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Seguranças tomam o lugar de porteiros em condomínios.

Quando se fala em prédios, é difícil não imaginar logo em seguida a figura do porteiro. Mas, por contenção de custos ou para reforçar a segurança do condomínio, sua cadeira cativa na guarita começa a ser ameaçada.Em um ano marcado pela ameaça de arrastões em edifícios de alto padrão, cresceu a contratação de vigias treinados por empresas de segurança, dizem duas das maiores empresas do ramo.Na Haganá, o número de condomínios que contrataram os serviços de segurança cresceu 30% neste ano em relação a 2004. "No setor, o aumento foi de 15% a 20%", estima José Antonio Caetano, 43, diretor comercial.Os números da Fort Knox mostram variação maior: até setembro, a carteira de residenciais ficou 75% maior em comparação com o mesmo período de 2004.São profissionais que começam a rondar a guarita. Segundo a Haganá, 70% dos condomínios que a contratam trocam o porteiro pelos seguranças. Na outra ponta, o Sindifícios (Sindicato dos Empregados de Edifícios de São Paulo) não sente que aumentaram as demissões de porteiros. Segundo o presidente Paulo Roberto Ferrari, 46, o número de dispensas mensais de porteiros em prédios e em condomínios caiu de 600 para 250 nos últimos cinco anos.Sem porteiroPor outro lado, existem prédios que dispensam o porteiro para reduzir o custo do condomínio. São geralmente de médio e baixo padrões, mas também sentem a ameaça de assaltos."Aqui, assalto já virou rotina", conta um zelador do bairro do Paraíso (zona sul), de condomínio sem porteiro, que não quis se identificar. No prédio em que mora a analista de sistemas Glaucia Pelaquin, 34, não há porteiro nem zelador. Ela conta que achou seu apartamento vazio ao chegar em casa, após longo dia de trabalho."O que mais me intriga é o fato de ter acontecido durante o dia. Dois carros pararam e levaram tudo", relembra Pelaquin.O síndico Flávio Stefani, 41, teve o apartamento arrombado em um prédio sem porteiro nem sistema de segurança. Mesmo assim, continua cético quanto à contratação de um funcionário. "Pode facilitar a entrada do marginal."Segurança eletrônicaUm modo de proteger o prédio quando não se pode contar com um porteiro é recorrer a aparatos eletrônicos de segurança.O engenheiro e técnico da HDL (www.hdl.com.br) Ronaldo Piassaroli, 41, aponta o porteiro eletrônico (comunicação por interfone) como boa saída.O videoporteiro é mais caro, mas permite melhor identificação de quem toca a campainha. Como complementos, especialistas indicam fechadura elétrica para o portão social e portão automático com controle remoto. Piassaroli diz ser indispensável um sistema com câmeras e TV."Um sistema de câmeras e TV sem gravação não adianta nada", alerta. Ele cita ainda o sistema de antena coletiva, no qual todos os apartamentos ficam conectados à antena do condomínio e podem ver o que acontece na portaria.No entanto, segundo as próprias fornecedoras de sistemas eletrônicos, o porteiro é imprescindível. Para elas, nada substitui a intuição e os olhos do profissional. Uma opção é contratar porteiros treinados em hábitos de segurança.

15 de novembro de 2005

Pechincha de leilão encarece na Justiça.

