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Governo vai priorizar baixa renda em política habitacional.

O governo federal se prepara para lançar em dezembro a política nacional de habitação. O objetivo é acabar com o déficit habitacional, estimado em cerca de 7 milhões de moradias. Para acabar com o problema, o governo criou a PNUD (Política Nacional de Desenvolvimento Urbano), apresentada hoje em Brasília. Entre os pontos do documento está a priorização do público de baixa renda nos programas de habitação de interesse popular. Pelos cálculos do Ministério das Cidades, 83% do déficit habitacional se concentra nas famílias com renda média mensal de até três salários mínimos (R$ 780).Segundo o secretário nacional de Habitação, Jorge Hereda, o déficit desse público não pode ser resolvido com soluções de mercado. "Esse público precisa de programas habitacionais subsidiados pelos governos federal, estadual e municipal."Para atender esse público, o governo pretende utilizar recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, que está sendo criado por meio de projeto em tramitação no Congresso."Como os recursos são escassos, precisamos integrar os vários programas existentes hoje num único fundo", disse Hereda.De acordo com a PNUD, é preciso investir R$ 12 bilhões por ano em habitações de interesse popular para que o déficit habitacional seja extinto no prazo de 20 anos. Desse montante, cerca de 50% terão de ser subsidiados pelos governos federal, estadual e municipal.Para elevar o orçamento dos programas de habitação de interesse popular, o governo estuda ampliar a participação dos recursos do FGTS, FAT e outros fundos nesses financiamentos.Classe médiaHereda disse que a classe média também será alvo da política nacional de habitação. "Não dá para colocar todos os recursos para habitação do FGTS em programas de moradia popular. Os fundos precisam ser remunerados. Sempre haverá espaço para a classe média."Segundo ele, os recursos do FGTS para a baixa renda vão ser ampliados à medida que o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) amplie sua participação nos financiamentos habitacionais. A meta é elevar os desembolsos da poupança no financiamento da habitação de R$ 3,5 bilhões em 2004 para R$ 12 bilhões em 2005 e 2006. "O mercado terá uma participação maior no financiamento da classe média daqui para a frente", afirmou Hereda.

27 de novembro de 2004

Área de serviço pode trazer problemas para consumidor.

A área de serviço não figura entre os cômodos mais nobres de um apartamento, mas pode se tornar um problema de primeira grandeza para o comprador que não tiver a curiosidade de saber qual será o seu aspecto final.Essa parte do imóvel quase sempre é entregue aberta, e só em alguns casos é possível fechá-la sem infringir a lei. Do lado das incorporadoras, não fechar a área de serviço é uma estratégia para aproveitar mais o potencial construtivo (área máxima que pode ser construída no lote) do terreno.A tática tende a ficar mais freqüente com o novo Plano Diretor, que limita o potencial a até duas vezes o tamanho do lote. Para ultrapassar essa medida, deve-se pagar à prefeitura.O "truque" dos incorporadores é excluir a área de serviço dessa conta, aprovando-a, no projeto, como "terraço de serviço", área construída desconsiderada pela Sehab (Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano) se medir até 10% do total do pavimento.O procedimento é legal, mas impede o fechamento do espaço sem a mudança do projeto na Sehab (veja quadro), o que origina multa de 1,5 UFM (Unidade Fiscal do Município, que vale cerca de R$ 70) por m2 modificado.Os próprios empreendedores sustentam que a mudança de "identidade" da área de serviço é uma estratégia para ganhar "área vendável". Gerson Bendilati, 47, diretor comercial da construtora Tecnisa, pondera que, "caso contrário, perderíamos área de quarto, cozinha e banheiro"."Sempre entregamos a área aberta; não é ilegal", argumenta Guilherme França, 49, diretor comercial da incorporadora Setin. "Todas as construtoras agem assim. O que o dono faz depois da entrega é problema dele e do condomínio; não interferimos.""Não é um artifício", defende Cláudio Bernardes, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação). "O fato dela não ser computada não significa que não haja custos para construí-la."Chuva e ventoAssim, o problema é jogado nas mãos dos condôminos, que geralmente desconhecem a possível ilegalidade de fechar a área.O condomínio de Z. U. (não quis se identificar), 66, decidiu fechá-la. "Ventava muito e entravam poeira e insetos", conta. Parte das obras já foi feita sem a aprovação da Sehab.Para não infringir a lei, o primeiro passo é obter o sinal verde da assembléia do condomínio, para a reforma de uma ou de todas as áreas de serviço, com ou sem padronização do projeto. A convenção diz se há necessidade de concordância da maioria.Em seguida, é necessária a autorização da Sehab. Sem ela, a fiscalização das subprefeituras pode multar o prédio. Obra pronta, pode haver aumento no valor do IPTU a ser pago, por alteração na metragem de área construída.

