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MP do Bem perde eficácia.

Carla Monique Bigatto A Medida Provisória 252, de 16 de junho deste ano alegrou diversos setores ao isentar impostos principalmente em informática, de comercialização de imóveis e exportação. O objetivo era impulsionar o desenvolvimento desses setores, mas a não votação que transformaria a medida provisória em lei pôs fim a todos os benefícios gerados por ela. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pensa em colocar pontos em outra MP (veja texto nesta página)Na comercialização imobiliária, a ‘ajuda’ ficava por conta da isenção de imposto de renda sobre o lucro imobiliário, ou lucro de capital. Ou seja: se uma pessoa compra um imóvel por R$ 100 mil e o revende por R$ 120 mil, por exemplo, precisa pagar 15% de imposto de renda sobre a diferença entre compra e venda. Com a MP os R$ 3 mil, que vão para os cofres do governo, não seriam mais cobrados. Mas a alegria durou pouco.Tal isenção tinha, no entanto, suas regras. O valor da venda do imóvel deveria ser aplicado na compra de outro imóvel em um período máximo de 180 dias. A transação sem imposto também só poderia ser feita em imóveis residenciais e a cada cinco anos.Na época em que a MP entrou em vigor o proprietário de administradora de imóveis, Roberto Alves Corrêa, reuniu-se com um advogado tributarista para sanar dúvidas antes de passar informações à sua equipe de trabalho. “Não foi preciso nem divulgar a informação para a população. Os donos de imóvel ficaram muito animados e ligavam para a imobiliária à procura de informações”, afirma. Ajudou mesmoPara o administrador, muitas pessoas que tinham o intuito de efetuar a troca de imóveis residenciais encontraram na isenção do imposto o empurrão para a realização da operação.Roberto explica que durante o período de vigência pelo menos sete negócios foram efetuados exclusivamente por conta dos benefícios resultantes da MP. “Ficamos muito otimistas na época. Medidas como esta ajudam a movimentar o mercado”, conta.Embora finda a eficácia da MP, alguns atos ainda estão sendo praticados dentro da vigência da medida por quem negociou a venda do imóvel. “Até seis meses depois do fim da eficácia ainda serão efetuados negócios resultantes das isenções da medida. Isso porque este é o prazo final para o investimento da taxa isenta”, explica Corrêa.Com o fim da vigência a administradora de Roberto deixou de efetuar dois negócios na última semana. “Quem pretendia movimentar muito dinheiro agora vai esperar, porque o valor do tributo cobrado é muito alto”.A interrupção do processo de facilitação dessas operações imobiliárias pode sim atrapalhar o fluxo do setor, o difícil é mensurar o quanto deixará de ser movimentado sem o benefício.ESPERANÇAEmpresário acredita em outros incentivosO proprietário de administradora de imóveis, Roberto Corrêa, acredita que haverá outras medidas para manutenção dos benefícios criados para impulsionar o desenvolvimento de setores como o imobiliário. “Eu particularmente acredito que a medida 255, que já está em andamento, ou que uma outra MP sejam aprovadas pelo governo para este fim”.Na opinião de Roberto, com a vigência da medida, o dinheiro que deixou de ser arrecadado em impostos serviu para movimentar não só o setor imobiliário como também o da construção civil com a geração de empregos.Para ele “a medida propiciou a negociação de imóveis de valor mais alto, o que fomentou o mercado de imóvel em todos os níveis. Por conseqüência aquece o mercado da construção civil. Isso tudo gera emprego, gera imposto, é uma coisa fantástica para o governo”.A isenção de impostos, na opinião do administrador, não foi o principal entrave para o governo, e sim a vinculação a outros itens que comprometiam inclusive administrações futuras. “Foi uma medida que animou muito a população e não vejo para o governo vantagem nenhuma em não reeditar medida similar”, analisa. OUTRA MEDIDARelator espera votar MP 255 na terçaA reunião de líderes do Senado Federal ocorrida quinta-feira não conseguiu chegar a um consenso sobre três assuntos da chamada “MP do Bem” que devem ser incluídos na medida provisória 255. O relator Amir Lando (PMDB-RO) espera que até terça-feira a discussão seja encerrada e que a casa vote a matéria.“Se não for possível encontrarmos o entendimento sobre toda a matéria, vamos ver se é possível levar adiante ao menos parte dele, consolidando a MP 252 na 255”, disse.O governo tem trabalhado para incluir o texto original da “MP do Bem” na medida provisória 255, que trata da ampliação do prazo do regime tributário de planos de previdência. Ela já foi votada na Câmara dos Deputados. Se for alterada no Senado, precisará passar por nova aprovação dos deputados até o dia 31 de outubro, quando termina a vigência desta medida provisória.Há três pontos em que não há consenso entre os senadores. O primeiro diz respeito ao Simples. Na votação da “MP do Bem” na Câmara, o limite de enquadramento das micro e pequenas empresas foi ampliado para R$ 240 mil e R$ 2,4 milhões, respectivamente. O governo é contra.Outro foco de discussão é uma emenda que trataria da tributação de profissionais liberais que prestam serviços como pessoa jurídica.Por último, a oposição quer que as dívidas dos municípios com a Previdência sejam corrigidas pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que está em 9,75% ao ano. Hoje, elas são atualizadas pela Selic, que hoje caiu para 19% ao ano. Além disso, o prazo para o pagamento será ampliado de 60 meses para 240 meses.O senador não irá incluir em seu texto o aumento do prazo que o governo tem para pagar as decisões judiciais de baixo custo -limitadas a R$ 18 mil. Foi essa emenda que inviabilizou a aprovação da “MP do Bem” na Câmara dos Deputados na semana passada. (Folhapress)DISCURSO MP ainda interessa, diz LulaO presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na semana passada que possui informações de que itens da medida provisória 252 serão incluídos numa outra medida provisória. A MP 252, a chamada “MP do Bem”, que desonera tributos em vários setores da economia, perdeu a eficácia no último dia 13, por não ter sido aprovada pela Câmara dos Deputados. Lula disse ter conhecimento de que existe acordo entre os parlamentares para que os itens da 252 integrem nova MP.“Estou convencido de que os deputados têm que ter autonomia para criar as condições de votar, até porque a Medida Provisória do Bem interessa ao Brasil, interessa ao governo, interessa à oposição e interessa aos empresários”, afirmou o presidente (ABr).

