem informações da Adderi (Associação de Desenvolvimento do Distrito Empresarial de Ribeirão Preto), em relação as 51 empresas ligadas à entidade, e da prefeitura, em relação à Cervejaria Ribeirão Preto, que comprou no mês passado uma área para construir sua fábrica.De acordo com Paulo Sena, presidente da Adderi, as 51 empresas ligadas à associação devem gerar aproximadamente mil novos postos de trabalho diretos quando estiverem funcionando no distrito. São todas vagas novas, de acordo com ele, decorrentes da ampliação das atividades.Sena calcula ainda que serão construídos cerca de 320 mil metros quadrados de galpões a um custo aproximado de R$ 300 o metro, totalizando um valor que supera a casa dos R$ 90 milhões. Nesse caso, não estão calculados os investimentos com equipamentos, o que pode fazer esse valor mais que dobrar.Já a Cervejaria Ribeirão Preto deve investir, de acordo com a prefeitura, cerca de R$ 60 milhões em sua fábrica e gerar aproximadamente 500 empregos diretos.Edson Santana, diretor de Desenvolvimento Econômico da Secretaria Municipal de Planejamento, tem um dado que aponta que o distrito industrial vai gerar cerca de 2.300 empregos diretos. Esse cálculo inclui as vagas já mantidas pelas empresas locais que vão se transferir para o distrito.Paulo Sena diz que a cidade ainda não se atentou para os benefícios do distrito, inclusive nessa questão da geração de empregos.“Existe uma idéia errada de que as empresas não gerariam empregos por serem daqui mesmo, mas isso não é verdade. Eu, por exemplo, poderia atender novos clientes e não tenho como atender porque não tenho como crescer onde estou instalado”, disse o empresário, que é dono da Megagraphics, da área de comunicação visual.Cervejaria - A principal “âncora” do distrito industrial de Ribeirão Preto será a fábrica da Cervejaria Ribeirão Preto.A indústria é do grupo empresarial do apresentador de TV Carlos Massa, conhecido como Ratinho. O grupo arrematou no mês passado um terreno de mais de 80 mil metros quadrados no distrito industrial com frente para a rodovia Anhangüera e para o Anel Viário.O compromisso que a prefeitura assumiu com Ratinho é que o distrito será liberado para as empresas até o final deste ano para que as obras das fábricas possam ter início.Assim, os demais empresários, que já brigam há dez anos com a administração pela conclusão do distrito, ganharam um “reforço” em sua luta.“A vinda do Ratinho para cá ajuda, mas eu não gostaria de ficar atrelado ao Ratinho. Eu teria muito mais orgulho dos governantes de Ribeirão Preto se eles colocassem as empresas lá, o Ratinho visse e falasse: olha, que cidade boa, vamos para lá”, diz Paulo Sena.Obra é promessa há quatro campanhasA instalação do distrito industrial de Ribeirão Preto foi uma promessa feita pelos eleitos nas quatro últimas campanhas eleitorais da cidade.Em 1992, Antônio Palocci Filho, então candidato do PT, prometeu instalar o distrito.Eleito, desapropriou, em 1995, uma área próxima ao entroncamento da rodovia Anhangüera com o Anel Viário de Ribeirão Preto e fez o lançamento da primeira etapa do distrito.Luiz Roberto Jábali, candidato do PSDB em 1996, também prometeu alavancar o distrito.Eleito, Jábali cancelou a desapropriação da área por considerar o valor orçado alto demais (mais de R$ 20 o metro quadrado) e renegociou com o proprietário a desapropriação amigável por R$ 6 o metro quadrado. Jábali, então, retomou as obras no distrito.Palocci voltou a ser candidato a prefeito em 2000 e voltou a prometer o distrito, que andava a passos muito lentos.Eleito pela segunda vez, Palocci acelerou as obras e relançou o empreendimento, colocando à venda a segunda etapa do distrito. As obras, no entanto foram paralisadas por decisão judicial por não ter sido estudado o impacto ambiental do empreendimento.Finalmente liberadas, as empresas selecionadas assinaram os contratos, mas o serviço voltou a andar em passos lentos por falta de dinheiro.

