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Aprenda a calcular o material para sua obra

Na hora de calcular a quantidade de material a ser utilizada na obra, seja construção ou reforma, arquitetos, engenheiros e técnicos são unânimes: é preciso prever bem as perdas – que ocorrem do transporte ao manuseio. O cálculo evita desperdício e a dor de cabeça de ter de voltar à loja para comprar mais e correr o risco de não encontrar o produto, em falta ou já fora de linha. A maioria dos especialistas aponta uma margem de segurança de 10%, mas nem todos os materiais aceitam esse índice. "É uma boa margem para tijolos, telhas e blocos de concreto", afirma o arquiteto Carlos Augusto Faggin, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da Universidade de São Paulo (USP). Mesmo para aqueles materiais em que a margem é aplicável, existem muitas situações que podem aumentar ou diminuir a quantidade necessária. Áreas com pisos e azulejos estampados, por exemplo, consomem mais peças, pois pedem mais recortes para compor os desenhos. Já as áreas de grande dimensão terão perda menor, pois haverá menos recortes. São detalhes que podem complicar a obra. Por isso, é bom consultar um arquiteto ou um engenheiro. "É preciso fazer um projeto e discuti-lo bem antes de fazer as compras", diz o engenheiro Nelson Ferraz, coordenador da Divisão Técnica de Gerenciamento de Empreendimentos do Instituto de Engenharia. Confira: Telhas de barro Como têm grande variação de tamanho, até de uma região para outra, o cálculo fica mais difícil. O professor Carlos Augusto Faggin, da FAU-USP, dá uma dica bastante prática: monte no chão 1m² com as telhas e veja quantas foram necessárias. Aplique a "folga" de 10% a mais, depois de calcular o total necessário para a área do telhado. Mas é preciso não se esquecer da inclinação do telhado: quanto maior a inclinação, maior será o número de telhas gastas. O engenheiro Jorge Saback Filho, gerente de Obras de Residências da Archiplanta, faz um alerta: o grande problema das telhas de barro é sua qualidade. Peças ruins terão perda maior e a margem de 10% pode não ser suficiente. Azulejos Calcule a área real, isto é, desconte portas e janelas. A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica (Anfacer) recomenda uma margem de 10% a mais no cálculo. Mas lembre-se de levar em consideração se as peças são lisas ou estampadas – estas têm perda maior, pois será preciso encaixar os desenhos. Os azulejos são usados em áreas que geralmente requerem manutenção, principalmente por causa das instalações hidráulicas. É bom já calcular uma pequena sobra para estoque de pelo menos uma caixa, para reparos futuros, pois encontrar a mesma tonalidade de cores é quase impossível, mesmo para as peças mais simples, e as cerâmicas saem facilmente de linha. Pisos Deve-se levar em conta o tamanho das placas e da área. "Quanto maior a dimensão da placa, maior é a perda", explica o professor Faggin, da FAU. Para peças de até 15 cm, ele recomenda uma margem de segurança de 5%; e para de 30 cm ou mais, de 10%. Em contrapartida, áreas maiores terão perda menor, pois haverá menos recortes. Como no caso dos azulejos, é melhor ampliar a margem de folga se as peças forem estampadas. Pisos postos em diagonal também têm mais recortes e, portanto, maior consumo, lembra Saback Filho, da Archiplanta. Para áreas com até 10m², o engenheiro aconselha 20% a mais para colocação reta e 35% para em diagonal. Áreas superiores devem ter margem de 10% e 20%, respectivamente. É aconselhável ter um estoque, para manutenção futura, de pelo menos uma caixa. O rodapé, se feito do corte do piso, deve ser calculado