23 de outubro de 2005

Novas tecnologias da construção.

Carla Monique Bigatto O curso de alvenaria estrutural que aconteceu no Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) na última quinta-feira é o primeiro de uma série que tem como objetivo promover encontro entre os estudantes e profissionais atuantes do setor.Promovida pelo Sinduscon em parceria com ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), a palestra tratou do processo construtivo com utilização de alvenaria estrutural armada e não armada, tecnologias que no Brasil são muito desenvolvidas. O auditório recebeu aproximadamente 20 profissionais interessados nas novas tendências da engenharia.O responsável pelas explanações foi o engenheiro Arnaldo Augusto Wendler Filho, também professor da Faculdade de Engenharia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Para ele a interação entre universidade e profissional pode ser muito proveitosa.“A palestra que apresento aqui tem o mesmo conteúdo das aulas”, diz Arnaldo, mas as dúvidas entre os alunos são diferentes. “Engenheiros formados têm dúvidas muito mais específicas, sobre particularidades do dia-a-dia, coisas que os estudantes nem imaginam. Esse relacionamento é muito importante”.ConteúdoA série de cursos faz parte de um projeto promovido pela Comunidade da Construção Civil de Ribeirão Preto, surgida há cerca de dois anos, e resultado da parceria entre Sinduscon e ABCP.O diretor regional do Sinduscom, José Batista Ferreira, explica que o “conteúdo do curso buscou analisar as novas tecnologias da construção civil e abordar temas como as patologias da construção e soluções para que elas sejam evitadas”.No próximo mês acontecerá outro curso com o mesmo tema para os profissionais que não puderam comparecer à primeira edição. “As inscrições já estão sendo feitas. Há muitos interessados, principalmente porque o curso é gratuito”, explica Batista.Tecnologia brasileiraAlvenaria estrutural não utiliza vigas ou pilaresA alvenaria armada é uma tecnologia conhecida em todo o mundo, mas que tem no Brasil um dos maiores expoentes de qualidade e aplicação. O engenheiro Arnaldo Augusto Wendler Filho afirma que “há coisas feitas aqui no Brasil inéditas no mundo, como um edifício de 20 pavimentos utilizando exclusivamente o sistema de construção em alvenaria estrutural armada”.A alvenaria estrutural é o método de construção que não utiliza vigas ou pilares como base de sustentação. “O projeto é sustentado pelas próprias paredes”, explica o engenheiro, também instrutor.EngenheirosDaniel Forni é engenheiro civil e trabalha com alvenaria armada. A empresa em que trabalha recebeu o convite do Sinduscon e o profissional achou que a oportunidade ampliaria seu conhecimento sobre o assunto.Daniel diz que a palestra acrescentou importantes informações às que já tinha. “Acho importante ter contato com novas concepções de cálculo e projeto. Achei interessante rever essa visão ampla que a universidade passa, mas agora com a experiência adquirida com a rotina de trabalho”.O engenheiro Rogério Bastos viajou de São Carlos especialmente para assistir à explanação. Ele, que trabalha na Divisão de Obras da Universidade de São Paulo sediada em São Carlos, não perde oportunidades que aumentem seu grau de conhecimento.“Acho importante ser um profissional antenado, isso independente da profissão”, explica Bastos, que tem por hábito viajar para participar de palestras. “O tema abordado nesta palestra merecia até mais de um dia de dedicação”.PESQUISASão Carlos terá encontro sobre concreto pré-moldadoCom apoio do SindusCon-SP, o 1º Encontro Nacional de Pesquisa-Projeto-Produção em Concreto Pré-Moldado (CPM) acontecerá nos dias 3 e 4 de novembro, no Anfiteatro de Convenções Jorge Caron EESC, em São Carlos. O evento tem como objetivo promover a integração entre o setor produtivo e os meios acadêmicos.Segundo os organizadores do evento, esta integração é importante para os dois setores. Por um lado, o setor produtivo toma conhecimento das pesquisas em desenvolvimento pelo setor acadêmico. Por ouro lado, o setor acadêmico toma conhecimento das necessidades do setor produtivo. Desta forma, as pesquisas geradas pelo setor acadêmico estariam em melhores condições de serem transferidas pelo setor produtivo, com um grande benefício para a indústria nacional ou regional, conforme o caso.O encontro será promovido pelo Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos da USP e pela Engenharia Civil da UFSCar.O setor acadêmico será representado por pesquisadores de todo o país, incluindo professores, alunos de pós-graduação e alunos de graduação. O setor produtivo será representado pelos projetistas de estruturas, por fabricantes de equipamentos e produtos empregados em CPM e pelas empresas de produção de estruturas de CPM.O encontro terá apoio de outras diferentes entidades. Mais informações devem ser obtidas no site www.set.eesc.usp.br/1enpppcpm/.

23 de outubro de 2005

Bairro pode perder perfil residencial.