31 de julho de 2005

Poucas habitações resistem ao comércio da 9 de Julho.

Orestes Moquenco Uma avenida que viveu dias de glória, contando com importante clube associativo e que em dado momento, intra muros, percebeu que seus associados, moradores da 9 de Julho, mudaram daquela importante via, deixando enorme espaço para o comércio. Este não fez a menor cerimônia e chegou para ficar. Foi a grande transformação da avenida. As grandes casas que abrigavam famílias famosas e detentoras de grandes fortunas transformaram-se em lojas, escritórios, bancos etc. As famílias buscaram outros lugares, não menos confortáveis. A escolha recaiu principalmente sobre os condomínios verticais e horizontais, mais para cima de onde habitaram por anos a fio. As flores das árvores de sibipiruna, aquelas que dividem suas duas mãos de direção, acompanham o desenvolvimento daquele importante corredor comercial. Uma verdadeira revolução em termos de instalação de empresas de todos os segmentos. Do lado central, antes da Avenida Independência, a ‘Nove’ recebeu grande número de instituições financeiras. Além dos bancos, muito do que o consumidor precisa ele encontra na ‘Nove’. Marcas mais ou menos famosas, não importam, elas convivem em perfeita harmonia e tornam aquele corredor comercial um dos mais procurados da cidade. Na parte entre as avenidas Independência e Portugal, um comércio forte, mas com outra ‘cara’. Diversificado sim, com maior incidência de clínicas médicas, laboratórios e farmácias de manipulação, entre esses, alguns ramos de negócio fortes em seus segmentos, convivendo pacificamente. No início da avenida, perto do entroncamento com a Santa Luzia e rua Amador Bueno, existem prédios a serem alugados. São imóveis que esperam comerciantes e não moradores. São poucas as habitações que ainda resistem ao avanço do comércio da ‘Nove’. São imóveis considerados caros e que seus donos não pretendem transformá-los em empresas de quaisquer que sejam os segmentos. Fernando Rangel Neto, empresário no ramo de ótica, conta que “viemos para a ‘Nove’ porque é um ponto excelente. Era onde havia um nicho de mercado a ser explorado, por falta do meu segmento no local. Escolhemos a 9 de Julho por ser a mais bonita da cidade”, comenta.Fora com as sibipirunasEm dado momento, alguns comerciantes cogitaram em retirar as sibipirunas dos canteiros da Avenida 9 de Julho. Idéia imediatamente descartada por outros. “Aquelas árvores são o grande charme da avenida. Quem deu essa idéia não tinha coisa melhor para pensar?”, pergunta Aurélio Pereira, que faz caminhada na avenida, todos os dias pela manhã. Antes das caminhadas, a 9 de Julho era palco de muitas manifestações populares e hoje perdeu espaço para outras mais novas, que chegaram e tomaram muitos eventos da avenida da ‘recra’. Exemplos de grande permanência em ruas que cortam aquele corredor comercial, a presença do carrinho de lanches mais famoso de Ribeirão Preto, há 28 anos, localizado na esquina da ‘Nove’ com a Rua Visconde de Inhaúma, fazendo parte da ‘paisagem’ daquela via pública. Hoje, quem olha a Avenida 9 de Julho, sente aquela saudade dos passeios de todos os dias e aos finais de semana, uma enxurrada de automóveis e pessoas, todos querendo mostrar que havia comprado roupa nova, equipado o automóvel com algum acessório novo e onde a paquera rolava solta. Infelizmente para estes, os tempos são outros e não voltam jamais.Nome homenageia a Revolução ConstitucionalistaA denominação da avenida 9 de Julho remete à data oficial do início do movimento político conhecido como Revolução Constitucionalista. No ano de 1932, insatisfeitos com os rumos do governo de Getúlio Vargas, que havia tomado o poder num golpe militar dois anos antes, os paulistas se rebelaram, deflagrando uma guerra civil.Sem contar com a esperada ajuda de outros Estados (Rio Grande do Sul e Minas Gerais), os paulistas enfrentaram sozinhos e foram derrotados pelas forças do governo federal. Ribeirão Preto, por sua localização estratégica, perto da fronteira sul de Minas Gerais, foi declarada “praça de guerra”. Centenas de moradores de Ribeirão Preto se alistaram em batalhões de voluntários. O jornal A CIDADE teve papel de destaque, funcionando como uma espécie de porta-voz do movimento em nível local e enviando três de seus redatores para o “front”.Ribeirão Preto presta homenagens à epopéia de 32 com o monumento localizado na praça XV de Novembro, defronte ao Theatro Pedro II; com a avenida Nove de Julho (que ao ter seu primeiro trecho inaugurado em 1922 chamava-se Avenida Independência); e com as ruas Comandante Marcondes Salgado, Nélio Guimarães e Ayrton Roxo.O coronel Júlio Marcondes Salgado, comandante da Força Pública do Estado, morreu em um acidente – a explosão de um tipo novo de morteiro que estava sendo testado. Os jovens Nélio Guimarães, acadêmico de Direito, e Ayrton Roxo, negociante de café e diretor do Comercial F.C., foram voluntários que morreram nas batalhas.