À primeira vista, parece uma excelente oportunidade --apartamentos que, retomados de inadimplentes pelo banco, são revendidos em leilões com desconto de até 88% de seu valor de mercado. Só que o negócio pode virar um "mico" se, por exemplo, o morador não sair do imóvel."Deve-se considerar o custo extra que poderá surgir com advogado no caso de o antigo comprador ter de ser tirado de lá", adverte o consultor Feliciano Giachetta, 51, da FGI Negócios Imobiliários.E esse não é o único contratempo possível. "Mesmo desocupado, o bem pode estar em discussão na Justiça, e se a ação movida pelo antigo mutuário for considerada procedente, o novo comprador terá de sair do imóvel", contextualiza Marcelo Donizetti, presidente da Ammesp (Associação de Mutuários e Moradores do Estado de São Paulo).Riscos na paredeOutro risco diz respeito ao estado em que o ex-morador deixará o apartamento. "Pode sair meio brigado e danificar o imóvel", alerta Giachetta. Ele relata que já presenciou o caso de um imóvel retomado em que o ex-proprietário riscou paredes e cortou os fios das caixas dos interruptores.Os imóveis retomados geralmente são negociados em leilão público. "O banco faz um edital, publicado em jornal, e especifica se o bem está ocupado, se há irregularidades de escritura ou processo na Justiça", detalha Décio Tenerello, 60, presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). "É negócio seguro."Como garantia, é recomendável levantar toda a ficha do imóvel e de seus proprietários em cartório de registro, no Fórum central e na prefeitura.Mas são justamente os apartamentos com problemas os que têm os melhores preços. "O abatimento chega a 40% se o imóvel está ocupado", estima Armando Trivelato Filho, 59, diretor-executivo do Bradesco. "Mas deixamos claro que o comprador assume o risco de resolver a questão."Na Caixa Econômica Federal, os descontos nas vendas dos imóveis retomados variam de 16% a 88%. Em 2004, foram comercializadas 1.728 unidades, das quais 1.125 estavam ocupadas. Hoje há 1.700 ofertas no site www.caixa.gov.br.Negociação amigávelPara retirar do imóvel o antigo proprietário, caso ele não queira sair ou entrar em acordo, é necessário mover uma ação de reintegração de posse, que, com recursos, "chega a se prolongar por anos", calcula o advogado imobiliário Luiz Kignel, da Pompeu, Longo, Kignel & Cipullo.Em um caso extremo, o comprador pode perder o investimento após a batalha judicial. "Nesse caso, pode-se acionar o banco por perdas e danos", orienta Kignel.Antes de fechar negócio, uma dica é tentar negociar amigavelmente com o ocupante do bem. Foi o que fez o consultor jurídico da ABMH (Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação), Amauri Bellini, 43. Ele conseguiu, em um leilão, economizar cerca de 18% na compra de um apartamento de três quartos no Butantã."Estava ocupado por um inquilino. Dei a ele um prazo de 60 dias para que saísse do imóvel. O banco arcou com os condomínios atrasados."

15 de novembro de 2005

Creci ameaça 150 corretores.

