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Novas regras dificultam financiamento da casa própria

As novas regras de financiamento habitacional dificultaram a aquisição da compra da casa própria a partir deste ano. A Caixa Econômica Federal --o maior agente imobiliário do país-- reduziu o prazo máximo de financiamento habitacional com recursos do FGTS com garantia hipotecária (garantia de pagamento) de 240 meses para 204 meses.Segundo a Caixa, a mudança --aprovada pelo Conselho Curador do FGTS-- atende às novas regras do Código Civil, que alterou o prazo de garantia hipotecária.Com isto, o interessado no financiamento da casa própria terá menos tempo para pagar o imóvel, o que encarece o valor da prestação.Quem quiser financiar a casa pelo prazo anterior, de 240 meses, só poderá contratar esta operação utilizando como garantia de pagamento o sistema de alienação imobiliária.A diferença é que na alienação fiduciária o mutuário que atrasar o pagamento da prestação por três meses poderá ter o imóvel retomado em até seis meses. Com a garantia hipotecária, a retomada do imóvel do mutuário inadimplente pode demorar anos.Segundo o Secovi-SP (sindicato da habitação), a mudança não altera nada para o mutuário que paga a prestação em dia. Valor do imóvelNo entanto, a prestação do financiamento poderá ficar muito maior dependendo do valor de avaliação do imóvel.A taxa de juros do financiamento habitacional com recursos do FGTS varia de acordo com a renda mensal do futuro mutuário de 6% a 10,16% ao ano. No entanto, independentemente da renda, a taxa cobrada será de 10,16% ao ano para imóveis com valor superior a R$ 72 mil.Desta forma, um mutuário que tenha renda mensal de R$ 1.000, teria direito a financiar a casa a uma taxa de juros anual de 6%. Mas se o imóvel comprado custar mais de R$ 72 mil, a taxa de juros do financiamento subirá para 10,16% ao ano.Com isto, a combinação do prazo menor e a taxa de juro maior fará com que o futuro mutuário pague uma prestação maior, o que comprometerá uma fatia maior de sua renda.