31 de julho de 2005

Avenida Presidente Vargas: sinônimo de pujança comercial.

Orestes Moquenco Não adianta contestar. A Avenida Presidente Vargas, que tem início no cruzamento com a Avenida 9 de Julho, indo até a rotatória do RibeirãoShopping, é o maior e mais apropriado corredor comercial da cidade. Ribeirão Preto está muito bem servido e a Presidente Vargas é um reforço de peso. O comércio toma conta da via expressa há muito tempo. Espaço para residências acabaram. São raras atualmente as existentes e dentro de pouco tempo não restará lugar para mais nenhuma. Não tem para onde correr, teimosia será alguém querer continuar usando a Avenida Presidente Vargas como local residencial. Mais hora ou menos hora, vai ficar sem moradia. Nesta avenida o comércio ‘expulsou’ os que faziam da região seus ‘lares doces lares’. O progresso é devassador e não tem volta, em suas duas mãos de direção o comércio é mais do que diversificado, vai de bancos a estacionamentos, passando por lojas de móveis e de automóveis, locadora de motocicletas, centros automotivos, bares, restaurante, lavanderia de roupas, postos de gasolina, butiques, aparelhos eletrônicos, colégio ao lado de boate, entre outros. Na Presidente vale tudo e quem se estabelece na via não quer saber de outro lugar para dar prosseguimento ao seu comércio, qualquer que seja o ramo de atividade, no local a garantia de sucesso é quase uma certeza. É o corredor comercial que dá acesso ao RibeirãoShopping e isso valoriza a região. Quando alguém pergunta: ‘Onde é que fica o RibeirãoShopping?’ A resposta vem imediatamente: ‘Você vai pela Presidente Vargas, e ao chegar no final dela você logo avistará o shopping. Não tem como errar’. Com a vinda desse centro comercial, a avenida ficou mais famosa e passou a ser referência. ‘De olho na Fiusa’Como se não bastasse todo o poderio comercial que a Avenida Presidente Vargas tem, a pujança afeta o seu arredor, principalmente a Avenida João Fiusa, que cruza com a referida.O ‘boom’ da construção de condomínios residenciais alimenta a região. São prédios entregues dia sim e outro também, atraindo muita gente para circular naquele pedaço e usar o que a Presidente Vargas oferece de melhor. A região não se faz de rogada, e toma dimensões cada vez mais incontidas. A bem da verdade, o trânsito é complicado em horários de pico, mas este grande empecilho que atrapalha quem circula pela Presidente, não afugenta moradores e comerciantes locais. O empresário João Luis Borges, proprietário de loja de eletroeletrônicos e estabelecido no corredor comercial há 10 anos, previu o ‘estouro’ antecipadamente. A marca dele tem 50 anos e começou na rua Duque de Caxias, no centro da cidade, passando para a rua Visconde de Inhaúma, RibeirãoShopping e finalmente na Presidente Vargas, “Estou aqui há muito tempo e vi a avenida crescer. Este corredor comercial ficou muito forte e pode