Nicola Tornatore foto: F.L.Piton/A CIDADESob a liderança da Amor (Associação dos Moradores da Ribeirânia), entidade que há mais de dez anos luta pela manutenção do caráter residencial do bairro, está sendo formada uma “frente ampla” entre associações representativas de bairros que podem ser afetados por um projeto de lei apresentado recentemente na Câmara Municipal.Protocolado na Câmara Municipal no dia 27 de setembro, o PLC (Projeto de Lei Complementar) de nº 1381, de autoria do vereador Cícero Gomes da Silva, revoga a Lei Complementar de nº 323, de 9 de março de 1994, do então vereador Valério Veloni. Para o presidente da Amor, Ivens Telles Alves, o PLC 1381 tem um único e grande objetivo – revogar o artigo 2º da Lei Complementar 323. “É muito simples de entender: o artigo 2º daquela lei do Valério Veloni diz expressamente que as características de um loteamento, quando devidamente registradas em cartório, não podem ser alteradas por leis posteriores à data daquele registro. Em outras palavras, essa lei de 1994 impede, por exemplo, que a Câmara resolva que determinada rua de um bairro residencial pode passar a receber estabelecimentos comerciais”, explica Alves.Sob medida - Segundo ele, o projeto de lei complementar parece ter sido feito sob medida para viabilizar, de uma vez por todas, a liberação do comércio na Ribeirânia. “Só que, além da Ribeirânia, a tentativa do sr. Cícero Gomes da Silva afeta pelo menos outros quinze bairros, que também têm seu memorial descritivo registrado em cartório. Se essa lei passar, ninguém desses bairros estará livre do risco de descobrir, de uma hora para outra, que seu novo vizinho é um estabelecimento comercial daqueles que atormentam e afugentam toda uma vizinhança”, sustenta Alves.Segundo o presidente da Associação dos Moradores da Ribeirânia, a revogação da Lei Complementar nº 323 é a forma que está sendo encontrada pelos defensores da liberação do comércio em bairros residenciais para evitar que o Tribunal de Justiça declare a inconstitucionalidade das tentativas anteriores de por fim ao caráter exclusivamente residencial de vários bairros. Desde que teve início a polêmica envolvendo a Ribeirânia, há mais de dez anos, a Câmara Municipal fez três tentativas de legalizar a presença de estabelecimentos comerciais naquele bairro. Nenhuma delas prosperou – por ação do Ministério Público (Promotoria da Habitação), o Tribunal de Justiça de São Paulo já declarou inconstitucionais duas dessas leis, e o processo relativo à terceira aguarda sentença. Por isso, os estabelecimentos comerciais e de serviços lá localizados continuam sujeitos a interdição administrativa por parte da Prefeitura – medida que, segundo a Amor, a administração municipal vem protelando ao máximo.16 bairros da cidade podem ser afetadosSão os seguintes os bairros cujos loteamentos estão registrados em cartório e que podem ser afetados em caso de aprovação do projeto de Lei Complementar apresentado pelo vereador Cícero Gomes da Silva: Planalto Verde, Jardim Santa Luzia, Cidade Universitária, Parque das Figueiras, Jardim Florida, Jardim Nova Aliança, Jardim Canadá, City Ribeirão, Lagoinha (que tem uma parte exclusivamente residencial), Jardim Palmares, Cândido Portinari, Parque dos Pinus, Jardim Recreio, Royal Park e Jardim Califórnia.Busca de contato - Ivens Telles Alves, presidente da Associação dos Moradores da Ribeirânia, está buscando contato com as associações de moradores dos demais bairros. “Vamos organizar uma frente ampla e comparecer em peso, na Câmara Municipal, na próxima terça-feira. Mesmo que o PLC nº 1381 não tenha previsão de votação nessa data, vamos ao Legislativo para conversar com os vereadores e impedir aprovação desse projeto, que é uma verdadeira barbaridade”, disse. Ele informou que vai contatar também o promotor Antonio Alberto Machado, da Promotoria da Habitação, solicitando alguma medida cautelar contra o Projeto de Lei Complementar nº 1381.A reportagem tentou, mas não conseguiu contato com o vereador Cícero Gomes da Silva. Em seu escritório e na assessoria de imprensa da Câmara Municipal, a informação foi de que ele estava ontem fora de Ribeirão, em viagem.