05 de fevereiro de 2004

Prefeitura pode desistir de centro administrativo

O impasse em torno do projeto que trata das organizações sociais pode levar a Prefeitura de Ribeirão Preto a abandonar a idéia de construir um centro administrativo que reúna todos os órgãos públicos municipais.Publicamente ninguém no governo admite a possibilidade de que o projeto de construção do centro administrativo pode ser abandonado, mas se não for costurado nos próximos dias um acordo político que garanta a aprovação da matéria na Câmara, a idéia será abandonada definitivamente. “Sem a aprovação do projeto é impossível construir o centro administrativo, mas eu acredito que o projeto será aprovado. Câmara é isso mesmo. O projeto vai, discute, mas acaba aprovando quando é bom para a cidade”, afirmou o secretário de Governo, Newton Mendes Garcia. A meta do governo é abrir até abril o processo de licitação que escolherá a organização social que vai construir o centro administrativo.Na avaliação do governo, a única possibilidade da obra ser realizada a partir deste ano é a obtenção de um financiamento governamental. O problema é que a prefeitura não pode pegar empréstimos de longo prazo, já que está próximo do limite de endividamento permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.A alternativa encontrada, então, foi transferir a responsabilidade pela obra para uma organização social. De acordo com o vereador José Alfredo Carvalho (PT), líder do governo na Câmara, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal têm linhas de financiamento específicas para as organizações sociais.O projeto consiste em criar uma fundação que será a gestora do centro administrativo. Essa fundação faria uma licitação para contratar uma organização social interessada em fazer a obra e receber o pagamento em 25 anos.Para conseguir o dinheiro para a construção, a organização social teria de obter o financiamento bancário e pagar em 25 anos. Como garantia de que as parcelas do financiamento serão quitadas, o banco poderá, se for o caso, bloquear parte do repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) que o governo federal faz mensalmente à prefeitura.A obra é uma das prioridades relacionadas pelo prefeito Gilberto Maggioni (PT) em seu discurso de posse, em novembro de 2002, ao lado de um novo terminal de ônibus urbano e de um centro de convenções.Ao que tudo indica, nenhuma das três obras será concluída até o final deste ano, quando acaba o atual mandato de Maggioni. A prefeitura está tentando convencer as empresa de ônibus a construir o terminal, coisa que está difícil, e não há projeto em andamento para a construção do centro de convenções.PalocciEm 2001, o então prefeito Antônio Palocci Filho (PT), atual ministro da Fazenda, também tentou aprovar um projeto que permitia à prefeitura fazer convênios com organizações sociais. Também naquela ocasião houve uma grande polêmica na Câmara. O projeto de Palocci, assim como o de Maggioni, previa que a prefeitura poderia transferir qualquer setor da administração municipal para as organizações sociais. Pelo texto original, setores como saúde e educação poderiam ser administrados pelas entidades.Após uma intervenção dos vereadores petistas Beto Cangussú e José Alfredo Carvalho, o projeto foi alterado, permitindo um convênio apenas para a área de informática. Dessa vez, a prefeitura admite que o texto restrinja a atuação das organizações sociais à obra do centro administrativo.O problema é que, mesmo aprovado o projeto de Palocci, a prefeitura não conseguiu contratar a organização social ITG (Instituto de Tecnologia e Gestão), que foi formado com o objetivo único de substituir a Coderp (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto) na prestação dos serviços de informática da administração. Isso porque o PSDB, por iniciativa da vereadora Silvana Rezende, conseguiu uma liminar no TJ (Tribunal de Justiça) que suspendeu a validade da lei.Projeto volta à pauta em fevereiroO projeto das organizações sociais só voltará a ser discutido pela Câmara em fevereiro, quando o Legislativo voltar às suas atividades normais.A matéria estava sendo discutida pela Câmara em sessões extraordinárias convocadas pelo prefeito Gilberto Maggioni (PT). Ontem à noite ocorreu a última sessão do período de convocação extraordinária, mas o assunto não foi a plenário.O vereador José Alfredo Carvalho (PT), líder do governo na Câmara, disse que será feita uma reunião, nos próximos dias, com as 40 Oscips (Oganizações da Sociedade Civil de Interesse Público) existentes na cidade para mostrar que o projeto da prefeitura não interfere nas atividades dessas entidades.De acordo com Carvalho, há uma incompreensão por parte das Oscips, que, segundo ele, acreditam que todas as verbas destinadas a elas atualmente pela prefeitura serão redirecionadas para a construção do centro administrativo.A legislação federal diferencia organizações sociais de Oscips. As primeiras são entidades formadas com a participação de representantes do Poder Público, diferentemente das Oscips, que são organizações não-governamentais que não têm relação direta com a administração pública, mas podem fazer convênios com prefeituras para a prestação de serviços. Esse é o caso de creches e hospitais filantrópicos.“A organização social tem mecanismos de controle do governo. A Oscip não tem ingerência. Ela só presta contas dos convênios que fizer”, disse Carvalho.A matéria foi retirada da pauta da sessão de anteontem após uma forte pressão de representantes das Oscips, que foram à Câmara para acompanhar a votação.O governo sentiu que a matéria seria rejeitada se fosse votada em plenário e desistiu. A vereadora Dárcy Vera (PFL) chegou a dizer, na tribuna, que faltava “só um voto” para o projeto ser aprovado. Se não houvesse a pressão das entidades, a oposição avalia que o projeto seria aprovado.Para o secretário de Governo, Newton Mendes Garcia, esses impasses no Legislativo são normais. “O processo de discussão é assim mesmo. A Câmara tem mesmo de discutir e não há problema nisso. Tínhamos pressa na aprovação desse projeto, mas se a Câmara quer discutir mais, vamos fazer isso sem problema”, afirmou.

