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Caixa empresta mais com recurso da poupança do que com FGTS

Os financiamentos habitacionais na Caixa Econômica Federal com recursos da poupança (R$ 9,163 bilhões) ultrapassaram o dos empréstimos com dinheiro do FGTS (R$ 6,702 bilhões) nos primeiros seis meses do ano. É a primeira vez que isso ocorre em um balanço semestral.


A inversão indica que o banco federal começa a disputar essa fatia de mercado, historicamente dos bancos privados, de forma mais agressiva. A expansão das linhas, ante o mesmo período do ano passado, foi de 165,1% e 38,1%, respectivamente.


A Caixa registrou o maior volume de empréstimos da sua história no primeiro semestre, segundo antecipou reportagem de Guilherme Barros para a Folha.


O vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda, credita o bom resultado ao fato de "termos conseguido aproximar as condições de financiamento do SBPE [poupança] nas faixas mais baixas às condições das faixas mais altas do FGTS". Os imóveis financiados com recursos do Fundo de Garantia não podem ter valor superior a R$ 130 mil e a renda mensal da família está limitada a R$ 4.900.


Com isso, o saldo das operações de crédito com a poupança chegou a R$ 23,895 bilhões em junho, 88,1% maior do que em igual mês de 2008. Já o estoque financiado pelo FGTS subiu 29,7% no mesmo intervalo, passando a R$ 30,442 bilhões.


Dos R$ 23,2 bilhões emprestados até 12 de agosto pela Caixa, valor de contratação superior a todo o ano de 2008, mais de R$ 2 bilhões se devem a financiamentos de imóveis que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida. Dos 1.312 projetos de empreendimentos entregues, 204 foram contratados, totalizando 32 mil unidades.


Com a aceleração das contratações ao longo do ano, Hereda prevê que os valores financiados com recursos do FGTS e da poupança devem voltar a se equilibrar. O programa é destinado a famílias com renda mensal de até dez salários mínimos e o objetivo do governo federal é construir 1 milhão de moradias.


Para todo o ano, a Caixa prevê alcançar R$ 38 bilhões em financiamento habitacional, o que, admite o vice-presidente da Caixa, é uma meta "conservadora".


Calote


O lucro da Caixa Econômica Federal chegou a R$ 1,158 bilhão no primeiro semestre deste ano, queda de 54,5% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado.


O banco informou que um dos motivos para a redução foi o aumento na provisão de risco de crédito, que subiu 79,3% na mesma comparação, passando de R$ 863 milhões para R$ 1,548 bilhão.


TATIANA RESENDE - Folha Online - 17/08/09

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