crescer ainda mais. As adjacências da Presidente crescem dia-a-dia, aproveitando o movimento da avenida”, comenta. Poluição visual - O lema: ‘propaganda é alma do negócio’ é seguido à risca na Avenida Presidente Vargas. Tão à risca que algumas marcas acabam cobrindo outras. O poder econômico manda em quase tudo – ou tudo? - e quem pode mais acaba chorando menos ou não chorando.São placas, plaquetas, plaquinhas, outdoors, back light, front light e outras maneiras das empresas mostrarem suas marcas. Para alguns empresários, o excesso de informação acaba provocando poluição visual. Muitas empresas ‘somem’ entre as inúmeras propagandas esparramadas ao longo da avenida.São diversificadas em altura, largura e cumprimento , “algumas são tão imponentes que dão até medo”, comenta um dos empresários estabelecidos naquele corredor comercial. Porém, a ‘lei do aparecer’ é mais forte do que qualquer que seja a lei regulamentada por um órgão municipal, estadual ou federal. Para a felicidade geral dos empresários, ‘ a minha propaganda está no lugar mais alto e melhor’, observa um deles.Getúlio Vargas, o ditadorGetúlio Dornelles Vargas (19/4/1882 - 24/8/1954) foi o presidente que mais tempo governou o Brasil, durante dois mandatos. De origem gaúcha (nasceu na cidade de São Borja), Vargas foi presidente do Brasil entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instalou a fase de ditadura, o chamado Estado Novo. Vargas assumiu o poder em 1930, após comandar a Revolução no mesmo ano, derrubando o governo de Washington Luís. Seus quinze anos de governo seguintes, caracterizaram-se pelo nacionalismo e populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Fechou-se o Congresso Nacional em 1937 e foi instalado o Estado Novo, passando a governar com poderes ditatoriais. Sua forma de conduzir a nação sempre foi centralizadora e controladora. Criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) para controlar e censurar manifestações contrárias ao seu governo. Perseguiu opositores políticos, principalmente partidários do comunismo.RealizaçõesCriou a Justiça do Trabalho (1939), instituiu o salário mínimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas. Getúlio Vargas investiu muito na área de infra-estrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Saiu do governo em 1945, após um golpe militar.O segundo mandatoEm 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas. Neste governo continuou com uma política nacionalista. Criou a campanha do “Petróleo é Nosso” que resultaria na criação da Petrobrás. O suicídio de VargasEm agosto de 1954, Vargas suicidou-se no Palácio do Catete com um tiro no peito. Deixou uma carta testamento com uma frase conhecida até mesmo pelos menos afortunados culturalmente: “Deixo a vida para entrar na História.” Até hoje o suicídio de Vargas gera polêmicas.

31 de julho de 2005

A boa compra requer cuidados.