01 de fevereiro de 2004

Acampamento do MST gera êxodo

A presença de um acampamento de trabalhadores sem-terra no Parque dos Flamboyants, em Ribeirão Preto, provoca um movimento de êxodo naquele bairro. A informação é de Maria Ferreira de Souza, presidente da Associação dos Moradores do Parque dos Flamboyants. “O número de placas de vende-se aumentou muito. Por mais que a gente se reúna, repasse a informação oficial da Prefeitura, de que o acampamento é provisório, muita gente acha que ele virou uma favela e que o pessoal não sai nunca mais”, revela Maria Souza.O acampamento “Mário Lago”, do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra), ganhou autorização da Prefeitura para ocupar uma área do Parque dos Flamboyants, destinada originalmente para a instalação de uma praça. O primeiro local do acampamento dos sem-terra foi o sítio Braghetto, invadido em 2 de agosto de 2003. Em 15 de novembro parte dos acampados ocupou o parque “Maurílio Biagi”, como forma de pressionar o Poder Público a indicar uma área alternativa, uma vez que o MST fechou acordo na Justiça para deixar o sítio Braghetto. Cinco dias mais tarde, em 20 de novembro, todos os acampados se transferiram para o Parque dos Flamboyants.Além de muitos moradores estarem colocando suas casas à venda, com medo de uma grande desvalorização se o acampamento se transformar mesmo numa favela, Maria Souza diz que algumas casas financiadas estão desocupadas. “A gente escuta estórias de famílias que estariam vindo conhecer uma casa, na entrada do bairro já dão de cara com o acampamento, que parece uma favela, e mudam de idéia. Pelo menos uma empresa parou as obras de casas, alegando que não estão conseguindo mais vendê-las e que vão transferir as obras para outros bairros”, afirma.Quando da instalação do acampamento no Parque dos Flamboyants o secretário municipal de Governo, Newton Mendes Garcia, disse que a autorização tinha caráter provisório. O coordenador do acampamento, Edivar Lavratti, disse em entrevista que as famílias permaneceriam no local de “trinta dias, na melhor das hipóteses, a seis meses , na pior das hipóteses”. Ontem a reportagem não conseguiu contato com Lavratti.CrechePor entender que o desenvolvimento do bairro está sendo prejudicado, ainda que temporariamente pelo acampamento do MST, a Associação dos Moradores do Parque dos Flamboyants reivindica da Prefeitura a construção de uma creche. “Temos mais de trinta crianças cujas mães não podem trabalhar fora por não ter onde deixá-las”, informa Maria Souza. “No início de fevereiro começa a funcionar uma escolinha da Prefeitura no Residencial Ouro Branco, aqui perto, mas não conseguimos acertar o transporte. Na semana que vem vamos nos reunir com representantes da Secretaria Municipal da Educação para tentar resolver o impasse”.Ela conta ainda que o bairro cadastrou 38 pessoas no Programa “Ribeirão Trabalhando na Frente” mas que nenhum deles foi convocado. “E muita gente que fazia bicos em construções aqui mesmo perdeu o trabalho, a situação está muito difícil”, reclama a presidente da Associação dos Moradores do Parque dos Flamboyants.

01 de fevereiro de 2004

Medição individual de agua gera economia de até 20%

Os serviços de abastecimento de água em condomínios residenciais ou comerciais poderão ser cobrados de forma individualizada e não mais em uma conta coletiva como acontece hoje, se o Congresso aprovar o Projeto de Lei 787/03, do deputado Júlio Lopes (PPB-RJ), que institui diretrizes nacionais para a cobrança de tarifas de abastecimento de água.O deputado explica que a proposta tem como finalidade contribuir para a redução do desperdício de água e garantir ao consumidor o direito de pagar apenas pelo seu próprio consumo.Pelo projeto, as concessionárias prestadoras do serviço terão de providenciar, no prazo de dois anos, a instalação de relógios marcadores do consumo em todas as residências ou unidades usuárias. A Agência Nacional de Águas (ANA) deverá punir a concessionária que não respeitar a lei.Gasto desigualA conta de água é a segunda maior despesa dos condomínios residenciais e perde apenas para os gastos com folha de pagamento. A água representa em média 12% do total das despesas.Em edifícios onde a conta é dividida igualmente e os gastos são incorporados na taxa de condomínio, o morador não acompanha seu consumo e não paga diretamente por ele. Assim, a diferença entre o consumo de um apartamento e outro pode chegar a mais de 200%, em alguns casos, o que significa que um apartamento pode estar gastando 20 metros cúbicos de água por mês e seu vizinho, 60 metros cúbicos.Uma alternativa para corrigir essa distorção é o uso da tecnologia de medição remota. Um hidrômetro individual é instalado em cada apartamento, que recebe seu consumo em conta separada.Assim, naturalmente, os gastos passam a pesar diretamente no bolso de cada condômino, de acordo com seu padrão de consumo de água. São bons "argumentos" a favor da redução do consumo e do desperdício.No condomínio Millenium, em São Paulo, por exemplo, os medidores individuais de consumo de água nos apartamentos geram uma economia média de 20% na conta geral do condomínio, revela estudo da Via Empreendimentos, que implantou o sistema nas quatro torres já prontas do condomínio.O sistema de medição individualizado também pode ser aplicado para o abastecimento de gás, interligando a contagem de consumo dos dois produtos em um único sistema. Vale dizer que o procedimento técnico para a implementar a medição individualizada do gás é mais simples.Além disso, segundo Marcus dos Anjos Alves, engenheiro de Vendas do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, existem alguns casos em que a construtora entrega o prédio com o sistema todo instalado, mas na maioria deles a implantação fica a cargo do morador."O custo do sistema varia e está ligado à configuração física do prédio", diz Alves. Significa dizer que, em edifícios com um número maior de unidades, o preço cai bastante.Outro fator que deve ser levado em conta, avisa o engenheiro, é a variação de capacidade dos medidores, que pode encarecer o serviço caso seja superdimensionado para o prédio. Mas, se a capacidade de consumo do condomínio for grande, será necessário gastar mais com o sistema.DificuldadesSegundo Alves, para a engenharia não existe prédio que não possa ter uma medição individualizada de água e/ou gás. "Porém, a dificuldade que encontramos e o preço dessa adaptação são fatores de extrema importância para tornar o sistema atrativo ou não financeiramente ao condomínio", explica.Em prédios antigos, cujo projeto original não previam o sistema (o sistema hidráulico não é adequado), a individualização é bastante complicada. Já nos prédios novos, em que a construtora deixa o sistema todo preparado, não há grandes dificuldades.