15 de outubro de 2005

Governo veta ampliação do FGTS na habitação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou, integralmente, o projeto de lei aprovado pelo Congresso que permitia o uso de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na compra de imóveis em qualquer sistema de financiamento habitacional.Hoje, o mutuário só pode sacar recursos da sua conta no fundo para quitar ou amortizar empréstimos dentro das regras do Sistema Financeiro de Habitação.Entre os efeitos práticos do projeto, estaria o fim do teto para o valor de avaliação do imóvel --uma das atuais exigências para uso dos recursos do fundo. Pelas normas do SFH, um mutuário não pode usar seu saldo do FGTS para quitar ou amortizar o saldo devedor de imóveis cujo valor de avaliação supere R$ 350 mil.Os ministérios da Fazenda e das Cidades orientaram o Planalto a vetar o projeto com a justificativa de que a mudança permitiria a "sangria de recursos do FGTS em fluxo invertido: dos mais necessitados para os mais abastados".O entendimento é que a proposta poria fim a "amarras" e elevaria os saques do FGTS, o que "comprometeria a finalidade do fundo como fonte de financiamento de políticas públicas voltadas para habitação e saneamento".O veto agora segue para apreciação do Congresso, que pode derrubá-lo. Pelos cálculos do Executivo, as contas com valores acima de cem salários mínimos (R$ 30 mil) representam cerca de 32% do saldo total das contas do FGTS.Caindo o valor-limite do imóvel (R$ 350 mil) como propõe o Legislativo, ficaria mais fácil para os trabalhadores com renda mais alta usar o saldo do FGTS na compra de imóvel financiado."O projeto de lei apresenta como inconveniente a falta de um valor-limite do imóvel para efeito de utilização do FGTS, porquanto abriria a possibilidade de uso do fundo eminentemente social para compra de um imóvel de qualquer valor em franca contradição com a história do fundo", diz o Executivo nas razões do veto.Juros maioresO governo também destaca que as operações, que hoje são limitadas pelo SFH a juros anuais de 12%, poderiam chegar a 15% a 18%, como ocorre nos financiamentos da carteira hipotecária."O projeto deslocará recursos do FGTS para carteiras imobiliárias diversas, inclusive para operações habitacionais lastreadas em recursos próprios, tirando recursos do SFH que têm como foco as operações com imóveis de menor valor."No projeto de lei --que modifica apenas um artigo da legislação do FGTS--, o Congresso condicionava o uso do FGTS em qualquer financiamento habitacional, desde que o mutuário não fosse dono de outro imóvel. O texto ainda afirmava que deveriam ser observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador do FGTS para uso dos recursos.Do total de recursos do FGTS, R$ 78 bilhões estão aplicados em habitação e saneamento. Nos últimos dez anos, ressalta o veto, o fundo direcionou mais de R$ 24 bilhões para habitação, o que corresponde a 61% das moradias financiadas pelo mercado.Segundo a secretária nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, o veto objetiva fazer valer a lei do FGTS. "O fundo foi criado com um direcionamento, que é atender a política nacional de habitação, voltada para as famílias de mais baixa renda. Sancionar esse projeto seria desviar a natureza do fundo."

15 de outubro de 2005

Feirão oferece nove mil imóveis.