Nicola Tornatore foto: Weber Sian/A CIDADEParte dos corretores de imóveis que atuam na cidade de Ribeirão Preto está sendo notificada pelo Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis/2ª Região) para que regularize o pagamento de anuidades atrasadas. Quem não o fizer estará sujeito a processo administrativo que pode culminar na suspensão do registro profissional. Simultaneamente, o profissional é alvo de ação de execução fiscal movida pelo Creci na Justiça Federal. E se um corretor nessa situação for flagrado exercendo a atividade, estará cometendo uma infração ao artigo 205 do Código Penal.Sinésio Donizetti Nunes Rodrigues, delegado regional do Creci, informa que cerca de 150 dos 650 corretores de imóveis existentes em Ribeirão Preto estão em situação irregular perante o órgão. “A definição dos valores da anuidade e a forma de cobrança são atribuições do Cofeci (Conselho Federal de Corretores de Imóveis)”, destaca.A anuidade 2005 era de R$ 343,00, se paga no primeiro trimestre do ano (à vista ou parcelada). Agora, em novembro, com as correções previstas em lei, o valor da anuidade passou para R$ 386,00.A emissão, pelo Creci, de notificações aos inadimplentes ocorre ao longo do ano, uma vez que envolve também quem está devendo anuidades de exercícios anteriores.Os corretores que não são localizados via Correios são oficialmente comunicados por meio de edital publicado no jornal “O Estado de S. Paulo”.Prazo de 15 diasAnicéia Furquim, do Departamento de Imprensa do Creci-SP, informou ontem que uma resolução do Cofeci (nº 761/02) estabeleceu “procedimento sumário para cancelamento administrativo de inscrição de pessoas físicas e jurídicas inadimplentes com anuidades”.O artigo 1º prevê o cancelamento da inscrição de pessoas físicas e jurídicas que estejam em débito de duas ou mais anuidades. O prazo para a regularização é de quinze dias. E mesmo quem chegou a ter o registro suspenso, pode reativá-lo a partir do pagamento dos débitos: “A inscrição será automaticamente restaurada desde que satisfaça integralmente o débito corrigido”.O cancelamento da inscrição de profissionais inadimplentes não é considerado uma punição disciplinar. Segundo a resolução do Cofeci, “é mero ato administrativo de saneamento cadastral”.Sindicato dos corretores diz que cobrança é ilegalO SCIRRP (Sindicato dos Corretores de Imóveis da Região de Ribeirão Preto), que representa profissionais de 62 cidades, sustenta que a cobrança da anuidade pelo Creci é ilegal. Segundo Washington Barretto, presidente do sindicato, o valor correto é R$ 38,00. “Isso é um tributo, ficou cotado em R$ 38,00 quando surgiu a Ufir, e ela está estabilizada. Quem pode aumentar é o governo, e o governo não aumentou”, diz.Barretto informa que desde 1998 o sindicato briga na Justiça contra o valor da anuidade cobrada pelo Creci. “Temos várias sentenças favoráveis de primeira instância. E como o Creci recorreu ao Tribunal Regional Federal e ainda não há sentença de mérito, o valor está sub judice. Ou seja, a cobrança não pode ser feita”, afirma. Barretto recomenda aos profissionais que depositem o valor de R$ 38,00 em juízo e ingressem com ações na Justiça.“Temos doze ações individuais, todas elas com resultado favorável. Nas outras ações, existem liminares em vigor, favoráveis ao valor de R$ 38,00. Eles (o Creci) não podem cobrar outro valor e muito menos proceder a execução fiscal dos supostos inadimplentes, uma vez que a questão está sub judice”, argumenta Barretto.Segundo ele, com a correção imposta pelo Creci, profissionais com anuidades em atraso estão sendo cobrados em vários milhares de reais. “Quem quiser orientação jurídica pode procurar o SCIRRP”, destaca. O sindicato fica na rua Cerqueira César 422, 5º andar, Centro.

08 de novembro de 2005

Recuperados e adequados.

