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ANÁLISE Reduzir custos sempre é uma meta.

A lei que moveu, ao longo dos tempos, o homem em busca de novos
conhecimentos é a lei do menor esforço. Foi ela que motivou o homem na invenção
da roda, por exemplo. E toda outra conquista. Ciência é conhecimento. Tecnologia
é aplicação do conhecimento.
Imagine você a receita de um bolo. Ela, em
termos de anatomia, é composta de duas partes: ingredientes e modo de fazer. Os
ingredientes são a ciência. O modo de fazer (to know how to do it, isto é, saber
como fazer) é a tecnologia. Vejam como a coisa é simples.
A lei do menor
esforço é a marca registrada, também e principalmente, da Ciência da
Administração. Que nada mais é do que controle. Administração moderna é a
administração do tempo. Menos tempo para fazer a mesma coisa. Menor
esforço.
As construções obedecem também esta lei. A meta é sempre reduzir os
custos da construção e economizar o tempo de quem se utiliza da
construção.
Os prédios – residências, salões, galpões – há muito são
produzidos para que as pessoas possam chegar de um lugar para outro com mínimo
de esforço. E dispêndio igualmente do mínimo de tempo.
Esta redução de tempo
e economia de energia, porque é necessário menos esforço – marca da vida nos
dias de hoje – têm obrigado as pessoas a, depois das atividades laborais,
contraporem o lazer, o esporte ao trabalho.
No trabalho usa-se muito mais o
cérebro e muito menos – cada vez menos – o corpo. Nos esportes, no lazer,
busca-se o oposto: desligar o cérebro e ligar todo o corpo. Daí os
coopers.
Nada de errado nisto.
Nos dias de hoje, entretanto, os conceitos
se modificaram.
Não é preciso gastar-se tempo. Nem aumentar o esforço no
deslocamento de um ponto para outro, num mesmo prédio.
Entretanto, as
construções podem perfeitamente serem desenvolvidas no sentido de obrigar –
principalmente as residências, diga-se – os moradores, as pessoas a caminharem
mais, a movimentarem mais o corpo. Perguntem a médicos a importância de se subir
escadas?
De qualquer forma, o espaço pode ser bem utilizado, tecnicamente bem
ocupado, de maneira a forçar e ensejar até mesmo o aumento de esforços, a maior
queima de energia de seus moradores. Um contraponto às construções de
hoje.
Afinal, acomodar-se nada mais é do que ficar dentro do cômodo. Sem se
movimentar inclusive e principalmente em termos
físicos.


Jornal A Cidade - 05/02/06
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