Na próxima quarta-feira, feriado nacional, Ribeirão Preto recebe o Feirão Nacional da Casa Própria que colocará à venda 3.521 residências novas e 5.400 usadas na cidade e região. O evento será realizado no Novo Shopping até o próximo dia 14.O gerente de Mercado de Habitação da CEF (Caixa Econômica Federal) na região de Ribeirão Preto, Celso Javorski explica que o Feirão busca estimular a demanda por crédito habitacional, já que o orçamento para 2005, com recursos próprios da Instituição, FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e OGU (Orçamento Geral da União), ultrapassa R$ 10 bilhões.Em julho foram adotadas medidas para agilizar e melhorar a concessão de empréstimos. Para ele, a principal vantagem é que “será possível, num único local, financiar e comprar o imóvel”.O objetivo é que o Feirão seja realizado em 13 cidades diferentes do país, com entrada gratuita e realização das 10 às 21 horas.O crédito é pré-aprovado e o dinheiro é liberado quando o cliente quitar as dívidas e comprovar que resolveu as pendências. As entrevistas de crédito, feitas para avaliar o perfil do mutuário, também foram simplificadas, mantendo apenas perguntas sem a necessidade de comprovação dos dados.Em caso de restrição cadastral, já é possível receber a aprovação do empréstimo, de forma condicional.FeirãoO gerente de vendas da imobiliária Piramid, Antônio Carlos Peixoto, explica que todos os imóveis – novos, usados, na planta e retomados – poderão ser financiados pela Caixa. “Os imóveis usados poderão ter até 90% do valor financiado e os novos até 100%”.Serão montados estandes, tanto da Caixa quanto das imobiliárias e construtoras, onde os interessados terão acesso a todos os procedimentos para a compra no próprio local do Feirão, incluindo a assinatura do contrato de financiamento, avaliação de engenharia, recolhimento de guias nos dias 13 e 14 – em horário bancário – e até consultas nos cartórios de imóveis e de protestos.A Caixa montará uma estrutura com 20 guichês de atendimento, nos quais também serão dadas informações gerais sobre a concessão de crédito, abordando os prazos, taxas de juros, análise cadastral, sistema de amortização, utilização e consulta de saldo do FGTS, além da simulação de cálculo do empréstimo de acordo com a renda familiar entre outros. No caso de utilização de recursos do FGTS, a transação deverá estar enquadrada em suas regras. O Feirão será divido em duas zonas. A primeira, da Caixa, apresentará imóveis integrantes de 18 empreendimentos habitacionais novos e em construção, totalizando 1.440 unidades, já com financiamento pré-aprovado em Ribeirão e região, e 1.785 casas para arrendamento em Ribeirão Preto, além de 345 unidades de Franca, Araraquara, São Joaquim da Barra e Sertãozinho.Em outro espaço do evento, 24 imobiliárias oferecerão cerca de 5.400 casas e apartamentos, cuja avaliação poderá ser feita no dia por engenheiros credenciados da Caixa. Outro ponto de interesse deve ser gerado pelos imóveis retomados pela Caixa, que serão vendidos por corretores habilitados no estande do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis.Imobiliárias esperam sucessoEmbora seja a primeira edição de um evento como este na cidade, a movimentação das empresas ligadas ao mercado imobiliário mostra expectativas positivas. “Pudemos notar isso mesmo através até de pessoas que querem vincular seus imóveis à imobiliária para vender no Feirão”, explica Antônio Carlos Maçonetto, presidente da Associação de Corretores de Imóveis de Ribeirão Preto e diretor do grupo Maçonetto – que vai participar do evento com seis imobiliárias.Mesmo assim, Maçonetto diz que a estréia do Feirão