separadamente. Saiba que uma placa fará duas unidades de rodapé, pois o "miolo" vai apresentar "rebarbas" indesejáveis. Tijolo baiano ou de barro maciço O cálculo depende do tamanho do tijolo e da largura da parede. O melhor é seguir a instrução do fabricante ou fornecedor e aplicá-la sobre a área, lembrando-se do índice de 10% a mais como prevenção. Saback Filho, da Archiplanta, dá uma dica: "Devemos levar em conta toda a área da parede, ou seja, não dar desconto em portas, janelas e outros vãos.” No caso de uma parede de tijolos maciços que ficam à vista, um ponto importante são os cantos externos. "Alguns fabricantes já fornecem os tijolos cortados para serem colocados nesses cantos, diminuindo assim as perdas", explica o engenheiro. Bloco de concreto Tem tamanho variado, portanto ‚ melhor seguir a indicação do fabricante ou fornecedor. O arquiteto Faggin, professor da USP, aconselha aplicar a margem de 10% de sobra. Cimento Como tem "vida curta" – começa logo a empedrar –, o principal fator a ser considerado no cálculo da quantidade é o tempo. "Não se deve comprar cimento para muitos dias", explica Nelson Ferraz, coordenador da Divisão Técnica de Gerenciamento de Empreendimentos do Instituto de Engenharia. Segundo ele, é melhor comprar o suficiente para usar em 15 dias, já que nem sempre as condições de armazenamento na obra são as ideais. Argamassa Para assentamento de tijolos, a média é de 10 a 14 quilos por metro quadrado e depende do tipo de tijolo. Para uso em revestimento (que tem um tipo específico: o cimento e cola), é de 5 quilos por metro quadrado. Tinta O rendimento varia de marca para marca, do tipo utilizado (PVA, acrílica, elástica, etc...) e da quantidade de demãos que serão necessárias para a cobertura perfeita da superfície. O melhor a fazer é consultar as instruções do fabricante contidas no produto e calcular a área a ser pintada (altura x largura) descontando-se os vãos, como portas e janelas. Alguns fabricantes informam uma fórmula básica para descobrir quantos galões de tinta serão necessários. Adote a equação abaixo para tintas, fundos e massas, sem esquecer que o consumo por metro quadrado pode variar em função da porosidade da superfície e da técnica a ser empregada. Consumo de galões = metragem quadrada X número de demãos rendimento por galão informado pelo fabricante Para evitar desperdícios, o engenheiro Saback Filho aconselha deixar a pintura para a última etapa. "A pintura é o último passo de uma obra ou reforma, portanto deve ser iniciada apenas quando não há mais nenhum serviço a ser executado", diz. Isso evita a perda com retoques ou outras demãos se houver necessidade de fazer a mudança, por exemplo, de um ponto elétrico. O professor Faggin tem uma dica para quem for usar cores preparadas em misturadores: é preciso aplicar no cálculo a margem de 10% a mais para não correr o risco de o produto acabar antes do fim da pintura, pois será difícil obter novamente a mesma tonalidade. Esse problema não ocorre com as cores prontas. O que fazer com as sobras O material aproveitável pode ser dado a amigos, doado a instituições de caridade ou mesmo vendido a museus e cemitérios de peças. Para livrar-se do entulho, contrate empresas removedoras. O Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura de São Paulo, por exemplo, tem cadastro de firmas. É possível saber se uma determinada empresa está cadastrada pelo telefone (11) 3311-6411. Em outras cidades, procure informações na prefeitura local. No caso das tintas, se preferir guardá-las, faça-o em lugar coberto, seco e ventilado. Mantenha as latas bem fechadas, voltadas para cima e imobilizadas