01 de fevereiro de 2004

Lua vira alvo comercial de imobiliárias norte-americanas

A Lua, que será testemunha do desembarque de astronautas em 2015 segundo projeto do presidente norte-americano George W. Bush, é objeto há vários anos de empreendimentos imobiliários por parte de empresários dos Estados Unidos.A Lunar Embassy, presidida por Denis Hope, divulgou em 1980 uma declaração de propriedade sobre a Lua e outros oito planetas nas Nações Unidas, e diz ser a única agência imobiliária habilitada legalmente para vender espaços na Lua, Vênus ou Marte.O anúncio do relançamento da conquista espacial se traduziu em súbito interesse por este tipo de aquisição. "Registramos quase 20 pedidos diários desde o começo do mês", afirmou a agência que funciona em Gardnerville, no Estado de Nevada. "Contrariamente a Bush, nós colonizaremos a Lua daqui a três anos e não vinte", afirma, com entusiasmo, Denis Hope ao confiar no futuro próspero de sua empresa criada há mais de 20 anos com a idéia de fazer negócios em outros planetas.Em seus 23 anos de existência, a firma vendeu certificados de propriedade para terrenos na Lua a aproximadamente 2,35 milhões de clientes que representam quase 1,6 bilhão de metros quadrados por um total de US$ 6,75 milhões. Um lote de 4.000 metros quadrados de terreno lunar é vendido por € 29,79 (sem impostos) na Europa, US$ 29,99 nos Estados Unidos, e as transações são concretizadas principalmente através da internet.Na Califórnia, a empresa Lunar Republic Society, lançada em 1999, também apresentou uma declaração de propriedade sobre a Lua e afirma que já vendeu 1 milhão de metros quadrados a cerca de 400 mil clientes no mundo, que se transformaram em "felizes proprietários" de espaços na "Baía dos arcos de céu", "Lago dos sonhos" ou "Mar da tranqüilidade"."As iniciativas partem, sem dúvida, de especuladores que venderiam até pedaços da ponte do Brooklyn [em Nova York]", denuncia Ralph Steinhardt, professor de direito do espaço da Universidade George Washington, qualificando a iniciativa de algo "tipicamente americano"."A apropriação do espaço, que compreende a Lua e outros planetas, é proibida pelo Tratado de Espaço extra-atmosférico assinado em 1967 e ratificado por mais de 90 países, entre eles Canadá, França, Rússia e Estados Unidos, assim como pelo Tratado da Lua de 1979", explicou Ram Jakhu, professor do Instituto de direito do Ar e Espaço da Universidade McGill de Montreal. "As empresas privadas não podem fazer o que é proibido aos governos", acrescentou.As duas imobiliárias em questão usam o argumento a seu favor de que os textos proíbem o exercício da soberania por parte dos Estados sobre estes novos espaços a conquistar, mas não a apropriação com fins comerciais por parte dos indivíduos."Além disso, o direito de propriedade deve, para ser válido, ser reconhecido por uma lei nacional, e segundo meu conhecimento não há lei nem país que ofereça atualmente uma base legal [para este tipo de reivindicação]", afirmou Jakhu.Mas nada parece deter o "visionário" Denis Hope. Em 2004, prevê, uma nave espacial privada depositará seus computadores na Lua, os primeiros do Lunar Embassy Bank, "o banco mais distante de toda a história da humanidade", declarou Hope.