27 de novembro de 2004

Lei de Maggioni beneficia dez loteamentos em RP

Evandro SpinelliPelo menos dez loteamentos que estão com suas situações jurídicas pendentes na Prefeitura de Ribeirão Preto poderão obter liberação definitiva com base em lei de autoria do prefeito Gilberto Maggioni (PT).A lei permite o fechamento –com muros e guaritas– de loteamentos inteiros, transformando em condomínios fechados locais que, em tese, teriam de ser abertos ao público.Serão diretamente beneficiados o loteamento Royal Park, na zona sul de Ribeirão, e o conjunto habitacional Jardim das Pedras, no Jardim Paulista.A situação dos dois empreendimentos é irregular porque eles estão cercados por muros e, para ter acesso às ruas que os cortam é preciso passar por uma guarita e obter autorização. Por lei, essa situação só é permitida quando o empreendimento é aprovado como sendo um condomínio fechado. Mas nesses casos, as regras a serem cumpridas são bem mais complexas.Nos dois casos –Royal Park e Jardim das Pedras– o asfalto das ruas, a iluminação pública e as redes de água e esgoto foram feitas pela prefeitura, diferentemente do que acontece com os condomínios fechados, quando essas obras, desde a aprovação, ficam por conta da empresa responsável pelas obras.Mas não são apenas esses que serão beneficiados. Foram citados nominalmente pelas pessoas ouvidas os casos do Recreio Internacional, Jardim Itanhangá, Jardim Recreio, Jardim Canadá, Quinta da Boa Vista, Quinta da Alvorada, Colina Verde e Sociedade Hípica. Esses empreendimentos têm situações jurídicas diferentes, mas todos podem se beneficiar com a lei de Maggioni.A lei foi sancionada no dia 10 de novembro e publicada no “Diário Oficial do Município” do dia 16. Diferentemente do que se informou quando de sua aprovação, não serão apenas as ruas sem saída que poderão ser fechadas, mas loteamentos inteiros, com a condição de que não podem dar acesso a outras áreas. É o caso do Royal Park, que faz divisa com fazendas.Dois dos loteamentos que podem foram alvos, nos últimos anos, de polêmicas que envolveram a prefeitura e o Ministério Público. O Royal Park, que fechou suas divisas com muros e guaritas, foi acionado judicialmente pelo promotor Antônio Alberto Machado, que considera a medida ilegal e pede a derrubada dos muros.O Jardim Canadá tem um muro apenas na divisa do loteamento com o Anel Viário Contorno Sul, mas o objetivo dos moradores era cercar totalmente o empreendimento e colocar uma guarita para restringir o acesso de pessoas estranhas ao local.Pelas normas estabelecidas na lei de Maggioni, os dois poderão obter autorização para fechar suas divisas, pois não dão acesso a outros bairros ou ruas. Criarão, na prática, um condomínio fechado em área pública.O presidente da Associação dos Moradores da Ribeirânia, Ivens Telles Alves, apresentou, nesta semana, uma representação ao promotor Machado pedindo que ele tome providências para que a lei seja considerada inconstitucional.Curioso é que o vereador Beto Cangussú (PT) também assinou a representação. Cangussú foi um dos quatro vereadores que votaram contra a aprovação do projeto de lei apresentado pelo prefeito.Alves disse que a Ribeirânia também é um bairro que pode ser atingido pela lei de Maggioni, já que a maioria das ruas não possuem saída.O secretário municipal do Planejamento e Gestão Ambiental, João Theodoro Feres Sobrinho, disse que a prefeitura ainda não recebeu nenhum pedido de autorização dos loteamentos fechados e que não está orientando ninguém a fazê-lo, já que a lei ainda não foi regulamentada.Antônio Emidio Sorrentino, presidente da Associação Amigos do Royal Park, afirmou que o bairro já havia pedido o enquadramento na prefeitura como “bolsão residencial de acesso restrito”, uma personalidade jurídica criada em 1996 e que foi revogada com a lei de Maggioni. Ele disse que o bairro luta há vários anos para regularizar o fechamento dos acessos por questões de segurança.Secretário diz que lei precisa ser regulamentadaO secretário municipal do Planejamento e Gestão Ambiental, João Theodoro Feres Sobrinho, disse que a autorização para o fechamento dos loteamentos, com base na lei de autoria do prefeito Gilberto Maggioni, ainda depende de regulamentação.De acordo com ele, mesmo que sejam feitos pedidos baseados na lei, esses pedidos não serão analisados até que saia a regulamentação, o que depende de um decreto de Maggioni. “Mesmo que o processo administrativo seja aberto, vai ter de esperar”, disse Feres.Ele afirmou ainda que todos os pedidos precisarão ser analisados tecnicamente antes de serem aprovados.