Ferraz Jr. foto: Weber Sian/A CIDADEPara que o sonho de comprar o imóvel não se transforme em um pesadelo é preciso que o comprador tenha a certeza de que o negócio está bem lastreado. As recomendações são não apenas para os cuidados com a qualidade do imóvel em si, mas sobretudo com a papelada que envolve o negócio.Uma batelada de certidões negativas é exigida para que a aquisição transcorra sem sobressaltos desagradáveis. No cumprimento da burocracia, no entanto, o comprador não precisa percorrer o calvário nos mais diversos cartórios e órgãos públicos.As imobiliárias, hoje, oferecem esse serviço ou parte dele, evitando que o novo cliente se desgaste com a inevitável andança.Segundo Carlos Henrique Fortes Guimarães, diretor da Imobiliária Fortes Guimarães, um dos primeiros passos é verificar se o imóvel está com a escritura regularizada no Cartório de Registro de Imóveis, em nome de quem está vendendo. “O proprietário também não pode estar impedido legalmente de efetuar a venda, por exemplo, por determinação judicial”, alerta. Nesse aspecto, Roberto Alves Corrêa, diretor da Mundial Imóveis, chama a atenção para caso qualquer uma das certidões exigidas apresentar algum problema, é preciso que se solicite a Certidão de Objeto e Pé, antiga Certidão Esclarecedora. “Essa certidão revela se o problema apontado pode representar um impedimento para a venda do imóvel ou mesmo se pode vir a trazer problemas futuros para o comprador”.Outro cuidado é a necessidade de certificar-se se o imóvel não pertence a menores de idade. “Neste caso, a venda só poderá ser concluída mediante prévia autorização judicial. Em sucessões por herança ou separação, é importante considerar o formal de partilha e seu registro”, explica Guimarães.Na venda do imóvel, o proprietário tem que apresentar o CIC, o RG, Certidão de Casamento, se for o caso, além da escritura ou matrícula do imóvel e o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). De posse desses documentos, a imobiliária corre atrás das certidões.Em relação ao imóvel, as certidões exigidas na transação são de matrícula atualizada com negativa de ônus, negativa de débitos de IPTU. Se for em condomínio, certidão negativa de débitos condominiais. Se for imóvel em rua, certidão negativa de débito do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto).Em relação ao proprietário, são necessárias as certidões negativas dos cartórios de protestos, da Justiça do Trabalho, da Justiça comum (cíveis e criminais) e da Justiça Federal.Se for de pessoa jurídica, além de todas as certidões já elencadas, são necessárias ainda certidão negativa de débito do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e de tributos da Receita Federal.Como se livrar da burocraciaSe a construção estiver pronta, mas ainda não registrada na matrícula do terreno, deve-se observar se existe planta aprovada e não há débito de INSS e de ISS (este, junto à prefeitura).É importante lembrar que, além do ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Intervivos), deve-se pagar as taxas exigidas para que a escritura seja lavrada no Cartório de Ofício de Notas e para registro no Cartório de Registro de Imóveis.São tantos os detalhes e os cuidados que se deve ter que o comprador que queira percorrer ele próprio essa trajetória, vai descobrir que o caminho das pedras se transformará logo em calvário.Por conta disso, as imobiliárias oferecem integral ou parcialmente o serviço. “Os custos já estão incluídos no valor da transação do imóvel, por isso o mínimo que podemos fazer é oferecer o serviço burocrático para nossos clientes”, analisa Roberto Alves Corrêa, diretor da Mundial Imóveis. “Chegamos ao ponto de, no final de tudo, enviarmos até minuta do contrato para o cartório”.Na Fortes Guimarães, o serviços é terceirizado com cartórios. “O próprio cartorário sabe o que é preciso e ele mesmo faz parte do serviço, o que facilita a vida do cliente”, afirma Carlos Henrique Fortes Guimarães, diretor da imobiliária.Para os dois executivos, em São Paulo, as imobiliárias exigem dos proprietários todos os documentos em dia para que o imóvel seja cadastrado para venda. “Em Ribeirão Preto, cidade menor, a relação de confiança ainda é muito grande entre o corretor e o proprietário”, afirma Guimarães.“Quando o proprietário chega para nós e cadastra seu imóvel afirmando que ele está livre e desimpedido para a venda, damos um crédito à sua palavra”, afirma Corrêa.O produtor de cana e laranja Eduardo Soares de Oliveira, vendeu um terreno na Avenida 13 de Maio e não teve do que reclamar. “A burocracia que envolve o negócio imobiliário é muito grande e ao invés de se facilitar as coisas elas se complicam mais ainda. A sorte é que imobiliária se encarregou de toda a burocracia necessária para a transação”, afirma

31 de julho de 2005

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