Carla Monique Bigatto foto: F.L.Piton/A CIDADEÉ muito difícil para uma empresa encontrar o imóvel perfeito e com localização ideal para desenvolver sua atividade. Por isso muitos empresários que pretendem se instalar em Ribeirão procuram construtoras para adequar imóveis de acordo com suas necessidades.Uma das principais construtoras que trabalham com esse tipo de adequação na cidade hoje é a CBN, de Marcelo Calil de Oliveira. Segundo ele atualmente mais de dez obras de adequação de grande porte estão sendo feitas, em Ribeirão Preto, simultaneamente. “Isso sem contar as pequenas. Esse número é impossível de se obter”. A tendência de instalação das novas empresas são os bairros do Boulevard e Alto da Boa Vista. A localização abrange clientela de padrão financeiro mais elevado, pretendido por essas empresas. Embora esses locais apresentem construções mais amplas, dificilmente um imóvel possui as medidas adequadas para as empresas.Segundo Marcelo Calil, essas empresas precisam de locais muito amplos, praticamente sem paredes, onde podem ser instaladas diversas formas de divisão do ambiente. Mas ele diz que quebrar paredes é uma das maiores dificuldades encontradas nesse tipo de obra, já que esses imóveis são quase todos da mesma época, erguidos com a mesma técnica de construção.Alvenaria auto-portanteA técnica de construção mais utilizada na época em que tais imóveis foram levantados era a alvenaria auto-portante. Nela, a carga da construção é dividida entre as paredes, vigas e pilares, ou seja; para que uma parede seja quebrada para ampliar um cômodo, são necessários muitos cálculos, ou todo o imóvel pode vir abaixo. Um dos exemplos citados por Marcelo foi a obra de readequação que sofreu o edifício onde hoje funciona a lan house ‘Monkey Games’, na Presidente Vargas. “Tivemos que escorar o segundo andar e demolimos todas as paredes do andar de baixo. Um erro e todo o imóvel cairia”, explica o empresário.Para segurar a estrutura, a construtora utilizou vigas metálicas. Hoje o prédio possui um amplo salão onde ficam dispostos os computadores. O espaço onde havia piscina e jardim foi coberto e uma nova sala foi montada.REMODELAÇÃO: Apenas estrutura de clínica foi mantidaA clínica e academia de ginástica Corpore é um dos exemplos mais claros de adequação de imóveis. O proprietário não tinha herdeiros e o imóvel foi comprado por um investidor, fato muito comum no mercado de imóveis comerciais atualmente.A construtora de Marcelo trabalhou por cerca de quatro meses na casa, que teve conservada apenas sua estrutura e uma pequena parte do piso externo. Também construído em alvenaria auto-portante, o imóvel teve alguns espaços ampliados com a ajuda de vigas metálicas e de concreto. “Transformamos um ambiente antigo em arquitetura atual adaptando para a atividade da empresa e em pouquíssimo tempo”, conta Marcelo Calil.A clínica e academia, original de São José do Rio Preto, mudou-se quando a obra ficou pronta, há cerca de um ano e meio. O imóvel teve também novos espaços criados, como a sala de ginástica e de fisioterapia, construídas sobre um antigo jardim.Esse novo galpão foi estruturado com pé direito duplo, para aumentar a ventilação do ambiente. “Só aqui dá para notar a emenda entre antigo e novo porque dificilmente se nota essa diferença”, explica Calil.J. SafraOutro exemplo de reestruturação é o endereço do banco J. Safra, novo em Ribeirão. A estrutura era de uma antiga revenda de carros na avenida Presidente Vargas. Depois de quase todo remontado, o imóvel promete abrigar a mais luxuosa agência bancária da cidade.Marcelo explica que a tendência de adequações de ambientes comerciais deve obrigatoriamente agregar estacionamento. “O estacionamento é um dos principais diferenciais buscados por grandes empresas. Deve-se prestar atenção também nas exigências de pessoas com necessidades especiais, como banheiros adaptados e rampas de acesso”, conta.O processo é relativamente rápido. Obras como a do futuro J. Safra precisam de três meses para ficar prontas. A previsão é de que o banco inicie suas atividades ainda neste mês.AluguelQuase todos os imóveis comerciais adequados para novas atividades são alugados. Marcelo Calil explica que não é o proprietário, e sim quem aluga, que normalmente arca com as despesas da obra e combina abatimentos ao longo dos contratos de aluguel, mais longos que os residenciais.MUDANÇA: Casa recebeu vigas de concretoO antigo imóvel no Boulevard, depois de uma abrangente reforma, se transformou em loja, e agora acumula novas atividades. Os proprietários e idealizadores da Gili Design, Patrícia Borges e Pedro Crispin, tiveram de contratar outro engenheiro porque a obra parecia inexecutável. “As pessoas diziam que era melhor demolir e construir um lugar novo”, conta Pedro.A casa com quase 50 anos de idade teve de receber quatro vigas de concreto para que as paredes agüentassem a nova estrutura sem desmoronar. Muitos cômodos tiveram paredes extraídas para ampliar o espaço que serve como mostruários para as peças de decoração.O jardim original tinha piso pavimentado com cacos de piso vermelho, retirados e substituídos por tábuas espaçadas de madeira. No fim do antigo quintal foi instalado um espaço bangalô, muito utilizado como lounge nos recentes eventos produzidos no espaço.A principal adequação, que possibilita o uso da Gili Design como espaço Bistrô, é a transformação da área de serviço em bar. A versátil loja pode receber até 150 pessoas.Patrícia Borges explica que a otimização da utilização do espaço, existente depois da reforma e não tão explorado, serve como meio de promover a própria loja

08 de novembro de 2005

Advogados questionam leilões de imóveis de bancos.