“Depende de uma análise mais apurada do Poder Público se a via em questão pode ser fechada, se esse fechamento vai provocar interferências na condição da estrutura urbana. Precisa ser analisado se vai por exemplo atrapalhar um vizinho que, por causa desse fechamento, vai ter de andar mais três quilômetros para chegar na sua casa. Se for assim eu não posso autorizar”, declarou.O secretário, no entanto, confirmou que loteamentos em situação irregular, como o Royal Park e o Jardim das Pedras, poderão, em tese, se beneficiar com a nova lei.“O Royal Park é um loteamento regularmente constituído que foi fechado irregularmente. O Jardim das Pedras foi aprovado como conjunto residencial e que fechou as vias de circulação”, explicou Feres.Ele disse que nenhum pedido ainda foi feito para a regularização de loteamentos.“Ninguém quer viver em jaulas”“A gente não quer elitizar nada. Se você me disser que a partir de amanhã estará garantida a segurança para todo mundo a gente chama um trator e derruba os muros. Ninguém quer viver em jaulas.”A afirmação é do médico Antônio Emidio Sorrentino, presidente da Associação Amigos do Royal Park e defensor da lei que permite o fechamento dos loteamentos.Ele diz que o bairro é estritamente residencial e que não dá acesso a nenhum outro local porque faz limite com fazendas. Com isso, poderá se enquadrar na nova lei proposta por Maggioni, mas ele disse que teve acesso às informações da lei apenas por intermédio da imprensa.O presidente confirmou, no entanto, que a associação dos moradores já está providenciando o abaixo assinado e a documentação necessária para pedir a regularização do fechamento do bairro. Sorrentino refutou a tese de que a lei vai criar locais de elite na cidade e disse que os moradores do bairro são penalizados. “Nós somos duplamente penalizados em termos econômicos. Nós pagamos os nossos impostos e ainda pagamos uma contribuição associativa para ter a segurança no nosso local de moradia.”O presidente da associação disse que o bairro foi criado por volta de 1980 e que ficou muito tempo praticamente esquecido. As primeiras construções do bairro sofriam com a violência. Ele diz que o auge foi em 2000, quando os bandidos chegavam a fazer famílias inteiras de reféns dentro de suas próprias casas e depois fugiam com os carros das vítimas. A decisão de cercar o bairro e colocar guarita teria sido tomada aí, baseada em uma lei municipal de 1996 que instituiu o bolsão residencial de acesso restrito, também considerado inconstitucional pelo Ministério Público.“A gente está privilegiando o bem maior, que é a vida. Enquanto o Estado não dá os serviços, a educação, a saúde, a segurança, se uma comunidade se organiza, deixa”, defendeu o presidente da associação.Para Sorrentino, é demagogia dizer que a lei só vai beneficiar os ricos. “Isso se fala porque dá audiência, mas não é assim. Todo mundo pode comprar um carro importado. Não está escrito na lei, mas é assim que funciona. Mas só compra quem tem condições no momento. Isso é da sociedade.”Moram no Royal Park cerca de 180 famílias, mas o bairro possui 600 lotes. A maioria está desocupado.Lei é inconstitucional, dizem opositoresA lei que permite o fechamento de ruas e loteamentos é inconstitucional, na avaliação de moradores que se opõem à idéia.Ivens Telles Alves, presidente da Associação dos Moradores da Ribeirânia, fez uma representação ao promotor Antônio Alberto Machado pedindo providências. Para ele, a lei fere o direito de ir e vir dos cidadãos, que está previsto na Constituição Federal.Alves avalia ainda que os moradores vão sentir uma falsa sensação de segurança com o fechamento das ruas. “Há muitos terrenos vazios e não vai adiantar colocar uma cancela na rua porque o pessoal pode entrar por esses terrenos”, disse o presidente da associação.Ele afirmou ainda que a lei pode criar “guetos” nas ruas que forem fechadas com base na lei de Maggioni.“No primeiro momento, o morador vai achar bom porque vai ter segurança. Só que ele vai ter de assumir os custos da coleta de lixo, da manutenção das ruas, da iluminação pública. No primeiro mês ele paga, no segundo mês ele paga, no terceiro mês ele não paga mais e aquilo vai virar um gueto sujo. E o cara que paga vai se sentir dono da rua e vai querer colocar sua cadeira na calçada, no meio da rua. Vai criar muitos problemas com os vizinhos”, disse.O publicitário Edmo Bernardes, morador do Royal Park, também se declarou contrário ao projeto que, segundo ele, cria cidadãos de primeira e de segunda classe na cidade.“É uma questão social. Estão querendo fechar pra quê? Para que os ricos não tenham