18 de julho de 2003

Fora de linha, mas dentro da necessidade.

O piso da antiga casa ou do apartamento de décadas quebrou. E agora? Sem problemas. Muito provavelmente será possível substituí-lo por outro igual, novinho em folha. E tão antigo quanto, é claro! E mais: sem qualquer prejuízo ao projeto arquitetônico. Nas lojas de pisos fora de linha, chamadas popularmente de asilos ou cemitérios, é possível encontrar peças de antigas coleções que já não se fabricam mais e, portanto, não podem ser encontradas nas revendas de materiais de construção. EspecializadasEm Ribeirão Preto, pelo menos quatro lojas são especializadas no atendimento de pisos fora de linha, todas elas localizadas nos Campos Elísios e com mais de 20 de anos de experiência.Há 23 anos no ramo, Noel João Bezerra, proprietário de duas unidades em Ribeirão, diz que seu acervo consegue atender em média 80% dos pedidos de seus clientes. As demais solicitações são feitas por encomenda. “É possível encontrar peças para atender 15% destes pedidos; somente 5% dos casos não têm condições de serem atendidos”, detalha Bezerra. ESTRATÉGIALojas atuam em redes para atendimento de pedidosQuando o piso não é encontrado na loja, começa uma verdadeira rede de busca que ultrapassa as fronteiras locais. “O Brasil todo é fonte de abastecimento”, diz o lojista Noel João Bezerra, ao referir-se que existe um intercâmbio entre as lojas do setor em todo o país. Além das cidades da região e da capital, as lojas fora de linha costumam fazer pedidos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará e Goiás, principalmente. “Trazemos o material para o cliente de onde for”, comenta. EstoqueO volume do estoque os comerciantes não sabem precisar, mas para atender à demanda, considerada elevada e crescente, eles adquirem material antigo de construtoras, fábricas, lojas, demolidoras e particulares. O valor dos pisos varia conforme idade, tamanho e escassez do produto no mercado. Quanto mais antigo e mais raro, mais caro. A média de preços gira em torno de R$ 2 a R$ 20 a unidade, mas é possível encontrar peças a partir de R$ 0,50 até R$ R$ 50. EspessuraÉ o caso de um piso de cerâmica com cerca de 80 anos de idade, de mais de um centímetro de espessura, com impressão em alto relevo. “É uma obra de arte”, justifica Bezerra.DEMANDAEm busca de toque saudosistaHá dois perfis de clientes que procuram os cemitérios de pisos: aqueles que pretendem substituir peças danificadas e os que querem dar um toque saudosista na arquitetura do ambiente. “A reposição, porém, está sempre em primeiro lugar”, comenta Felipe Ivo, do Cemitério dos Pisos e Azulejos.VazamentoA funcionária pública Maria Perpétua Santana precisou recorrer às lojas de pisos fora de linha depois que um vazamento em sua residência danificou parte do piso do banheiro e da área de serviço.Ela encontrou o que precisava, mas achou o preço caro. “Setenta reais dez pisos”, isso porque eu chorei na hora de pagar”, reclama. Na opinião dos comerciantes, é “um caro que não é tão caro assim”. “Ao invés de trocar o piso de todo o ambiente que ficaria bem mais caro, a pessoa tem a opção de trocar uma única peça”, compara. Pensando assim, Perpétua concorda. “Com certeza eu gastaria muito mais se tivesse que trocar todo o piso da área de serviço”, calcula.   Jornal A Cidade -15/01/06 Anna Regina Tomicioli   foto: Jefferson Barcellos

30 de novembro de -0001

Solução adequada prolonga vida do imóvel.

Inicialmente, o problema de infiltração causa desconforto. Afinal, não é nada agradável conviver com paredes e tetos descascados ou ter de deixar baldes espalhados para conter as goteiras. Porém, se não for solucionada, a falha poderá estragar móveis e até comprometer as estruturas de concreto. "Essas estruturas têm ferro, e a água em contato com oxigênio as corrói", alerta o engenheiro de projetos de construção José Roberto Peres, do escritório da arquiteta Flávia Ralston.Mascarar o problema com medidas paliativas baratas é atitude condenada por especialistas. Para Kurt Amann, coordenador do curso de engenharia civil do Centro Universitário da FEI, aplicar só argamassa na laje, por exemplo, pesa menos no bolso, mas não resolve a questão."O custo é três vezes menor, mas a vida útil e as garantias são menores na mesma proporção."Peres recomenda que se opte pela manta mais adequada ao tipo de material. A escolha depende da maior ou da menor dilatação da laje sob variação de temperatura.Por receberem água diariamente, as floreiras também são focos de infiltrações. Se elas aparecerem, será preciso retirar as plantas e a terra e usar manta e argamassa para impermeabilizar a área.Em paredes, ainda que o problema esteja na face externa, os sinais surgem do lado de dentro. Para saná-los, deve-se impermeabilizar a área externa --a parede do vizinho ou a fachada do prédio.Falhas de impermeabilização de áreas molhadas são mais comuns em apartamentos e tornam-se visíveis para o morador do andar de baixo. A infiltração nem sempre começa onde a tinta descascou, pois a água pode "caminhar" dentro da parede até aparecer.ManutençãoProblemas de impermeabilização costumam aparecer quando o serviço não foi bem executado. Mas essa não é a única causa. Os materiais utilizados têm uma vida útil e requerem manutenção.Amann orienta que a área do boxe do banheiro seja rejuntada a cada dois ou três anos. "No resto do banheiro, na cozinha e na área de serviço, quando a impermeabilização é bem-feita, o morador tem de 15 a 20 anos de tranqüilidade." Folha de S.Paulo - 09/01/06

30 de novembro de -0001

Terceirização evita dor de cabeça para leigos.