Nem sempre a falta de pagamento das parcelas do contrato de financiamento de um imóvel justifica as providências tomadas pelos bancos contra inadimplentes. Algumas, como o leilão extrajudicial, podem ser contestadas na Justiça e são questionadas por advogados imobiliários.A mais polêmica delas é a execução fora da Justiça, em que o imóvel é mandado para leilão sem passar pelo tribunal. O mutuário geralmente é avisado por cartório, e o banco indica um perito para avaliar o bem. Advogados e juízes acham essa prática abusiva quanto aos direitos do consumidor."Esse tipo de questão tem de ser discutida judicialmente, com direito de defesa", opina Demóstenes Lopes Cordeiro, 48, vice-presidente da Comissão Estadual de Direito Registrário Imobiliário e Urbanístico da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil)."Não concordo com o leilão extrajudicial, mesmo que esteja previsto em contrato. As pessoas aceitam cláusulas leoninas no afã de conseguir a casa própria."O advogado e consultor imobiliário Décio Rafael dos Santos, 56, faz coro. "O leilão extrajudicial pode ser contestado em qualquer caso, pois afronta o Código de Defesa do Consumidor", crava.O presidente da Associação Brasileira de Moradores e Mutuários, Paulo Roberto Zancaneli, 44, classifica a medida como "justiça com as próprias mãos". "O credor não pode fazer a execução por si mesmo", analisa.Fora da JustiçaMesmo assim, instituições financeiras e construtoras/incorporadoras (quando o financiamento é negociado com elas) adotam o procedimento. Para o advogado Carlos Eduardo Duarte Fleury, 46, superintendente-geral da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), o caminho fora da Justiça é uma opção possível, desde que a providência não seja tomada antes de três meses de inadimplência."O processo extrajudicial é totalmente constitucional", diz. "O mutuário ganha na Justiça em primeira instância, mas perde no Supremo [Tribunal Federal]." No entanto, o advogado Luiz Kignel, 40, ressalta: esse procedimento deve estar previsto no contrato.Para evitar problemas, especialistas sugerem que, antes de dois meses de insolvência, o comprador procure o banco para um acordo. "Muitas vezes o adquirente não se manifesta. Ele deve mostrar boa-fé", observa Kignel.A Ammesp (associação de mutuários) registrou, de janeiro a setembro deste ano, cerca de 9.500 processos contra execuções de bancos contra inadimplentes. "Muitas ações obtiveram liminares que suspenderam os leilões, reconhecendo que houve abuso", contabiliza Marcelo Donizetti, 37, presidente do grupo.Aviso prévioOutra questão ligada aos leilões é a do aviso prévio. Para o Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), não basta que o mutuário seja citado por um edital publicado em jornal."Ele tem de ser notificado pessoalmente", ressalta Paulo Arthur Goés, 33, assessor técnico do órgão. E tem de haver no mínimo dois editais, lembra Santos.Para Edwin Britto, 55, secretário da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-SP, a medida deve ser tomada após três notificações. "E deve ser dado um prazo de 15 dias para o mutuário acertar a dívida."A secretária E.P.S., 34, que não quis identificar o nome, conta que só soube que seu imóvel iria a leilão quando uma engenheira foi avaliar o bem. "Não fui notificada previamente", contesta. Segundo seu advogado, só o ex-marido --o imóvel foi comprado pelos dois-- havia sido intimado.

23 de outubro de 2005

Valor do IPTU de 2006 está indefinido.