24 de janeiro de 2004

Mercado imobiliário do interior paulista aposta em retomada

Depois de alguns mercados imobiliários do interior paulista terem sido duramente afetados pela crise em 2003 e outros terem sofrido menos, há uma aposta unânime na melhoria de resultados em 2004, revela sondagem realizada pelo Secovi-SP (sindicato das construtoras e imobiliárias) com entidades e delegacias que o representam regionalmente.O pensamento dominante no mercado caipira é de que pior não pode ficar. "Em 2004, com a baixa dos juros e o possível aumento do poder aquisitivo da população, é provável que a situação melhore", afirma Milton Bigucci, vice-presidente de interior do Secovi-SP e presidente da Acigabc (associação que representa o sindicato no Grande ABC).Segundo ele, o mercado de imóveis do ABC ficou colado à performance ruim da capital paulista.Os negócios em Jundiaí não foram diferentes. "Houve poucos lançamentos e nossa pesquisa imobiliária mostrou uma pálida movimentação nas vendas", diz José Roberto Orlando, presidente da Proempi, que também representa o sindicato.João Pereira Dantas, presidente da Aconvap, representante do Secovi no Vale do Paraíba, teve a mesma avaliação. "Demos um passo atrás por conta do arrocho que o governo promoveu para controlar a inflação. Em muitas empresas, as vendas recuaram."CautelaEm Campinas, 2003 foi marcado pela cautela, em razão das definições políticas e econômicas. "Tivemos um primeiro semestre fraco no geral, com um pequeno destaque para os condomínios horizontais --entre R$ 150 mil e R$ 200 mil-- e os verticais destinados às classes mais baixas", diz o delegado-geral do Secovi na região, Franklin Gindler.A partir de setembro, houve melhora nos lançamentos para a classe alta, conta Gindler. "Nos segmentos de média renda e comercial, a procura aumentou em razão da volta de linhas de financiamento, mas havia falta de produto". Para ele, os resultados positivos devem surgir a partir do segundo trimestre deste ano.Embora reconheça que 2003 foi difícil, Flávio Amary, delegado-geral do Secovi Sorocaba, afirma que tais dificuldades foram menores na região. "Houve lançamentos em todas as áreas e de todos os padrões, apesar de a comercialização ter ocorrido em menor velocidade."Segundo ele, "o que mais preocupa não é o mercado local, que tem apresentado um crescimento gradativo e sustentado, mas as conjunturas nacional e internacional, cujos reflexos podem prejudicar o desempenho do setor".NeutroPara o mercado imobiliário de São José do Rio Preto, 2003 foi um ano neutro. "Houve um pequeno destaque para os condomínios de casas e os loteamentos fechados, mas nada que se compare aos anos anteriores, haja vista a grande dificuldade de se conseguir financiamento", analisa o delegado-geral Olavo Tarraf."Além dos loteamentos fechados de alto padrão, o autofinanciamento e o financiamento direto das construtoras fizeram com que unidades entre R$ 40 mil e R$ 150 mil movimentassem o setor", ressalta."Em 2004 prevemos um equilíbrio nos condomínios horizontais, com os quais o setor deverá novamente atuar, e no segmento condomínios verticais, que ofereçam áreas de lazer, segurança e qualidade de vida. As eleições municipais também podem favorecer o aquecimento, assim como a progressiva queda nas taxas de juros", diz Tarraf.