Terceirizar a construção da casa própria tem sido uma prática cada vez mais comum adotada por quem não tem tempo nem conhecimento técnico para tocar uma obra. Aliada à mão-de-obra especializada, contratar os serviços de um profissional da área pode evitar dor de cabeça e gastos desnecessários por parte do proprietário na hora de construir. Na opinião do engenheiro Antonio Botelho Neto, do escritório Botelho e Borges Engenharia e Construções, especializado em construções para terceiros, as vantagens de se procurar um engenheiro ou arquiteto que responderá pela obra são a qualidade, capacidade técnica e experiência do profissional no ramo. “A pessoa que é leiga, e vai construir, não sabe a dificuldade de uma obra, a quantidade de itens que compõem uma residência. Ela tem que tomar decisões e não sabe, por exemplo, se determinado piso é bom, se é resistente; o que é mais barato, o que é mais em conta”, destaca.Além da questão habilidade, ter um responsável técnico pela obra, seja arquiteto ou engenheiro, é uma exigência feita pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura).Esse profissional é quem irá ‘assinar’ a obra e ficará responsável pelo empreendimento por até cinco anos após sua conclusão. Qualquer defeito de ‘fabricação’, é ele quem tem que reparar.Taxa de administraçãoA taxa de administração da obra cobrada pelos escritórios contratados varia de empresa para empresa e também conforme as características da obra. É sempre um valor fixo calculado em porcentagem sobre o valor estimado da obra. Em geral, a taxa oscila entre 8% e 12%. Na avaliação de Botelho Neto, essa taxa acaba sendo paga automaticamente pelos descontos que a categoria dos construtores consegue na hora de comprar os materiais. “Por terem muitas obras ao mesmo tempo, o preço do material para os construtores é menor do que para consumidor final. Eu consigo descontos de até 15%, dependendo do material”, calcula.ESTRATÉGIACusto com material pode ser revertido para contrataçõesSegundo engenheiros ouvidos pelo A CIDADE, com um valor que o dono do imóvel pagaria em material, ele acaba custeando o serviço do engenheiro ou do arquiteto. Para se calcular o custo da obra, é feito um cronograma físico-financeiro do imóvel a ser erguido. É uma descrição bem detalhada de todo o material, mão-de-obra, de todos os gastos necessários. Embora esse valor possa variar um pouco para baixo ou para cima por conta de variações de material e/ou mudanças na planta que venham a surgir no decorrer da construção, por esse cronograma é possível ter uma noção bastante aproximada do custo final da construção. “O que acontece é que muitas vezes o proprietário acaba escolhendo peças de acabamento mais caras do que as calculadas inicialmente; ou, então, escolhe um piso mais barato e isso dá variações no gasto estimado pra mais ou pra menos”, argumenta um dos profissionais ouvidos.OPÇÃO“Investimento vale a pena pela segurança e comodidade” A publicitária Marilena de Moraes Barcellos e o marido não pensaram duas vezes na hora de construir. Contrataram um escritório de arquitetura e engenharia indicado coincidentemente por dois amigos distintos e terceirizaram o serviço.“A gente não tem tempo nem conhecimento técnico para isso e decidimos que não iríamos encarar esse desafio sozinhos”, alega.Para ela, a terceirização é um investimento que vale a pena. “Você paga pela segurança e comodidade de ter alguém cuidando da obra. É um custo-benefício que traz retorno”, avalia Marilena. No caso de sua casa, construída em um condomínio residencial em Bonfim Paulista, a taxa de administração foi de 10%. FielAlém da planta e da mão-de-obra especializada, para garantir que a construção ficasse bem fiel à vontade dos futuros moradores, o casal também fez uma maquete do imóvel. “A casa ficou bem fiel ao projeto”, diz Marilena.Os gastos, segundo ela, também ficaram dentro do estimado e o prazo de construção foi menor que o previsto. “A previsão era nove meses, mas ficou pronta antes, em oito meses”. O prazo de uma obra varia conforme as necessidades e disponibilidade financeira do cliente. “Eu tenho condições de finalizar uma obra em oito meses, mas é preciso ver se o cliente tem disponibilidade financeira para isso”. Em outros casos, há pessoas que não têm pressa e preferem a casa pronta para daqui dois ou três anos.DescontosSobre os gastos com materiais, a publicitária diz que os descontos chegaram até a 30% uma vez que os produtos são adquiridos pelo escritório de construção e não pelo proprietário do imóvel. “As lojas costumam ter equipe de vendas especial para atender engenharia e construção”, explica Marilena.Embora o engenheiro e o arquiteto façam o papel de gerente da construção, a participação dos proprietários é constante no decorrer da obra e se intensifica na fase de acabamento. “Tem decisões que o proprietário precisa tomar já no início da construção. No final, vem a parte de escolha de todo o material de acabamento, que a gente orienta e acompanha na compra, mas é ele quem define tudo”, explica o engenheiro Antonio Botelho Neto. Mas para quem constrói, essa participação não costuma ser nenhum incômodo. “Pelo contrário, é um prazer. É onde você coloca dá a sua cara na casa, onde você escolhe o que tem a ver com você”, argumenta a publicitária. Jornal A Cidade - 28/01/06 - Anna Regina Tomicioli  

30 de novembro de -0001

Beleza externa faz diferencial e até valoriza mais o imóvel.