22 de novembro de 2004

Procuradoria ganha ação contra a CPFL

foto: Weber Sian/A CIDADEJucimara de PaudaA Procuradoria do estado de São Paulo entrou com mandado de segurança contra a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) para a restauração de fornecimento de energia elétrica de alguns consumidores, que tiveram a energia cortada e ganhou a ação na Justiça de Ribeirão Preto.“A CPFL não pode cortar a energia, porque é um bem de extrema necessidade e o cidadão não pode ser privado desse bem por uma atuação privada da companhia que fornece o serviço público. Existem vários casos em que a CPFL vem constatando supostas irregularidades nos medidores. Ela faz levantamentos aleatórios e passa a cobrar do consumidor valores que não se confirmam verdadeiramente sobre a utilização desta emergia”, diz o procurador Vitor Hugo Albernaz, autor das ações.Segundo ele, a Procuradoria atende gratuitamente cerca de 100 pessoas por semana, 5% destas estão sendo procuradas pela CPFL, que constatou irregularidade no relógio de energia elétrica. “Quando a CPFL corta a energia elétrica ela a faz arbitrariamente, sem critério jurídico e sem fundamento legal. A Companhia faz o cálculo da energia gasta, aleatoriamente, sem critério objetivo. Pelo menos o que se percebe é que a maneira utilizada não se baseia na média de meses ou ano anterior, envia-se para usuário do serviço um valor que supostamente ele teria gasto”.O procurador afirma que a empresa não tem um procedimento adequado para determinar o quanto o consumidor deixou de pagar por causa da adulteração.“Não tem questão técnica para apurar se este relógio está adulterado, e o cálculo da CPFL não demonstra verdadeiramente o quanto a pessoa teria gastado, nem quanto tempo este problema vem acontecendo, porque não se faz a constatação periódica e também não tem procedimento para identificar quem fez aquilo. Eles até mandam a notificação para pessoa dizendo que foi constatada adulteração, o valor a ser pago e que se não pagar está sujeito ao corte”.Albernaz afirma que vários casos deste tipo foram encaminhados a advogados que fazem parte do convênio de assistência jurídica gratuita com o Estado para declarar que não existe aquele débito, “porque se a CPFL não provar efetivamente que existe a pessoa não é obrigada a pagar”.O procurador salienta que a adulteração do marcador do relógio de força para que marque consumo menor do que efetivamente é consumido pode caracterizar crime de furto de energia elétrica, previsto no Código Penal.“A pessoa pode ser indiciada, sofrer processo criminal e ser condenada por isto, além disso, a pessoa está sujeita à reparação cível. A companhia que foi lesada pode pedir ressarcimento dos danos que ela teve”, enfatiza.“Não há justificativa para a alteração no medidor por parte do usuário. Só que a CPFL não pode agir substituindo a Justiça e todo o processo legal para apurar se houve realmente a adulteração e o consumo de energia maior do que foi pago, qual o responsável e qual o valor real devido. Quando mandam a cobrança colocando juro, correção, encargos de eventuais cobranças que ninguém sabe o que é, existe um abuso da companhia nestes casos”, reforça.Empresas de energia elétrica têm prejuízos com os “gatos”“Quando a CPFL constata irregularidade nas medições é feito um estudo, um cálculo e o valor é negociado particularmente com cada cliente. Não é realizado o corte de fornecimento imediatamente quando encontramos a irregularidade. Primeiro é feito o cálculo e a área comercial da empresa entra em contato com o cliente para passar as devidas explicações para regularização da medição e o corte ocorre quando não há um consenso com o cliente”, diz Clauber de Marchi Pazin, engenheiro líder da CPFL em Ribeirão Preto.Segundo ele, as alterações nos medidores de energia, na maioria das vezes, diminuem entre 30 a 50% o consumo regular de energia elétrica. “Os técnicos realizam testes com equipamentos próprios da empresa na qual detectam que está sendo desviada energia do equipamento de medição”, salienta.De acordo com uma estimativa da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica, em 2003, os “gatos”, como são chamadas popularmente as ligações clandestinas de energia elétrica, causaram um prejuízo de R$ 3,6 bilhões, para as empresas fornecedoras em todo o país. O cálculo tem por base as perdas comerciais das empresas, que são definidas como a diferença entre a quantidade de energia consumida e a faturada (efetivamente cobrada) pela empresa. Segundo a site da CPFL, em junho, a empresa implantou em Campinas, um projeto piloto com o objetivo de coibir os “gatos” na rede elétrica e acabar com o furto de energia. São cabos concêntricos que partem de uma caixa, no alto do poste, diretamente para o medidor do consumidor, sem conexões intermediárias, impossibilitando ligação à da rede para furtar energia.O novo condutor utilizado para o ramal de ligação é concêntrico, onde em um único condutor estão as fases, isoladas e envolvidas pelo neutro, dificultando desta forma o furto da energia. Caso haja rompimento da isolação, pode provocar curto-circuito. Essa nova tecnologia empregada é chamada rede secundária anti-furto, e possui uma caixa com barramentos isolada e lacrada, onde os cabos saem diretamente para os bornes do medidor, atendendo os clientes com nível de tensão e qualidade adequados. Mesmo que o lacre seja rompido, não há como ter acesso aos cabos sem provocar um curto-circuito que desligará toda a rede, além do oferecer riscos para o fraudador. Segundo a CPFL, atualmente, o ramal de ligação fase e neutro são duplos (entrelaçados), e a conexão é feita no poste do cliente. Muitos dos gatos são feitos a partir dessas conexões e comprometem todo o sistema, podendo deixar trechos de ruas e até mesmo um bairro inteiro sem energia, além de oferecer riscos de acidentes a quem os executa, pois o consumo desta energia não é planejado.