deixa os profissionais do setor instigados. “Não sabemos o que vai acontecer, mas a expectativa é muito positiva”, afirma.Para ele, o sucesso depende muito mais da Caixa Econômica que das imobiliárias e construtoras. “Essas empresas estão trabalhando pesado, mas é fundamental a presença de um órgão financeiro para que um evento como este funcione”, afirma o diretor.Segundo Maçonetto, entre apartamentos e casas a oferta de imóveis está dividida “e trabalhamos mais com imóveis usados, de terceiros”.Adiantando a negociaçãoQuem quer chegar ao Feirão com a Carta de Crédito de financiamento na mão, para apenas escolher o imóvel, pode entrar em contato desde já com uma das 10 agências da CEF em Ribeirão Preto e agendar um horário de atendimento. Para obter a Carta de Crédito nas agências ou no próprio Feirão, devem ser apresentados os seguintes documentos do proponente e cônjuge:- RG e CPF;- Três últimas contas de águas, luz e telefone;- Três últimas contas de aluguel e condomínio (se são pagos pelo cliente);- Três últimos comprovantes de renda (cópia e originais).Caso haja a necessidade de utilizar o FGTS na compra, devem ser levados também:- Extrato atualizado da conta do FGTS;- Cópia das seguintes páginas da Carteira de Trabalho: da foto, do nome, do contrato de trabalho atual e da página de opção pelo FGTS;- Última declaração do Imposto de Renda ou de Isento.SurpresasOs representantes da imobiliária Piramid também têm boas expectativas quanto ao resultado do Feirão. A imobiliária oferecerá cerca de 1.700 imóveis, entre novos e usados, com valores que variam de R$ 26 mil a R$ 800 mil.Para o diretor da imobiliária, Adair Porfírio da Silva, o Feirão servirá como estímulo para as vendas, que devem continuar mesmo depois do Feirão. “O Feirão deverá ‘startar’ um novo processo de vendas, servirá como um catalisador para alavancar as vendas posteriormente”, explica o diretor.Segundo Adair, o que mais assusta os compradores é a burocracia. “A Caixa irá diminuir a burocracia durante o Feirão. Como é o primeiro evento realizado na cidade, não sabemos como o público irá reagir, mas apostamos que dará certo”, explica. Para o gerente de vendas, Antônio Carlos Peixoto, os interessados em adquirir um imóvel devem aproveitar as baixas taxas de juros. “As pessoas não sabem, mas quem ganha até R$ 1,5 mil pagará uma taxa de juros de apenas 6% ao ano”.A Caixa permite que em cada estande apenas três corretores fiquem de plantão. “Trabalharemos com um esquema de rotatividade. Quando um corretor sai para mostrar o imóvel ao cliente, outro entra no lugar”, explica Antônio. Além de investir em atendimento, a imobiliária promete surpresas para sua estada no Feirão. “Mas não posso adiantar nada, ou deixa de ser surpresa”, explica Antônio.Fortes vendasPara Carlos Henrique Fortes Guimarães, diretor da imobiliária Fortes Guimarães, os valores de comercialização serão bem variados. “As pessoas de renda mais baixa já sabem que podem utilizar financiamentos. Acredito que quem ganha mais terá a oportunidade de enxergar uma nova forma de negociação”.Ele acredita que o Feirão representa “uma porta que se abre para um mercado que tem sofrido esse ano com as inseguranças do país”.Também para venderQuem tem imóvel residencial para colocar à venda, deve entrar em contato com uma das imobiliárias que participarão do Feirão. São elas: Biografia da Terra, BCF Empreendimentos, Canadá Imóveis, Dínamo, Dinardi Imóveis, Flávia Imóveis, Fortes Guimarães, Garcia Lima, Habiteto, ImovLeão, J. Ruiz, Maçonetto, Magna Imóveis, Mult Imóveis, Mundial Imóveis, Nanci Imóveis, Open House, Piramid Imóveis, Santos Dumont, S&R Imóveis e Tonimóveis