Pensar no acabamento externo da casa é condição primordial, seja na hora de reformar ou construir. O visual externo funciona como uma espécie de cartão de visitas do imóvel. Finalizar o acabamento da construção com texturas, fazer uma composição com cores e materiais diferentes, modificar o tipo do revestimento, trocar a cor da pintura ou acrescentar algum novo detalhe pode fazer tanta diferença a ponto da casa ‘antiga’ se tornar irreconhecível. A arquiteta Ana Karina Abud literalmente transformou o imóvel residencial comprado por uma cliente em um condomínio de casas não-padronizadas em Ribeirão Preto.Tons pastéisA casa, antes de fachada escura, ganhou tons pastéis e uma nova roupagem com uma opção nova de textura que pode ser aplicada sobre qualquer tipo material, desde tijolos, até concreto, portões, janelas e esquadrias. A porta também foi substituída por outra mais moderna, toda em madeira, e no lugar da ardósia, o chão ganhou um piso de mármore.“Era uma casa de tijolos aparentes. A porta de entrada era de madeira com vitrais e o piso era ardósia. Agora parece outra casa, clara, moderna, com um visual totalmente diferente do que era antes”, relembra. SERVIÇO Contratar profissional do ramo é fundamentalConsultar um profissional do ramo, seja arquiteto, engenheiro ou consultor, antes de tomar qualquer decisão, é fundamental para garantir que a obra ou reforma saia a contento.Além dos profissionais autônomos e das construtoras, lojas de tintas e materiais de construção de médio e grande porte também costumam manter equipes especializadas de plantão para este atendimento ao cliente. Quem pensa que gastar dinheiro com esse tipo de serviço é dispensável pode acabar no prejuízo. “Tivemos uma cliente que fez um orçamento conosco e achando caro demais decidiu fazer a reforma por conta própria. Insatisfeita com o resultado, ela acabou nos repassando a obra”, relembra Ana Karina. Resultado: a cliente acabou gastando o dobro do que se tive contratado a mão-de-obra especializada para tocar a obra. “Tivemos que desfazer o que havia sido feito e depois refazer o serviço. Ela acabou gastando duas vezes”, justifica a arquiteta. HabilidadesAlém do preparo técnico dos profissionais da área, alguns materiais exigem habilidades específicas na hora do manuseio e da aplicação. “Em geral são materiais caros, vendidos já com mão-obra-especializada. Não é qualquer pedreiro que sabe aplicá-lo”, destaca o consultor Fabiano Henrique Cardoso.O engenheiro Antonio Abud também lembra que a parede que vai receber o acabamento também necessita de ‘tratamento’ feito com alguns produtos que irão garantir melhor resultado da aplicação.“O concreto é poroso e por isso chupa a tinta ou qualquer outro material que seja aplicado na parede. O uso de um selante impede que isso aconteça”, exemplifica o engenheiro.TEXTURAGrafiato custa até 60% mais em relação à tinta látexQuando se fala em revestimentos externos, as texturas estão na moda. É possível se obter vários tipos de textura, conforme explica a arquiteta Ana Karina Abud. “Tudo depende da granulação da tinta e granometria do rolo usado para aplicar o material”. Além do acabamento diferenciado, as texturas têm sobre a pintura lisa a grande vantagem de esconder os defeitos que a parede tenha. Mas como tudo tem seu preço, essa modalidade de acabamento custa mais caro do que a pintura convencional. Alguns materiais chegam a dobrar de preço quando comparados à tinta. Esse custo adicional leva em consideração tanto o material como a mão-de-obra.GrafiatoA textura mais usada, o grafiato, costuma ter um custo médio de 60% a mais do que a tinta látex. “O grafiato tem maior facilidade de aplicação. Por isso mesmo, os próprios pintores mesmos acabam indicando”, explica o consultor Fabiano Henrique Cardoso.Na opinião do engenheiro Antonio Abud, esse gasto a mais acaba sendo compensando com a durabilidade maior das texturas. “As pinturas em geral duram em média de três a cinco anos. Eu tenho conhecimento de grafiato que foi feito há 10 anos e permanece em bom estado”. Uma vez aplicado, o grafiato não precisa ser refeito. “Você apenas repinta por cima quando for necessário”, explica Abud. Outra opção de acabamento bastante usada atualmente é o chamado tijolo caiado ou tijolo pintado. A parede de tijolos é nivelada de forma que os tijolos não fiquem mais salientes que o cimento. Por cima, é aplicada ou uma mistura de cal com outros materiais, que pode até incluir corante. O engenheiro salienta que a grande desvantagem das texturas é não permitir retoques, como é possível na pintura comum. Se uma parede com este tipo de acabamento precisar ser arrebentada, a textura terá que ser toda refeita.Neste caso será preciso alisar novamente a parede com uma massa própria para em seguida refazer a textura. Anna Regina Tomicioli - Jornal A Cidade -05/02/06 