17 de novembro de 2004

Segurança em condomínios depende de hábitos internos.

Para reforçar a segurança dos moradores, muitos condomínios se cercam de câmeras, grades e guaritas blindadas. No entanto, nem sempre esse tipo de medida basta, já que o perigo pode estar do lado de dentro.Segundo a Polícia Civil, em cinco casos resolvidos dos seis "arrastões" em condomínios que aconteceram na zona sul de São Paulo neste ano, "houve a conivência de funcionários". Todos os prédios invadidos eram de alto padrão -dois na Vila Mariana, dois no Brooklin e dois em Moema, "mais do que em 2003", compara Aldo Galiano Junior, 52, delegado da seccional sul.A principal explicação para esse ponto fraco é o despreparo dos empregados, avaliam especialistas. As invasões seguem um padrão. "Um empregado do prédio é aliciado com ofertas de participação na partilha e fornece pistas", explica Galiano Junior.Benny Zolondez, 31, diretor da Icat Global, especializada em segurança, confirma que a informação geralmente vem de dentro. "Falar demais, às vezes por ingenuidade, é o erro mais comum."As entradas do condomínio são as principais vias de acesso dos invasores. No edifício Leblon, em Moema, por exemplo, eles usaram um controle remoto clonado. "É fácil copiar a freqüência de transmissão desse tipo de aparelho", observa Chen Gilad, 26, diretor de planejamento do Grupo Haganá, especializado em segurança de condomínios.Como as garagens também são pontos suscetíveis a invasões (em cinco das ocorrências, foi por ela que os assaltantes entraram), Gilad recomenda que os portões sejam controlados apenas por uma botoeira fixa na guarita. Além disso, a vistoria deve se ater aos ocupantes do veículo, já que até os carros podem ser clonados.BlindadoNo edifício Correggio, em Moema, outro procedimento básico foi desrespeitado. Os bandidos pularam o muro de três metros de altura e renderam o porteiro e o vigilante que estavam na guarita, mas com a porta aberta. "É como andar em um carro blindado com o vidro abaixado", compara Gilad. "Tomada a portaria, o prédio está dominado."Os especialistas ponderam que, apesar de não existir um sistema de prevenção contra roubo 100% infalível, ele tem de ser "um conjunto de ações integradas para chegar a um patamar desejável", opina Florival Ribeiro, 42, consultor em segurança condominial.Ou seja, deve conjugar empregados preparados, equipamento eletrônico e condôminos dispostos a colaborar. O planejamento, que não deve dispensar o auxílio de um consultor, "começa com reunião dos moradores para estudar áreas vulneráveis e criar normas de procedimento que possam ser votadas e virar lei no condomínio", define Ribeiro.Assim, a colaboração dos moradores é fundamental. "Eles são os primeiros a descumprirem as regras", diz. "Como quando exigem que a namorada entre no prédio sem ser anunciada e repreendem o porteiro que não obedecer.""É preciso sacrificar um pouco do conforto", adverte o consultor José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional da Segurança Pública. "O morador deve buscar entregas na portaria e não deixar que sejam levadas até o apartamento."