foto: F.L. Piton/A CIDADE“O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) não mudou absolutamente nada, tal como se apresentou no ano passado. Não tem definição nenhuma de reajuste”. A informação é do secretário municipal da Fazenda, Afonso Reis Duarte. Ele garante que nem mesmo a correção monetária está definida.O secretário de Governo Rogelio Genari também afirma que não há neste momento uma discussão sobre qualquer aumento de IPTU, mesmo que a administração municipal tenha optado por reduzir a alíquota do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza). Para ele, a redução da alíquota vai aumentar a base de arrecadação com o aumento de prestadores de serviços formais. “A receita deve aumentar ou pelo menos ficar no mesmo patamar”.“O que deve ocorrer é apenas a correção da inflação do período, porque acima disso é preciso mandar projeto para a Câmara”, diz Genari.Pela previsão orçamentária entregue à Câmara no final de setembro não há mesmo grandes reajustes. Segundo o vereador Beto Cangussú (PT) está previsto um crescimento de pouco mais de 6% na arrecadação de IPTU no ano que vem, com relação a este ano. Esse pequeno crescimento pode significar a aplicação da inflação do período ou o crescimento vegetativo da arrecadação (ampliação de imóveis, construção de novos edifícios, aprovação de loteamentos etc).Cangussú diz também que há, na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), previsão de atualização da Planta Genérica de Valores. Esse fator pode provocar aumento do valor do IPTU para imóveis que sofreram valorização, em função de melhorias no local onde está inserido, crescimento do bairro ou mesmo ampliação do imóvel, em caso de edificação.Mas Genari também afirma que se houver necessidade de mudança considerável na Planta de Valores é preciso aprovação da Câmara. “Uma correção em um determinado lugar, em imóvel que está irregular, mas para correção em um bairro inteiro, por exemplo, é preciso aprovação dos vereadores”, explica o secretário. “Mas a correção de valor venal pode aumentar ou reduzir o IPTU, porque ele (o valor venal) pode aumentar ou diminuir”.Sem debateO assunto também não encontra debate na Câmara. A previsão orçamentária que foi entregue à Câmara no final do mês passado é uma boa pista sobre possibilidade de aumento do imposto. Mas nem começou a ser discutida. Nem tinha até a última quarta-feira um relator escolhido para o assunto.Segundo o vereador Walter Gomes (PSC), presidente da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento, disse que ainda não havia nomeado um relator para o orçamento. Também não chegou a analisá-lo para saber se o imposto irá aumentar. “Eu estava viajando e ainda não tive tempo de analisar o orçamento”, diz Walter Gomes.Para aplicar o índice inflacionário, a Prefeitura não precisa aprovar lei na Câmara Municipal. Basta a publicação de um decreto até o dia 31 de dezembro deste ano, para que o reajuste vigore no próximo ano.Atualização gerou polêmica em 2001A atualização da Planta Genérica de Valores provocou muita polêmica em 2001, primeiro ano de governo do atual ministro da Fazenda, Antônio Palocci (PT). Com a atualização, aprovada pela Câmara, alguns imóveis tiveram reajuste superior a mil por cento no IPTU. A situação se deu porque a planta genérica ficou muito tempo sem ser reajustada e muitos imóveis acumulavam grande defasagem em relação ao valor de mercado.Em situações normais, o valor venal sofre atualização anualmente, de acordo com índices inflacionários oficiais, mas as valorizações ou reduções de valores dos imóveis ficam fora. Por isso, muitos proprietários pagam mais do que deveriam quando o local onde o imóvel está inserido sofre desvalorização, o que é menos comum.O comum é que imóveis se valorizem, principalmente em bairros novos. Nestes casos, a maioria, os proprietários pagam menos em função da valorização. Por isso o ajuste é necessário periodicamente. Mas é assunto que precisa de aprovação da Câmara porque envolve toda a cidade. No ajuste também se busca regularizar ampliações de edifícios e construções ainda não registradas no cadastro da Prefeitura.

23 de outubro de 2005

Novos rumos de expansão.