30 de novembro de -0001

ANÁLISE Reduzir custos sempre é uma meta.

A lei que moveu, ao longo dos tempos, o homem em busca de novos conhecimentos é a lei do menor esforço. Foi ela que motivou o homem na invenção da roda, por exemplo. E toda outra conquista. Ciência é conhecimento. Tecnologia é aplicação do conhecimento.Imagine você a receita de um bolo. Ela, em termos de anatomia, é composta de duas partes: ingredientes e modo de fazer. Os ingredientes são a ciência. O modo de fazer (to know how to do it, isto é, saber como fazer) é a tecnologia. Vejam como a coisa é simples.A lei do menor esforço é a marca registrada, também e principalmente, da Ciência da Administração. Que nada mais é do que controle. Administração moderna é a administração do tempo. Menos tempo para fazer a mesma coisa. Menor esforço.As construções obedecem também esta lei. A meta é sempre reduzir os custos da construção e economizar o tempo de quem se utiliza da construção.Os prédios – residências, salões, galpões – há muito são produzidos para que as pessoas possam chegar de um lugar para outro com mínimo de esforço. E dispêndio igualmente do mínimo de tempo.Esta redução de tempo e economia de energia, porque é necessário menos esforço – marca da vida nos dias de hoje – têm obrigado as pessoas a, depois das atividades laborais, contraporem o lazer, o esporte ao trabalho.No trabalho usa-se muito mais o cérebro e muito menos – cada vez menos – o corpo. Nos esportes, no lazer, busca-se o oposto: desligar o cérebro e ligar todo o corpo. Daí os coopers.Nada de errado nisto.Nos dias de hoje, entretanto, os conceitos se modificaram. Não é preciso gastar-se tempo. Nem aumentar o esforço no deslocamento de um ponto para outro, num mesmo prédio. Entretanto, as construções podem perfeitamente serem desenvolvidas no sentido de obrigar – principalmente as residências, diga-se – os moradores, as pessoas a caminharem mais, a movimentarem mais o corpo. Perguntem a médicos a importância de se subir escadas?De qualquer forma, o espaço pode ser bem utilizado, tecnicamente bem ocupado, de maneira a forçar e ensejar até mesmo o aumento de esforços, a maior queima de energia de seus moradores. Um contraponto às construções de hoje.Afinal, acomodar-se nada mais é do que ficar dentro do cômodo. Sem se movimentar inclusive e principalmente em termos físicos. Jornal A Cidade - 05/02/06

30 de novembro de -0001

Saiba tudo sobre tintas.