16 de novembro de 2004

Consórcios de imóveis crescem 24,2% em 2004

O mercado de consórcio para venda de imóveis cresceu 24,2% no resultado de novembro, relativo ao período de janeiro a setembro de 2004, comparado aos mesmos nove meses do ano passado. Os levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.O dado se reflete no número de cotas nos consórcios de imóveis, que subiu de 78,5 mil, em 2003, para 97,5 mil, em 2004.A razão da procura, segundo a associação, está nas vantagens das taxas. Não há cobrança de juros. Além disso, o prazo de financiamento é mais longo, o que provoca uma queda no valor da parcela mensal. A desvantagem do consórcio está no tempo de sorteio.

16 de novembro de 2004

Caixa prevê orçamento de R$ 10 bi para habitação em 2005

Os recursos para o financiamento habitacional podem chegar a R$ 10 bilhões em 2005 na Caixa Econômica Federal. A estimativa foi divulgada hoje, junto com o resultado financeiro do terceiro trimestre do ano.A Caixa aplicou R$ 3,7 bilhões em habitação até setembro, o que significa um aumento de 9,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O recursos financiaram 240.323 contratos.O banco espera que as recentes mudanças anunciadas nas linhas de crédito imobiliário esgotem o orçamento para a habitação de 2004. É que dos R$ 8 bilhões previstos, somente R$ 3 bilhões tinham sido contratados até o final de outubro.Entre as mudanças previstas está a alteração das regras do programa Carta de Crédito FGTS até o final do mês.O limite de financiamento do programa --que hoje é de 70% do valor do imóvel-- subirá para 90%. Com isso, o futuro mutuário poderá financiar uma parcela maior do imóvel e dessa forma reduzir o valor da entrada. Essa linha,que já chegou a financiar 100% do valor do imóvel, teve seus limites alterados por conta da demanda de mercado.O programa --destinado para trabalhadores com renda mensal de até R$ 4.500-- é uma das mais importantes linhas de crédito para a compra de imóveis novos, usados, em construção ou reforma. Para o financiamento de usados, entretanto, a renda média familiar do mutuário está limitada a R$ 2.400.

16 de novembro de 2004

Sistemas de segurança eletrônicos inibem invasões

Um dos pilares da segurança condominial são os equipamentos eletrônicos. "O mercado oferece vários, e a melhor saída é combiná-los", instrui José Vicente da Silva Filho, consultor de segurança pública.Selma Migliori, da Abese, recomenda, em primeiro lugar, a implantação de proteção perimetral, como cercas (que podem ser elétricas ou possuir sensores de feixes invisíveis de raios infravermelhos) alocadas sobre os muros. "Esse sistema tem grande função inibidora", ressalta. "Está ligado a uma central de monitoramento 24 horas."Associado a ele, deve ser instalado um circuito fechado de TV -que, sozinho, não é suficiente. Existem os analógicos, que gravam as imagens em fitas VHS, e os digitais, que as armazenam em computador. Importantes também são botões de pânico em áreas estratégicas.Sala de segurançaMigliori salienta a importância de uma sala de segurança, "muito bem protegida, contando também com um sistema de alarme", que concentre os equipamentos. "Não é apropriado instalar um gravador ou um computador em um ponto vulnerável", explica. No edifício Correggio, a quadrilha levou consigo a fita de vídeo que documentou a ação do grupo.Uma novidade no mercado é o acesso por sistema de biometria, que identifica cada morador por suas impressões digitais. Outra é o controle de imagens à distância, na central da empresa de segurança, pela internet. Mas "um sistema de segurança completo depende da ação humana", reforça Migliori. "Não adianta ter equipamento se não houver treinamento associado."

16 de novembro de 2004

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