Carla Monique Bigatto foto: F.L. Piton/A CIDADEDepois de quase completa, a avenida de construções mais luxuosas de Ribeirão Preto deve continuar a crescer rumo à Zona Sul. Essa é a afirmação do empreendedor do primeiro edifício da João Fiusa, Paulo Tadeu Rivalta de Barros. O planejamento que deu origem à avenida João Fiusa, teve seu início em 1991. Nessa época foram projetados nichos que comportavam 24 edifícios. Hoje, 14 anos mais tarde, desses 24 edifícios, 20 já estão prontos e as construtoras buscam novos rumos para empreitadas.Tadeu Rivalta de Barros, diretor da construtora Habiarte Barc define o novo vetor de crescimento de edifícios de altíssimo padrão em Ribeirão Preto como sendo a zona sul. “O crescimento da Fiusa agora deve acontecer em sua parte alta e seguir rumo a Bonfim Paulista”, afirma.A construtora Habiarte Barc foi a responsável pela primeira construção do padrão na avenida, o edifício Village Quebéc. Para Tadeu, o segredo para que as construtoras sobrevivam ao grande número de construções é o planejamento estratégico adiantado. “O Village Quebec, por exemplo, entregue em 1997, começou a ser planejado em 1991”.PLANEJAMENTOConstrutora preocupa-se com desenvolvimento urbanoA Habiarte Barc tem 20 anos de história. No começo era focada na construção de casas. Mais tarde voltou-se à construção de edifícios de alto padrão. Procurando já novos rumos de expansão o diretor da construtora, Paulo Tadeu Rivalta de Barros, criou o GDU (Grupo de Desenvolvimento Urbano), especificamente voltado ao planejamento e desenvolvimento racional de núcleos urbanos.O GDU planejou bairros como o que hoje é sede da Avenida João Fiusa, no começo dos anos 90. “Desde essa época em que os terrenos da Fiusa eram de propriedade do colégio Santa Úrsula, começamos o planejamento de expansão da construtora e da avenida em si”, diz Tadeu.A história da avenida e da construtora foi intimamente ligada nos anos seguintes. Em toda a Fiusa a Habiarte tem seis prédios construídos totalizando 322 unidades vendidas. Há mais um edifício em fase de conclusão, o edifício Atlanta, além da nova construção, o Mirante Morro do Ypê.Embora com obras em andamento, o empreendedor já pensa no futuro. Cada empreendimento é planejado com no mínimo cinco anos de antecedência, Tadeu de Barros continua olhando para frente. Ele define a Habiarte Barc como sendo uma construtora experiente, mas ao mesmo tempo moderna e arrojada. “Seguimos as antigas receitas de sucesso, que só são adquiridas com a maturidade, mas sempre inovando, como em nosso novo empreendimento, o Mirante Morro do Ypê, que é diferente de todos os outros condomínios da região”.FUTUROOs próximos dez anosPara Paulo Tadeu Rivalta de Barros, diretor da construtora Habiarte Barc, o planejamento para os próximos anos de expansão da Avenida João Fiusa já começou. O terreno localizado no ponto mais alto da avenida é o local escolhido para sediar o mais novo projeto da construtora.O planejamento dessa obra começou em 1999, quando a Habiarte adquiriu o terreno utilizado na construção do condomínio Mirante Morro do Ypê. O empreendimento será composto por oito torres independentes dentro de um terreno distante da avenida.Tadeu de Barros explica que o empreendimento será fundamentado sobre toda a experiência adquirida em quase vinte anos de João Fiusa. “Procuramos aqui eliminar eventuais desacertos que aconteceram na parte baixa da avenida”, explica.Mirante Morro do YpêO novo condomínio promete driblar inconvenientes como a forte incidência da luz solar e o barulho de carros em função do tráfego intenso. O gerente de vendas da construtora, Romeu Balardin, conta que o recuo da entrada do condomínio é de 80 metros, o que diminuirá significativamente a entrada do barulho no condomínio.Para os empreendedores outro diferencial é o tamanho da área onde os edifícios serão construídos. A área total é de 42 mil metros quadrados. “Esse é um comparativo interessante. O nicho de prédios projetado para a Fiusa é de 80 mil metros quadrados e possui 24 edifícios. O Mirante do Ypê terá apenas oito edifícios em 42 mil metros quadrados”, afirma.Tomando como experiência a forte incidência do sol nos outros edifícios da parte baixa da avenida a construtora aproveitou a liberdade permitida pela amplitude do terreno e projetou os edifícios de modo que o sol não incomode os moradores.A previsão é de que o primeiro edifício do condomínio, o ‘Cidade de Petrópolis’ seja entregue em 2007. Aproximadamente 45% dos apartamentos disponíveis já foram vendidos (ainda na planta).Segundo o gerente comercial da Habiarte Barc, as vendas foram efetuadas mais facilmente por causa da possibilidade de personalização na construção do imóvel. “Os proprietários podem escolher entre quatro dormitórios com duas suítes ou três suítes com sala de tv planejada. Mantivemos o mesmo padrão em todos os edifícios do condomínio”, explica Romeu.A construtora investiu em outros elementos de diferenciação como a medição individual do consumo de água, eletricidade e gás (fonte de energia do aquecimento do edifício). Segundo Romeu essas modificações podem gerar economia de até 30% nos gastos e, por conseqüência, o valor do condomínio também cai. Outro atrativo do condomínio é a captação e armazenamento de água pluvial e sua utilização em áreas comuns aos moradores. A construtora foi pioneira ao adotar tal sistema em outro edifício, também da João Fiusa. “Além de evitar que o excesso de água provoque enchentes nas áreas baixas próximas ao bairro, ainda pode-se utilizar essa água para regar plantas ou lavar calçadas, por exemplo”, explica Romeu Balardin.PerfilO diretor da Habiarte, baseado em muitos anos de experiência na área da construção define o perfil de quem procura condomínios de padrão elevados como “pessoas que procuram maior segurança e menos trabalho com manutenção”.Projetado para este perfil de consumo o edifício ‘Cidade de Petrópolis’ leva a assinatura do arquiteto Adolpho Lindenberg. O terreno do edifício, assim como os demais do condomínio, possui três mil metros quadrados. Seria possível a construção de mais de um prédio nesse espaço. Ao invés disso a construtora procurou enfatizar a área de lazer, que possui três piscinas, sendo uma delas com raia semi-olímpica.Tadeu também explica que essas pessoas são as que procuram outros diferenciais como a melhor vista do bairro, oferecida pelo Morro do Ypê. O terreno onde o condomínio está localizado está 35 metros acima do nível da avenida. Isto equivale a um prédio de doze andares, o que faz com que o edifício já saia do chão com uma vista deslumbrante das imediações. “Durante a noite podem ser vistas até as luzes de outras cidades da região como Brodowski e Serrana. É muito bonito”, conta Tadeu