A pintura pode ser considerada a alma de uma casa. Uma simples mão de tinta é capaz de renovar um ambiente. Uma cor diferente pode mudar totalmente a cara de um lugar, fazendo o imóvel parecer outro. O universo da pintura é bem mais do que somente latas de tintas, rolos e pincéis. Além das tintas tradicionais, que podem ser encontradas nas versões fosca, semibrilho e acetinado, o mercado hoje oferece uma infinidade de opções, que variam desde uma pintura lisa em tons tradicionais até às chamadas texturas. As texturas são uma espécie de tinta mais encorpada, verdadeiras peças de decoração nos ambientes, obtidas usando pincéis e rolos próprios que garantem o efeito em alto relevo. Requerem mão-de-obra especializada para que o efeito final seja o desejado.AprimoramentoOs recursos estão cada vez mais aprimorados. Para aqueles que gostam de ousar ou querem exclusividade, hoje é possível personalizar cores e criar tons únicos de tintas e texturas. A cor sob encomenda é feita na hora, a partir de uma base à qual é adicionada corante para se obter a cor desejada. A técnica permite criar até seis mil cores diferentes, número bem acima das opções de linha, que em média não ultrapassam 40 tons. Através de um aparelho chamado espectrofotômetro, é possível copiar a cor de um objeto e reproduzi-la para criar uma tinta. “Se o cliente tem uma almofada, por exemplo, e quer uma tinta daquele tom, o espectrofotômetro ‘lê a cor da almofada”, explica o consultor Fabiano Henrique Cardoso. ValoresTanta conveniência tem seu preço. Em alguns casos, o valor da tinta produzida chega a ser o dobro da tinta pronta. Isso porque o cliente paga pela base e pela pigmentação.Os tons claros e suaves lideram a preferência dos consumidores. Mesmo assim, as fábricas costumam lançar tendência. Hoje as variações de vermelho e laranja são muito procuradas, principalmente para compor paredes decorativas. Algumas marcas dispõem de programas de informática que permitem ao cliente fotografar a casa e simular no computador opções de pintura. “Até mesmo os arquitetos costumam recorrer a esta simulação no computador para definir cores”, comenta o consultor. Existem vários tipos de tinta, que variam conforme o tipo de lugar onde o produto será aplicado. As tintas para áreas externas, por exemplo, são mais resistentes à limpeza e intempéries e têm durabilidade maior.Os produtos topo de linha normalmente têm garantia de até 10 anos. “O que acontece é que ninguém consegue ficar 10 anos com a mesma pintura. Porque a tinta suja, mancha ou a pessoa até enjoa da pintura”, comenta Cardoso. LEQUE DE CORES - Além das tradicionais opções de catálogo, o mercado de tintas conta hoje com uma infinidade de cores, graças à tecnologia que permite criar novos tons com exclusividade. Um ‘leitor’ de cores também permite que o cliente crie a tinta da cor de um objeto ou pedaço de tecido, por exemplo. São mais de seis mil opções de tons. PINCÉIS E ROLOS - Pincéis e rolos especiais são usados para obter os efeitos de relevo e ‘desenhos’ em texturas. O manuseio destes equipamentos requer técnica e deve ser feito por profissionais habilitados. As texturas são em geral usadas em ambientes externos ou internos para efeitos decorativos. MAIS DO QUE TINTAS E PINCÉIS - O mercado de pinturas é muito mais do que somente tintas e pincéis. Esses itens são os mais conhecidos, mas as lojas especializadas oferecem uma linha completa de produtos que atendem desde o preparo da parede (alisamento da superfícies, correções de imperfeições etc) até o acabamento final. DICAParedes precisam ser preparadas para a pintura Antes da pintura, a superfície precisa ser preparada para receber a tinta ou a textura. Quando se fala de pintura, tudo é possível, mas alguns cuidados devem ser tomados para que o resultado final seja o desejado e o produto utilizado com o máximo de aproveitamento. A preparação da parede é necessária tanto para pinturas novas como para repinturas. O mercado oferece uma ampla linha de produtos específicos para preparar a parede.ImperfeiçõesO primeiro passo é corrigir as imperfeições da parede, o que deve ser feito com massa corrida ou massa acrílica. Outro produto chamado fundo preparador também ajuda nas correções.“Uma parede bem amaciada (alisada com massa corrida), facilita no rendimento e na durabilidade da pintura”, aponta Fabiano Cardoso. Mais conhecido e utilizado, o selador acrílico é um líquido translúcido que cria uma espécie de filme e fecha os poros do reboco. “Isso faz com que o rendimento da tinta seja maior, porque o selador não deixa o reboco chupar a tinta”, descreve.RebocoNas texturas, o selador deve ser aplicado para que o fundo da parede ou o reboco não apareça com o efeito do relevo. No caso de repinturas, a própria pintura velha pode fazer o papel de selador. No caso de troca de cores, é preciso alguns cuidados. O consultor de tintas explica que até mesmo paredes escuras podem ser clareadas, mas nesse caso é indicado primeiro dar uma demão de branco para quebrar o tom. O mesmo serve para quando uma cor escura vai ser substituída por outro tom escuro. “Normalmente a cor escura, por recomendação de fábrica, precisa de três a quatro demãos, o dobro dos tons claros”, diz Cardoso, ao explicar que a tinta escura costuma manchar nas primeiras demãos.Aplicação Existe inclusive um fundo próprio para ser usado antes da aplicação de tintas escuras que reduz em 50% a quantidade de tinta necessária. Mas como o seu preço ainda é caro, as pessoas acabam optando pela tinta branca. Por último, bons produtos, equipamentos adequados e uma boa mão-de-obra são fundamentais para garantir a qualidade do acabamento. “Em geral, os bons profissionais são mais careiros. Mas o cliente tem a garantia de que o serviço será bem feito e ele não terá dor de cabeça mais para frente”, conclui o consultor. Jornal A Cidade -19/03/2006

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Contratante é responsável por contratado.