10 de outubro de 2005

Análise: Diferentes aplicações.

Imóveis sempre foram uma opção de investimento tanto no Brasil como em todo país que busca o regime capitalista.Mas, há imóveis e imóveis. Até recentemente, investir em apartamento era uma boa opção. Apartamento e todo imóvel sobre o qual incida a taxa denominada de condomínio. Claro que há apartamentos que ainda representam excelente alternativa de investimento, de aplicação de capitais. Mas é preciso atentar para o que se segue.Se o investimento em imóveis sobre os quais incide taxa de condomínio for para uso próprio, a escolha pode estar correta. Inclusive na maioria das vezes, está. A pessoa, digamos, optou por imóvel com fins não residenciais para, ali, instalar uma unidade produtiva, uma empresa. No caso, terá rendimentos – pelo menos deduz-se e espera-se – para inclusive efetuar o pagamento extra do condomínio. E se optou por imóvel residencial, sobre o qual também incide esta taxa, certamente fez a opção em busca de conforto, tranqüilidade, segurança. Aí está perfeito, correto.Agora, se a escolha for para aplicação de capitais visando a rendimentos, então é preciso mais cautela no momento da aplicação.Todos sabemos da crise que acomete – como nunca se viu – o mercado de locação. É conseqüência da crise econômica que atinge, sobretudo, as empresas muito pequenas (micro) e pequenas. Ora, com as empresas em crise, a locação residencial igualmente padece de insuficiência de procura. No tempo em que o apartamento ou o imóvel nas condições acima descritos ficar vago, não locado, evidente que o proprietário, além de não ter rendimentos, ainda terá uma despesa não desprezível de manutenção do imóvel, de IPTU e de condomínio. Claro? Antônio Vicente Golfeto  

10 de outubro de 2005

Caixa ainda tem R$ 5 bi para financiamento.

foto: Weber Sian/A CIDADEA CEF (Caixa Econômica Federal) informou ontem que emprestou R$ 5 bilhões para compradores de imóveis entre janeiro e setembro deste ano.Apesar de os financiamentos terem deslanchado nos últimos meses, com a realização de feirões e a campanha de marketing estrelada pelo jogador de futebol Raí, o banco precisa emprestar no último trimestre do ano os mesmos R$ 5 bilhões disponibilizados entre janeiro e setembro para cumprir a meta de financiamento habitacional de 2005, de R$ 10 bilhões.Mesmo que não cumpra a meta, sozinha a Caixa já emprestou quase o dobro de recursos que todos os outros bancos brasileiros para compradores de imóveis. Segundo estimativa da Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário), as instituições financeiras brasileiras, com exceção da Caixa, já destinaram R$ 2,9 bilhões para a área habitacional neste ano.Unidades - Em número de unidades, a Caixa financiou até setembro 223 mil imóveis, contra as 35 mil unidades financiadas por todo o setor privado. Nos primeiros dias de outubro, os números já ultrapassam a marca das 262 mil unidades habitacionais financiadas pelo banco.Como forma de divulgar a existência de recursos disponíveis para a compra de imóveis, além da campanha publicitária com Raí, a Caixa tem distribuído nas agências cartilhas que explicam passo-a-passo como tomar um financiamento habitacional.Outra forma encontrada para fomentar o crédito tem sido a realização de feirões da casa própria em diversas cidades brasileiras. [Na próxima quarta-feira, dia 12, por exemplo, o evento será realizado no NovoShopping, em Ribeirão Preto.] Nos eventos já realizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, mais de 180 mil pessoas visitaram os feirões, onde foram assinados 1.738 contratos, equivalentes a um montante de R$ 124 milhões. Foram também encaminhados 11.564 negócios, em um valor aproximado de R$ 962 milhões. Outros 739 imóveis de propriedade da Caixa foram vendidos, o que representou um volume de negócios próximo a R$ 26 milhões. (Folhapress)

08 de outubro de 2005

Conversa e tarefas evitam "aborrecências" .