24 de janeiro de 2004

Alunos aquecem mercado de locação

                                                                               Rose RubiniAs mais de 120 imobiliárias existentes em Ribeirão Preto registram grande movimentação em torno das locações de imóveis, principalmente aqueles localizados nas proximidades dos prédios das universidades. O mesmo acontece nas regiões de São Carlos, Araraquara e Franca, que além da chegada dos novos universitários, constatam ainda a procura por parte de estudantes que buscam outras vantagens na troca de moradia.Na Dínamo Imóveis e Administração Ltda, em Ribeirão Preto, o gerente Walter Roberto Maria ressaltou que o crescimento da demanda está em torno de 200% e já movimenta o setor desde meados de dezembro. A procura maior, segundo ele, é sempre por imóveis que se localizem nas proximidades do campus da faculdade escolhida e isto poderá representar uma sensível diferença nos valores dos aluguéis. Roberto Maria observa que morar em apartamento é a preferência dos universitários pela segurança e praticidade. Um imóvel de um quarto varia entre R$ 180 a R$ 300, dependendo da localidade. “Diante da grande procura os valores dos aluguéis caíram em torno de 30% e hoje já é mais fácil encontrar imóveis de alto padrão a preços bem abaixo da média”. Embora considerados excelentes inquilinos, as exigências na documentação tanto do fiador como dos locatários continua grande.E para oferecer outras opções, já que um grande número dos universitários vem de outras cidades ou estados, o setor já negocia o contrato através de título de capitalização ou apólices de seguro. No primeiro item, Maria explica que o locatário deverá depositar o valor igual a oito a 12 aluguéis, em contas de empresas especializadas. “Já se ele preferir pela apólice, pagará um aluguel por ano e isto também é feito através de parceria com empresas especializadas no ramo”. Roberto Maria explica ainda que a imobiliária também aceita fiador de outras cidades num raio de até 100 km. de Ribeirão. Neste quesito, o delegado regional do Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis) de Ribeirão e região, Sinézio Donizete Nunes Rodrigues, destaca que as imobiliárias ficam livres para negociar diretamente com o cliente. “O fiador é um fator de segurança para a imobiliária, que não ficará no prejuízo, nos casos de calotes ou maus pagadores”.Sem ter números exatos sobre a disponibilidade de imóveis para locação na cidade, Rodrigues aponta o proprietário como principal vilão neste sentido. “Querendo agilizar a locação ele acaba anunciando o imóvel em várias imobiliárias e isto além de prejudicar um senso no setor, acaba gerando uma desvalorização no próprio imóvel”, explica. Ele orienta que o proprietário escolha uma única empresa para agenciar seu imóvel. Ofertas em baixaA preferência por imóveis próximos às universidades gera uma queda no número de ofertas. “Hoje praticamente já não temos mais imóveis disponíveis para locação nestas áreas, diante da procura e até pela falta de áreas disponíveis para novos investimentos”. Apartamentos de um dormitório estão na faixa de R$ 280 a R$ 350, mais as despesas com condomínio e IPTU. Em Araraquara, segundo dados de Thiago Gomes, sócio da São Paulo, Negócios Imobiliários, a procura por locação de imóveis praticamente dobrou e a cidade também registra uma demanda muito maior do que a oferta. “Em outubro fechávamos um contrato por dia. Hoje são fechados cerca de três e a tendência é este número aumentar ainda mais em fevereiro ou março com a chegada dos novos universitários”.Segundo ele, pela localização das universidades na área central da cidade, nas proximidades já não existe mais a disponibilidade de imóveis para locação e o aluguel de um apartamento de um quarto pode chegar a R$ 450, acrescidos do condomínio em torno de R$ 150 e R$ 40 do IPTU. “Se o estudante procurar um imóvel em bairros fora do centro, poderá encontrar ótimos negócios, com apartamentos de alto padrão ou com mais dormitórios, por este mesmo valor”.Franca registra estabilidade Walber de Oliveira, delegado regional do Creci em Franca, revela que na cidade o setor apresenta uma certa estabilidade. “O que registramos hoje é a troca de locatários, uma reciclagem entre os estudantes que já cursam as faculdades. Os novos só chegam a partir de fevereiro e devem incrementar um pouco o segmento, já que somente a Unifran (Universidade de Franca) abriga mais de oito mil universitários”. Imóveis localizados nos bairros do Parque Universitário, Francal, Jardim Lima, Parque Progresso e Vila Marta são os mais requisitados pelos universitários, mas infelizmente a oferta, segundo Oliveira é pouca diante da demanda. “A falta de novos espaços e investimentos dificulta a geração de novos projetos”. Contando com cerca de 60 a 70 imobiliárias, os aluguéis de apartamentos com um quarto estão na faixa de R$ 300 fora despesas com condomínio e IPTU. “Com dois quartos custam entre R$ 350 a R$ 400 por mês”.Em relação ao fiador, os estudantes não encontram dificuldades em Franca, pois as imobiliárias aceitam fiador de outras cidades. “Já que a maioria dos universitários vem de outras cidades ou estados, e não têm conhecidos ou parentes na cidade, não tem porque exigir fiador da cidade. Por aqui o fiador pode ser de outra cidade, mas na grande maioria das locações, os locatário e o fiador acabam sendo os próprios familiares, como o pai, a mãe, tio, ou até avô, que arcam com o custeio dos estudos do universitário”. Em São Carlos, os valores dos aluguéis estão estáveis, segundo dados de Ítalo Cardinali Filho, que está à frente da direção da Cardinali Imóveis, mas é grande a migração de locatários. “Nos meses de dezembro e janeiro registramos grande movimentação entre os universitários que buscam melhores contratos, mas o setor conta com uma disponibilidade de um total de 1.500 imóveis para alugar”.A ampliação de cursos na universidade Federal e USP é os principais causadores do crescimento da demanda em busca de um apartamento ou casa para alugar, mas Cardinali destaca que a procura maior deverá ocorrer a partir de fevereiro, já que ambas não liberam as listas dos aprovados. A UFSCar realiza a ultima etapa das provas, hoje”.