Quando se pensa em uma obra, a figura do operário vem logo à cabeça. É impossível imaginar uma reforma ou construção sem pensar em pedreiro, pintor, encanador, eletricista, calheiro, telhadista e muitos outros profissionais que colocam a mão literalmente para erguer uma obra. O que poucas pessoas sabem é que ao contratar qualquer profissional para uma obra, seja diretamente ou através de uma empresa, o contratante pode ser responsabilizado em caso de um acidente de trabalho. Segundo o auditor fiscal do trabalho, especializado em segurança do trabalho, Edson Bin, quem contrata em geral não tem esta noção. E o mais grave: “Ficam sabendo da responsabilidade no pior momento, depois que o acidente de trabalho acontece. Aí já é tarde demais”, alerta. Segundo o auditor do trabalho, na maioria dos casos de acidentes de trabalhos as irregularidades saltam aos olhos. “Nem é preciso procurar muito para encontrar”, completa.FórmulaApesar da realidade ser esta, não existe uma fórmula para evitar que acidentes aconteçam. “Não é porque está tudo certo, dentro das normas, que nada vai acontecer”, comenta Bin. Em caso de acidentes, o contratante do prestador de serviço pode ser responsabilizado cível e criminalmente pelo ocorrido. A instância criminal vai averiguar se o acidente foi causado por irregularidades (falta de equipamento de segurança, descumprimento de normas e regulamentos, etc). Já o processo cível tem caráter indenizatório para ressarcir financeiramente o empregado lesado ou sua família, em caso de morte ou invalidez. ORIENTAÇÃOFuncionário deve ser registrado e ter INSS A primeira medida para evitar problemas e dor de cabeça é checar os dados da empresa contratada para o serviço. Bin orienta que a empresa precisa ter o cartão de CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e estar regularizada junto à Receita Federal. Os prestadores de serviço devem ser funcionários registrados da empresa. No caso de trabalhadores autônomos, o contratante precisa checar se ele possui uma FIC (Ficha de Inscrição Cadastral) junto à prefeitura da cidade para o recolhimento do ISS (Imposto sobre Serviços) e também um carnê de INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) com o recolhimento da contribuição em dia. O auditor fiscal do trabalho explica que em hipótese alguma deve-se permitir que o trabalhador execute qualquer tarefa sem estar segurado pelo INSS. “Porque se caso alguma coisa aconteça, quem vai pagar a conta do prejuízo é quem contratou o serviço”, alerta.Direitos - Agora se o trabalhador, seja autônomo ou empregado, estiver segurado pelo INSS, seus direitos em caso de acidente, morte ou invalidez serão garantidos pelo instituto de previdência pública. “Caso contrário, o contratante será acionado cível e criminalmente e se justiça entender que é ele quem vai ter que ressarcir o trabalhador”, explica Bin. Sócio da Botelho & Borges Engenharia e Construções, o engenheiro Antonio Botelho Neto só utiliza mão-de-obra registrada em suas obras. “Ou o trabalhador é registrado na minha construtora ou na própria obra do cliente”, cita ele. Encargos - Mesmo trabalhando dentro da lei, Botelho reconhece que os altos encargos sociais muitas vezes dificultam a prática. “Tem gente que não gosta de registrar o funcionário porque acaba saindo caro para o empregador e o empregado recebe um salário mais baixo do que o valor pago”, justifica o engenheiro. Ainda assim, Botelho prefere continuar no mesmo esquema que já adota em sua empresa tanto para sua segurança como para a do trabalhador.“A fiscalização é rígida e se acontecer um acidente, você tem que gastar com advogado, indenização e outros custos que acabam sendo bem mais altos do que os encargos sociais. Então, não tem opção. O registro em carteira garante segurança para o empregador caso aconteça algum acidente. E o funcionário e sua família, serão amparados em caso de desastres”, conclui o profissional. SERVIÇO Equipamentos e normas de segurança As leis trabalhistas garantem que o trabalhador entre com sua força de trabalho, mas não coloque em risco sua integridade física. Normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) exigem que toda obra tenha um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e um Programa de Controle Medico de Saúde Ocupacional (PCMSO).Critérios - O primeiro documento estabelece critérios e equipamentos necessários para garantir a segurança da mão-de-obra e o segundo, avalia se o profissional é apto para desempenhar a função, se não tem limitações ou doenças que possam comprometê-lo para a função.   Jornal A Cidade - 19/03/2006

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