23 de outubro de 2005

Rentabilidade ou liquidez?

Antônio Vicente Golfeto Digamos que você tenha decidido aplicar suas economias em imóveis. A maior rentabilidade de outras alternativas, como o mercado acionário e mesmo o leque existente no mercado financeiro, não lhe seduziu e você tenha preferido a maior segurança que os imóveis inegavelmente oferecem e não a maior liquidez e mesmo a maior rentabilidade de outras aplicações. Tudo bem. Preferência é preferência e cada investidor, ao fazer sua escolha, tem uma justificativa particular.Cabe, mesmo assim, uma pergunta: o investimento é em que modalidade de imóvel? Vale dizer: a opção é por terreno de loteamento novo, configurando um boi magro ou você optou por terreno vizinho de construções já existentes de maneira que o loteamento já é parte de um bairro em fase última de construção? Neste caso, um boi já gordo. Ou meio gordo. No primeiro caso, evidente que a escolha representa uma alternativa tal que com o tempo seu ganho será maior. Na medida em que o boi engorda, o retorno da aplicação aumenta. Com o terreno em loteamento recentemente lançado também.Já no segundo você talvez tenha adquirido o terreno para construir uma residência ou um imóvel com destinação econômica, podendo abrir uma empresa comercial, de serviços ou industrial. Então, o imóvel será para se adicionar mais uma opção ao leque das alternativas já existentes de locação. Sua aceitação estará diretamente relacionada com a situação econômica do momento. Sim, porque há momentos em que a abertura de novas empresas cai em quantidade. E aí cresce a quantidade de imóveis vazios. Como ocorre atualmente. O gravame dos dias de hoje vem por conta de um outro fato: além de estar caindo a abertura de novas empresas, aumenta o total de baixas. Numa palavra: cai o saldo que, no entanto, ainda é positivo. Mas, mesmo que for para construir uma casa para você nela morar, aí não custa ver o que há por perto: escolas para as crianças, proximidade de empresas de varejo e de serviços, linhas de transporte coletivo, nível de criminalidade etc.De qualquer forma, o que vale é sempre o quadro. Mas a moldura também pode valorizá-lo. Ou desvalorizá-lo. E, não raro, a desvalorização vem como algo irremediável. Cuidado, pois, na escolha.

23 de outubro de 2005

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