20 de janeiro de 2004

Plantas aprovadas para construção

O agronegócio salvou a lavoura.E o segmento exportador também. Isto não apenas no país como um todo. Na região, de maneira mais nítida, também.Estes segmentos geraram mais renda do que emprego. Mas geraram ambos que, entretanto, não conseguiram neutralizar desempenho negativo de diversos segmentos, alguns dos quais são visíveis a olho nu. Referimo-nos a toda micro e pequena empresa e ao amplo setor da indústria da construção civil.A crise da micro e pequena empresa pode ser visualizada andando pelas ruas das cidades. A janela por meio da qual se enxerga esta realidade é a quantidade de placas de aluga-se colocadas nas paredes dos imóveis não residenciais. São salas, salões, galpões, que antes eram ocupados normalmente por micro e pequenas empresas de todos os segmentos. Vale dizer: indústrias, estabelecimentos de varejo e prestadores de serviço. Fechados, deixaram de produzir, amputando tanto empregos como ocupações.A outra vertente por onde enxerga-se a crise é a da construção civil. Neste amplo segmento da economia nós vemos a informalidade sem, entretanto, poder quantificá-la. Só estimá-la. Mas ela é grande.Hoje vamos analisar Ribeirão Preto e região (aí incluídos também os números de Ribeirão Preto) no que toca ao número de plantas aprovadas para construção. É a fotografia da economia formal. Não foi captada a economia informal. Portanto, não foi captada o que muitos analistas chegam a chamar de boa parte do todo.A economia formal da construção civil pode ser analisada de dois ângulos: a parte de obras públicas e a parte de obras particulares.Só vamos, hoje, focalizar a segunda. E apenas de um ângulo: o referente ao número de plantas aprovadas nas prefeituras municipais para, autorizada, iniciar-se a construção.Aprovação de plantas não é investimento. É expectativa de investimento. Mas demostram as plantas aprovadas pelo menos a intenção de construir.E é exatamente aí que se nota, tanto em Ribeirão Preto como na região, o seguinte:1-queda acentuada no número de plantas aprovadas desde 1998 quando tomamos este como o primeiro ano de análise;2-este número quantifica as iniciativas mas não permite visualizar o volume de investimento que pode ser menos longinquamente mensurado quando se tem a área licenciada expressa em metros quadrados. Que será objeto de análise em outra oportunidade. 3- como o setor da construção civil é grande empregador de mão-de-obra, havendo até quem diga que é o primeiro empregador na região, segue-se que o declínio do setor permite identificar a causa primeira – ou uma das primeiras – do desemprego do fator trabalhado.

20 de janeiro de 2004

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