Conviver com adolescentes em condomínios é tão ou mais difícil que dentro de casa ou na escola. Longe do olhar vigilante dos pais e dos professores, surgem problemas como namoro nas áreas comuns, bate-papo até altas horas, música em alto volume, desrespeito a funcionários, vandalismo e até consumo de drogas nas dependências do prédio.Muitos síndicos encontram soluções simples para esses problemas, baseadas sobretudo no diálogo e na atribuição de responsabilidades ao adolescente. Foi o que fez a bancária Telma Fátima dos Santos, que gerencia um prédio na Vila Prudente (zona leste) com 600 condôminos, dos quais ao menos 50 são jovens."Tínhamos muitos casos de pequenos atos de vandalismo, como esvaziar extintores e quebrar o painel do elevador. Resolvemos fazer festas dentro do condomínio e chamar os jovens para participar da organização. Dessa forma, eles passaram a se sentir responsáveis pelo espaço." A iniciativa surtiu efeito, e as ocorrências de vandalismo diminuíram."Em alguns edifícios, fizemos uma eleição para síndico-mirim. Eles mesmos ajudam a criar e a manter as regras e vigiam uns aos outros", testemunha Vânia Dal Maso, gerente-geral da Itambé Administradora.As próprias administradoras orientam os síndicos nessas questões. Rodrigo Matias, da Matias Imóveis, sugere o diálogo: "De preferência, primeiro com o adolescente, antes de envolver os pais. Há um caso de uma família que se mudou depois de todo mundo ficar sabendo que o adolescente havia praticado sexo na escada do edifício. Isso não é legal", conta.O síndico Wanderley Diaconiuc tenta seguir o conselho de Matias no condomínio em que vive, na Vila Alpina (zona leste), onde há pelo menos cem adolescentes. Mas, como nem sempre dá certo, ele encontrou outra maneira de acabar com o excesso de intimidade nas escadas de emergência."Eu subo até o último andar de elevador e desço os degraus com uma lanterna e calçando só meias, para evitar que os adolescentes escutem meus passos", relata.Suzana Panzoldo, especialista em psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae e acostumada a lidar com adolescentes, explica que geralmente eles não incomodam os moradores por mal. "O adolescente está em formação e precisa aprender muito sobre o espaço dele e o espaço do outro", explica.DiálogoPanzoldo concorda que o melhor caminho é o da conversa. "Impor regras muito restritivas convida o adolescente a transgredi-las. A forma mais acessível de fazer com que ele as aceite é ganhar sua confiança, sem imposições autoritárias, e não exagerar nas proibições", sugere.No conjunto de prédios onde o advogado Carlos Elias é síndico, no Tatuapé (zona leste), as ocorrências relacionadas a adolescentes não são poucas, mas facilmente contornadas. Pai de um adolescente de 14 anos e de um menino de oito anos, Elias costuma conviver com os jovens: "Jogo bola na quadra com os meninos. O relacionamento fica mais fácil, tudo é resolvido primeiro na base da conversa. Os pais só são chamados se a coisa é mais grave".Ele conta que, certa vez, um adolescente pichou uma parede e foi identificado através das câmeras de segurança."Em vez de cobrar uma multa dos pais, fiz um acordo com o menino, pedindo que ele limpasse o local em um horário em que os outros pudessem vê-lo fazendo isso, para dar o exemplo. Ele topou, e ficamos amigos."Para evitar essas dores de cabeça, as construtoras tentam cortar o mal pela raiz: "Se é um condomínio projetado para famílias, criamos áreas de lazer próprias para os jovens, de modo que não incomodem os outros moradores. Já há edifícios onde o salão de festas fica no subsolo", conta Ellen Sum, gerente de operações da administradora Hubert.

02 de outubro de 2005

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